História A Haterful Love - Um até mais é melhor que um adeus

Capítulo 10 – Um até mais sempre será melhor que um adeus.

Eram seis horas da noite.

Katherine estava parada na recepção do hotel, ela havia acabado de mandar uma mensagem ao Austin, dizendo que já estava ali, pois não que queria arriscar ver mais ninguém.

-Oi.- Katherine escutou atrás dela, mas não era a voz masculina de seu irmão, e sim uma voz aveludada e feminina. Ela se virou e já estava a ponto de sair dali, mas a outra foi mais rápida, segurando seu braço. –Austin está no banho e eu queria muito falar com você. – Katherine olhou para a mão dela em seu braço e engoliu em seco.

-Primeiro solta meu braço.- ela disse firme e a mulher soltou imediatamente. –E segundo, eu não tenho absolutamente nada para falar com você. -ela começou a caminhar para a entrada.

-Katherine!- ela gritou caminhando lentamente da direção dela. –Katherine Mahone!- a mesma parou bruscamente, e se virou.

-Não me chame assim!- ela falou caminhando rapidamente na direção da mulher. Katherine era baixinha, e Lauren era ainda mais. –Eu nunca, nun-ca, iria ter o seu nome ok?- o rosto dela murchou. –Meu nome é Katherine Nolan! Só isso e eu estou bem assim. Se um dia eu colocasse o seu nome com o meu, não seria por você, seria por ele.- ela já ia se afastando da mulher quando a voz dela a parou mais uma vez.

-Seu pai me disse que não foi uma pai muito bom, mas você o perdoou.- Katherine soltou uma risada debochada. –Por que não pode ter me perdoar?

-Por acaso meu pai já me abandonou?- a mulher se calou e ficou séria, Katherine encarou aquilo como um não. –Ele não é nem de longe o pai perfeito, mas quer saber? Ele estava aqui quando você não estava. –ela disse e respirou fundo, começando a caminhar na direção da porta.

-Não vai se despedir dele?

-Diga que eu sinto muito, mas eu simplesmente não consigo ficar mais aqui.- ela saiu pela porta.

. . .

Austin saiu do banho com uma toalha nas mãos secando os cabelos e um roupão preto do hotel.

-Mãe?- ele falou olhando para a mulher sentada na beira da cama com uma expressão de tristeza e compreensão. –O que aconteceu?

-Eu...- ela começou a dizer, mas fechou os olhos, se interrompendo. –Katherine veio para se despedir.- ela olhou para o filho que logo a expressão preocupada sumiu do rosto e deu lugar a um sorriso discreto.

-Ela está lá embaixo?- Austin nem achava que Katherine iria se despedir, já que a mesma havia tido que não gostava de despedias, que dizer um possível adeus à ele seria difícil.

Ele já estava pegando uma roupa para se vestir e ir atrás de Katherine mas a voz baixa da mãe o parou.

-Não...- Austin parou, se virando para a mãe enquanto segurava uma calça jeans nas mãos.

-Você não disse que ela veio se despedir?- ele perguntou.

-Katherine mandou uma mensagem enquanto você estava no banho, e eu...- Austin poderia prever o que ela diria a seguir.

-Me diz que você não foi falar com ela.

-Sinto muito.- ela olhou para o filho que deu um gemido de frustração.

-Eu disse que ela não queria falar com você!- ele falou alterando a voz, as vezes Lauren esquecia que Austin estava maior que ela e agora parecia mais um homem falando do que o garotinho que ele foi. –E agora eu tenho que sofrer as consequências, nada que não tenha acontecido não é mesmo?- ele rosnou, mexendo nos cabelos.

-Você tem que entender que ela é minha filha!- Lauren disse se levantando.

-E você tem que ela é minha irmã!- ele gritou. –Eu sei que foi difícil ficar longe dela, Katherine é sua filha, mesmo que ela não queira. - ele falou mais calmo. –Mas mãe, eu passei toda a minha vida sozinho. Eu passei toda a minha infância imaginando que do outro lado do oceano eu tinha alguém que eu poderia brincar, brigar e dividir absolutamente tudo, e eu não podia. –ele disse e respirou fundo. –Agora eu, finalmente, posso dizer que eu tenho uma irmã, e ela é incrível. –a mulher fechou os olhos.

-Como ela é?- Lauren perguntou, se sentando novamente na cama. Austin soltou uma risada.

-Briguenta. –falou rindo e Lauren esboçou um sorriso. –Ela gosta de discutir e faz milhões de coisas, joga vários de esportes e parece que tem sempre alguma coisa na mente dela. Graças à Deus ela tem um bom gosto musical, ama filmes, séries e é apaixonada por livros.- Lauren sorriu, ela sempre tentou fazer Austin ler mais, mas nunca o convenceu. –Ela é incrível. Eu queria poder conviver com ela. –disse se sentando ao lado dela.

-Olha, meu filho.- ela disse engolindo em seco. –Se você quiser ficar aqui, para conviver com sua irmã eu posso...- Austin a interrompeu.

-Não!- disse rapidamente. –Claro que seria maravilhoso poder ver a Kat todo dia, ir para a escola com ela, conhecer os amigos dela mas eu não posso te deixar sozinha, mãe.- a mulher o olhou, esboçando um sorriso minúsculo, Austin a abraçou.

-Acho que ainda não me acostumei com você sendo mais alto que eu.- ele riu.

-Katherine é uma anã e você é ainda mais baixa que ela. –ela riu baixinho e Austin beijou o topo da cabeça dela.

-Eu te amo, meu amor. –Lauren falou com a voz abafada pelo corpo de Austin.

-Também te amo, mãe.

. . .

O taxi parou na frente da enorme casa e Austin tirou o cinto de segurança rapidamente e já estava pulando para fora do carro quando a mão de sua mãe o parou.

-Eu não quero te apressar, mas a gente tem que embarcar em uma hora.

-Eu não vou demorar, prometo.- ele saltou do carro e correu para a porta, e tocou a campainha. Em pouquíssimo tempo Katherine num confortável abrigo e um suéter quentinho abriu a porta.

Ela o olhou e em menos de um segundo já estava pulando para abraça-lo. Ela se pendurou no pescoço dele e ele a segurou forte a abraçando, quem olhasse acharia que eles eram namorados completamente apaixonados.

-Eu tinha que dizer tchau.- Austin falou assim que ela pôs os pés novamente em terra firme.

-Eu queria muito me despedir de você também. –ela disse sorrindo. –Brian está lá dentro, quer se despedir dele?- perguntou apontando para dentro de casa.

-Eu não sei se... –tarde de mais, Katherine já gritara para o pai e em segundos ele estava na porta.

-O que aconteceu?- ele perguntou ao ver os dois parados na frente da casa.

-Austin está voltando para o Texas. –o mesmo assentiu e Brian mordeu o próprio lábio.

-Cara, eu... –Brian se interrompeu, puxando Austin para um abraço. –Qualquer coisa que você quiser, ou precisar, me ligue viu?- Brian o afastou e olhou no rosto de Austin.  Nem de longe os dois haviam se tornado tão próximo como Austin e Katherine mas ainda sim, Brian e Austin haviam conversado nos horas que esperavam Katherine se arrumar, as que na verdade ela ficava enrolando no seu quarto.

-Obrigada, Brian. –Austin assentiu.

-Me chame de pai quando quiser. –Brian falou e Austin sorri, assentindo em seguida. Katherine abraçou o irmão mais uma vez.

-Sei é loucura mas eu vou sentir sua falta.- ela disse o abraçando com força, ela sabia que ele estava sorrindo.

-Também vou sentir sua falta. –ele disse se afastando dela, e completou enquanto bagunçava os cabelos dela. –Tampinha. –ela soprou os cabelos que caíram na cara dela.

-Eu ainda vou crescer mais ok?- ela disse cruzando os braços e Brian e Austin riram.

-Claro que vai. –Austin deu um rápido abraço nela seguido por um beijo no rosto. –Eu te amo.

-Também te amo. –ela respondeu cruzando os braços, se protegendo do frio.

-Faça uma boa viagem. –os dois se abraçaram rapidamente e logo se afastaram.

-A gente se fala?- Katherine perguntou enquanto Austin começava a caminhar para o taxi.

-Com certeza. –respondeu. –Até mais.

-Até mais. –ela disse enquanto ele corria para o taxi. Katherine e Brian ficaram olhando o taxi sumir quando dobrou para a outra rua.

-Eu te amo, pai.- ela falou no nada, e se virou para o pai ao seu lado, que sorriu.

-Também te amo minha filha. –ela o abraçou sentindo o calor do corpo dele.

-Obrigada por nunca me deixar. –Katherine o apertou mais ainda contra seu corpo que parecia ser a metade do dele.

-Desde que eu te vi pela primeira vez eu percebi que nunca iria conseguir de te deixar. –ele disse acariciando os cabelos dela. Ela deixou uma lágrima escorrer e se afastou dele para limpá-la. –Vai sentir saudades dele não é mesmo?

-Como se fosse um órgão vital. –ela disse e ele riu. Em seguida os dois entraram para dentro de casa.