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História A História de Merlin - Segredo em perigoSegredo revelado.


Escrita por: Amitaf

Notas do Autor


Gente, ouve um falha minha e o Capítulo 1 não foi postado. Então postei ele agora junto com o capítulo 2. Peço que desculpem meu erro.

Merlin precisa usar magia e resolve contar seu segredo a Paul.

Capítulo 2 - Segredo em perigoSegredo revelado.


Fanfic / Fanfiction A História de Merlin - Segredo em perigoSegredo revelado.

 

Capítulo 1 – Segredo em Perigo

 

                Merlin e Paul saíram de Cardiff com o dia clareando. Paul iria dirigir primeiro e depois se revezariam durante o dia, para ninguém ficar cansado. A estrada estava tranquila e quase não tinha trânsito. Depois de algum tempo, Paul perguntou:

                - Merlin, você já leu alguma coisa sobre Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda?

                - Sim.

                - E o que achou? Até agora a única coisa que vi é que não existe nada que prove que Arthur e Camelot existiram. Não existe nenhum registro disso.

                - Existiram sim – disse Merlin, para se arrepender logo depois – Quero dizer, pode ter acontecido alguma coisa que tenha destruído os registros, os prédios. Não é porque não existam registros, que não tenha existido.

                - Bem, durante esse fim de semana vamos ter tempo para testar essa sua teoria. E sobre o que foi escrito, o que você acha?

                - Um monte de besteiras, as estórias não se encaixam, uma hora dizem uma coisa, noutra hora falam outra. Numa Arthur é um rei sábio e bondoso, em outra um rei manipulado pela Velha Religião, em outra um bastardo. Tudo bobagem. Arthur era arrogante, cabeça dura, mas tinha um coração enorme, era um amigo leal e pensava mais no bem de seu povo e do seu Reino do que em si mesmo. Camelot cresceu muito e o reino de Albion se tornou forte graças a ele. – falou sem pensar.

                - Como você pode saber disso?

                - Bem eu não sei né, eu acho que deve ter sido assim – falou virando o rosto para a janela.

                - Não Merlin, você não falou como alguém que “acha” alguma coisa, falou como alguém que sabe o que aconteceu.

                Nesse momento Paul virou para Merlin e se distraiu um pouco da estrada. Quando voltou a olhar pra frente, um caminhão estava vindo em sua direção, fazendo uma ultrapassagem perigosa. Paul tentou desviar, mas perdeu a direção, saiu da pista e capotou. Sem pensar nas consequências, Merlin murmurou um encantamento, seus olhos brilharam e o carro terminou o giro no ar, lentamente, pousando suavemente no chão.

                - O que foi isso? – perguntou Paul assustado.

                - Isso o que? Você perdeu a direção do carro por causa do caminhão.

                - Não estou falando disso, Merlin e sim do carro que praticamente parou no ar, depois de você falar umas palavras estranhas, voltou a ficar de cabeça pra cima e “pousou” no chão.

                - Não sei do que você está falando.

- Sabe sim. Conheço esse cara, você sempre fica com essa expressão quando é pego mentindo.

- Paul, não sei o que dizer.

- Você salvou nossas vidas, não sei como, mas salvou. Só fico triste por você não confiar em mim o suficiente para me contar como fez aquilo. Pensei que fossemos amigos – disse Paul ligando o carro e voltando para a pista sem olhar para o amigo.

                Merlin se sentiu perdido. Não sabia o que fazer. As últimas palavras de Paul doeram nele. Ele já tinha ouvido isso antes, dito por Arthur, enquanto tentava levar o amigo para Avalon. Com os olhos cheios d’água, tomou uma decisão. Iria contar seu segredo para Paul. Se ele acreditasse, tudo bem, se não, pelo menos teria sido honesto.

                - Paul.

                - O que é? – falou secamente

                - Você realmente quer saber a verdade? É algo muito sério, minha vida , do jeito que eu levo, depende desse segredo. Pode parecer muito estranho pra você, mas estou disposto a te contar, pela nossa amizade.

                - Nossa. Nunca te vi tão sério assim. Quero saber sim, e pode confiar em mim, jamais falarei disso para ninguém.

                - Pois bem, vamos procurar um lugar calmo, alguma pousada ou hotelzinho, para podermos conversar.

                - Mas e o meu trabalho?  Preciso começar a preparar ele essa semana, senão não consigo entregar a tempo.

                - Não se preocupe. Você terá seu trabalho pronto na data certa, com muito mais coisas do que você pode imaginar.

                - Isso tá ficando cada vez estranho. Mas tudo bem. Tem um posto de gasolina daqui a uns quarenta quilômetros, que tem um hotel. Podemos ficar lá.

                - Tá ótimo – falou Merlin com um pequeno sorriso, virando o rosto para a janela. As fichas tinham sido lançadas, agora não podia recuar. Só podia rezar para que Paul acreditasse nele e não quisesse interna-lo depois disso, ou pior, saísse correndo sem querer vê-lo nunca mais.

 

Capítulo 2 – Segredo revelado

 

                O resto da viagem, até o hotel, se deu em silêncio. Paul, de vez em quando, olhava para Merlin de rabo de olho, e pra ele parecia que o amigo estava perdido em seus pensamentos. Quando chegaram ao posto de gasolina, pediram um quarto e antes de subirem, aproveitaram para comer alguma coisa. Já no quarto, Paul colocou sua mochila no armário, enquanto Merlin jogava a sua no chão e se sentava na cama, olhando para as mãos. Paul sentou na sua também, diante de Merlin.

                - Cara, o que você tem pra me contar deve ser muito grave. Nunca te vi tão sério e calado nesses quase dois anos que nos conhecemos – falou preocupado.

                - É que não sei como começar – falou sorrindo – Há tanto tempo não falo sobre isso, vivo me escondendo.

                - Comece me contando o que você fez lá na estrada.

                - Pra isso tenho que te contar um dos meus segredos – Merlin respirou fundo - Lá vai. Eu sou um mago, eu tenho magia.

                - Como é?

                - Isso que você ouviu, sou um mago. Olhe.

                Merlin estendeu a mão e fez flutuar sua mochila, colocando-a em cima da cama.

                - Caramba! – exclamou Paul dando um pulo – Como você aprendeu a fazer isso?

                - Eu nasci assim. E já que prometi te contar tudo, é bom se preparar, pois essa é a parte mais fácil.

                - Nossa! Nasceu assim. Pensei que magia fosse coisa de livros e filmes. Não pensei que existisse.

            - Nos dias de hoje, os magos são poucos e não têm mais a mesma ligação com a Mãe Terra, nem poderiam ter com as cidades crescendo do jeito que estão e os campos desaparecendo. Eles podem fazer invocações, magias simples como essa que eu fiz, mas não vivem a magia como antigamente. Quando nasci, a magia era algo comum, às vezes combatida, mas existiam muitos de nós. Tinham os druidas, que eram sacerdotes celtas, capazes de curar a si mesmos, a comunidade e a natureza. Tinham dons especiais, como se fala hoje em dia, mas eram magos. Eles praticavam a tradição oral, e com isso, com o passar dos séculos, foram se perdendo suas reais tradições. Tinham os Shide, de Avalon, mestres da cura e tidos como imortais, os Catha que eram guerreiros e sacerdotes da Antiga Religião, e por ai vai.

                - Você fala do seu tempo como se fosse algo distante. Você só tem 22 anos.

                - Na verdade, estou aparentando ter 22 anos. Isso é parte do meu disfarce – os olhos de Paul começaram a se arregalar – Eu não teria como viver nesse mundo sem magia, se não fosse assim.

                - Merlin, quantos anos você tem?

                - Em torno de 1100 anos, parei de contar quando cheguei aos 400.

                Paul perdeu a cor e teve de se deitar.

               - Respira devagar e profundamente, ou você vai hiperventilar. Sabia que não devia ter te contado. Vai me achar um lunático e sair correndo.

             - Não, não é isso. Só levei um susto. Não sei por que, mas acredito no que está falando. Seus olhos estão diferentes, sua maneira de falar mudou. Tudo em você me mostra que você não está inventando isso.

           - Obrigado pela confiança – respirou Merlin aliviado – E antes que você pergunte, sim, EU SOU o Merlin das Lendas Arturianas. Eu ajudei Arthur a ser o rei que ele foi e a construir o reino de Albion. Só que a história é muito diferente do que contam.

                - Então ele existiu mesmo! Como não tem nada real sobre isso, sobre Camelot.

              - A cidade de Camelot foi totalmente destruída por um incêndio, mais ou menos cem anos após a morte de Arthur. Não estava lá na época, tinha ido até Caerleon para o casamento do príncipe Rodin trineto da rainha Annis, antiga amiga e aliada de Arthur. Fiquei uma semana por lá, e foi o suficiente para acontecer o desastre. Senti quando a destruição começou, mas por mais rápido que fosse, quando cheguei estava tudo acabado. Nunca contei nada a ninguém, mas foi magia e da mais negra possível. Senti quando cheguei lá, mas nunca descobri quem fez isso. Os poucos sobreviventes falaram sobre bolas de fogo vindo do céu. Não sobrou pedra sobre pedra, até os cofres do palácio que ficavam no subsolo, foram destruídos. O Rei Liam e a Rainha Kara não haviam podido ir ao casamento por ele estar doente. Kay, primo de Liam, havia ficado no castelo para ajudar nas reuniões de conselho enquanto Liam estava acamado. Viviane estava morando em Mércia e Kelvin trabalhando junto com as aldeias do leste de Albion, abrindo caminho para o comércio com a França. Sendo assim, eu fui o único representante de Camelot. Eles ainda não tinham filhos, senão teriam ido comigo. Os outros herdeiros, que poderiam reivindicar o trono, haviam abdicado em favor de Liam e seus herdeiros, ou se não houvesse herdeiros diretos, Kay e seus filhos. Mandei avisar a todos quando houve o desastre. Eles vieram e quando viram a destruição ficaram desesperados. A dor foi muita, nada havia restado do que antes era seu lar. O chão e o ar pareciam envenenados. Eles não quiseram ficar e não reivindicaram o trono. Então não houve herdeiros. O reino de Camelot acabou. Quem atacou sabia que eu não estava lá e aproveitou disso para dar o golpe. Ninguém esperava por isso, Albion estava praticamente em paz desde a batalha de Camlann, a magia havia sido liberada, dentro de certos limites, apenas a magia negra continuava banida. Foi um ataque brutal, que fez estremecer os quatro reinos restantes. Todos se sentiram ameaçados.

               - Deve ter sido difícil pra você, ver tudo desaparecer de repente.

              - Foi quase insuportável. Camelot era minha vida. A maioria dos meus amigos estava lá. Fiquei sem rumo. O príncipe Rodin me acolheu e a alguns sobreviventes, que haviam perdido tudo no ataque. Todos recebemos terras em Caerleon. Mas eu não me sentia em casa. Foi uma época difícil. Ajudei Rodin enquanto foi rei e fiquei até a coroação da filha dele. Depois fui embora. Virei um andarilho, mas sempre voltava a minha casa em Caerleon, e se a Rainha Elena e o Rei William precisavam, sempre atendia. Quando a magia voltou a ser perseguida, comecei a usar a tática que uso até hoje. Envelheço normalmente e quando chega a hora de “morrer”, vou pra Caerleon, passo as terras para meu “filho”, morro, e meu “filho” sai para o mundo.

               - Você nunca se casou, nunca teve uma família?

              - Camelot e seu povo eram minha família. Já era difícil me despedir dos reis e rainhas, dos cavaleiros, imagina se escolhesse alguém pra viver, se tivesse filhos. O quanto eu sofreria os vendo morrer sem poder fazer nada. Acho que você já percebeu, eu sou praticamente imortal e isso pode ser tanto uma benção, quanto uma maldição.

           - Por incrível que pareça, imagino que sim. Já estamos conversando há muito tempo. Você quer parar um pouco, comer alguma coisa, tomar umas cervejas?

            - Aceito as cervejas, vou precisar. Essa conversa ativou lembranças que estavam guardadas e que me são tão dolorosas, quanto caras.

                - Imagino que sim. Vamos às cervejas então, depois conversamos mais.

                - Valeu pela consideração, Paul.

                - Por nada, afinal somos amigos.

                Durante o jantar, Paul procurou distrair Merlin. Ele tinha percebido o quão doloroso era, para o amigo, relembrar tudo aquilo. Falaram sobre futebol, filmes, garotas, tomaram suas cervejas, comeram alguma coisa e voltaram para o quarto tarde. Merlin estava exausto e Paul vendo isso, falou para ele ir tomar banho primeiro para poder descansar que ele iria depois. Paul também estava cansado e com muita coisa na cabeça. Precisava de uma boa noite de sono, para se refazer das revelações desse dia.

 

 

               

 

 

 



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