História A Herdeira do País das Maravilhas - Última Visita

As obrigações impediam-na visita-lo há uma semana e a saudade apertava o peito sempre que pensava nele sozinho em uma caverna escura. Será que estaria comendo bem? E dormindo direito? Será que pensava nela antes de dormir como ela pensava nele?
Era o dia de descanso antes de iniciarmos a primeira missão e Alice uma oportunidade para a viagem. Arrumou uma cesta com comida, algumas garrafas de água fresca para durar dias além de cobertores e roupas,  saiu a cavalo querendo encontra-lo. Esperava que não fosse uma despedida.

Não dava pra dizer que não parecia o covil de Jaguadarte. As árvores em volta estavam destruídas, tanto por impactos quanto por corrosão causavam deformidades no terreno. Na própria caverna haviam algumas marcas de garras impossivelmente grandes.
-Mandaram mais um tentar me matar? Vá embora 
Ela ouviu a voz de Átila no fim da caverna.

-Sou eu... -respondeu apreensiva. 
Em seguida, ouviu o eco dos passos vindo em sua direção.
-Ah, Pequena -Disse mais manso -Não tinha percebido que era você
Saiu das sombras diante dela. Apesar de ver o cansaço em sua postura, as olheiras que habitavam seu rosto e as escamas que começavam a tomar seu peito, ela sorriu e foi abraça-lo.
-Que bom que você está bem
Depois de tantos dias ruins, vê-la realmente parecia fazer as coisas melhorarem. 
-Já passei por coisa pior -respondeu ele, sorrindo

Enquanto entravam, ela listava o que tinha levado para ele. Observava o estado da caverna agora com espadas jogadas por aí e pedaços de armaduras solitários, além de manchas de sangue seco.
-Obrigado, vai ser bom comer algo decente -comentou -Mas creio que as roupas não vão servir.
-passei alguns dias pensando nisso e acho que tenho a solução -sorriu ela

Arrumaram a caverna com as novas provisões e empacotaram o que seria levado de volta ao palácio.
-Parece que a queridíssima Rainha Vermelha descobriu minha localização e tem mandado mercenários aqui para acabar comigo -disse ele jogando para ela um saco de moedas -Alguns deles já tinha recebido metade do pagamento e, bom... ficou por aqui.
Ela se distraiu ao troca as cobertas da cama. Saber disso fazia aumentar sua preocupação.
-Eu prometo que isso vai acabar logo -Disse baixinho. Era culpa dela que ele estivesse nessa situação.
Percebendo, ele se aproximou e abraçou-a.
-Estou curioso com a solução que encontrou para para as roupas.
-Já vou mostrar -ela tinha um sorriso triste -mas é bem simples.

Assim, ela passou a noite na cama desconfortável. Esperando o sono chegar, acariciava o rosto de Átila, acompanhando o caminho das escamas. Com certeza a área agora era maior agora. E se continuasse a crescer por toda a pele? E se ele se tornasse um dragão de fato? Seria culpa dela... os lábios apertados um contra o outro enquanto mantinha o carinho. 

-Vamos fazer nosso primeiro ataque amanhã... -Disse ela, preocupada
-Eu vou estar assistindo daqui -Sorriu ele