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História A herdeira do inferno - Aproximação repentina


Escrita por: RenaTriz

Notas do Autor


O que sentir?

Capítulo 10 - Aproximação repentina


Fanfic / Fanfiction A herdeira do inferno - Aproximação repentina

O resto das semanas passaram rápido. Tive aulas de arco e flecha com Jonas, que não tinha muita paciência para me ensinar, mas me aperfeiçoei em mira. Minhas aulas de esgrima foram com Derek, a espada era uma arma que eu não tinha nenhuma habilidade. Defesa pessoal era com Katrina, ela aproveitou que eu não sabia me defender para me bater à vontade, foi dolorosamente desagradável mas no final, eu aprendi. E aulas de mira e reflexo com Lorenzo. Colecionava algumas cicatrizes, umas mais feias que outras, mas já estava dominando a grande parte das técnicas. Cada treino que eu tinha era algo novo para se aprender.

Minha mãe ajudava Dimitri com algumas tarefas de casa para espairecer e passava a maior parte do tempo vendo filmes antigos no quarto. A vida de dona de casa não se encaixava com ela pois ela sempre trabalhou fora, então vivia resmungando pelos cantos.

Katherine mal aparecia pela casa, eu não sabia exatamente o que ela fazia e nem onde ela estava. Eu só a encontrava no horário das refeições e as vezes na biblioteca, mesmo assim, não conversávamos muito.

Eu passava muito tempo com Derek, ele era o único que me dava atenção e me ensinava mais do que qualquer outro cavaleiro. Nós nos tornamos amigos afinal.

Aos poucos eu me adaptava ao treino pesado que tinha com eles. Não ligava mais para a dor e para o cansaço. Estava me tornando resistente. A vida de herdeira poderia ser mais fácil.

Eu continuava tendo pesadelos com Victor. Sonhava que ele me perseguia e me matava de diversas formas diferentes mas o lugar permanecia o mesmo. A floresta. Acordava sempre exausta e angustiada. O pavor era comum no sonho mas com o tempo eu comecei a acordar mais tranquila.

Hoje era dia de treinar golpes de ataque com Lorenzo. Eu estava ansiosa para acertar alguns socos nele.

- Está pronta? – Lorenzo tinha prendido o cabelo em um rabo de cavalo.

- Estou. – Respondi.

- Vamos começar com os socos, ok? Me mostra o que você sabe.

- Tudo bem. – Eu levantei meus punhos e usei minha mão esquerda para ataca-lo.

Lorenzo segurou a minha mão com facilidade. Eu usei a mão livre para tentar atingi-lo mas ele agiu rápido e segurou a mesma. Depois ele pôs minhas mãos atrás de mim e eu estava presa de costas para ele.

- Você é lenta. – Ele disse baixo ao pé do meu ouvido e então me soltou.

Ele veio para frente de mim novamente e eu tentei socar seu rosto mas com mais velocidade. Ele desviou dos socos e chutou o meu pé, eu desequilibrei e cai no chão. Puto.

- Levanta. – Ele estendeu a mão para mim mas eu me levantei sem a sua ajuda. – Você precisa de mais postura. – Ele se aproximou de mim. – Não abra muito as pernas e dobre um pouco os joelhos. Mão direita na frente e o pé direito um pouco para trás. – Eu fiz o que ele disse. – Levante um pouco os punhos. Deixa eu ver. – Ele segurou a minha mão e depois ajeitou meus dedos para que o meu punho ficasse mais trancado. – Seus dedos não podem ficar soltos. Soque o ar.

Então eu soquei o ar. Lorenzo veio para trás de mim e segurou na minha cintura. Eu fiquei sem jeito mas permaneci na posição. Esses cavaleiros eram muito abusados.

- Quando você socar alguém, sempre gire o quadril e o tronco em direção ao seu oponente. – Ele mexeu no meu quadril. – Sabe dançar?

- Que? – Achei a pergunta confusa.

- Lutar é como dançar. Seu quadril tem que mexer sempre com o ritmo dos socos. – Ele me soltou e simulou como é o correto. – Quadris e tronco. – Ele socou o ar.

- Entendi. – Repeti os movimentos e ele sorriu.

- Bom. – Ele veio até mim novamente. – Foco no alvo. - Ele estendeu as mãos no alto. – Soque aqui. – Eu soquei a mão esquerda dele e depois a direita. – Bom. – Continuei socando. – Expire sempre, mantenha o ritmo da respiração. – Eu o socava cada vez mais forte. – Não esqueça de voltar a postura inicial, não se perca na luta. – Lorenzo era um bom professor.

O soquei por alguns minutos até ele resolver revidar. Sua mão veio aberta em direção ao meu rosto mas como havia aprendido defesa pessoal com a katrina, da pior forma possível, abaixei rapidamente e levantei acertando-lhe um soco no queixo. Ele pareceu não sentir mas seu sorriso demonstrou que eu havia feito algo certo. Arrasei. Mas Lorenzo não parou por ai, ele segurou nos meus ombros e me bandou. Cai no chão e ele veio por cima de mim. Me acertava tapas no rosto que fazia-o arder.

- Levanta a guarda! – Ele gritou mas sem parar de me tapear.

Eu levantei os braços escondendo o meu rosto e dei uma joelhada nas costas dele como Katrina havia me ensinado. Ele não demonstrou dor, então continuei dando joelhadas e depois revidei com socos que ele havia acabado de me ensinar. Ele se afastou um pouco me dando espaço para arrastar o meu corpo para cima e chutar o rosto dele. Ele caiu para trás e começou a rir.

- Qual a graça? – Eu levantei passando a mão sobre a bochecha que ardia de seus tapas.

- Você. – Ele se levantou. – Vamos voltar aos socos.

Depois de treinar alguns socos ele disse que eu estava pegando o jeito. O treino estava me cansando mas queria estar pronta para lutar se fosse necessário.

- Agora vamos aos chutes. – Ele disse.

O resto do dia foi doloroso, Lorenzo não teve pena de mim em nenhum momento, apenas me batia com a mão aberta, acho que ele tinha receio. Minha boca sangrava, havia sido machucada por ele em um de seus golpes.

- Vem aqui. – Ele tirou a blusa e pegou um pouco de gelo que tinha em um pequeno freezer que tinha no galpão e o cobriu com a blusa. – Deixa eu passar isso. – Eu olhei seu corpo suado e desviei o olhar.

Lorenzo colocou o gelo sobre o meu lábio inferior e eu fiquei segurando.

- Você aprende muito rápido, acho que está no seu sangue. – Lorenzo disse e estalou o pescoço.

- Eu tenho meus motivos para aprender rápido. – Respondi sem tirar o gelo.

- Está pronta para mais alguns golpes? – Ele perguntou.

- Estou. – Respondi jogando a camisa com gelo no chão.

Lorenzo veio pra cima de mim chutando meus pés, eu saltei para o lado e não fui atingida. Mirei um soco no rosto dele mas ele desviou. Ele tentou chutar o meu rosto mas eu abaixei esquivando e levantei dando uma joelhada em sua costela. Tentei dar outra joelhada mas ele segurou a minha coxa me proibindo de abaixar a perna. Eu fui socar seu estomago mas ele segurou minha mão e me prendeu contra o peitoral dele. Estávamos grudados.

- E agora? – Nossos rostos estavam a um palmo de distância. – Vai fazer o que? – Ele perguntou.

Estava presa contra ele e seu corpo estava colado ao meu. Engoli o seco e mordi o lábio inferior. Ele olhou a minha boca e depois desviou o olhar para os meus olhos. Ele apertou um pouco mais a minha coxa e me puxou para si e eu suspirei. Que merda de aproximação. Ele é tão...quente. Meus lábios seguiram lentamente em direção aos deles. Lorenzo apenas ficou parado me olhando. Fechei os olhos para beija-lo. Eu não sabia ao certo o que estava fazendo, só sabia que tinha que fazer.

- O que está acontecendo aqui? – Katrina entrou no galpão.

Lorenzo me soltou e eu recuei nervosa. Droga, o que eu estava pensando?

- Nada. – Lorenzo respondeu calmo, pegou sua blusa do chão e saiu do galpão.

Katrina segurou meus ombros com força e me encarou.

- Não pense que eu não sei o que você quer com o Lorenzo. Sinto cheiro de virgem de longe. – Ela disse e me soltou. – Mas não esquece que ele já tem dona. – Ela anunciou e eu sai do galpão me sentindo ameaçada.

Mas o que aconteceu? Eu nem gostava do Lorenzo, por que estava pronta para beija-lo? Logo ele que vive me desprezando, me tratando mal... Mas que droga. Ele deve estar me achando uma idiota por tentar beija-lo! Era obvio que ele não queria. Ainda sofri ameaças indiretas de Katrina. Que ótimo. Eles nem namoravam nem nada mas ela se achava a dona dele e depois de hoje ela iria me odiar ainda mais. Meio infantil para uma guerreira entretanto eu não queria ser o alvo da raiva dela. E o que eu iria fazer com Lorenzo? Merda, merda, merda...Será que eu estou gostando dele? Não posso!



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