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História A História de Merlin - Explorando o local e mais estórias


Escrita por: Amitaf

Capítulo 11 - Explorando o local e mais estórias


Capítulo 11 – Explorando o local e mais histórias

 

O sábado amanheceu lindo. Os três levantaram cedo para poder aproveitar o dia. Paul e Katie queriam conhecer toda a propriedade, conhecer a história do lugar e um pouco mais sobre esse amigo, que era muito mais do que eles poderiam imaginar. O café da manhã foi simples e logo eles saíram para limpar a área externa da casa. Surpresa!  O mato havia sumido. Os dois olharam para Merlin, que apenas apontou para quatro cortadores de grama que estavam encostados na parede, com a cara mais inocente do mundo. Os três começaram a rir.

- Quando fomos dormir, fiquei pensando que perderíamos a semana só para limpar um pedaço em volta da casa. Então vim até aqui e coloquei os cortadores para trabalhar, em silêncio e para cortar, apenas, o mato alto e a grama. Tem coisas aqui que não quero que eles destruam.

- Bem, assim teremos mais tempo para conhecer tudo. – Disse Katie.

- Vamos então, vou levar vocês num lugar especial.

Eles andaram quase meia hora até chegarem à beira de um riacho de águas claras. Paul e Katie estranharam que em volta do rio, ainda tinha muito mato, e vários arbustos grandes que precisavam ser ajeitados.

- Merlin, porque os cortadores não vieram aqui? Tem muito mato ainda. – Falou Paul.

- Não é mato. – Riu Merlin – São ervas medicinais. Todas as ervas usadas por Gaius e por mim, durante nosso tempo juntos, estão aqui, e mais algumas. É aqui que colho tudo que preciso para fazer os remédios que tenho lá em casa.

- Aqueles que você nos dá, quando temos algum problema. – Disse Katie.

- Exato. Vocês não sabem, mas sou médico. Tenho dois cursos de medicina. Um foi em 1720, mais ou menos, e no outro me formei em 1959, fazendo até doutorado, ambos em Londres. O último eu fiz como Gaius Emrys. Nesse me especializei em homeopatia e plantas medicinais. Foi bom ter a parte teórica ajudando na prática.

- Fantástico! E eu pensando que você era desses naturebas que não gosta de usar remédios de farmácia. – Falou Paul.

- E não gosto mesmo. Prefiro os que eu faço que são bem mais eficazes e eu tenho certeza do que contém.

Merlin começou a mostrar aos amigos as ervas que tinha por ali, para que cada uma servia e como usar. Tudo que eles podiam imaginar que pudesse servir para curar algo, e até algumas que eles nem sabiam que existiam, eles encontraram naquele lugar. Enquanto falava, Merlin ia colhendo ervas para fazer mais remédios. Voltaram para casa maravilhados com o que tinham aprendido.

Depois do almoço, sentaram na sala e Katie pediu:

- Merlin, podemos ver os retratos dos seus amigos?

- Claro. Só peço que não ponham a mão. São muito antigos e tive que lançar um feitiço neles para não se deteriorarem com o tempo. – Falou enquanto andava para tirar o pano que cobria a parede. Quando ele tirou, os outros dois pararam o que estavam fazendo e ficaram olhando, boquiabertos.

- Bem, aqui estão eles.

- Nossa, são maravilhosos. – Falou Paul. – O artista devia ser fabuloso.

- Ele era.  As pinturas dele eram famosas nos cinco reinos. Katie, melhor fechar a boca ou vai engolir uma mosca.

Katie olhou para ele parecendo acordar de um transe.

- Não sei o que dizer Merlin. Eles parecem que vão sair dos quadros a qualquer momento.

- É essa a sensação. Acho que Edwin era feiticeiro, mas nunca tive certeza. Naquela época, todos em Camelot escondiam seus dons. Arthur quando foi coroado começou a fazer vista grossa para a magia, desde que essa não afetasse Camelot, seus súditos ou seus aliados. Era algo que ele não falava, mas eu via em seus atos. Durante seu reinado ninguém foi morto por isso. Mas só depois que Gwen se tornou rainha as coisas melhoraram realmente.

- Você podia nos dizer quem são esses nos quadros. Eu já sei quem é sua mãe. Era bonita ela. – Falou Paul. – E sei quem são Arthur e Gwen.

- Você é um gênio. Não sei como conseguiu tamanha proeza – disse Katie rindo, no que foi acompanhada pelos dois.

- Bem – disse Merlin – como Paul “adivinhou”, essa é minha mãe, Hunith. Uma mulher maravilhosa, corajosa e forte. Não é fácil criar um filho, ainda mais sozinha, e criar um filho como eu, deve ter sido muito mais difícil ainda. Sinto muita falta dela, dos conselhos, do carinho, essas coisas que a gente só dá valor depois que perde. Esses – falou apontando o primeiro quadro – são Arthur e Gwen.  Foi feito na semana seguinte do casamento deles. Os dois irradiavam felicidade. Durante o tempo que estiveram casados, poucas vezes os vi brigando, ou soube que tivessem brigado. Eles realmente se amavam. Esse aqui é Gaius, meu pai de coração, o homem que me ajudou a ser quem eu devia ser, a fazer o que devia fazer. Falo sem medo de errar, que sem ele não existiria Albion, pra falar a verdade, acho que Arthur não chegaria a ser rei sem ajuda de Gaius.

- Mas foi você que ajudou Arthur nessa caminhada. – Falou Paul.

- Se não fosse por Gaius, eu não teria conseguido. Seus conselhos, suas broncas, sua paciência, seu carinho, me forjaram no homem capaz de ajudar Arthur.

- Merlin, quem é essa? – Perguntou Katie.

- Morgana.

- Ela era linda. – Disse Paul.

- Era sim – respondeu Merlin.

- Merlin, podemos aproveitar e voltar a falar sobre ela? Você tinha falado que vocês eram muito amigos, como se tornaram inimigos? – Perguntou Katie.

- Como falei, é uma longa história e muito dolorosa. Até hoje me sinto culpado pelo que Morgana se tornou.

- Como assim, culpado? – Perguntou Paul.

- Vou tentar resumir o que aconteceu para chegar até isso. Como já falei, quando Morgana descobriu que tinha magia, começou a mudar. Gaius não quis que eu contasse a ela que eu tinha magia, com medo do que poderia acontecer. Ele achava que Morgana estava instável emocionalmente e esse conhecimento poderia me prejudicar de alguma maneira. Comecei a perceber o que ele havia falado quando Uther condenou o pai de Gwen à morte por estar ajudando um homem que era um feiticeiro. Ele não sabia disso, só sabia que estava sendo bem pago por seus serviços. Mas o rei não queria saber disso. Qualquer um que se metia com feiticeiros, para Uther, eram tão culpados quanto os próprios. Acabou que o pai de Gwen tentou fugir e foi morto antes da execução. Isso fez com que a raiva de Morgana se transformasse em ódio. Percebi que Gaius estava certo, ela estava realmente instável. Algum tempo depois disso ela foi procurada por Morgause, isso eu só soube tempos depois, que se aproveitou do ódio de Morgana por Uther para usa-la para tentar destruir Camelot. Sei que Morgana não sabia que estava sendo usada, só sabia que Morgause queria destruir Uther. Eu e Arthur tínhamos ido ao Castelo de Idirsholas, com alguns cavaleiros, por que camponeses tinham visto fogo dentro do mesmo e estavam com medo. Havia uma lenda que dizia que quanto os fogos de Idirsholas acendessem, os Cavaleiros de Medhir retornariam a vida. Então nós fomos com Arthur, que foi reclamando que tudo aquilo não passava de besteiras e crendices. Mas quando chegamos o fogo tinha realmente sido aceso e os cavaleiros estavam vivos, ou melhor, mortos-vivos. Nossos cavaleiros morreram, mas consegui salvar Arthur e voltamos o mais rápido possível a Camelot, para encontrar toda a população adormecida, menos Morgana. Pensei que fosse por que ela tinha magia, mas quando comecei a me sentir mal, vi que era outra coisa. Não sabia o que fazer, Gaius também estava dormindo, então fui procurar Kilgharrah, que de início não quis me ajudar dizendo que eu não tinha cumprido minha promessa de libertá-lo. Eu precisava de ajuda e jurei pela vida da minha mãe, que iria solta-lo assim que resolvesse o problem. Ele então me disse que eu teria de matar a fonte do encantamento, que era Morgana. Eu disse que não seria capaz de fazer isso, mas ele falou que era ela ou a ruina de Camelot. Quando ia saindo da caverna ele me lembrou da minha promessa e voou. Fui aos aposentos de Gaius e peguei um frasco de veneno, coloquei na bolsa e fui procurar Arthur e Morgana, que estavam tomando conta de Uther. Nesse meio tempo, Morgause havia chegado ao castelo com os Cavaleiros de Medhir. Arthur queria tirar Uther do castelo e me deixou com Morgana pra ver o que podia fazer. Só que logo no corredor ele encontrou os cavaleiros e não conseguiu passar. Resolvi então usar o veneno em Morgana. Tinha visto o interesse de Morgause nela, e tinha esperança que ela sentisse que tinha algo errado com Morgana e viesse ver o que estava acontecendo. Coloquei o veneno na água e dei para Morgana beber, dizendo que não sabíamos se teríamos como fazer isso novamente. Quando ela bebeu e percebeu o que estava acontecendo, o olhar dela pra mim, se sentindo traída por alguém que considerava um amigo, doeu como se estivessem me enfiando uma faca. Me abracei com ela e fiquei chorando esperando o veneno terminar de fazer efeito, foi quando Morgause entrou na sala e pegou ela do meu colo. Exigiu que eu dissesse o que tinha usado e falei que daria o nome do veneno se ela parasse o ataque, que não queria que Morgana morresse, mas tinha que salvar Camelot. Ela hesitou um pouco, mas fez e eu entreguei o vidro de veneno. Aí aconteceu o que eu não esperava: ela desapareceu e levou Morgana com ela. Desse jeito eu não pude dar o antídoto a ela e não tive como explicar o porquê de ter feito aquilo. A partir daquele momento tive uma inimiga, mesmo que de início não soubéssemos onde estava. Acho que Morgause se aproveitou para aumentar a raiva dela contra mim. Senti muito a perda da amizade de Morgana. – Falou com os olhos cheios d’água.

- Mas você não teve escolha Merlin. Não tinha o que escolher, era uma vida ou centenas. – Falou Katie.

- Eu sei, mas o sentimento de culpa me acompanha até hoje.

- E a promessa que você fez ao grande dragão?

- Eu cumpri. Naquela noite, mesmo sabendo do ódio que ele tinha por Uther, eu libertei Kilgharra e quase causei a destruição de Camelot. Mas isso fica para outro dia.  – Falou triste.

- E este quadro. Quem são esses cavaleiros? – Perguntou Paul.

Merlin limpou os olhos e sorriu, compreendendo o que o amigo estava tentando fazer.

- Esses – apontou para quatro cavaleiros – foram os primeiros cavaleiros consagrados por Arthur, num momento de muita necessidade, longe de Camelot, sem saber se sobreviveríamos ou não. Não existiram cavaleiros mais bravos, nem mais leais a Arthur do que eles e Leon. Esse grandão aqui é Percival, falava pouco, mas tinha o coração do tamanho dele. Ao lado dele está Lancelot, um cara fantástico, honrado, leal, um amigo sensacional. Esse é Gwaine, outro grande amigo e como se fala hoje em dia, doido de pedra. Era uma pessoa maravilhosa. Ele e Percival eram muito amigos, estavam sempre juntos e muitas vezes se meteram em encrenca juntos também. – Falou com um sorriso triste – Aqui está Elyan, irmão de Gwen, era muito quieto, mas extremamente leal. E esse aqui é Sir Leon, já era um cavaleiro quando o conheci, sempre esteve ao lado de Arthur e também se tornou um bom amigo.

- Mas esses quatro não eram nobres, pelo menos Lancelot e Elyan não eram. Como ele fez isso se o rei não aceitaria?

- Arthur nunca aceitou esse código que dizia que os cavaleiros tinham que ser nobres. Camelot tinha sido tomada e precisávamos de homens. Ele sabia que o rei não aceitaria, mas fez assim mesmo. Como disse, não existiram cavaleiros melhores. Acho melhor darmos uma parada para preparar o jantar. Que tal lasanha?

- Ok – disseram os outros dois e os três se dirigiram para a cozinha.

 



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