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História A História de Bulma e Vegeta - Capítulo 8


Escrita por: dmfreitas

Capítulo 8 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction A História de Bulma e Vegeta - Capítulo 8

CAPÍTULO 8

 

Já eram duas horas da tarde quando Bulma acordou. Rolou em sua cama com a maior dor de cabeça da sua vida. Estava sozinha.  O dia anterior voltou de uma vez só, atropelando  sua mente. Seus olhos encheram-se de lágrimas novamente e escorreram pesadas molhando seu travesseiro. Mas outra lembrança a interrompeu de entrar novamente na melancolia. “Vegeta realmente CUIDOU de mim ontem??? Ele dormiu comigo MESMO??? De onde surgiu isso?? Será que eu sonhei?”

Levantou-se com um pulo mas teve que sentar novamente. A ressaca estava forte como nunca. Assim que pôde, seguiu para um banho gelado, colocou um vestidinho qualquer e foi para a cozinha caçar uma grande (ou gigante) xícara de café e algo para comer. No caminho, apenas pensava na sorte de tudo aquilo ter acontecido quando seus pais não estavam em casa. Depois de munir-se com o café da manhã mais calórico que podia achar na cozinha, sentou no sofá com sua segunda xÍcara de café.  Viu o telefone piscar, sinalizando que haviam mensagens na secretária eletrônica. Acionou para ouvir.

1- Bulma! Atende por favor! Me perdo…. - Bulma pulou antes mesmo de terminar.

2- É o Yamcha, eu preciso falar com a Bulma! É muito importante! - o som torna-se um estrondo abafado, como se o telefone tivesse caído e finaliza a mensagem

3- Bulma, eu sou o maior idiota do mundo! Me deixa explicar, por f…. - Bulma pulou novamente.

4- Buuuuuuuulma, ateeeeeee… - Bulma não queria ficar ouvindo as súplicas de Yamcha.

5- Bulminha, filhota, eu e seu pai vamos estender a viagem um pouquinho mais. Voltamos na quinta! Quando chegarmos, teremos muitas novidades para te contar! Se cuida! Te amamos muito! - por um triz Bulma não pulou essa mensagem também. Era Sra. Briefs. Bulma estava acostumada com os atrasos nas viagens de seus pais. Dessa vez se sentiu até aliviada. Assim teria tempo de se recompor de todo aquele drama e seus pais não notariam.

De repente, Vegeta entrou pela porta da varanda. Trocaram um olhar rápido e ele seguiu para a cozinha. Bulma foi atrás.

- Vegeta? - Bulma aproximou-se devagar, leve mente tímida e um tanto desconcertada. Vegeta, com a cabeça enfiada dentro da geladeira, não a respondeu e ela continuou - Eu só queria agradecer por ontem.

Vegeta a olhou sem emoção, segurando uma garrafa de energético e soltou um seco - Ok. - e seguiu para sair da cozinha.

- De verdade. Obrigada. - Finalizou Bulma com um sorriso simpático.

- Só não faça de novo. - Vegeta disse parado na porta, mas sem virar para olhá-la.

- Combinado. - disse Bulma ficando levemente rubra. Pouco antes de Vegeta sair pela varanda de novo, Bulma o chamou novamente. - Hey, Vegeta!

- O que quer agora, mulher? - urrou enquanto abria o lacre da garrafa.

- Estava pensando em ir ao shopping fazer umas compras.  Estou precisando de umas roupas novas. Não quer ir comigo? Te compro algumas roupas também.

Vegeta hesitou por um segundo. Pensou consigo mesmo.

- Já não basta ter me chutado a noite toda? Agora quer me perturbar durante o dia também?

Bulma não conseguiu evitar que uma risada escapasse. Ela sabia que seu sono não era tranquilo. Yamcha sempre reclamou disso também.

- Prometo que te compro muitos presentes. - respondeu uma Bulma brincalhona.  

Aquele tipo de interação era totalmente nova para os dois. Nunca tinham saído de casa juntos. Bulma não conseguia nem imaginar como era o Vegeta em sociedade. Enquanto Vegeta não fazia ideia de que tipo de programa era esse que Bulma o convidava.

- Meu treino vai terminar às 17h. Se quiser esperar, vou com você. - Vegeta disse sem emoção.

- Jura? - Bulma quase gritou, de tão surpresa. Estava realmente esperando uma patada.

- Se não queria que eu fosse, porque me chamou então? - Vegeta soltou impaciente e irritado.

- Não! Eu quero! Só fiquei surpresa… não achei que fosse aceitar. Estava esperando algo mais do tipo - e improvisou uma imitação de Vegeta - “Não seja idiota! Não perco meu tempo com esses programas inúteis de terráqueos” - e riu em sequência.

A expressão de Vegeta suavizou. Seus lábios repuxaram levemente nos cantos. Bulma imaginou que era a forma de Vegeta sorrir.

- De acordo com meu planejamento de treino, não poderei exigir nada do meu corpo pelas próximas 10 horas após terminada essa bateria. Eu ia meditar e dormir apenas nesse meio tempo, então acho que posso perder algumas horas nisso. E o seu gosto para roupas é meio duvidoso, dadas as opções que tenho no meu armário. Melhor que eu mesmo escolha. - disse com ar brincalhão, já seguindo para a varanda. “O que está fazendo? Por que está contando sua vida para essa mulher?” Sua consciência lhe gritou.

- É um mal agradecido mesmo! - Bulma falou, forçando uma expressão brava em meio a um riso.

Vegeta saiu voando pela sacada.

O telefone não parou o dia todo,  a secretária eletrônica encheu-se de mensagens de Yamcha novamente, mas Bulma não o atendia e também não ouvia as mensagens. Ela não queria ouvir choramingos ou explicações fajutas. Ela mal acreditava que Vegeta iria de bom grado ao shopping com ela.

“Desde que eu e Yamcha terminamos, Vegeta mudou completamente sua atitude comigo. Ele sequer sabe o que aconteceu? Bom… com todas aquelas mensagens na secretária  eletrônica, ele deve estar sabendo já. Mas se sabe, será que ele está fazendo isso tudo com alguma segunda intenção,  já que agora Yamcha não é mais um empecilho? Não me parece muito o estilo dele um encontro no shopping. E na verdade, eu não estou pronta para encontros por enquanto. Tudo é tão recente. Espero que essa não seja a intenção dele hoje.” Respirou fundo e afundou em sua banheira imersa em pensamentos.

Por volta de 17h30, eles se encontraram na sala.

- Tá vendo só?  Meu gosto é ótimo! Você está ótimo com essa roupa. - disse Bulma colocando as mãos na cintura enquanto olhava para Vegeta que vestia uma calça jeans preta e uma camisa cinza mescla com um tênis preto.

- É a única roupa em cores aceitáveis daquele armário. - Soltou Vegeta impaciente.

- Ok ok.. vamos logo então e você escolhe o que quiser. Vamos ver se seu gosto é tão melhor assim. - Bulma falou se direcionando ao elevador.

- Onde está indo? - Vegeta disse enquanto abria a porta da varanda.

- Ué… vamos descer para ir de carro.

Vegeta não disse nada, apenas se aproximou de Bulma, envolveu a cintura fina com um de seus braços e planou, saindo para a varanda, em segundos já estavam altos o suficiente para ver a capital de cima.

- Por Kami Sama, Vegeta! O que está fazendo?? Nunca fui tão alto assim sem estar em uma nave. Não me deixe cair,hein! - Bulma envolvia o pescoço de Vegeta com os braços.

- Se não parar de se mexer, não posso prometer nada.

Automaticamente Bulma ficou quietinha. Não movia um músculo.

O perfume de Bulma envolvia Vegeta por completo. Seu braço firme na cintura dela, a puxando para perto dele, colando o corpo dela ao dele,  mantendo-a segura. Os braços finos o abraçando e os aproximando mais ainda, cheios de receios disfarçados.

Sobrevoavam a cidade e fizeram o trajeto em um terço do tempo que seria de carro.

- Vegeta, não podemos ser vistos voando. As pessoas iriam surtar se do nada duas pessoas apenas pousassem na porta do shopping. Pode pousar ali? - disse Bulma enquanto pairavam em cima de um estacionamento vizinho ao shopping.

Vegeta torceu o nariz mas seguiu as indicações.  Não se importava nem um pouco se alguém o visse mas não queria ser importunado por um bando de terráqueos curiosos que provavelmente se juntariam ao seu redor.

Já dentro do shopping, Bulma olhava as vitrines em frenesi, enquanto Vegeta caminhava sem muito propósito. Seguiram de loja em loja e em menos de uma hora, Bulma já tinha sacolas o suficiente para se atrapalhar. A primeira loja que Vegeta resolveu parar era roupas sociais de muito boa qualidade. Pediu ao atendente algumas camisas sociais de cores lisas e sóbrias.

- Já vou trazer para o Sr. Qual é o seu tamanho? - perguntou o educado vendedor.

- Como assim qual o meu tamanho? - disse irritado. Vegeta olhava com estranhamento para o rapaz que devolveu a ele o mesmo olhar cheio de interrogações.

- 5!  O tamanho dele é 5. - Bulma intrometeu-se, antecipando-se para evitar algo que poderia tirar o sayajin do sério. - você pode trazer uma dessa para ele experimentar também? -  Mostrando ao vendedor uma camisa social num tom de roxo escuro.

- Sim, senhora. Com licença . - sorriu o vendedor e se afastou para buscar os pedidos.

- Aqui.. - Bulma pegou  camisa da arara e mostrou a Vegeta a etiqueta .  - As roupas são marcadas por tamanhos padronizados. O seu tamanho de blusa social é 5. De calça é 40. Ou se for por letras, é sempre M.  

- Como sabe? - Vegeta aguardava de braços cruzados pelo retorno do rapaz.

- Você acha que todas as roupas do seu armário surgiram do nada? Eu que comprei né… Tive que aprender qual o tamanho que serve em você,  ué. - Bulma vasculhava outras araras a procura de algo mais para pedir.

O rapaz voltou, entregou as roupas a Vegeta e este seguiu para o provador.

- Prova e sai para eu ver. - Bulma sentou-se em um puff do lado de fora do provador.

Vegeta não respondeu. Experimentou rapidamente e saiu com as peças que gostou nos braços.

- Ué? Já?  Nem me mostrou como ficaram.. - Bulma disse em tom de decepção .  

- O que acha que sou? Não vou ficar aqui perdendo tempo. Já escolhi. Vamos. - Vegeta mantinha-se sério ao se dirigir ao caixa.

Na saída, o vendedor extremamente feliz pela grande venda que tinha feito, entregou a sacola a Vegeta e despediu-se com um largo sorriso. - Uma boa tarde para o sr. e sua esposa.

- O que disse, verme? - Vegeta rangeu os dentes mas antes mesmo que pudesse ter tempo de explodir, Bulma lhe agarrou pelo braço.

- Obrigada! - sorriu de volta para o rapaz que novamente tinha interrogações pairando sobre a cabeça e puxou Vegeta para fora da loja.

- Ufa! Você não pode ficar se irritando assim com tudo que as pessoas falam para você! - Bulma seguiu pelo corredor sem desatar seu braço do de Vegeta.

- Hunf..

- As pessoas não te conhecem. Não sabem que tamanho veste, não sabem do que gosta e do que não gosta. Então se comporte e não me faça passar vergonha, por favor. - Bulma dizia calmamente enquanto já buscava pela próxima loja que lhe chamasse atenção. Para sua surpresa, o sayajin não retrucou. Estranho.

As compras seguiram. Bulma precisou intervir mais algumas vezes para evitar que Vegeta resolvesse explodir algum vendedor,  a loja ou até o shopping inteiro.

- Ok, Vegeta. Só preciso ir a mais uma loja. Mas acho que é melhor eu ir sozinha a essa. Posso te deixar sozinho por alguns minutos sem ter que me preocupar de você matar alguém ou “alguens” ? - Bulma parou em frente a um daqueles lounges de sofás que todo shopping espalha pelos corredores.

- O que é assim tão secreto que não quer que eu veja?

- Lingerie. Preciso comprar algumas lingeries novas naquela loja. Você não deveria ser indelicado assim com uma dama. Estarei pertinho e não demoro. Por que não me espera aqui? - disse sem pudores e sinalizou uma grande loja de lingerie que ficava em frente ao lounge.

- Então vá de uma vez. Quero voltar para casa. Se demorar, vou te deixar aqui. - Vegeta desviou os olhos e virou o rosto, tentando disfarçar o rubor nas bochechas.

- Cruzes! Comprei tantos presentes para você que não custa nada você me esperar um pouquinho. Volto já. - Bulma virou-se e caminhou com passos firmes para a loja enquanto Vegeta a observava se afastar.

Não demorou para Vegeta cansar-se de esperar e mudar para uma posição estratégica, recostando-se ao lado da porta da loja, para que Bulma pudesse avistá-lo de dentro da loja e talvez acelerasse o processo lá dentro.

Cerca de 20 minutos depois, Bulma saiu com uma grande sacola.

- Ok. Por mim, podemos ir! – disse com um sorriso satisfeito no rosto.

Vegeta seguiu caminho para a porta de saída, seguido por Bulma, que ao alcançá-lo, atou seu braço ao dele, que não fez objeções. Vegeta sentia como se aquele espaço sempre estivera vazio e que Bulma o preenchia com perfeição. Era confortável. Mas isso não era claro na mente dele. Apenas sentia.

Bulma tagarelava qualquer coisa sobre a moda atual e o quanto não conseguia se encaixar nela, algo sobre estilo ou qualquer bobagem que Vegeta não prestava atenção. Mas gostava de ouví-la falar. A voz dela se dirigindo a ele de forma tão espontânea e aberta, gostava de ter a companhia dela, seja para o que fosse.  “Você é um sayajin! Comporte-se como tal.” Sua consciencia fazia questão de lembrá-lo. Mas quando estava com ela, Vegeta conseguia empurrar essa voz para o fundo de sua mente e torná-la apenas um pequeno sussurro. Isso não era normal para ele e ele estranhava a situação por completo. Mas também não podia negar que de certa forma, se sentia bem ali. Não negaria, ok, mas JAMAIS admitiria.

Voltaram ao estacionamento onde haviam pousado e Vegeta encaixou-se à Bulma novamente, levantando voo pela cidade.

Bulma agarrava-se ao sayajin, que a carregava com extrema facilidade.

- Obrigada pela companhia hoje, Vegeta. Até que nossa tarde foi bem legal. – um sorriso simpático estava estampado no rosto de Bulma.

Vegeta manteve os olhos no caminho e não a respondeu.

Quando se aproximavam da Corporação Cápsula, viram que alguem aguardava em frente à porta de entrada da casa. Era Yamcha. Vegeta pousou no jardim e Bulma já seguiu caminhando em direção a Yamcha.

- O que está fazendo aqui? – dizia rispidamente.

            - O que estava fazendo com Vegeta, Bulma? – a voz de Yamcha era mole e atrapalhada, os olhos vermelhos e marejados, os gestos descordenados, Bulma logo percebeu que ele não estava em seu estado normal. – Hei, você! Sayajin! O que estava fazendo com a minha garota? – Yamcha agora se dirigia a Vegeta, que mantinha-se afastado, com as sacolas de compras.

Bulma gelou na hora. Se não agisse rápido, isso poderia se tornar um desastre.

                - YAMCHA! – Gritou, fazendo com que Yamcha voltasse sua atenção imediatamente para ela. – Onde está Pual?

                - Ele não sabe que eu vim para cá. – Yamcha falou tão enrolado que foi dificil de entender.

Vegeta não disse uma unica palavra e issou-se para a varanda da qual haviam partido anteriormente, deixando os dois a sós.

                - Provavelmente ele estava tentando evitar que você viesse e você fugiu dele, não é? –disse Bulma, resignada, já pegando o celular na bolsa para enviar uma mensagem a Pual.

                - Você não me atendia. Não me retornava. Eu precisava me explicar. Preciso te pedir perdão. – a voz de Yamcha ficava cada vez mais embargada e seu olhos enchiam-se de lágrimas, caindo de joelhos no gramado.

                Bulma bufou enquanto revirava os olhos. – Eu não quero conversar com você agora. Prometo que te dou uma oportunidade para conversarmos melhor quando você estiver em condições. – dando as mãos para apoiá-lo a levantar-se.                

                - Vai mesmo? – o rosto de Yamcha se iluminou de esperança. Aceitando a ajuda para equilibrar-se novamente, continuou – Mas o Vegeta já partiu para cima? Não tem nem um dia direito e você já está com o sayajin?

Bulma o encarou extremamente séria. Seu maxilar travado, os dentes trincados. Largou Yamcha, que acabou caindo novamente na grama. Ele a olhou de baixo e sua expressão realmente o assustou.

                - Yamcha. Não me importa que esteja bêbado ou seja lá qual o estado em que se encontra. Eu exijo que me respeite. Não que eu lhe deva qualquer tipo de explicação, mas Vegeta foi comigo ao shopping me ajudar com algumas compras. Não lhe cabe mais me fazer nenhum tipo de cobrança. Venha comigo, mas cale-se pois só de ouvir sua voz já estou com dor de cabeça. – Bulma estava tão séria que Yamcha não ousou discutir ou sequer abrir a boca para pedir desculpas. Apenas aceitou novamente o apoio para levantar-se e deixou-se ser levado para sentar-se em uma das mesas perto da piscina.

Bulma pediu que um empregado robô trouxesse uma jarra de água, um sanduíche e um suco de laranja.

Poucos minutos depois, Yamcha engolia o sanduíche como se não comesse há dias. Depois de comer, aguardaram enquanto Pual vinha para buscar o amigo. O silêncio fazia a esperar ser pior do que deveria ser.

Pual saiu de dentro de um táxi e correu pelo jardim como nunca.

                - Yaaaamcha! O que você aprontou?? – disse enquanto rodeava o amigo checando rapidamente se estava bem o suficiente para tomar uma bronca.

                - Ele está bem, Pual.- Bulma estava sentada confortavelmente fumando em uma cadeira de frente para Yamcha, que debruçava-se do outro lado da mesa, tentando se manter acordado. - Comeu um lanche, mas deve estar morrendo de vontade de deitar e dormir. Parece que bebeu muito.

                - Bulma… - Pual a encarava sem palavras. - Obrigado por cuidar dele. Eu o tranquei em casa para não ir atrás de você, mas ele me enganou. Disse que queria comer alguma coisa e quando fui preparar, ele fugiu. Passou o dia sumido, em algum bar provavelmente. Eu imaginei que a noite fosse acabar aqui. Desculpe por isso. Mas ele realmente estava enlouquecido para falar com você.

                - Pual, posso te perguntar uma coisa? - Bulma dizia sem deixar sua expressão blasè falhar.

                - Po..Pode.. - soltou um tanto inseguro.

                - Vocês não foram treinar com Tenshinhan e Caos, não é?  Yamcha passou os quinze dias com aquela mulher, em algum lugar, estou certa? - Pual gelou ao ouvir a pergunta e não respondeu. - Seu silêncio já me disse tudo. Obrigada. - Bulma havia pensado nisso durante a tarde, enquanto apagava outra remessa de mensagens de Yamcha da secretária eletrônica. Yamcha jamais admitiria. Pual ficaria do lado do amigo e não o delataria mas era mais fácil ler Pual, que ficava nervoso e se denunciava com muito mais facilidade que Yamcha.

            - Desculpe, Bulma. A única coisa que posso te dizer é que eu sei o quanto Yamcha está arrependido do que fez. Desde que terminaram, ele não é mais o mesmo… vive pelos cantos da casa, murmurando lamentações e chorando. - Pual disse enquanto encaixava-se embaixo de Yamcha, que já dormia sobre a mesa, levitando por ambos.

            - É realmente uma pena. Tenho muito carinho pelo Yamcha e não gosto de vê-lo assim. Vou dar a chance de conversarmos, quando ele estiver em condições. Mas preciso de tempo. Não é a hora que ele quer. - Bulma tragava seu cigarro com tranquilidade. Era inegável que Bulma é uma mulher de muita classe. Por mais que por dentro estivesse destruída, sua pose não vacilava.

            - Obrigada mais uma vez Bulma. - Pual seguiu carregando Yamcha adormecido nas costas, sobrevoando o jardim de volta ao táxi que ainda o aguardava.

Bulma bufou, liberando a tensão e toda a fumaça em seu pulmão. Jogou a guimba de seu cigarro para longe. Aquilo a havia cansado. Um desgaste físico quase nulo mas um desgaste mental e emocional que a fez pedir por sua cama.

Subiu, pegou as sacolas que Vegeta havia deixado ao lado da porta do elevador e seguiu para seu quarto.

Largou tudo em qualquer lugar, arrancou os sapatos dos pés e atirou-se em sua cama.

“Meu Kami Sama, o que eu fiz para merecer isso? Uma mulher jovem, inteligente e linda como eu não devia ficar passando por tantos estresses. Melhor ir dormir, porque depois desse final de semana intenso, só uma boa noite de sono para começar uma semana minimamente decente.”

 

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Vegeta guardou suas roupas em seu armário. Era um homem extremamente organizado, chegando até a ser metódico. Não havia nada fora do lugar em seu quarto. Seguiu para um banho quente. Deixou a água bater com força em suas costas. O vapor transformava o banheiro em sauna. A voz de seu pai martelou em sua cabeça: “Você carrega o sangue da elite da raça guerreira dos sayajins! Você tem que ser o melhor! Nunca queira menos do que isso.” Aquilo o deixava com nós na garganta. Estava treinando como nunca. Não sabia como o treinamento de Kakarotto andava e isso o agoniava. O rosto de Bulma veio à sua mente. Se queria superar o Kakarotto, não podia ficar perdendo tempo com aquela terráquea inútil. Tinha se superar seus limites.

Saiu do banho sem enxugar-se e passou direto da toalha e das roupas. Foi nu até a varanda de seu quarto e sentou-se para meditar. Não sentia frio, aquele planeta não fornecia nenhum tipo de dano ao seu corpo. O vento gelado da noite batia contra sua pele quente e o impacto o ajudava a concentrar-se. Demorou até conseguir livrar-se daquele sorriso largo e o perfume que invadiam seus pensamentos a todo instante.Só tinha uma coisa que conseguia fazê-lo se concentrar no que realmente devia: O verme do Kakarotto poupando sua vida. Aquela cena o tirava do sério. “Só o que importa é superar o Kakarotto. Supere o Kakarotto e retome o controle de sua vida.” A partir desse pensamento, sua mente conseguiu foco e a meditação foi até os primeiros raios dourados aparecerem no céu negro do universo vasto que os cercava.

 

~x~



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