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História A Herança - O Dom da Proteção


Escrita por: SweetLime

Notas do Autor


Olaar!

Não esperavam por mim em plena tarde de segunda né?
Eu também não imaginava que estaria postando esse horário porque a intenção era ter postado de madrugada, porém a formatação no celular fica toda errada, e meu TOC não me permitiu postar de qualquer jeito para vocês ><

Bem, hoje sou eu mesma que estou fazendo a atualização, então se tiver qualquer erro no capítulo vocês podem me avisar porque só tive tempo de revisar uma vez antes de dormir.
Eu não passei esse capítulo para a linda da Lay betar porque me sinto abusando muito dela e ela também tem andado ocupada, então achei melhor me virar e criar vergonha na cara de atualizar para vocês!

Ain, eu tenho tanta coisa para falar, mas não tenho tanto tempo aqui e acredito que vocês estão ansiosos pelo capítulo, então...
Boa leitura!

Capítulo 25 - O Dom da Proteção


A única reação que o mais novo conseguiu ter ao ouvir as últimas palavras do namorado foi de rodear o corpo menor que o seu com seus braços com todo o cuidado possível. A imagem de um Seokjin com os olhos cheios d'água e os lábios trêmulos antes de fincar os próprios dentes na parte inferior deles foi lida por Namjoon como uma forte tentativa do castanho de não explodir em lágrimas ao relembrar cada mínimo detalhe de um dos momentos que lhe causou mais dor em vivê-lo. O acinzentado nunca tinha visto um Jin tão frágil.

Assim que sentiu o calor do mais novo a sua volta, não conseguiu conter o que esteve se esforçando para reprimir, apenas escondeu o rosto na curvatura do pescoço de Namjoon e sentiu a água quente voltando a escorrer pelos olhos. Nunca havia conseguido contar a história toda para alguém, apenas Hoseok sabia de tudo por ter vivido cada um dos momentos e consequências deles ao lado do mais velho.

Até então nunca havia sentido necessidade de expor algo que lhe machucou tanto, mas com Namjoon foi diferente, desde o começo tudo fora diferente, e ter a pessoa que um dia pôde considerar como a mais egoísta que havia conhecido sentindo toda aquela empatia por si, que lhe acolheu em seus braços com a face de puro desespero que demonstrava que não sabia o que fazer, mas que queria muito fazer algo por si, lhe acariciando de leve as costas como se fosse um boneco de porcelana prestes a quebrar, a pessoa que não tinha obrigação nenhuma em estar ali se preocupando com seus dramas e que mesmo assim se preocupava. Namjoon mereceu saber da verdade, ele estava se esforçando para entender o que se passava dentro do namorado, mesmo que fosse um sentimento complexo demais até para Jin tentar definir.

O mais novo transmitia zelo através daquele abraço, transmitia cuidado, e Seokjin recebia cada um dos sentimentos ao ter alguém tão próximo a si depois de esgotar os próprios ao colocar para fora toda a bagunça que fora sua história com Hyunsoo.

O castanho precisava daquele calor, e seria hipocrisia de sua parte negar que estava gostando do contato mesmo que o medo de aceitar tal carinho ainda o assombre. Talvez seu inconsciente se atentasse ao fato de que com Namjoon é diferente, tudo sempre fora diferente. Então como não se apegar a ideia de que o final também o seja? E por isso se permitia relaxar entre aqueles braços.

- Jin, pode colocar tudo para fora! Tudo o que estiver te sufocando!... - o mais novo começou com a voz baixa, ainda não sabia o que dizer ao certo, apenas sentia que era sua vez de dizer algo - Eu sei que não sou um homem que merece você, mas estou me esforçando para me tornar o homem certo, eu ainda vou ser digno de ter você ao meu lado e quero você se apoiando em mim sempre que precisar... Eu... Eu nunca tive uma pessoa importante na minha vida antes, nunca me preocupei com outra pessoa além de mim mesmo, por isso sou tão desajeitado ao tentar te consolar agora... - suspirou em lamento - Eu realmente quero fazer você ficar bem porque tudo mudou quando eu conheci você, eu me importo com cada detalhe sobre você, te ver triste me deixa triste, te ver agoniado me deixa agoniado, ainda mais por saber que o motivo de você estar assim é algo que aconteceu no seu passado e que eu infelizmente não posso mudar...

- Namjoon, você-...

- Minha vez de falar agora Jin! Por favor, só me escuta... - beijou o topo da cabeça do namorado - Eu me sinto tão pequeno diante dessa situação, pois por mais que minha vontade nesse momento seja de ir atrás do Hyunsoo e dar na cara daquele cuzão para

que ele sinta ao menos um pouco da dor que você está sentindo, eu sei que isso não resolve nada, não vai mudar a merda que ele fez, não vai apagar o que vocês viveram. Acho que o melhor que posso fazer é ficar aqui do seu lado agora, te encher de carinho, mesmo que não seja o suficiente é o máximo que posso fazer agora, desculpe... - apertou um pouco o abraço.

Namjoon se sentia totalmente impotente naquela situação. Saber de toda a história o fez ficar com mais raiva do que já havia nutrido por Hyunsoo, e agora conseguia entender a dor de Seokjin, aquele que já tinha perdido duas das pessoas mais importantes de sua vida, que havia se esforçado para superar a perda e continuar seguindo em frente, que se permitiu amar e tentar conquistar novas pessoas, e que fora traído pelas mesmas pessoas em quem havia se permitido se apoiar, perdeu pela segunda vez sua base.

- Obrigado... - a fala saiu como um pequeno sopro - Isso é tudo o que eu preciso agora, você aqui comigo... - passou os braços ao redor de Namjoon retribuindo o abraço.

- Então é aqui que eu vou ficar!

O maior não tinha certeza se o castanho falara aquilo apenas para diminuir sua agonia de não saber o que fazer, pois Seokjin poderia apenas estar tentando acalmá-lo, já havia deixado claro desde o início, não queria ninguém mal por sua causa, mas talvez realmente precisava dele ali depois de tudo. Tinha medo de seu primeiro pensamento ser o certo, mas com aquilo tudo acontecendo não conseguia imaginar o que se passava pela cabeça do namorado.

- Você promete? - a voz suave tirou o mais novo dos próprios pensamentos.

Namjoon baixou o olhar para a figura menor que si e se deparou com os olhos redondos feito duas avelãs lhe encarando com expressão um tanto chorosa e com um bico nos lábios fartos.

Em outra situação teria achado graça da expressão de Seokjin de criança que teve seu primeiro acampamento cancelado por causa da chuva, mas que a mãe prometia fazer uma cabana no meio da sala para se divertirem. Até mesmo soava cômico Seokjin pedindo para que prometesse aquilo e o acinzentado se sentia um tanto aliviado pelo namorado querer a certeza de sua companhia, pois independente da situação, e salvo aquela rara exceção em que os papéis estavam invertidos, era Namjoon quem precisava do castanho em sua vida.

Soava egoísta, o mais novo não podia negar, mas ele queria ficar ao lado do namorado por necessidade própria, era Jin quem o guiava a fazer a coisa certa, era Jin quem reconhecia cada feito seu, era Jin quem estava ao seu lado nos melhores e piores momentos desde que sua vida sofreu uma rotação de cento e oitenta graus lhe tirando de seu chão. Namjoon tinha completa noção de tudo isso, e por isso sentia também a necessidade de não só ter Jin em sua vida, mas de retribuir aquela presença se fazendo presente na vida de Jin.

- Eu te dou a minha palavra. - subiu uma das mãos até a face avermelhada de choro do namorado deixando um carinho leve ali - Como eu não retribuiria o que você sempre faz por mim?... De verdade, acho que eu estaria bem ferrado agora se você não tivesse entrado na minha vida, e se sumisse de repente eu provavelmente não conseguiria continuar seguindo em frente. Você é o farol que guia meu caminho pela escuridão Jin, eu nunca perderia você de vista. É você que me torna uma pessoa melhor, a tua luz que reflete em mim. Eu seria um idiota e um moleque se me afastasse de você-...

Sendo pego desprevenido Namjoon sentiu o toque macio da boca de Jin contra a sua. A pressão entre os lábios durou pouco, pois o menor logo se afastou e assim o mais novo pôde analisar a face corada do namorado e o olhar dele desviando do seu.

- Isso me pegou totalmente de surpresa. - admitiu - Não esperava esse ataque. - riu fraco deixando um sorriso curto brincando nos lábios.

- F-foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça. - não era fácil admitir aquilo em voz alta, mas sabia que aquele ato seria eficaz.

- E por que isso passou pela sua cabeça? - puxou o queixo do mais velho para que tivesse o olhar dele no seu.

- Porque eu precisava fazer você se calar.

- Por quê? - não conseguiu conter o riso que chegou a sua garganta, nunca imaginaria uma cena dessas.

- Para você parar de falar, oras!

- Ah é? Mas qual o motivo de você querer que eu pare de falar? - tinha uma expressão de divertimento na face enquanto o outro já dava sinal de ter se arrependido da atitude repentina.

- Você... Você estava me deixando sem graça com tudo aquilo. E-eu não sou tudo isso que você disse!

- Então foi por isso?! - sorriu meneando a cabeça em negação - Você é exatamente o que eu disse! Muito babacas os caras que não souberam dar valor para você ou que te machucaram, mas eles já perderam a vez deles, e eu vou agarrar com todas as forças a chance de ter você para mim e quero que seja para sempre. Eu preciso de você comigo!

- Nam... - tinha os olhos arregalados, o mais novo lhe surpreendia a cada nova fala.

- Jin, eu não ligo se Hyunsoo foi seu primeiro amor porque isso não é importante. - seu olhar era sério - Pode guardar isso como uma promessa: eu vou estar com você até o final! Vou te dar motivos para confiar em mim e me dar mais amor do que deu a qualquer um porque afinal de contas, não é o último amor mais importante que o primeiro?

Diante de si Seokjin via um homem determinado e o nevoeiro que tinha pairando por seu mundo parecia se dissipar mais e mais a cada palavra que tinha dirigida a si.

--

Jungkook se mantinha confuso desde que recebera a confissão de Jimin. Assim como havia admitido ao amigo, nunca havia pensado nele com os mesmos sentimentos que ele sentia por si, e desde que descobrira os sentimentos do amigo tentava entender tudo o que havia acontecido entre eles e se o mais velho havia deixado alguma pista de seus sentimentos antes e que o mais alto não havia percebido. Fora muito repentina aquela confissão para o mais novo.

Tinha em Jimin o melhor amigo que não possuía fazia tempo. Alguém com quem conseguiu contar diante dos seus problemas, alguém que o ouviu quando precisava desabafar, que o consolou e o aconselhou, que se divertiu consigo, que lhe trazia

sentimentos bons ao estar por perto, porém sentimentos que acreditava estar em nível de amizade apenas.

Pensando sobre o assunto, Jungkook na verdade nem sabia diferenciar os “gostares”, pois nunca havia gostado de alguém de forma romântica, ou acreditava que não. O friozinho na barriga, as borboletas no estômago, as mãos suando frias ou a sensação de estar nas nuvens ao observar o sorriso de alguém em particular nunca haviam acontecido consigo. Se esses, de fato, eram sinais de paixão, então definitivamente nunca havia se apaixonado por alguém.

Deitado na cama enquanto observava o teto de gesso como se fosse a coisa mais interessante do mundo, o adolescente refletia mais uma vez sobre o que era gostar de alguém de forma romântica. Não era a primeira vez que meditava sobre isso, e esse pensamento havia se desencadeado em si, assim como das outras vezes, devido a uma confissão que recebera.

Não foi a primeira confissão que recebeu, se sua memória não falhava aquilo havia acontecido outras duas vezes antes, porém Jimin foi o primeiro garoto a demonstrar sentimentos por si. Um fato que tornava aquela situação um tanto diferente.

Lembrava bem quando a primeira garota o abordou, os dois estudavam na mesma sala, estavam no secundário, e certo dia quando o sinal para o intervalo tocou uma garota de longos cabelos lisos e negros chegou um tanto hesitante ao lado da carteira em que se encontrava. Ela o cumprimentou de forma quase inaudível, e estranhando o comportamento de sua colega Jungkook acabou perguntando se ela passava bem sendo respondido com um aceno positivo dela com a cabeça, e com as bochechas levemente coradas pediu para que Jungkook a encontrasse no final da aula atrás do prédio em que estudavam. Alguns meninos que estudavam com o adolescente observaram a cena e passaram o resto da aula o elogiando e o zombando por ele ter sido abordado por quem eles apontavam como a garota mais bonita da sala.

Depois de analisar a dona da cabeleira negra nas aulas que se passavam, Jungkook pôde constatar o que os garotos diziam, ela realmente era bela. Tinha traços delicados, um sorriso meigo e ficava bastante adorável quando tinha a face corada, porém não via nada demais no fato da garota possuir boa aparência.

Havia concordado em encontrar a colega de classe no final da aula, então, assim que o sinal que indicava o término do último período tocou, guardou seu material na mochila e se dirigiu para o local de encontro. De longe avistou a cabeleira negra, a garota mantinha a cabeça baixa com a franja cobrindo seu rosto, mas dirigiu o olhar para Jungkook assim que percebeu sua presença ali.

O adolescente se lembra de mais uma vez ter se deparado com as bochechas rosadas no rosto feminino e logo teve a primeira confissão de sua vida desferida a si. Jungkook não sentiu nada especial ao ouvir os sentimentos da garota, como já havia imaginado que aconteceria, e por isso soltou as palavras que já havia ensaiado em sua mente durante as últimas aulas.

Procurou pelas palavras mais suaves para rejeitar a garota se desculpando por não poder retribuir seus sentimentos, e com os olhos cheios de água acompanhados de um meio sorriso ela agradeceu por ele ter dado a chance dela se confessar, indo embora em seguida. Jungkook sentiu ter feito a coisa certa, pois fora sincero em cada uma de suas palavras, e por isso tudo acabou bem.

A abordagem da garota o levou a se questionar sobre quais teriam sido os motivos para ela gostar de si, quais características suas que eram consideradas atraentes e uma questão que o deixou ainda mais reflexivo: quais as características de alguém que chamariam a sua atenção a ponto de fazê-lo se apaixonar pela pessoa? Passou a

pensar nisso porque não viu nada demais no fato da garota considerada de melhor aparência da turma ter se confessado a si e, depois de alguns dias pensando a respeito, chegou à conclusão de que belezas físicas não o atraiam, e com isso acabou deixando o assunto romance de lado.

A segunda vez que alguém se confessou a si fora no começo do ensino médio. Seu celular estava desligado sem bateria e por isso não despertou, fazendo Jungkook ir atrasado para a aula naquele dia. Chegando apressado para o segundo tempo na escola Jungkook foi até seu armário para pegar um livro que precisaria usar, sendo surpreendido com uma carta de envelope rosa assim que destravou o cadeado e abriu a porta de metal.

Depois de encarar o pacote em sua mão por um tempo analisando sobre seu possível conteúdo acabou por abrir o envelope e retirar a carta de dentro. A escrita sobre as linhas eram de uma caligrafia bela, as palavras contidas ali mostravam ter sido escritas com cuidado e revelavam os sentimentos de uma garota que estudava na sala ao lado da sua.

Jungkook imaginou que a garota fosse tímida o suficiente para não conseguir confessar aquilo falando diretamente para ele, optando assim por tentar demonstrar os sentimentos que tinha através de palavras escritas. Achou bonito da parte dela de ter todo o cuidado na escolha desde o envelope ao papel utilizado para escrever a carta e as palavras que transmitiam paixão.

Tudo que sabia sobre a garota da confissão eram algumas conclusões que havia tirado ao ler o papel rosa com mais cuidado e as iniciais S.H assinadas no fim da folha junto a um número de armário. Provavelmente a intenção da garota era de que Jungkook lhe respondesse pelo mesmo meio de comunicação que ela havia utilizado, porém antes de fazer isso o adolescente preferiu procurar saber mais sobre a pessoa por trás da carta.

No fim da aula estacionou a uma distância razoável do armário indicado no papel para que pudesse descobrir quem era a garota, ficando um tanto quanto surpreso ao descobrir que era a estrangeira baixinha de cabelo na altura do ombro de quem já havia ouvido falar. Alguns garotos consideravam fofo o comportamento tímido da garota e teve um garoto que até mesmo havia se confessado para ela, mas que fora rejeitado. Se conseguia recordar bem S.H era de Sato Haruko, a japonesa havia de mudado para Seul devido ao emprego dos pais, se transferindo assim para a sua escola.

Não respondeu a garota de imediato quando descobriu de quem se tratava e achava engraçado quando a observava pelo corredor e ela virava o rosto rapidamente sempre que seus olhares se encontravam. Tirou uns dias para pensar a respeito daquela confissão, porém, mesmo observando Haruko durante aquele tempo e perguntando sobre ela para um garoto que conhecia da turma dela não conseguiu adquirir algum interesse que considerasse significativo naquela situação, por isso acabou por escrever uma carta e deixando no armário dela dizendo que sentia muito por rejeitá-la.

Com a confissão de Haruko ficou ainda mais surpreso do que quando aquilo havia acontecido o mesmo com a garota de sua turma, o fazendo se questionar sobre quais os motivos alguém teria para se apaixonar por si sendo que nem o conhecia, não convivia consigo. Era estranho o fato de ter atraído uma pessoa desconhecida, mas tentou se atentar ao fato de que paixão na verdade não possuía uma explicação lógica para acontecer.

Mesmo reconhecendo que teve certo interesse sobre a japonesa, considerou que não passou de curiosidade já que a garota estava em certo anonimato o levando a querer

descobrir de quem se tratava e que assim que satisfez seu lado curioso, não restou qualquer outro sentimento sobre ela. Talvez, além de boas aparências, garotas estrangeiras também não o atraíssem.

Mas e garotos?

A confissão de Jimin o levou a se questionar sobre tal fato. Apenas conseguia excluir de sua lista de possíveis atrações alguma característica que havia reparado sobre as garotas que se confessaram a si, mas nunca chegou a uma conclusão sobre o que poderia lhe atrair de verdade.

A busca pela resposta daquela pergunta fora interrompida pelo toque do celular ressoando pelo quarto. Jungkook tateou a mão pelo criado mudo ao lado da cama até encontrar o aparelho que fazia escândalo e ao ler o nome no identificador de chamadas se sentiu um tanto nervoso.

- Oi? – tentou falar com a voz mais normal possível.

- Oi Kook! Está ocupado?

- Na verdade não, estava quase dormindo devido ao tédio. – mentiu, mas não poderia admitir que estivesse pensando sobre sua confissão.

- Então você pode me salvar!

- Te salvar? O que você aprontou Jimin?

- Não aprontei nada, juro! Eu só queria poder passar a tarde aí na sua casa porque tem uma tia vindo visitar a minha mãe, e eu definitivamente não quero ter que aturar aquela velha me comparando aos filhos de outra sobrinha dela e muito menos aquele “e as namoradinhas?” irritante! – usou um tom mais fininho ao imitar a tia falando fazendo Jugnkook rir.

- Nesse tipo de situação, mesmo que eu tivesse algo para fazer, eu daria um jeito de te salvar porque ter que aguentar essas tias bisbilhoteiras é um saco!

- Obrigado Kook! Sabia que podia contar com você!

- É para isso que servem os amigos, certo?

- Amigos... É verdade! – o mais novo sentiu um ar de desapontamento naquela fala e se sentiu um pouco mal por Jimin, pois sabia que ele devia estar ansioso pela sua resposta e frisar sua amizade acabava por tirar alguma esperança que o menor estivesse mantendo.

-... Que horas você vem? – não queria criar um silêncio constrangedor entre eles.

- Eu só vou pegar um casaco e já subo aí, pode ser?

- Claro! Estarei te esperando.

- Obrigado de novo Kook! Até mais.

- Até!

Desligou a chamada, mas se manteve encarando a tela brilhosa até que o nome do amigo sumisse e suspirou. Sabia que tinha que dar uma resposta a Jimin, mas como faria isso se ainda não tinha uma resposta nem para si mesmo? Jungkook precisava de mais um tempo.

O adolescente balançou a cabeça em negativo na tentativa de afugentar qualquer pensamento acerca da confissão de Jimin de seus pensamentos. Não era momento

para aquilo agora que receberia a visita do amigo, precisaria agir normal, e se a todo momento ficasse pensando nos sentimentos do outro por si acabaria ficando nervoso, e tinha noção de que aquilo poderia estragar a amizade que tentavam manter.

Suspirando alto acabou por se levantar da cama e ir atrás da sua mãe pelo apartamento para avisar que Jimin viria. Encontrou a mulher na lavanderia recolhendo as roupas do varal.

- Mãe?

- Oi Kook! Precisa de algo filho? – disse colocando a última peça de roupa sobre o balcão e começando a separá-las para passar.

- Só vim avisar que Jimin virá em casa.

- Coisa boa! Faz um tempinho que não o vejo aqui, vocês tinham brigado?

- Não, não houve briga... Foi só que ele esteve ocupado com uns trabalhos do colégio, e por isso não teve tempo para aparecer aqui.

- Que bom que agora ele conseguiu um tempinho para você, ele vai te animar. – bagunçou os fios negros do filho – Você esteve quieto essa semana, por isso pensei na possibilidade de vocês terem brigado.

- Nah! Está tudo bem. – deu um meio sorriso a mulher que o sorriu de volta voltando a se concentrar nas roupas.

Não é como se pudesse contar para sua mãe que aquele leve afastamento durante aquela semana fora motivado pela confissão dos sentimentos de Jimin por si, então considerou que contar uma pequena mentira não faria mal.

A campainha tocou fazendo mais uma vez Jungkook calar sua mente daqueles pensamentos que a rondavam e seguir até a sala para atender quem já sabia que havia chegado.

- Olá! – o mais novo deu de encontro com o eye smile característico do melhor amigo assim que abriu a porta.

- Oi Jimin! Entra. – abriu passagem ao mais velho.

- Jimin querido! – a mulher adentrava a sala e vinha abraçar o visitante, sendo prontamente correspondida.

- Oi senhora Jeon!

- Fico feliz que tenha aparecido. Jungkook contou que esteve bastante ocupado com a escola essa semana.

- Estive? – mirou Jungkook sem entender a fala da mulher, mas vendo os olhos arregalados do maior entendeu em parte o que aquilo significava – Ah, estive sim! Não tive tempo para nada.

- Mas você está se esforçando pelo seu futuro, precisa ser um bom aluno e cumprir suas responsabilidades mesmo! Devia dar uns conselhos sobre isso para o seu amigo.

- Ain mãe! Menos né! – viu a mulher rir com a sua fala.

- Só estou brincando! Mas que ótimo que apareceu hoje Jimin, se não fosse pela sua visita Jungkook provavelmente passaria mais uma tarde trancado naquele quarto sozinho. Acho que estava sentindo sua falta, é você quem anima seus dias.

- Mãe! Chega! Jimin, vamos para o meu quarto. – saiu andando ouvindo a risada da mulher.

- É tão divertido te ver envergonhado na frente do seu amigo! – e o mais novo apenas parou para lhe lançar um olhar irritado antes de voltar a fazer seu caminho até o quarto – Vou fazer um bolo para levar para vocês depois! – foi a última coisa que Jungkook ouviu antes de fechar a porta do cômodo assim que o amigo ultrapassou a entrada também.

- Essa mulher tem estado muito animada nos últimos dias, animada o suficiente para se divertir fazendo graça de mim!

- Isso é ótimo Kook, mostra que ela está feliz depois de tudo...

- Isso é verdade! – sorriu enquanto coçava a nuca, realmente era muito bom ver sua mãe de tão bom humor.

- Bem, o que faremos?

- Pensei numas rodadas de videogame, topa?

- Preparado para ser massacrado pelas minhas habilidades com um joystick?

- Você que já está se acostumando a perder, certo?

Jungkook foi até a prateleira de seu quarto em que ficavam os jogos, pensava escolher um em que fosse bom para manter as vitórias sobre o amigo que já vinham das quadras de basquete. Estava aliviado que Jimin não tocou no assunto sobre a ocupação dele com a escola, não queria ter que tocar no assunto que levava aos sentimentos de Jimin, não queria o clima tenso entre eles.

--

Os dois amigos se divertiram por horas na companhia do videogame. Nos jogos de luta Jimin pôde se vangloriar após algumas vitórias consecutivas fazendo Jungkook pedir para mudarem de jogo, optando dessa vez por um de corrida em que os dois acabaram empatados no número de pódios.

- Meninos, uma pausa do jogo para a hora do lanche? – a mulher adentrava o quarto com uma bandeja na mão.

- Chegou em boa hora mãe, eu já estava sentindo fome.

- Coisa feia mentir Kook! Senhora Jeon, o Kook gostou da sua chegada porque pôde pausar o jogo e não ser ultrapassado por mim na corrida!

- Ultrapassar nada! Olha a distância que você está de mim, estou muito na frente! – dizia enquanto pegava um pedaço de bolo e o levava a boca.

- Que aura de competição aqui dentro! É ótimo estarem se divertindo. – a mulher sorria.

- Estamos sim!

- Mas aproveitem a pausa para relaxar e comam tudo, pilotos de estômago vazio não vão conseguir dirigir bem!

- Obrigado mãe! O bolo está uma delícia.

- Se quiserem mais é só buscar lá na cozinha e-... – a campainha ressoou pela casa – Mais visita! E tem mais suco também! – falou enquanto já saía o cômodo, provavelmente iria atender a porta.

- Kook, posso te fazer uma pergunta?

- Pode... – um frio passou por sua espinha com medo da pergunta que o outro tinha para fazer.

- Que história foi aquela sobre eu estar ocupado com a escola? – ainda estava confuso sobre essa situação.

- Bem... É que minha mãe queria saber por que você não estava mais vindo aqui, perguntou se nós havíamos brigado, mas... – engoliu em seco pensando na melhor forma de abordar o assunto que menos queria – Eu não poderia falar para ela que foi porque eu pedi um tempo para pensar sobre a sua confissão... Então pensei que não seria ruim eu falar isso de você ter trabalhos da escola para fazer.

- Ah, foi por isso... – a pergunta que agora surgia na sua mente era se Jungkook já havia pensado sobre sua confissão, mas ao mesmo tempo em que queria muito saber a resposta, também tinha medo da rejeição.

Um silêncio se instalou pelo quarto. O que Jungkook menos queria aconteceu, mas não é como se pudesse ter evitado, cedo ou tarde teriam que conversar sobre a confissão.

-... Desculpe...

- Pelo quê? – o medo se apossou do corpo menor, tinha certeza de que aquele era o começo de um fora. Mesmo que não tivesse perguntado diretamente a Jungkook qual era sua resposta, percebia que aquela pergunta estava no ar, era um assunto inacabado entre eles. Levou o olhar para o chão como se tivesse algo muito interessante para observar ali, não queria ver a expressão do mais novo enquanto desferia as palavras que menos queria ouvir.

- Eu imagino que você esteja nervoso e ansioso sobre minha resposta a respeito dos seus sentimentos, mas eu ainda não consegui chegar a lugar nenhum enquanto pensava nisso... Desculpe por demorar tanto e não quero que pense que estou te enrolando, é só que eu realmente não sei... – suspirou – Não sei o que se passa aqui dentro! Nunca gostei de alguém antes, nunca havia pensado na possibilidade de gostar de um garoto, nunca tive um amigo apaixonado por mim, então não sei exatamente como pensar nisso tudo... Eu sinto muito! – uma risada soou alta entre aquelas quatro paredes, deixando o mais novo mais nervoso – Qual o seu problema Jimin? Eu pôr em palavras para você toda a confusão em que tem estado minha cabeça é uma piada?

- Desculpe Kook, não estou rindo de você, mas da situação. – respirou fundo para controlar o riso que vinha na garganta novamente – É a segunda vez que você me faz ter a certeza de que levarei um super fora para depois não ser nada do que pensei!

- Ah...

- Me faz sentir um bobo por pensar merda e começar a sofrer por antecedência, mas por outro lado fico até mesmo aliviado por você ainda estar pensando. Acho que se tem alguém que precisa se desculpar aqui esse alguém sou eu! Sério, desculpa por te colocar numa situação dessas.

- Não está sendo fácil, mas eu prometo que ainda vou te dar uma resposta.

- E eu vou te esperar! Vou esperar você se resolver consigo mesmo e então vir até mim com uma resposta definitiva, porém não quero que você se afaste de mim, sua amizade é importante.

- Obrigado Jimin!

- E deixando esse assunto tenso de lado. Podemos terminar de lanchar? O bolo da sua mãe está maravilhoso! – riu.

- Leu meus pensamentos! – disse já pegando outro pedaço de bolo da bandeja.

Depois do assunto sério conseguiram voltar ao clima agradável e conversas de temas aleatórios, ainda tinham uma amizade a prezar.

Enquanto terminavam de comer Jimin recebeu uma ligação de sua mãe dizendo que a tia já havia ido embora e ele podia parar de alugar a casa dos outros como local de fuga de parentes chatos e voltar para casa. Depois de desligar a ligação o mais velho relatou a fala de sua mãe ao amigo e os dois gargalharam por um tempo.

- Obrigado por me deixar alugar sua casa Kook!

- Sempre que precisar de uma fuga de parentes irritantes é só falar!

- Não sei o que seria de mim hoje sem você!

- Você estaria lá explicando para a sua tia que não tem namoradinha nenhuma e que a pessoa de quem você gosta só está te enrolando. – riu fraco sendo acompanhado pelo outro.

- Eu falaria isso e depois seria consolado por ela. Além disso, ela não ia gostar de você por estar machucando um de seus sobrinhos queridos!

- Oh meu Deus! Eu não teria a simpatia da tia chata? Como aguentaria viver sem ela? – colocou a mão no peito e dramatizou.

- Idiota! – o menor ria – Eu preciso ir mesmo. Minha mãe nem queria que eu fugisse da visita, mas eu realmente não estava com o menor ânimo para forçar simpatia. – disse já indo em direção a porta sendo acompanhado pelo mais novo.

Jimin fez mais algumas piadas comentando possíveis situações que teria passado com sua tia e foram rindo alto até a porta de entrada do apartamento.

- Foi uma boa tarde! – o mais novo disse vendo o amigo parando na porta que já estava aberta e ficando de frente para si.

- Eu me diverti! – disse sorrindo e antes que Jungkook pudesse dizer algo teve os braços do menor o rodeando num abraço leve – Se sentir minha falta novamente é só falar que eu venho até você. – a voz saiu num sussurro.

- Convencido! – empurrou de leve o amigo o afastando de si – Eu não senti sua falta! – resmungou fazendo o outro rir.

- Só estou brincando. – mostrou a língua e deu as costas saindo finalmente do apartamento do amigo.

- É realmente um bobo! – riu.

- Bobo por você! – piscou e saiu andando – Até mais Kook. – falou sem olhar para trás enquanto pressionava o botão para chamar o elevador.

Jungkook estava estático na porta encarando as costas do amigo no fim do corredor, Jimin conseguia ser totalmente imprevisível quando queria e o deixava sem saber o que pensar ou como agir naquela situação.

Voltou a realidade quando viu as portas do elevador se abrirem, e antes que o amigo lhe visse ali parado o observando com cara de bobo fechou a porta rapidamente. Piscou algumas vezes antes de fazer o caminho para seu quarto, mas antes que desse qualquer passo se deu conta da presença naquela sala que o observava em silêncio.

Estava tão distraído a ponto de não perceber aquele homem ali?

- O que você está fazendo aqui? Cadê a minha mãe? – não gostou de rever aquela pessoa.

- Oi para você também filho! Ainda sou seu pai, não posso aparecer para uma visita de vez em quando?

- Minha mãe deixou você entrar?

- Não só me deixou entrar como está lá na cozinha fazendo café para nós. Corrigindo! Ela já está chegando com o café. – e os dois puderam observar a mulher chegando com duas canecas em mãos.

- O Jimin já foi embo-...

- Por que você deixou meu pai entrar mãe?

- Ele veio nos fazer uma visita Kook, queria saber como nós estávamos e disse que precisava conversar conosco. – colocou as canecas sobre a mesa de centro.

- Eu estou bem e pelo que você pode ver minha mãe também está! Minha mãe está muito bem, aliás! – disse para o homem sentado no sofá – E não temos nada para conversar com você, por isso peço que se retire.

- Jungkook, isso não é jeito de falar com seu pai!

- Não quero saber mãe, não quero conversar com ele.

- Calma Jungkook, eu tenho notícias boas para vocês. – se levantou e andou a passos lentos até os outros dois de braços abertos depositando as mãos nos ombros da ex-mulher e do filho – Eu vou voltar para casa!

- Quê? – o rosto da mulher empalideceu com as palavras que ouviu.

- Mas não vai mesmo! – tirou a mão que estava em seu ombro – A mulher pela qual nos trocou te deu um pé na bunda e por isso você se obrigou a voltar para cá?

- É verdade que as coisas com ela não deram certo, mas não é como se eu não sentisse a falta de vocês.

- Sentiu falta de nós? – soltou uma risada forçada – Você nunca se deu ao trabalho de me ligar por todo esse tempo em que se manteve longe, apenas mandava uma mensagem ou outra de vez em quando e, quando eu respondia, você não mandava mais nada.

- Eu andei ocupado com o trabalho...

- Não se dê ao trabalho de inventar desculpas! Nós não somos uma segunda opção na sua vida! Você já fez a sua escolha, quis aquela mulher ao invés de sua família, não pode voltar atr-... – um estalo ressoou pela sala, um tapa fora desferido contra a face de Jungkook.

- Com quem você pensa que está falando dessa maneira ousada assim? Eu não sou o teu namoradinho, Jeon Jungkook! Sou seu pai, e pelo jeito você está precisando de uma presença masculina nessa casa para te ensinar o que é ser homem!

- Eu não volto para esse apartamento enquanto esse cara estiver aqui dentro! – o garoto soltou para a mãe antes de sair correndo batendo a porta do que deveria ser um lar.

- Viu o que você fez? Seu idiota! Quem você pensa que vai ensinar a ser homem se nem você é um? Alguém que abandona a mulher e o filho por causa de amante não é um homem!

- Calma! Achei que você tivesse gostado da ideia da minha volta já que não estava falando nada.

- Gostar do quê? Nós estamos vivendo muito bem sem você! Estamos felizes sem você como não éramos havia muito tempo! Kook tem razão, você não é bem vindo a nossa casa!

- Fui eu quem comprou esse apartamento!

- Mas ele passou a ser meu no momento em que assinamos os papeis do divórcio! Foi a minha parte dos bens que adquirimos enquanto estávamos casados! Então como esse imóvel é meu sou eu que decido quem pode ou não ficar aqui, e você é uma pessoa que eu não quero aqui dentro, saia já! – caminhou até a porta abrindo a passagem para o homem sair, porém ele parou antes de atravessar a mesma.

- Você nem me deixou falar direito! Eu falei que precisamos conversar.

- Nós deixamos de ter o que conversar no momento em que você desrespeitou o meu filho, e isso eu não tolero de maneira alguma!

- Ele que me desrespeitou primeiro, você ouviu as coisas que ele me disse!

- Ouvi!

- Então! Você precisa de alguém para ajudar na criação do Jungkook, ele está numa fase difícil, precisa de alguém com pulso firme, que o oriente. Você não viu o que eu vi, ele estava abraçando outro garoto na porta do apartamento, ele flertou com outro garoto na minha frente! E depois ainda quis levantar a voz para mim? Aquele garoto precisa de alguém controlando suas ações!

- Jimin é um ótimo garoto, o melhor amigo de Jungkook. Se nosso filho passar a nutrir sentimentos por ele eu vou apoiá-lo, ele não vai deixar de ser homem só por gostar de alguém do mesmo sexo como você quis insinuar! E outra coisa, tudo o que Kook falou é verdade, nós não somos um plano B, você já fez sua escolha... Então! – apontou a saída – Por favor, antes que eu seja obrigada a chamar alguém para te tirar daqui.

- Você vai acabar se arrependendo disso. Você precisa de mim, você e Jungkook!

- Eu sou uma adulta, sei me virar muito bem sozinha, e meu filho eu mesma protejo!

- Não esqueça que foram vocês que quiseram isso. – disse saindo finalmente do apartamento.

- Não esqueça que foi você quem fez essa escolha!

--

O adolescente não sabia aonde iria, saiu do apartamento às pressas por não tolerar mais aquele homem presente no mesmo ambiente que si. Estava agoniado pela falta

de falas da mãe, tinha medo de que ela aceitasse seu pai de volta e com ele viesse todo o inferno que eram as discussões dentro do apartamento em que residiam.

Primeiro foi até o apartamento de Namjoon, porém o amigo não estava. Assim pegou o elevador rumo ao andar de quem tinha certeza que estaria disponível para ajudá-lo, parando em frente a madeira que possuía um número conhecido e tocando a campainha.

- Já vai! – ouviu a voz do amigo do outro lado, não demorando muito para que a porta diante de si fosse aberta – Jungkook?! Sentiu minha falta em tão pouco tempo? – ia rir, mas assim que viu a expressão nada alegre na face do maior tomou uma postura mais séria.

- Jimin... – abraçou o mais velho enquanto as lágrimas já lavavam seu rosto – Aquele homem voltou! Ele não deveria ter voltado!

- Calma Kook, o que houve? – retribuía o abraço na tentativa de consolar o maior.

- O meu pai! Jimin, o meu pai disse que vai voltar para nossa casa!

- Mas sua mãe aceitou?

- Eu não sei! Eu saí correndo de lá antes que eles terminassem a conversa!

- Então se acalme! – afastava um pouco o mais novo de si para poder olhar em seus olhos – Ele não vai voltar Jungkook! Lembra o quanto sua mãe estava animada quando eu cheguei no seu apartamento hoje? Você mesmo confirmou que ela está feliz! Você acha mesmo que ela aceitaria seu pai de volta quando na verdade ela está tão bem sem ele? Você acha que ela o aceitaria sabendo o quanto essa ideia te amedronta a ponto de te fazer fugir da própria casa apenas por pensar na possibilidade de isso acontecer? – observou Jungkook balançando a cabeça em negação – É claro que não! Então relaxe, não deixe que esse medo tome conta de você desse jeito. Vamos lavar esse rosto?

- Vamos... – o amigo o puxou pela mão até o banheiro.

O adolescente lavou o próprio rosto observando a bochecha avermelhada pelo espelho. O ódio que já sentia por aquele homem apenas aumentou com aquela visita inesperada e indesejada.

Jimin levou o amigo até seu quarto e depois foi na cozinha buscar um copo de água com açúcar na intenção de fazê-lo se acalmar.

- Aqui Kook, beba isso. – alcançou ao mais novo.

- Obrigado. – bebeu alguns goles do copo - Onde está sua mãe?

- Ela precisou ir ao mercado. Ela queria que eu voltasse aqui porque eu não tinha levado uma chave comigo e não queria me deixar trancado para fora do apartamento.

- Entendi... – bebeu o resto do líquido e alcançou o copo de volta para o dono do apartamento – Obrigado mesmo Jimin, eu não sei para onde iria se você não estivesse aqui. Obrigado por me acalmar, você me fez pensar melhor na situação...

- Jungkook, vem cá! – o amigou se aproximou de si como pediu e assim pôde abraçá-lo novamente, dessa vez o apertando entre seus braços – Eu gosto de você, o mínimo que eu posso fazer é te consolar e me fazer presente quando você precisa de alguém. Sempre que você me permitir, eu vou proteger você.

O calor que já havia sentido antes ao estar dentro do abraço daquela mesma pessoa voltou a tomar conta de si. Jimin possuía o dom de acalmar seus choros, o fazia se

sentir bem novamente, e gostava da sensação que tomava seu interior naquele momento. Um estalo veio a sua mente.

Aquilo poderia ser um sinal de paixão?

Não tinha certeza, mas se estivesse apaixonado de verdade, ficaria contente por sentir aquilo por Jimin.


Notas Finais


Acho que tinha bastante gente esperando pelo Jikook, até eu estava ansiosa por eles, então os trouxe de volta :3
E esse Nam falando de toda a importância do Jin na vida dele? <33 Se ele não fosse do Jin eu roubava pra mim! haha

Eu estou postando isso no computador do meu trabalho, tendo um infarto diferente cada vez que alguém vem falar comigo com medo de que vejam que tô aqui no Spirit, mas por vocês vale a pena o risco <3
Vou ficando por aqui amores, e me esforçarei para não demorar taaanto novamente, prometo!
Beijinho!


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