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História A História de uma Filha de Atena - Desmaio (Luísa)


Escrita por: hwps1998 e Tia_Batata27

Notas do Autor


Perdão pela demora mas tive uns rolos pra resolver. Espero que gostem!

Capítulo 2 - Desmaio (Luísa)


Fanfic / Fanfiction A História de uma Filha de Atena - Desmaio (Luísa)

‘Voltas e mais voltas, eu vou
             Viciado na dormência, vivendo no frio
             O mais alto, o mais baixo, o fim, fim, fim
            Cansado de estar cansado e doente, e preparado
            Para outro tipo de reparo
           O dano está me condenando para o fundo, fundo, fundo’.

Runnin – Adam Lambert

 

As únicas coisas que conseguia captar ao meu redor eram o frio que fazia ao meu redor. A neve que cobria as ruas e calçadas. Os cristais de gelo formados pela baixa temperatura no típico fim de ano americano.

Com uma roupa maltrapilha, com fome, sede e tremendo de frio procurava um abrigo qualquer. Minhas mãos estavam quase completamente congeladas. Ofegante, me sentei debaixo de uma velha escada de incêndio de um prédio velho do Brooklin. Implorei mentalmente que não viesse ninguém me perturbar.

Tirei do meu colar um frasco de cristal límpido transparente, preso em um cordão de ouro. O liquido verde parecia ter um brilho atrativo.

Meus olhos estavam quase se fechando. Fazia dias que não comia e dormia muito pouco, tentando encontrar um jeito de andar pelo Labirinto de Dédalo. Infelizmente, só dei voltas e mais voltas e nada de chegar ao meu destino.

Não desista. Você prometeu que jamais desistiria, que seria forte. Você prometeu a ele. Prove que ele estava certo ao acreditar em você.

         Meu consciente me mantinha acordada, mesmo a muito custo. Tentei me concentrar em pensamentos felizes: doce de leite, uma biblioteca enorme toda pra mim, os projetos de engenharia do meu pai.

         Minhas pálpebras estavam cada vez mais pesadas. O cansaço estava me vencendo pouco a pouco. Meu subconsciente sussurrava varias frases na minha mente.  Tentei mexer os dedos, para impedir que congelassem de vez.

         Tome o veneno. De que adianta viver se está longe de casa e sem ninguém? De que adianta ter tantas habilidades, se não tem como utilizá-las? A vida é uma sucessão de infortúnios e mais infortúnios. Se morrer, seu sofrimento será amenizado.

         Me levantei, decidida a não ceder. Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Mesmo com a visão turva e cambaleando, caminhei até o outro lado da rua. As pessoas me observavam como se eu fosse louca. Uma mulher que passou ao meu lado franziu a testa.

         Entrei em um beco com uma caçamba de lixo ao meu lado. Pesquei e vi um copo de água e um pão. Podia jurar que não estava ali antes. Comi a parca refeição que ajudou a clarear um pouco minha mente. Mesmo assim, a hipotermia estava me consumindo.

         Ouvi um barulho a poucos metros. Me escondi atrás da caçamba de lixo, com o cheiro podre quase queimando meu nariz. Desembainhei minha faca, com o bronze celestial misturado com prata pura reluzindo.

         - Ei, cara! Tenho certeza que vi uma garota aqui! – ouvi uma voz masculina, que parecia ser de um garoto bem mais velho que eu.

         - Da última vez que disse isso foi apenas um cachorro! – falou uma segunda voz masculina irritada.

         Os garotos começaram a vasculhar o beco. Olharam dentro da caçamba de lixo (quem seria louco o bastante para se enfiar lá?!), olharam atrás de umas caixas de papelão e um amontoado de panos velhos jogados.

         - Ei, Larry! Olha o que encontrei!

         Me virei para o dono da voz.

         Era um garoto de cabelos claros encaracolados e olhos cor de mel, parecia ser irlandês. Usava um casaco verde escuro por cima de uma camiseta dos Jogos Vorazes, calça jeans pretas e tênis Nike colorido. Sua voz parecia a de um péssimo ator querendo bancar o galã.  Várias sardas salpicavam seu rosto, parecendo que havia comido queijo liquido.

         - O que a gatinha faz aqui? Está perdida?

         O segundo garoto era um pouco moreno, de cabelos escuros curtos e olhos castanhos claros. Usava uma jaqueta esportiva por cima de uma camisa pólo azul, calça esportiva e tênis Adidas preto. A voz era bem grossa, de um brutamontes.

         Apesar de estar quase tremendo de frio a ainda fraca, tentei parecer firme.

         - Bem moreninha! Não parece ser daqui, Joe! – falou o garoto moreno me olhando de cima a baixo – essa da mais que pro gasto!

         - Qual seu nome, princesa? – perguntou o Joe.

         - Não é da sua conta! – falei irritada, em português – me deixa em paz!

Os dois se olharam sem entender nada.

- Ela não é mesmo daqui – disse Larry ainda confuso para o amigo – não importa. Parece ser bem bravinha. Vamos ver se continua bravinha assim se ficar comigo.

Larry veio em minha direção com tudo. Chutei sua canela com força. Joe tentou me imobilizar torcendo meu braço. Derrubei-o no chão com um golpe que havia aprendido de artes marciais.

- Não vai escapar tão fácil gracinha! – retrucou falso galã – uma hora irá se render! Também, com uma roupa dessas, não tem como não chamar atenção!

Só então me lembrei que minha blusa estava bem rasgada mostrando mais que deveria. Senti minha bochecha esquentar e tentei cobrir o rasgo com um cachecol velho. Peguei minha faca por via das duvidas.

Os garotos ainda tentaram me agarrar. Fiz um corte no braço direito de cada um. Em seguida corri.

Não sabia em que direção estava indo. Só queria me livrar daqueles imbecis.

Entrei em uma esquina que parecia ser bem movimentada. Me misturei no meio da multidão. Quase fui pisoteada uma ou duas vezes. Os valentões estavam a mais ou menos 50 metros atrás de mim. Andei o mais rápido que pude. Entrei em uma rua quase deserta.

Minha cabeça começou a doer. Sentei no chão, para ver se a tontura passava. Minhas mãos tremiam de frio. Parecia que iria virar gelo a qualquer momento.

Peguei o frasco de cristal e tirei a tampa. Olhei para o liquido verde. Somente um gole e fim. Adeus vida.

Prometa que não irá desistir. Seja forte. Sei que consegue.

Algumas das últimas palavras do meu pai ecoaram na minha mente.

Meu pai.

Anda, Luísa. Levante esse traseiro do chão e ande!

Me levantei com um pouco de dificuldade. Olhei ao redor. Estava anoitecendo, o que queria dizer que o frio iria aumentar. Minha roupa rala não ajudava em nada. Em pouco tempo viraria estatua congelada.

Andei por mais alguns metros. Entrei em um beco escuro.

A única coisa que me lembro antes de desmaiar foi uma voz dizendo ‘quem é você’. 


Notas Finais




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