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História A genética não é rosa - Capítulo 7


Escrita por: MirajaneSaan

Notas do Autor


FELIZ NATAAAL!

Me desculpem pela demora, PF! As coisas estão bem complicadas, mas vai dar tudo certo, já adianto que capitulo novo agora, só ano que vem.
SE CUIDEM, OBRIGADA POR ESPERAREM, EU AMO VOCÊS <3

Capítulo 7 - Capítulo 7


Fanfic / Fanfiction A genética não é rosa - Capítulo 7

SASUKE

 

"Cabelo rosa".

As palavras de Naruto não saíam da minha cabeça há mais de uma semana, precisei ver as câmeras de segurança para acreditar que aquilo era real. Sakura tinha me levado para casa carregado.

Pensei ter sido um sonho, entretanto era verdade, ela cuidou de mim, me deu banho, dentre outras coisas qual mal consigo lembrar, apenas flashes, tudo era um grande borrão, contudo, a sua gargalhada no banheiro era clara em minha mente, por mais que forçasse minha cabeça, não lembrava o motivo da risada.

Muita coisa ainda é um grande branco, como quando ela chegou… Em que momento Sakura chegou? Qual era meu estado? Só lembro de beber e muito, até contra minha vontade.

Nesses últimos dias tentei tocar no assunto, todavia, era impossível, nunca parecia o momento certo, sentia a timidez tomar conta de mim, tinha medo de sua resposta e reação, entretanto, estava decidido e de hoje não passaria.

Finalmente consegui uma reserva no restaurante que queria levá-la, estávamos sentados esperando a comida chegar, ela falava sobre a reunião que teríamos mais tarde com sócios de empresas que vamos entrar em parceria, eles não eram daqui e teria uma dor de cabeça para traduzir tudo para ela entender.

— Hoje é um bom dia para colocar em prática as minhas dicas, lembra? Ser gentil e sorridente.

Ela tinha razão, seria um bom dia para isso, mesmo com a empresa decolando, fechar aquela parceria seria profícuo para mim, foge do assunto que quero tratar, mas falaremos dele depois desse, algumas coisas realmente têm preferência.

— Eu sei ser gentil e sorridente. — afirmei forçando um sorriso.

Não sabia o que fiz, o rosto de Sakura transmitia pavor, do que ela tinha medo? Olhei atrás de mim, só tinha a parede, analisei ao redor, nada.

— Esse é o seu sorriso? — assenti com a cabeça — Ele é ótimo para aterrorizar as pessoas, vai ser ótimo para espantar os homens na reunião.

— Eu só sei sorrir assim.

— Para de onda, bracinho. Você sabe sorrir sim, tipo… — ela colocou a mão no queixo pensando — Tipo quando almoçamos juntos pela primeira vez! Lembra que ficou rindo da minha cara?

— Sim, lembro perfeitamente. Aliás, aquilo foi diferente.

— Não foi. Sorrisos precisam ser sinceros para passar uma boa mensagem. Seu sorriso é assustador, além de ser forçado.

Sei onde Sakura queria chegar, no entanto, aquilo era impossível, não sou uma pessoa de sorrir há anos, apenas quando vejo ou escuto algo engraçado, os únicos a me fazer sorrir como ela descreve são: Naruto, Karin e meu afilhado. 

Sendo sincero, agora Sakura me faz sorrir de forma verdadeira, gosto da amizade que criamos, não me sinto preso aos meus melhores amigos, me sinto aberto a novas amizades, fazia anos que não sabia o que era me aproximar de alguém assim, conversar descontraído mesmo que seja sobre o trabalho.

Naruto e Karin estão juntos comigo desde o colégio, por muito tempo pensei que Karin seria minha única amiga mulher, até conhecer minha ex e me apaixonar, depois dela não consegui conhecer pessoas novas, ela dizia que não precisava de novas amizades, porque ela estava lá e eu acreditei, porém, aquilo não tinha importância, estava cada vez mais me afundando no trabalho, a empresa ocupava todo meu tempo.

Sinto-me bem ao saber que posso ter amigos no trabalho, e isso não vai afetar meu desempenho, o nível entre mim e Sakura é agradável, ela me chama por apelidos. Espera! Ela me chamou de bracinho?

— Você me chamou de bracinho? — uni o sobrecenho.

Notei o rubor crescer em suas bochechas. Agora ela estava com vergonha do que disse? Essa mulher é inacreditável, não estou ofendido com o comentário, estou surpreso pela ousadia. Sou seu amigo, mas ainda sou seu chefe.

Finalmente nossos pratos chegaram, tomei liberdade de pedir algo para ela. Sakura ficou tão confusa olhando o cardápio, reclamou o tempo todo do valor, não importava quantas vezes lhe dissesse que eu pagaria.

— Hã! Sim, chamei. É um apelido carinhoso. Não vai me demitir por isso, vai?

Neguei com a cabeça, jamais dispensaria ela, acredito que ela não saiba disso e  prefiro que não descubra.

Iniciamos nossa refeição, Sakura teve dificuldade com os talheres e lhe ajudei da melhor forma. Enquanto a ajudava, pensei sobre nossa amizade e ao nível em que estava chegando, afinal, um apelido carinhoso assim só tenho com Naruto. Nunca imaginei criar um vínculo tão rápido com alguém, a energia que ela transmite é acolhedora, seu humor e ânimo me envolvem.

— O que sugere que eu faça para não assustar as pessoas?

— Sei lá, sorria de verdade? — comentou enquanto se curvava em cima do prato para comer. Ela sabe que é a comida que deve ir até ela e não o contrário?

— Conselho formidável. Alguma ideia útil de verdade?

Ela me olhou com desdém, difícil entender sua raiva, aquela dica não ajudava em nada.

— Lembre de coisas engraçadas enquanto conversa, consegue fazer isso? — neguei com a cabeça fazendo-a bufar em desaprovação — Eu vou te ajudar na hora, vou ver o que posso fazer.

Satisfiz-me com sua resposta, já estava me ajudando de bom grado, fazia tanto por mim que nem o mais sincero obrigado bastaria.

Continuamos a comer e falar sobre outros assuntos, escutei ela reclamar da comida do restaurante, como tinha pouca quantidade e era caro, é ignorância minha dizer que ela está errada, porque estava totalmente certa, entretanto o gosto é simplesmente divino e nossa opinião era igual nisso.

Respirei fundo, preciso saber o que aconteceu naquele dia, se não fizer agora, não farei depois.

— Sakura, preciso saber de uma coisa. Eu sei que foi você que me levou para casa naquele dia, não conheço outra pessoa de cabelo rosa. — notei seu rosto perder a cor, talvez seja um péssimo momento, mas preciso saber — Qual foi o estado que me encontrou? Você pode me dizer o que aconteceu?

— Hã? É, posso. — gaguejou desviando o olhar.

Ela disse ter me encontrado dormindo na cadeira em péssimo estado, acredito nela, no entanto, tem algo que ela parece estar escondendo, não a conheço bem, porém, sei que está mentindo. Também falou sobre ter me dado banho, cuidado de mim e ter me colocado para dormir, algumas dessas informações faziam sentido com as vagas lembranças que eu tinha. Entretanto, está faltando informação, sinto isso.

— Em qual dessas partes você está mentindo? — outra vez seu rosto perdeu a cor, seus olhos assustados entregavam tudo — Então está realmente mentindo… — ela negou enchendo a boca de comida — Então está omitindo, o que está escondendo?

Ela largou o talher, respirou analisando sua volta, retornando sua atenção sobre mim, por alguns segundos pensou, talvez em alguma mentira, ou talvez em como contar o problema que lhe dei. Estava pronto para qualquer coisa. Um pouco, na verdade.

— Eu cantei para você dormir.

Sua expressão era tão séria que não tinha como duvidar, contudo, o jeito que falou me deu vontade de rir, no entanto, contive.

— Só isso? Por que não contou antes?

— Eu cantei para você dormir! Isso já é vergonhoso demais, tirando que cantei músicas da Barbie! — disse alterada.

Terminamos de comer após isso, senti um alívio e até a tensão dos meus músculos passaram, não tinha problema nenhum em escutar Sakura cantar, ela confirmou que eu pedi. Estava muito alterado de verdade.

Queria lembrar o que se passava na minha cabeça naquela hora, além da minha mãe, ela costumava cantar e fazer carinho no meu cabelo, mesmo depois da adolescência, sinto tanta falta dela, talvez um dia faça uma visita, levar as flores que ela gosta e contar tudo o que vem acontecendo nos últimos dias.

Pedi nossas sobremesas, para mim um cheesecake com calda de chocolate amargo e frutas vermelhas, para Sakura um grand gâteau. A vi se deliciar quando chegou, supus que a quantidade dessa vez a satisfaria, não podia estar mais certo.

Aproveitei o momento para contar do contrato, meu advogado entrou em contato e na semana seguinte daria início ao processo.

Falei sobre todos os detalhes do contrato e como funcionaria, meus planos era anunciar em jornais ou nas redes sociais, quem deseja ser minha barriga de aluguel, no dia da entrevista terá que levar um exame de sangue com o resultado dos últimos três dias, não pode ter doenças ou histórico de enfermidades na família, e não pode fazer o uso de drogas lícitas e ilícitas. Exceção de álcool, pois seria cortado na gestação.

Ela escutou tudo atentamente, expliquei o máximo que pude para não ter dúvidas.

— Por que não procura uma namorada? Sites e aplicativos de relacionamento, acho que funcionaria. Encontre alguém que tenha os mesmos interesses que você.

— Não consigo me relacionar com alguém que acabei de conhecer.

— Uau! Tipo um demissexual? — perguntou ela.

— Não sei o que é isso. — respondi franzindo o cenho, levei um pedaço da torta à boca.

— É uma pessoa que só consegue ter relações com alguém que tem alguma conexão emocional, intelectual ou psicológica. Sou suspeita de falar, não sou demi, recomendo você fazer uma pesquisa sobre isso e se identificar melhor. Eu sou pansexual, — comentou dando um sorriso e colocando a sobremesa na boca antes de continuar falando — e isso é segredo nosso, mas me descobri assim quando vim para cá.

Aquilo era muita informação, o que era pansexual? Acredito que entendi o que seja demissexual, depois realmente faria uma pesquisa a fundo sobre isso. Vi em seus dados que Sakura não nasceu neste estado, mas me pergunto porque veio para cá, tenho muito a descobrir sobre essa mulher.

— Como assim? Se descobriu?

— É! Quando cheguei aqui tive dificuldade em me relacionar, as pessoas tinham preconceito com meu cabelo, quando finalmente consegui me relacionar percebi que não importava o gênero, só alguém gostar de mim, isso era o suficiente.

Guardei aquela informação comigo, diariamente me sentia mais próximo dela, cada notícia sobre como era me motivava mais a essa amizade, deixava óbvio o quão boa ela era.

Não consigo entender como poderia ter preconceito, quando Sakura era uma pessoa boa e cheia de energia, fico feliz que ela tenha descoberto sobre sua sexualidade, contudo, triste pela maneira como descobriu, gostaria de poder mudar seu passado.

Terminamos de comer enquanto ela falava mais sobre esse mundo LGBT, foi bastante coisa e não me sentia um completo leigo a essa altura. Por mais que a empresa tenha feito propagandas, etc. Sobre a comunidade, nunca pesquisei e soube disso melhor como um completo ignorante, estava sempre muito ocupado com outras coisas e deixava essas informações para depois, o depois chegou e tinha cabelo pintado de rosa, além de pertencer à comunidade melhor que eu.

Sakura dirigiu até o prédio da empresa, conversávamos agora sobre a reunião que teríamos daqui a alguns minutos, estava quase tudo pronto. Na sala tentávamos organizar tudo de maneira eficiente, para ficar fácil e dinâmico para eu explicar tudo, os planos e outras coisas.

Cada lugar na mesa tinha pastas com informações, planilhas e documentos fundamentais para o processo de hoje. As placas com nome dos homens que viriam já estavam posicionadas, tudo perfeito e arrumado como devia.

Em cima da mesa colada na parede tentava empilhar algumas pastas, entretanto, sem sucesso todas despencaram sobre mim, consegui segurar boa parte com a mão direita, no lado esquerdo nada podia fazer, não ter metade do meu braço fazia falta, todo dia. Mesmo tendo perdido-o há doze anos, costumava esquecer e tentar fazer as coisas por puro reflexo.

Observei-as cair, mas antes que pudesse chegar ao chão Sakura segurou, tudo ficou desorganizado quando voltou a superfície, era estranho, contudo, não lembrava das pessoas sequer fazer algo assim para mim, como se ela estivesse me observando o tempo todo, os outros ou não me deixavam fazer, ou me ajudavam quando tudo estava esparramado.

— Você não precisa fazer tudo sozinho, estou aqui para te ajudar, bracinho.

Olhei fundo em seus olhos, não entendi como podia ser tão gentil depois do que me contou, se discriminada pelo seu cabelo e viver em uma mentira para ser aceita, seja como for, ela pode ser quem quiser comigo, a Sakura de verdade não me assusta, para ser sincero, admiro-a muito.

— Obrigado. — agradeci, senti quando os cantos dos meus lábios se curvaram num sorriso simples.

Recebi uma ligação da recepção do saguão avisando que os homens haviam chegado, mandei que subissem, tudo estava pronto e agora só tinha que aprender a sorrir de verdade, aquela reunião seria de grande importância e se algo desse errado poderia perder os lucros que eles me dariam, seria muito dinheiro perdido.

Dei início a reunião, precisava apresentar alguns slides, por isso a luz foi desligada tendo luz apenas do projetor. Tinha a atenção de todos, podia ver cada um e minha secretária atrás da mesa, totalmente oposta a mim, ela falou que me daria dicas sobre como sorrir melhor lá do fundo, sem ninguém a olhando apenas eu.

Uni o cenho quando Sakura fez a primeira careta, o que era aquilo? Uma tentativa de me fazer rir? Não parou por aí, começou a dançar fazendo movimentos estranhos e desajeitados, sua tentativa conseguiu me deixar assustado. Fitei rápido as pessoas à mesa, estava fazendo alguma cara assustadora, pois todos me olhavam estranho, exceto pela minha secretária que continuava os movimentos desgraciosos.

Tentava apresentar, no entanto, me perdia nos pensamentos quando via Sakura tentar algo novo, ela percebia que sua prática não surtia efeito e pulava para outra, sei estar tentando me ajudar, entretanto, estava me afundando cada vez mais, só queria que ela parasse.

Minhas preces foram escutadas, contudo, não como queria, só desejava que ela se sentasse e ficasse quieta, mas tudo saiu de controle e enquanto fazia alguma pose ou dança esquisita, ela escorregou caindo de costas, vi seus pés subirem para o alto e depois sumir atrás da mesa, não soube distinguir qual foi o barulho mais alto, sua queda ou minha gargalhada.

Os homens à mesa não sabiam se olhavam para mim ou para Sakura que levantou como se nada tivesse acontecido, mostrando algo e disse ser aquilo a provocar o estrondo. Eu dei uma desculpa qualquer dizendo ter lembrado de algo muito engraçado num momento inoportuno e alguns pareceram aceitar tranquilamente. Após o incidente não tive mais problemas em sorrir, pois apenas encontrar o olhar furioso da mulher aos fundos era suficiente, todo momento a via mexer os lábios pronunciando "Pare de rir!", como pude duvidar de sua capacidade, ela sempre me surpreendia e salvava meu dia.

Encerrando a reunião, percebi a importância de sorrir e agir daquela forma, todos pareciam envolvidos e concentrados, principalmente depois da queda da minha secretária.

Saímos da sala de reunião e deixei que os homens fossem à frente, aproveitando a deixa Sakura me encurralou brigando comigo, levei dois socos leves perto do ombro direito.

— Na próxima, eu mato você! — sussurrou ela, depois esbarrou em mim de propósito.

Antes que pudesse se afastar mais, senti o botão do meu blazer ser puxado e sua peruca sair, ela parou e levou as mãos a cabeça, tudo o que tinha de dar errado com estava acontecendo com ela, seus olhos se encontraram rápidos com os meus, percebi o quanto estava aflita, não gostava de expor seu cabelo real e eu a compreendia.

Num ímpeto puxei a peruca da minha blusa entregando-a, coloquei-me em sua frente bloqueando a visão dos outros e foi bem a tempo, pois se viraram no mesmo instante.

— Está tudo bem aí? — perguntou um dos empresários.

— Sim, apenas estamos resolvendo alguns problemas da minha agenda. — menti olhando por cima do ombro, sem virar o corpo, precisava esconder minha secretária e faria isso como pudesse.

— Obrigada. — sussurrou ela, seus olhos expressavam apreensão e gratidão. Assenti com a cabeça.

Espero que agora ela entenda que pode sempre contar comigo. Enquanto os homens entravam no elevador e seguiam para o saguão, fiquei observando seu cabelo rosa, mais bonito do que me lembrava e sem dúvidas encantador, gostaria que não usasse a peruca, contudo era uma escolha dela e eu respeitaria.

Depois de toda aquela situação, me tranquei em minha sala, dando continuidade aos projetos e pilhas de papéis em minha mesa, as coisas estavam se encaminhando como queria e até o final do dia já teria cumprido minhas metas.

Era o que pensava até escutar o telefone tocar, o porteiro me avisou que alguém cujo conhecia bem estava subindo. Comecei a preparar o psicológico, Naruto entrou em contato com ela e agora eu estava ferrado.

Saí e fiquei a esperando em frente à minha porta, esperando a bomba que sairia a qualquer segundo do elevador, o som anunciou ter chegado ao andar, Naruto pagaria por isso e aposto que viria logo depois dela.

Assim que seus olhos se encontraram com os meus, um sorriso se alargou em seu rosto, os cabelos ruivos que mais pareciam tingidos, porque tinham uma coloração anormal avermelhada emoldurava seu rosto, o terninho branco pérola dava um ar profissional, o blazer aberto mostrava a blusa rosa salmão de seda.

Desfilou em cima de seus saltos em minha direção e não importava o quão alto ele era, ela ainda batia no meu ombro, seus braços envolveram minha cintura e abracei pelo pescoço, depositei um beijo em sua testa.

De rabo de olho notei Sakura nos observar, ela parecia atenta e curiosa com tudo o que estava acontecendo. Ainda agarrada a minha cintura guiei a ruiva até minha sala, essa mulher pode ser carinhosa e gentil, mas também era o próprio diabo quando algo de errado acontecia. Ela se sentou na cadeira em frente à minha mesa, cruzou as pequenas pernas e me fitou através dos óculos.

— Tudo bem, Sasuke? — o sorriso diabólico no rosto, aquele era o sinal do quanto estava ferrado.

— Estou bem e você, Karin?

— Melhor impossível. — o sorriso não deixou seu rosto nem por um minuto.

— Naruto contou, certo?

— Sim… — ela foi interrompida quando a porta abriu.

Naruto entrou, outro que mostrava um sorriso, no entanto, o dele era debochado, desgraçado! Ele me paga.

— Olha só quem está aqui, demorou em! — comentou o traidor.

— Me erra imprestável, nem para contar a fofoca no tempo certo você serve.

— Vai se foder, Karin. Falei o mais rápido que consegui.

— Vai você, pateta!

— Olha só, o neném não sabe nem xingar, quer que eu te ensine? — perguntou se aproximando e tentando apertar as bochechas do diabo, apenas levou um tapa na mão.

Assim como o loiro, Karin era minha melhor amiga, ambos desde o colegial. Os dois têm um relacionamento conturbado, pois são da mesma família, porém não deixam de ser grandes amigos e confidentes.

Observei os dois discutirem, estava com saudades disso, vê-los brigar como se não houvesse amanhã e parecendo serem verdadeiros inimigos. Estava com saudades de ter Karin de novo em minha vida, depois que comecei meu relacionamento, acabei me afastando dela, minha ex era ciumenta e não aceitava nossa amizade, muitas vezes tive que desbloquear, ou adicionar seu número de novo, quando me cansei da situação salvei seu número com nome de uma empresa.

Mesmo após ir ao seu casamento com Suigetsu, minha ex não aceitava nossa amizade e só conseguimos voltar a conversar e ter presença na vida do outro após meu divórcio, no início Karin me visitava sempre, com o tempo e trabalho tudo foi se relaxando, contudo, suas mensagens ainda eram frequentes e não mudei seu nome nos contatos, afinal era engraçado conversar sobre o jantar com uma empresa de carros.

Depois da separação, minha melhor amiga assim como Naruto, não aceitava as recaídas e de acordo com ela, eu vivia um relacionamento abusivo, porém não consigo ver assim, porque ela me amava mesmo com aquele jeito dela. Agora Karin estava aqui para me dar sermão por uma possível recaída que tive, só não consigo lembrar.

— Vocês vão parar de brigar? — perguntei chamando a atenção dos dois.

— Claro. — respondeu à ruiva — Agora a conversa é com você. O que ela veio fazer aqui? — sua expressão se tornou séria.

— Naruto perguntou isso e já respondi, nada de mais, também não adianta perguntar, não lembro o que aconteceu naquela noite.

Durante os minutos seguintes os dois me encheram de perguntas, era difícil responder quando não me lembrava de nada, apenas de Sakura na minha casa cuidando de mim, não conseguia entender como uma garrafa de uísque havia feito minha memória se apagar, pensando bem, nunca bebi uma garrafa inteira.

Ganhei a pequena luta de perguntas por cansaço, ambos desistiram de ganhar sempre as mesmas sequências de falas.

— Quem é a morena na recepção? — perguntou curiosa.

— Ih! Nem te falo, mas tá perdendo seu posto de melhor amiga do Sasuke. — comentou Naruto, ele estava fazendo isso para me ferrar, desgraçado.

— Como é? Que história é essa? — os olhos castanhos avermelhados de Karin me fitou, atenta, ela esperava uma resposta para a traição.

— Para de mentir, Naruto! A Sakura é só uma amiga, não tem o que se preocupar. — falei impaciente, meu melhor amigo era meu inimigo também.

Eles se encararam de cumplicidade, seja lá o pensamento anterior da ruiva, agora era com certeza segundas intenções, seu sorriso não me enganava e estava pensando alguma besteira.

— Só uma amiga? Desde quando você defende uma amiga assim? Você vai me contar tudo, agora! Quero todos os detalhes possíveis dessa mulher.

— Só depois dele fala quem é a do cabelo rosa. — anunciou de novo o traidor, ele estava testando minha paciência e me ferrando com Karin. Ela não aguenta receber uma informação pela metade e só para quando consegue tudo.

— Cabelo rosa? Sasuke! O que mais não está me contando? — perguntou com uma expressão incrédula e um sorriso.

Soltei o ar bufando, me dei por vencido, não há como lutar contra isso, quero e preciso manter o que resta da minha sanidade. Sei que Naruto está usando Karin para conseguir as informações desejadas, entretanto, isso não vai rolar, conheço seus jogos.

Falei tudo que sabia sobre Sakura, dei todas as informações possíveis, falei o que podia sobre a cabelo rosa e devo ter mentido em algumas partes, afinal aquele segredo morreria comigo. Ambos me encheram de perguntas, respondi até onde meu limite permitia.

No final acabei percebendo que cai em algumas armadilhas de Naruto, mas nenhuma informação realmente interessante.

Até a hora de ir embora, os dois me provocaram de todas as formas possíveis, juraram que algo entre mim e minha secretária estava rolando, contudo, entre nós apenas crescia uma grande amizade e eu valorizava isso, com todo coração.

Sozinho em minha sala novamente aproveitei o momento para pesquisar sobre demissexual, aquilo realmente me representava e me sentia definido, sempre pensei que tivesse algum problema comigo, pois só me relacionei com três mulheres em toda minha vida, no entanto, isso nunca foi sobre ter alguma dificuldade em mim, era apenas eu. Há muito tempo que não me sinto confortável assim, é interessante saber que não sou o único.

Pesquisei sobre outras coisas da comunidade LGBTQIA+, havia tantas coisas ali para serem trabalhadas, campanhas para se fazer e tanta ignorância da parte de todos nós, conversaria com o pessoal do marketing para pensar em publicações sobre, afinal quantos demissexuais existem por aí e não sabem… É necessário dar um basta ao preconceito.

Quase encerrando o turno, Sakura apareceu entregando alguns papéis, depois sentamos e conversamos sobre minha agenda e reuniões que ocorreriam nos próximos dias, no final do dia estava tudo pronto e encaminhado para o resto da semana, o trabalho dela estava cada vez melhor e sentia sua autoridade, tinha minha permissão para resolver as coisas e já me conhecia bem para decidir por mim, fazia anos que não encontrava uma secretária tão competente e determinada como ela.

— Amanhã vai rolar barzinho, você vai com a gente, vou te ajudar a conhecer mulheres novas. É mais fácil encontrar alguém que tenha gostos em comum, do que ficar lendo currículo. Até amanhã! — disse já saindo pela porta.

Não tive tempo para me defender, não era assim que funcionava, ela havia explicado como era o demissexual e está tentando me empurrar alguém, sem julgamentos, nem sempre é fácil entender isso, também não entendia.

Entretanto, aceitaria a oferta, preciso conhecer pessoas e fazer novas amizades, colegas de trabalho não contam.

Quando fui embora, todos do prédio já haviam ido, no saguão apenas os seguranças que fecharam tudo depois da vistoria.

Esse dia foi encerrado, mas o início turbulento da minha vida vai apenas começar.


Notas Finais


Até ano que vem, mil perdões por tudo viu!
Caso tenham algo para me falar, estou no IG: @qqissoneuzi

AGORA PAREM DE FALAR MAL DA MINHA KARIN PITCHUCA! Ela é meu amor e vou defender com unhas e dentes.


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