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História A Herdeira dos Black II - Almofadinhas - part.I


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 55 - Almofadinhas - part.I


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Almofadinhas - part.I

— Você tem certeza? — perguntou Hermione pela quinta vez naquela manhã de sábado. 

Olhei para ela com um olhar do tipo: sério mesmo? Percebendo o significado, ela rolou os olhos, fiz o mesmo em seguida antes de voltar a me concentrar na montanha de geléia feita na minha torrada. 

— Vai dar tudo certo — conforto Mione.

Dessa vez iria sair junto com os três, então quando terminamos o café, fingi estar magoada com eles irem mais uma vez para Hogsmeade e eu ficar aqui sozinha. Então subir as escadas sem esperar eles irem embora, felizmente, a fila até o Filch estava longa então foi o tempo suficiente para me cobrir com a capa de invisibilidade — no corredor vazio — que Harry me emprestou hoje de manhã e se encontrar com eles no saguão. 

O dia amanheceu com um sol muito agradável, fraco, mas gostosinho para recompensar os últimos dias frios. Inclusive quando chegamos em Hogsmeade já precisei tirar minha blusa e amarrei na cintura, só levantei um pouco a manga da blusa de baixo já que era de manga comprida. 

Enquanto não dava a hora de se encontrar com meu pai fomos até a Trapobelo Moda Mágica comprar um presente para Dobby, onde mesmo estando por baixo da capa me divertir muito escolhendo as meias mais espalhafatosas que conseguimos encontrar, inclusive um par com estrelas douradas e prateadas que piscavam, e outro que berrava quando ficava fedorento demais. Passei o meu ouro para Hermione pagar o que pedi para eles pegarem. Como disse, ia recompensar muito o Dobby por tudo que ele fez por mim, inclusive comprei toucas para recompensar a que ele perdeu por culpa do Bicuço.

À uma hora e meia subimos a rua Principal, passamos a Dervixes & Bangues e fomos em direção aos arredores do povoado. Todo aquele caminho era desconhecido. Nunca tinha ido para esses lados antes. A estradinha serpeante nos levou para os campos sem cultivos em torno de Hogsmeade. As casas ficavam mais espaçadas ali e os jardins maiores; caminhamos em direção ao morro a cuja sombra se situava Hogsmeade. Então fizemos uma curva e viramos a escada no fim da estradinha. Sorri ao ver quem estava no degrau mais alto. Era meu pai em sua forma animaga que segurava jornais na boca.

Descobri-me com a capa e disse ao cachorro:

— Oi pai.

Ri ao ver que ele percebeu o que Harry trazia na mochila. Farejou, ansioso, a mochila, abanou uma vez o rabo, depois deu as costas e começou a se afastar atravessando o mato ralo que subia ao encontro do sopé rochoso do morro. Subimos os degraus e seguimos o cachorro — vulgo papai. 

Meu pai nos levou exatamente para o sopé do morro, onde o terreno era coberto de pedras e pedregulhos. Era fácil para ele com suas quatro patas, mas pra gente era um horror inclusive logo ficamos sem fôlego e eu com mais calor. Continuamos a acompanhar meu pai, que começou a subir o morro propriamente dito. Durante quase meia hora escalamos uma trilha íngreme, serpeante e pedregosa, atrás de meu pai que abanava o rabo, subi mais a manga da minha blusa e cheguei até subir um pouco a minha blusa deixando um pouco minha barriga amostra para receber um pouco de vento. Amarrei meu cabelo em um coque bagunçado. 

Então, finalmente, meu pai desapareceu de vista, e quando chegamos ao lugar em que ele desapareceu, vimos uma fenda estreita na rocha. Precisei me espremer para passar e assim dei de cara com uma caverna fresca e fracamente iluminada. Preso a um canto, uma ponta da corda passada em volta de um pedregulho, estava Bicuço, o hipogrifo que salvamos ano passado. Ele continuava o mesmo. Fizemos a profunda reverência para ele que, depois de nos fitar, imperiosamente, por um momento, dobrou o joelho escamoso e antes de levantar melhor a cabeça senti alguém mexendo no meu cabelo, quando levantei o olhar de cara com o Bicuço me “beijando”.

— A-acho que já entendi o recado, Bicuço — comentei tentando arrumar meu cabelo novamente. — É muito bom te ver de novo.

Quem disse que ele me deixou em paz?

Ele deixou? Claro que não.

Até comecei a rir com aquilo, parecia até que ele sabia quem eu era… ou não.

Desisti de prender o cabelo e fiquei focada em fazer o mesmo, logo tive Hermione como acompanhante.

— Ele gosta de você — ela comentou risonha.

— Engraçadinha…

— Galinha! — olhei meu pai indignada na mesma hora, mas ai me toquei que ele dizia da comida. Pelo menos é o que eu acho, espero que a galinha que ele chamou não seja eu e nem a Mione. 

Meu pai havia voltado a forma de meu pai.

— Não me lembro de ter pedido comida… 

— Nem pediu, eu mesma afanei um pouco de comida do almoço — disse com naturalidade, depois que consegui me separar do Bicuço. — Fiquei em dúvida se o Dobby veio te trazer algo, então decidi trazer de qualquer jeito… tem também pão e suco de abóbora.

Ele me olhou orgulhoso e sorriu da mesma forma.

— Vou ser sempre grato pelo que está fazendo, filha — diz ele depois que nos separamos. — E não, aquele elfo engraçado não apareceu aqui hoje.

— Dobby? Como assim o Dobby está vindo para cá?! — perguntou Harry, assim que entregou o embrulho de coxas de galinha e pão.

Agora que me lembrei que Harry não sabia de nada sobre o encontro que tive com meu pai na última visita para Hogsmeade.

— Se for querer brigar com alguém pode brigar com seu padrinho — adiantei olhando meu amigo. — Ele me obrigou a não te dizer nada.

— Não dizer o que…? 

— Acontece que essa não é a primeira vez que a Susana me vê — explicou meu pai, enquanto abria o embrulho para bisbilhotar. — Não fique chateado, Harry. Eu que pedi para ela não dizer nada.

Meu pai sentou-se no chão da caverna, agarrou uma coxa e depois cortou um bom pedaço com os dentes. 

— A verdadeira história era para você nem me ver, mas não tive culpa que logo presenciei um Banana botando a mão na minha filha.

Sem palavras.

Sabia muito bem que era o Banana e também sei que meu pai não deve saber da novidade entre mim e o Banana… quero dizer o Cedrico.

Ouvi risos baixos vindo de Harry e Rony que entenderam para quem foi direcionado o apelido. Rolei os olhos. E meu pai continuava a dizer, agora roendo o osso, parece que nem na hora de comer ele deixa seus dons caninos de lado.

— Para o bem daquele Banana é melhor ele ter se atrevido a botar aquela mão dele onde não deve. Se não… Juro que volto para Azkaban com um verdadeiro crime cometido de minha parte.

Arregalei os olhos ao me lembrar que Cedrico tentou sim ultrapassar esse limite que meu pai comentou. 

— Terminei! — exclamei. Meu pai me olhou com o cenho franzido sem entender o que tinha dito. — Quero dizer, Cedrico terminou comigo, então para sua tranquilidade Cedrico e eu terminamos.

— Jura?! — ele exclamou rouco, e sorrindo. — Que maravilha! Então o Banana tem bom senso.

Não se aguentando, Harry e Rony começaram a rir. Rolei os olhos quando até mesmo meu pai acompanhou os dois. Hermione e eu tínhamos apenas o Bicuço do nosso lado, mas também esse terceiro estava mais focado em mastigar os ossos de galinha deixados por meu pai. Então não sei se dá para levar em consideração.

— Será que podemos mudar de assunto? — sugeri um tanto sarcástica.

— Homens… — murmurou Hermione revirando os olhos.

Preciso lembrar de lotar minha amiga de beijos. 

— Sirius — chamou Harry depois que eles pararam com o acesso de risos —, o que você está realmente fazendo aqui?

— Cumprindo minhas obrigações de pai e padrinho — disse meu pai, mordendo outro osso de galinha. — Não se preocupe comigo, estou fingindo ser um adorável cão vadio.

Ele sorriu de forma para tranquilizar Harry. Mas não funcionou, pois a face do afilhado dele estava bem séria.

— Quero estar em cima do lance. A sua última carta… bem, digamos que as coisas estão começando a cheirar pior. E tenho roubado jornais todas as vezes que alguém joga um fora e, pelo que parece, eu não sou o único que está ficando preocupado.

Ele indicou com a cabeça os exemplares amarelados do Profeta Diário no chão da caverna, e Rony apanhou uns e abriu-os.

Decidi acompanhar o ruivo na leitura enquanto o Harry continuava com o questionário.

— E se eles pegarem você? E se virem você?

— Vocês quatro e Dumbledore são os únicos por aqui que sabem que eu sou um animago.

  Meu queixo caiu quando li a manchete de um dos exemplares: Doença misteriosa de Bartolomeu Crouch, e o segundo, Bruxa do Ministério continua desaparecida — o Ministério da Magia agora está pessoalmente envolvido.

Corri os olhos pelo artigo sobre Crouch. Frases soltas destacaram-se sob meus olhos: não é visto em público desde novembro… casa parece deserta… O Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos não quer comentar… Ministério se recusa a confirmar os boatos sobre doença grave… 

— O cara está morrendo ou o que vi de noite é a alma dele?

Harry logo me olhou curioso e entreguei os exemplares.

— Estão fazendo parecer que ele está morto — disse Harry lentamente depois que deu uma olhada na matéria. — Mas como a Susana disse ele não tem problema em vir até aqui…

— Meu irmão é assistente pessoal de Crouch — informou Rony ao meu pai. — Ele diz que o cara está sofrendo de estresse.

— Veja bem, ele realmente aprecia doente na última vez que eu o vi de perto — disse Harry devagar, ainda lendo o artigo. — Na noite que o meu nome foi escolhido pelo Cálice…

— Está recebendo o que merecia por despedir Winky, não? — comentou Hermione friamente. — Aposto como gostaria de não ter feito isso, aposto como sente a diferença agora que ela não está mais lá para cuidar dele.

— Mione está obcecada por elfos domésticos — murmurou Rony para meu pai, lançando à minha amiga um olhar aborrecido.

Meu pai, no entanto, pareceu interessado.

— Crouch despediu o elfo doméstico dele?

— Despediu na Copa Mundial de Quadribol — disse, e comecei a contar a história do aparecimento da Marca das Trevas, de Winky ter sido encontrada com a varinha de Harry na mão, da fúria do Sr. Crouch e acabei deixando claro as injustiças que foram postas a ela. 

Quando terminei, meu pai se levantou novamente e começou a andar para cima e para baixo na caverna. Por um momento me vi fazendo o mesmo quando meu raciocínio estava a mil na minha cabeça.

— Deixe-me entender isso direito — disse ele depois de algum tempo, brandindo mais uma coxa de galinha (acredito que era a quarta ou terceira coxa). — Primeiro vocês viram o elfo no camarote de honra. Estava guardando um lugar para Crouch, certo?

— Certo — dissemos em uníssonos.

— Mas Crouch não apareceu para assistir ao jogo?

— Não — confirmou Harry. — Acho que ele disse que esteve ocupado demais.

Meu pai deu outra volta na caverna em silêncio. Então disse:

— Harry, você procurou sua varinha nos bolsos depois que deixou o camarote de honra?

— Hum… — Harry se concentrou. — Não — respondeu finalmente. — Não precisei usá-la até chegarmos à floresta. Então meti a mão no bolso e só encontrei o meu onióculo. 

Olhei meu pai curiosa e disse:

— Pai, você está dizendo que quem conjurou a Marca furtou a varinha do Harry no camarote de honra?

— É possível — disse ele.

— Winky não furtou a varinha! — protestou Hermione com voz aguda.

— O elfo não era o único ocupante do camarote — disse meu pai, enrugando a testa e continuando a andar. — Quem mais estava sentado atrás de você, Harry?

— Um monte de gente — respondeu Harry. — Uns ministros búlgaros… Cornélio Fudge… os Malfoy…

— Os Malfoy! — exclamou Rony subitamente, tão alto que sua voz ecoou pelas paredes da caverna, o que fez Bicuço agitar a cabeça nervosamente.

— Só se você tiver falando de Lucius Malfoy, Rony! Porque eu fiquei ao lado do Drac… da Madame. 

— Então, é exatamente do Lucius Malfoy que me referi.

— Mais alguém? — perguntou meu pai.

— Não.

— Ah, sim, tinha o Ludo Bagman — lembrou Hermione a Harry.

— Ah, foi… 

— Não sei nada sobre o Bagman, exceto que costumava bater para os Wimbourne Wasps — disse meu pai, ainda andando. — Que tal é ele?

— Abusado… — digo irritada, meu pai me olhou e entendi que ele escutou, mas iria explicar depois para ele. Contudo Harry não ouviu então foi falando sobre os seus problemas com o Bagman.

— Fica o tempo todo se oferecendo para me ajudar no Torneio Tribruxo — contou Harry.

— Fica é? — perguntou meu pai aprofundando as rugas na testa. — Porque será que ele faria isso?

— Disse que se afeiçoou a mim.

— Hum — murmurou meu pai pensativo.

— Nós o vimos na floresta pouco antes da Marca das Trevas aparecer — contou Hermione. — Vocês se lembram? — perguntou ela a Harry, Rony e eu.

— Lembramos, mas ele não ficou na floresta, não foi? — disse Rony. — Assim que falamos do tumulto, ele saiu para o acampamento.

— Como é que você sabe? — disparou Hermione. — Como é que você sabe para onde foi que ele desaparatou?

— Pode parar — disse Rony incrédulo —, você está dizendo que acha que Ludo Bagman conjurou a Marca das Trevas?

— É mais provável que ele tenha feito isso do que Winky — digo.

— Isso, Su, isso… Exatamente o que a Susana disse — falou Hermione teimosamente. — Winky é inocente.

— Eu lhe disse — falou Rony dando um olhar significativo para o meu pai —, eu lhe disse que ela está obcecada por elfos…

Mas meu pai ergueu a mão para calar Rony. 

— Depois que a Marca das Trevas foi conjurada e o elfo descoberto segurando a varinha de Harry, que foi que o Crouch fez?

— Foi procurar no meio das moitas — disse Harry —, mas não havia mais ninguém lá.

— Claro — murmurou meu pai andando para cima e para baixo —, claro, ele teria querido pôr a culpa em qualquer um menos no próprio elfo… e então o despediu?

— Foi — disse Hermione num tom acalorado —, despediu, só porque ela não tinha ficado na barraca esperando ser pisoteada…

— E também nem se importou que ela tinha medo de altura para deixá-la no lugar dele — disse, suspirando irritada. — Além de terem a humilhado…

— Será que vocês duas podem dar um tempo com esse elfo? — pediu Rony.

— Não — retruquei com arrogância. 

Mas meu pai balançou a cabeça e disse:

— Elas avaliaram Crouch melhor do que você, Rony. Se você quer saber como um homem é, veja como ele trata os inferiores, e não os seus iguais.

Naquele momento senti uma ponta de orgulho com as palavras do meu pai.

O observei passando a mão pelo rosto barbudo, evidentemente se concentrando.

— Todas essas ausências de Bartô Crouch… ele se dá ao trabalho de garantir que seu elfo guarde um lugar para ele na Copa Mundial de Quadribol, mas não se importa de ir assistir. Ele trabalha com afinco para restabelecer o Torneio Tribruxo, e em seguida para de comparecer também… isto não se parece nada com o Crouch. Se ele alguma vez tiver faltado ao trabalho por causa de doença, eu como o Bicuço.

— Você conhece o Crouch, então? — perguntou Harry.

O rosto do meu pai ficou sombrio. Inesperadamente pareceu tão ameaçador quanto na noite em que o vi pela primeira vez, quando ainda acreditava que ele fosse um assassino.

— Ah, eu conheço Crouch, sim — disse ele em voz baixa. — Além de ter ficado no meu pé por ter me casado com a sobrinha dele. Foi ele quem deu a ordem para me mandar para Azkaban, sem julgamento. 

Naquele momento senti um enorme nojo de Bartô Crouch e junto uma grande curiosidade para o “sobrinha dele”. 

— Eu sou sobrinha daquele homem?!

— Sim, Crouch é seu tio-avô.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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