História A História de Nós Dois - A culpa foi da chuva

Um trovão arrebentou bem próximo ao estábulo, os cavalos estavam nervosos , batendo os cascos contra as portas das baias, Cristina entrou correndo ,o tempo estava tão fechado que o lugar estava na penumbra, tentou acender as luzes mais pelo jeito a energia tinha acabado. Foi se aproximando e falando suave on os animais, mais os trovões não paravam e eles continuavam a se mexer nervosamente, ouviu seu nome e Jason entrou correndo todo encharcado , nesse mesmo momento um dos cavalos deu um coice tão forte que a porta da baia se abriu com força e o acertou na lateral do corpo fazendo com que ele caísse na poça de lama.

--Jason, meu Deus , você está bem? 

Ele levantou o braço em sinal positivo. Cristina entrou na baia e acalmou o cavalo o amarrando . Voltou e se ajoelhou ao lado de Jason que segurava o pulso.

--Você está machucado? Deixe-me ver.

--Não foi nada, só cai de mal jeito.

Cristina pegou sua mão e viu os arranhões na palma, a princípio o pulso estava bem, passou a mão por toda extensão do braço procurando um ferimento ou contusão.

--Consegue levantar?

--Claro que sim, ou você vai me carregar?

--Duvido muito , eu teria quiser pelo menos três vezes eu tamanho pra carregá-lo. Vou procurar uma lanterna, venha se sentar aqui no feno, eu já volto.

Ajudou Jason se levantar e foi em busca da lanterna, sabia que tinha pelo menos uma no armário de ferramentas.

A chuva continuava forte , com ventos que assobiavam ao redor , pegou a lanterna e voltou para junto e Jason. Os cavalos estavam mais calmos com a presença de humanos por perto. 

--Achei a lanterna, vamos ver direito esse machucado.

Jason a olhou , ele estava todo enlameado e com cheiro de estrume de cavalo, a calça  dele estava perdida, toda manchada de terra e com certeza estrume, como tinha caído em uma poça ,estava todo sujo, até os cabelos castanhos tinham lama. A mão estava cortada na palma e o pulso já começava a inchar.

--Olha só isso , Jason era pra você ter ficado na casa!

--Você não acha queue te deixaria sozinha nessa tempestade não é?

--Bem eu agradeço, mais sabia exatamente o que tinha que fazer aqui, e acabou que você se machucou sem necessidade . Os animais já estão mais calmos, vou por feno pra eles e aí entramos, você toma um banho e eu faço um curativo na sua mãos e enfaixo seu pulso.

--Vai cuidar de mim então? Me salvar outra vez hoje?

Cristina o olhou e ele abria um enorme sorriso convencido,não tinha como não ficar encantada com aquele homem.

-- Pelo jeito esse está sendo meu trabalho no dia de hoje! Você tem barro  até na barba!

Se levantando Cristina foi atrasado feno, Jason segurava a lanterna enquanto ela distribuía entre os cavalos.

Terminado o serviço correram novamente para a casa, Maya veio encontrá-los abanando o rabo.

--Danger não ficará com medo da tempestade? Você o deixou sozinho quase que o dia todo!

--Ele não está sozinho, a Sra Phillips está com ele. O deixei na casa dela antes de ir para a vila, como não sabia que horas voltaria não quis deixá-lo só.

--Tire seu tênis , está molhado. Vou lhe mostrar o banheiro pra você tomar um banho e tira esse cheiro horrível. Vou arrumar algo pra você vestir enquanto dou um jeito na sua roupa.

Jason a obedeceu, tirou o tênis, deixou a capa de chuva na varanda, sua blusa de malha estava enlameadas também.

--Onde e o banheiro?

--No meu quarto, o banheiro social não têm chuveiro. No segundo andar

A seguindo ,Jason entrou no quarto , tinha um cheiro gostoso de lavanda. O banheiro pequeno com produtos femininos o esperava. Ele entrou e tirou a roupa, sua calça já era, sua camiseta estava seca, mais seu suéter estava molhado também. Ligou o chuveiro e ouviu Cristina através da porta. 

--Tem toalha de banho no armário, vou ver o que consigo pra você vestir.

A água do chuveiro estava quente , olhou ao redor e pegou um sabão este líquido com cheiro de rosas, bem feminino. Começou a rir sozinho, como tinha conseguido vir tomar banho na casa de Cristina? Que dia doido, bem que ela podia estar ali, no banho. Um pensamento tentador.

Cristina o deixou no banho e foi preparar um café, estava nervosa com a presença de Jason , tomando banho em seu banheiro , usando suas coisas de uma maneira tão íntima, devia era tê-lo levado direto para casa dele, pois não tinha certeza se estaria segura com ele, e nem era por ele , mais sim por ela mesma !

Jason terminou o banho se secou com uma toalha fofinha com cheiro de amaciante, saindo banheiro com a toalha na cintura. Em cima da cama tinha um roupão lilás, não conseguiu segurar a gargalhada. Era um roupão grande , mais mesmo assim muito pequeno para ele, seus braços não passavam então vestiu sua camiseta e amarrou o roupão como um kilt na cintura, descalço foi atras do cheiro de café que com certeza Cristina estava fazendo. Pegou suas roupas descendo as escadas seguiu seu faro. Cristina não estava na cozinha, ele a chamou mais não obteve resposta. Olhando pelas cortinas da cozinha viu as luzes do estábulo se acender e logo a pequena figura correndo para casa .

Cristina entrou correndo na casa , a chuva pelo jeito não ia dar trégua, não tinha diminuído nem um pouco. 

--Onde você foi?

Sem olhar para ele tirou as botas de borracha e a capa.

--Fui trocar o fusível da caixa de energia, agora com claridade os animais ficam mais tranquilos.

Quando Cristina se virou olhou para o homem mais sexy e hilário que podia imaginar.

No alto dos seus um e oitenta e poucos , ele estava de camiseta preta e uma saia lilás que tinha improvisado com seu roupão, descalço estava com os braços cruzados encostado no batente da porta, seus cabelos molhados faziam pequenos cachos e seus olhos pareciam mais azuis que nunca.

Não resistindo começou a rir sem parar.

--Está rindo do que? Não gostou do meu modelito? 

Dando uma voltinha levantou os braços.

--Imagina se um paparazi te vê agora, a manchete que não sairia? "Jason Lewis descobre seu lado feminino !"

Enquanto ela ria alto ele se aproximou.

--Bem estou com cheiro de rosas agora , então pode -se dizer que minha sensibilidade está a flor da pele.

Cristina parou de rir e olhou para cima, ele estava tão perto que podia sentir a umidade  da sua barba.

--Vou pegar a caixa de curativos para você.

Ela se virou e saiu rápido antes que não resistisse e acabasse o beijando. Ele mexia com ela de uma forma que ela não queria, se apaixonar não era uma opção, tinha prometido a si mesma que nunca mais se deixaria envolver outra vez, e Jason era mais que um homem comum, um relacionamento com ele está fora de questão .

Pegou os curativos e retornou a cozinha, Jason estava sentando confortavelmente com Maya a seus pés, Cristina pegou uma pantufa e lhe alcançou.

--Melhor calça-las , já fiz que se cortasse, não quero que também fique resfriado.

--Tenho quase certeza que vai servir!

Claro que não ia, nunca um pé quarenta e dois ia caber em um trinta e seis!

--Me de sua mão.

Jason estendeu a mão grande , o pulso estava um pouco inchado. Pegando uma gase passou álcool e desinfetou o ferimento, passou uma pomada anti inflamatória . No pulso passou um spray para contusões e colocou um faixa para deixar firme, enquanto manipulava os machucados observou a mão, de dedos longos ,unhas bem feitas, um mão quente e forte, com veias levemente dilatadas na pele bronzeada.

--Cristina?

Cris o olhou , ele a observava . Aquele cabelo molhado dele a estava seduzindo, assim como todo o resto dele.

--Sim Jason.

--Eu quero beija-la outra vez, mais não sei se você quer isso.

Se ela queria ? Claro que sim, mais seria o certo para ela? 

Esquecendo a voz da razão, Cristina se aproximou dele e colocou o cabelo rebelde atras da orelha masculina, Jason a olhava diretamente nos olhos como que se a desafiasse a beija-lo, bem desafio aceito, aproximando o rosto o acariciou nas sobrancelhas e colou seus lábios  aos dele, Jason a trouxe para mais perto até que ela se sentou em uma de suas pernas, as pequenas mãos o tomaram pela nuca e os dedos entre seus cabelo, Jason adorou a sensação dela o puxando para o beijo que ele aprofundou, ela era deliciosa, a língua macia em sua boca o deixavam excitado, tinha querido beijo o dia todo, e agora lá estava ela em seus braços.

Cristina sentiu as mãos firmes a puxando para mais perto do corpo grande, ele estava impregnado com o cheiro de rosas de seu sabonete, a barba macia roçava em seus rosto provocando sensações  deliciosas,ele era forte e suave ao mesmo tempo, era tudo de bom, o toque, o cheiro , o gosto...

A chuva continuava forte , mais os dois não a ouviam , estavam perdidos em seus sentimentos. Cristina se afastou um pouco , mais continuou com o rosto bem próximo ao dele.

--Porque me beijou Jason?

--Porque você me atrai Cris, muito, desde o dia que nos conhecemos.

Cris encostou sua testa na dele. Que loucura ela estava fazendo?

Olhando para os olhos dele percebeu um pequena mancha castanha em um deles.

-- Seus olhos são diferentes, essa mancha castanha!

--Heterocromia, olhos com cores diferentes.

--São bonitos-- e beijou os olhos dele.

--Sabe que você está me enlouquecendo Cris? Eu não quero fazer nada que me arrependa.

--Então não faça.

Sorrindo entre beijos ele continuou

--Então pare de me seduzir com esses beijinhos!

--Ok , vou pegar café para nós!

--Não , não vai, volte aqui.

E mais beijos se seguiram. Estavam tão absortos que não ouviram as batidas insistentes na porta.

--Cris? Cristina está aí?

Cristina saltou dos braços de Jason como se tivesse levado um choque. Saindo da entorpecencia dos beijos foi até a porta.

-- Oi Tom, aconteceu algo?

--Está tudo bem por aqui? Tentei te ligar mais só dava caixa postal. Marion me fez vir aqui pra ver se você precisava de algo. Os cavalos estão bem?

--Está tudo certo, um fusível queimou no estábulo mais já concertei.

--Ok então.-- olhando para o canto da varanda Tom viu sua capa de chuva e um tênis masculino. Olhou para Cristina e só levantou uma sobrancelha.

--Está tudo bem Tom , não se preocupe e diga a Marion que ligo pra ela amanhã.

-- Tá certo, mais se precisar de algo sabe que só nos ligar ok! Boa noite -- e falando mais alto --Boa noite Jason!

Jason riu baixo e respondeu alto:

--Boa noite Tom!

Cristina olhou para o amigo vermelha, o velho Tom foi embora dando risada.

O vento gelado no rosto esfriou as emoções de Cristina, Jason se servia de café quando ela entrou novamente.

--Tom não precisava saber que você estava aqui.

-- E ele não podia saber? Quer ficar comigo escondido?

--Eu não sei Jason, mais não quero me expor por uma coisa passageira!

Jason colocou a xícara sobre a mesa e a encarou.

--Passageira?

--Claro, ou vai me dizer que quer namorar comigo, aqui no interior do interior de Galês ? 

--Como você pode saber como me sinto Cris?

--Exatamente, como vou saber o que você sente, como vou saber se só não sou uma distração enquanto você está por aqui?

--Por que eu não estaria vestido ridiculamente como estou se quisesse só uma transa! Você se menospreza demais Cristina, eu quero conhecer você, saber da sua vida , seu passado, seus sonhos, suas paixões,quero estar com você , conversar com você, aprender com você e isso que eu sinto, e só quero que deixe que eu me aproxime !

--Eu preciso pensar Jason, você pode mudar minha vida completamente, e eu não sei se quero essa mudança.

Dando um suspiro longo, Jason pegou suas roupas. 

--Pois bem , pense, se me quiser em sua vida sabe onde me encontrar. 

Indo em direção à porta se virou

-- Mais não demore de mais , a vida passa muito de pressa Cris, pare que fiquemos sozinhos.

Saiu pela porta .

Cristina foi atras dele.

--Jason , ainda está chovendo , onde você vai?

--Embora, você precisa de espaço não é mesmo?

--A pé?-- entrando na casa pegou a chave da caminhonete.

--Leve o carro, Jeremy pode ir buscá-lo amanhã.

Jason pegou a chave, e se aproximou como se fosse beija-la novamente, mais não o fez, virando-se foi embora de camiseta e saia de roupão .