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História A guy like me - Capítulo 10


Escrita por: quedesprestigio

Notas do Autor


Eu voltei :D (ninguém dá a mínima porque ninguém comenta nessa bagaça #revolts)

O capítulo está pequenininho porque eu achei melhor assim (?) (muita dor e lágrimas pra um capítulo só)
Obrigada à todos que tiram um tempinho pra ler AGLM e um imenso obrigada à Luana Claro, minha beta amada, que postou o capítulo 9 quando eu não pude. <3 Vocês deviam dar uma passadinha em "The Silent Place", essa fic é amor no coração.

Espero que gostem desse capítulo, devo postar o 11 logo, mas vocês sabem, não é uma promesa, risos.

Capítulo 11 - Capítulo 10


Não tinha dúvidas, nem passou por sua cabeça outra possibilidade e, pela primeira vez em muito tempo, estava certo. Nem um passo completo para dentro da cela e já pôde ouvir seu nome pronunciado por aquela voz que temia agora mais do que tudo.

Durante o resto do dia tentou ocupar sua cabeça com o trabalho. O dobro de concentração e de tempo eram necessários para montar uma caixa e quando finalmente conseguia, percebia que a maldita deveria ser refeita. Sua estratégia não estava funcionando, então desistiu.

Não pensar não ajudava em nada.

Deixou os pensamentos fluírem em busca de alguma solução ou um alívio – sabe-se lá como isso seria possível à essa altura – e logo descobriu que essa nova atitude tampouco funcionava. Justamente o inverso. As cenas do dia passavam por sua mente o punindo (Haviam mudado os tipos de caixas? Todas aquelas abas de papelão não se encaixavam de nenhuma maneira); Lindsey chorando, o quadril agitado de Frank investindo contra a... Boca de McCracken. 

Não estava se sentindo nada bem. Estava confuso, perturbado, assombrado.

Louco.

- Gerard – A voz insistiu em chamá-lo.

- Só me deixa dormir, ok? – Pediu tentando parecer o mais natural possível.

Era evidente que, essa noite, não conseguiria pregar o olho – que falta faziam suas amigas pílulas, tão presentes quando tudo estava errado – mas decidiu que se não sabia o que dizer, era melhor não dizer nada. Qualquer atitude ou palavra descabida poderia alterar o rumo não só da conversa, como também de sua vida.

- Não faz isso comigo – Inspirou longamente soltando o ar pela boca exalando frustração – Eu fiquei aqui esperando, remoendo as coisas e me segurei para não falar com você no jantar. Eu...

- Não quero conversar, não quero ouvir nada.

- Gerard – Insistiu nervosamente – Você estava com McCracken, eu pensei que...

- Que eu fosse brigar com ele? – Encarou-o de forma intensa – Eu não tenho motivos, tenho?

- Deu uma chance a ele de se explicar, eu acho que deveria ter algum crédito também – Confessou, abaixando o tom da voz. Há muito não se portava desta maneira com alguém.

Iero sentia-se fraco.

- Você não me deve nada, Frank – Repondeu, grosseiramente.

Irremediavelmente fraco.

- Mas... O que eu posso fazer se eu sinto que eu devo? – Deu um passo em direção ao maior fazendo menção em tocar seu rosto. Gerard recuou. – Também sinto que estraguei qualquer chance com você daqui pra frente.

- Você está certo.

Virou-se sem coragem de encarar o rosto decepcionado do detento e andou o necessário para chegar até sua cama. Não ouviu protesto algum de seu companheiro de cela. Isso, ao invés de aquietá-lo, fez seu coração se apertar dentro do peito. Havia ele próprio se aconselhado a não dizer bobagens e, claro, foi a primeira coisa que fez.

“Você está certo”. Pelo amor de deus! Está certo o diabo! Antes tivesse admitido que estava magoado com sua atitude, teria sido mais nobre do que essa mentira deslavada. Se até McCracken teve sua chance com Gerard, quantas mais não teria Frank Iero?

Primeiro Lindsey, depois o flagra, o beijo em Bert e agora isso. Só pra fechar o dia com chave de ouro. Em todos os fatos surpreendentes que ocorreram, Gerard havia se sentido a vítima e logo depois o vilão por ter magoado alguém. Depois da visita havia tido três novas chances de agir diferente e tudo o que fez foi cometer as mesmas burradas.

Flashbacks o fizeram rolar na cama por horas e horas, o sentimento de fracasso o consumindo junto com uma combinação de culpa e arrependimento. E quanto mais pensava, mais chegava à conclusão de que merecia cada coisa ruim em sua vida. Tudo de bom que havia lhe sido dado, Way arranjou uma maneira de arruinar. Inclusive Frank.

O detento quase lhe implorou para conversar. O que lhe custava? Era sua chance de se abrir, dizer tudo que estava entalado em sua garganta há semanas – ou talvez anos, coisas que jamais teve coragem suficiente de dizer a alguém. Nunca mudaria. Seguiria sua vida estragando tudo, fazendo as pessoas de idiota, pisando em cada bom sentimento.

Sentiu as lágrimas chegando aos olhos, logo a respiração ficou densa. Deveria ser mandado para a solitária, só assim pararia de causar sofrimento às pessoas e pouparia a si mesmo de desgosto atrás de desgosto. À medida que a dor vinha à tona, os soluços se tornaram presentes e audíveis chamando atenção do rapaz abaixo.

- Princesa? – Em um pulo, Frank já estava ao lado de sua cama. Era óbvio que não havia dormido também – Eu estou aqui.

Iero era capaz de passar por cima de qualquer desentendimento com Way, por pior que o rapaz o tivesse tratado, para acudí-lo sempre que precisasse. Como se essa atitude não fizesse Gerard se sentir pior ainda. Os dedos desenhados foram de encontro aos cabelos do maior que se manteve soluçando com as mãos encobrindo o rosto.

- Isso me mata, sabia? – O menor continuou – Você guarda as coisas aí dentro e de repente fica assim e... Eu não posso fazer nada.

- Se afasta de mim, Frank.

 

*

 

            Observou o novato – que não lhe deu um mísero bom dia ou sequer olhou para sua cara – sair para o banho. Inclinou a cabeça o máximo que pôde, mudando sua posição na cama quando foi necessário, até que o detento saísse completamente de seu campo de visão. Maldição!

- Eu estou ficando louco – Jogou-se na cama levando a mão à testa sem perceber que estava sendo observado. – Louco, louco, louco, louco – Continuou sussurrando para si próprio.

- Gerard? – Indagou a voz atrás das grades, chamando atenção de Frank que sentiu a vida se esvaíndo à mínima menção do nome.

- Gerard – Assentiu sem que houvesse real necessidade de fazê-lo. – A culpa é sua, sabia?

- Minha? - Espantou-se. – Vamos pensar uma coisa... Se você colocasse os olhos em Way e soubesse que ele não estava em sua cela, sei que estaria em apuros.

Sim, isso era bem verdade. Frank lançou-lhe um olhar de desprezo franzindo os lábios antes de continuar.

- Preciso sair daqui, Pete.

O rosto de Wentz empalideceu automaticamente e levaram alguns segundos até que tivesse formulado uma resposta plausível ao detento.

- Houveram alguns empecilhos no esquema – Adiantou-se. Engoliu em seco – Sabe que não estou agindo sozinho, nem teria como.

- Estou seguro, certo?

- Totalmente – Respondeu sem convicção enxugando o suor das palmas das mãos na calça.

Iero poderia ter questionado a atitude atípica do policial, mas estava tão imerso em seus próprios problemas que isso, de fato, pouco lhe incomodou. Suspirou e acomodou-se no colchão de forma mais relaxada.

- Não demore – Pediu, desgostoso – Essa é a prioridade entre nós agora.

 

*

 

- Está com medo que eu te ataque ou...? – A voz conhecida fez Gerard suspirar longamente antes de encarar sem vontade o detento de pé ao seu lado. Havia sido descoberto.

Havia evitado Bert na hora do banho pela manhã, vestindo-se o mais rápido que pôde e saindo em disparada em seguida, sem qualquer chance de interação. Depois, na hora do almoço, escolheu o lugar oposto ao de costume para se sentar, bem atrás do grupo de brutamontes; e no pátio decidiu que o canto mais ensolarado – e repudiado por sua pele claríssima – era, até descobrir novos “esconderijos” o mais seguro.

Mas pelo visto, Bert havia sacado. O que Bert não sacava, afinal?

- Eu só quero ficar sozinho – Respondeu sinceramente, levando a mão à testa de forma que fizesse sombra sobre os olhos que continuavam insistentes focados aos rosto do rapaz.

McCracken mudou de posição postando-se frente ao sol que incomodava Way.

- Tá querendo o que com isso? – Arqueou uma sobrancelha e um sorriso se esboçou no canto da boca.

- Parar de arruinar a vida de todo mundo – Disse quase em um sussurro, mas ainda audível.

Bert soltou um riso divertido antes de continuar.

- E então você decide arruinar a sua? Ótimo começo – Bateu palmas ainda com o sorriso presente nos lábios. Eram inacreditáveis as coisas que se passavam na cabeça confusa de Gerard.

- Está decidido.

- Ok. Então vou deixá-lo sozinho. – Virou-se dando alguns poucos passos direcionados ao lado oposto diminuindo gradativamente a velocidade até parar por completo.

Parecia estar pensando. Levou uma das mãos aos cabelos, terminando por bagunçá-los mais ainda até que, por fim, voltou-se para Gerard. Suspirou mordendo a parte interna da boca antes de avançar novamente para perto do detento.

- Sabe... estive refletindo a noite toda enquanto meus quatro companheiros de cela roncavam como porcos e...

- Quatro? – Espantou-se tirando do rosto a expressão apática.

- Dois beliches, revezamos quem dorme no chão. – Respondeu naturalmente – Como é bom ser propriedade do Iero, não é mesmo? – Ironizou. – Não sei como você consegue encontrar problemas ainda.

Gerard nunca antes havia parado para pensar em como era a vida em outras celas, sem todas as mordomias de Frank. Não que ele se valesse das vantagens junto do detento, mas agora tinha certeza que além de proteção, tinha, talvez, o máximo de conforto que algum encarcerado poderia ter ali.

O quanto não odiavam Iero por isso? O quanto não o odiavam?

Diante do silêncio como resposta devido aos pensamentos que invadiram a mente de Way, Bert prosseguiu o que tentava dizer.

- Você fugiria comigo?

Os olhos de Gerard focaram-se nos do detento à sua frente por alguns segundos, a boca se abriu ligeiramente quando o entendimento veio à tona. Soltou o ar pela boca sorrindo com descrença. Àquela altura não achava que poderia se sentir pior, mas estava enganado.

Bert havia descoberto sobre a fuga de Iero e a culpa era sua. Talvez se outra pessoa estivesse ao seu lado. Nada nunca passa batido por Bert. Nada. Quando pararia de ser tão imbecil? Os dedos foram passados com força sobre os lábios.

- Acho que eu deveria costurar a minha boca. Seria a solução de todos os problemas.

- Apesar de ter escondido isso de mim quando disse que não faria...  – Agachou na frente do maior para ficarem cara a cara. – Sinto que, de alguma forma, devo isso à você.

- Bert, eu não posso, eu... – Abaixou a cabeça, escondendo o rosto entre os joelhos.

- Você acabou de dizer que queria ficar sozinho e eu vou respeitar... mas só para pensar na minha proposta. McCracken levantou-se e Gerard o acompanhou com os olhos. Ele não podia soltar aquela bomba em cima dele e simplesmente sair, podia?

   - Bert – Chamou o detento quase em uma súplica. Não podia fazer aquilo. – E o Frank?

   - Não terá mais sua vida arruinada por você. – Sabendo que as palavras teriam afeito no novato, McCracken retirou-se deixando Gerard com seus demônios internos. 


Notas Finais


Vocês estão odiando meu Bert agora?


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