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História A Ilha de Greco - Você aceita?


Escrita por: KingRivers

Notas do Autor


Boa tarde, pessoal!
Esse capítulo será focado nas mudanças que ocorrem com os personagens com o confronto no Sul se aproximando. Então comecem a torcer pelos seus favoritos, porque mortes estão a caminho (nem todos chegarão ao final da história).

Músicas dos personagens (para a bad)
- Bella: The Sound Of Silence - Simon & Garfunkel
- Jessie: Epilogue: Young Forever - BTS

Capítulo 16 - Você aceita?


Fanfic / Fanfiction A Ilha de Greco - Você aceita?

POV Amanda

 

Sabia que o casamento era apenas uma forma de Lorenzo me controlar e fazer com que as amazonas ficassem com um pé atrás comigo – para pensarem que eu havia trocado de lado – mas confesso que gostei das regalias que consegui com isso. Todos os garotos me olhavam como se eu fosse uma rainha e as meninas do grupo queriam ser eu. Jamais fui popular na minha época, não estava acostumada a ser o centro das atenções, e agora a situação havia mudado.

Quando decidi que teria Ed como escravo mandei que o amarrassem ao sol e o deixassem sem água enquanto limpava e afiava minhas armas. Depois disso, coloquei um vestido branco com rendas floridas que brilhava com o tom do crepúsculo e segui em direção as barracas.

As amazonas, espalhadas pelos cantos, perceberam como eu estava vestida e arregalaram os olhos. Me mantive firme, ignorei boa parte delas para não ter que me explicar e entrei no local onde Riskis estava: presa a uma cama improvisada, haviam tirado a blusa dela e agora nossa líder se encontrava coberta por panos ensanguentados, com o rosto pálido e os cabelos bagunçados como nunca havia visto. Ao lado dela estava Isabele, que ao me ver lançou a mesma expressão de surpresa das demais.

— Acho melhor você sair daqui – disse Isa, puxando uma faca das vestes. Não sei como ela conseguiu uma arma com tantas pessoas nos vigiando.

— Vim para falar com vocês. Já devem estar a par da situação.

— Da sua traição? Ah, sim, todas sabemos.

Riskis fez um gesto com a mão para que Isabele se calasse. Estava fraca, e quando falou sua voz apareceu falha. Senti um frio na espinha, talvez de preocupação.

— O que está fazendo não é digno de uma de nós, amazonas não se casam, muito menos com aqueles que nos machucam – uma tosse se seguiu, longa e preocupante. – Quero que interrompa isso, temos que atacá-los antes de chegarmos ao nosso destino e depois disso seguimos com o plano que você formou no início de tudo. Nosso objetivo sempre foi chegar ao Sul e nos unir a eles contra o diretor.

— Você não entendeu – reclamei, trincando os dentes – Agora temos armas, e teremos o grupo do Lorenzo conosco, que pode ser muito mais eficiente contra os carcereiros do que os bonzinhos. Estamos com verdadeiras chances de vencer.

— A que preço?

— Não está raciocinando. Se estivesse boa de saúde concordaria comigo. Nas negociações você estava propensa a aceitar a oferta...

— Eu estava blefando – e tossiu mais uma vez – Assim que tivéssemos uma chance atacaríamos eles, com armas ou não, mas infelizmente aquele animal me atacou antes que eu tivesse uma chance.

Aquilo fazia sentido, era mais o estilo dela fazer algo assim, mas uma reação como aquela mataria todas nós, sabia disso. Quanto mais perto de Lorenzo ficava mais me dava conta de que ele era inteligente e sabia como se colocar um passo à frente dos outros.

Respirei fundo e olhei para Isabele, que continuava a me encarar com a faca na mão e os braços cruzados.

— Meu casamento será daqui alguns minutos, então devo ir – constatei, ignorando um pouco a situação. – Mais tarde conversamos melhor, mas é bom saber que não pretendo desistir fácil de convencê-las. O que temos aqui é uma oportunidade. Lembra-se disso.

Me virei, ignorando o esforço de Riskis para contradizer minhas palavras. Não sei como elas não conseguiam enxergar a oportunidade que surgia, mas não perderia isso por nada. Com a líder incapacitada sabia que Isabele e eu éramos as com maior influência entre as amazonas e elas nos seguiriam não importa para onde. Iríamos tomar o poder da Ilha.

Segui em direção ao meu casamento, mas passos atrás de mim e o braço firme de Isabele me tiraram do caminho. Ela me guiou, calma para não alertas os guardas – praticamente me puxando o trajeto inteiro – até um lugar mais reservado. Quando percebi, estávamos dentro da floresta.

— Está louca? – perguntou Isabela, colocando as mãos na cintura. Percebi que ela não estava mais com a faca. – Se aliar ao Lorenzo? O que diabos está acontecendo com você? ISSO NÃO É UMA BOA IDEIA.

— É a única solução para nosso problema. Não sei como não vê isso, estamos sem escolhas e tudo o que Riskis consegue fazer é se segurar em ideais vazios ao invés de pensar que sobreviveremos apenas assim. Contra eles, morreremos.

— Mas morreremos amazonas! Seguindo nossos ideais, não nos ajoelhando aos pés dos homens da Ilha.

— Não estou me ajoelhando para ninguém. Estou formando uma parceria com benefícios mútuos!

— A única coisa que enxergo é que você está mudando, Amanda. Está ficando cega por conta de um homem e não posso deixar que continue com isso.

Ela se virou para ir embora, mas a segurei pelo braço.

— O que quer dizer com isso? – perguntei, mais apreensiva.  

— Você não é nossa líder. Eu sou o braço direito de Riskis e enquanto ela estiver incapacitada vou fazer questão de falar com todas para dizer que não devem te ouvir! Não devem te obedecer!

— Isso é por conta do casamento? – ri, e ela me empurrou para que a soltasse. – É justamente isso que Lorenzo quer, dar brechas para que desconfiem de mim. O que Riskis disse sobre mata-lo quando pudesse? Eu também faria isso! A diferença é que quero chegar longe, conseguir as armas e toda a ajuda que eles podem nos proporcionar antes de destruir esse acampamento.

— Esqueça, Amanda. Não haverá aliança entre nós e aqueles vermes – e encheu o peito antes de continuar. – Vou me certificar disso.

Por um instante vi meus planos irem por água abaixo. Com poucas palavras ela conseguiria assinar nossa sentença de morte. Se Lorenzo achasse que eu não podia controlar as amazonas tudo estaria perdido e com certeza haveriam mortes. Via ele enfileirar as garotas para eliminá-las uma a uma.

Não podia deixar isso acontecer, não era certo. Era a minha vida e a vida das garotas que estavam em questão. Minha mente trabalhou rápido: uma vida por tantas outras.

Por isso, quando Isabele se virou, alcancei o objeto mais pesado que encontrei à frente: uma pedra de formato oval, de cor marrom e suja de terra. Precisei pegá-la com as duas mãos para ser rápida, ataquei Isabele por trás e ouvi um som oco quando a ponta da pedra atingiu a cabeça da minha amiga. Matar era uma experiência antiga, mas fazia tanto tempo que não fazia que me surpreendi com o sangue e o som do corpo caindo no chão e se afundando entre as folhas secas da floresta.

— A-Amand-a... – ela se contorceu no chão, agonizando.

— Desculpa, mas não posso deixar que estrague tudo.

E bati mais duas vezes na cabeça dela, com força, antes de largar a pedra e limpar as mãos.

Isabele não disse mais nada, o sangue começou a jorrar da sua cabeça e suas mãos se movimentavam em reflexos involuntários. Não quis ficar para ver aquilo, meu coração ficou a mil e tudo o que fiz foi correr. Ir o mais rápido possível de volta ao acampamento e abandonar o delito na escuridão da floresta. Mais uma vítima para a minha lista.

Tentei manter a pose quando voltei para dentro do acampamento e fui acalmando minha respiração aos poucos. Estava tão concentrada nisso que mal percebi quando cheguei ao altar – onde Lorenzo me aguardava com todos os seus “colegas” (com aspas porque duvidava que aquele garoto tinha amigos de verdade). No pequeno palanque improvisado com madeira e flores da floresta, ele e eu nos aproximamos para selar o acordo. Minha mente indo a todo instante para o corpo de Isabele abandonado na floresta.

Lorenzo me trouxe para mais próximo dele me pegando pela cintura. Acho que percebeu que eu estava agitada, e que suava frio, porque se afastou um pouco e segurando a minha mão olhou para o garoto que declarava nosso amor eterno. Não era um padre de verdade, o menino parecia inventar palavras ou tirar o texto de novelas e filmes que assistiu ao longo da vida. Não prestei atenção em nada daquela cerimônia e duvidava que Lorenzo se importava com aquilo.

— Seu vestido está sujo de sangue – ele disse, baixinho para que ninguém mais ouvisse, fazendo com que eu olhasse para a manga do vestido e enxergasse a marca avermelhada. – Não se preocupe, eu gostei.

Escondi aquela mancha e o sorriso dele me contagiou um pouco. Não sei se estava ficando louca, mas tudo parecia de certa forma divertido. Começava a entrar em um novo mundo. Tanto que, quando me perguntaram se eu aceitava Lorenzo como meu esposo, a resposta veio automática:

— Sim. Eu aceito.


Notas Finais


O que dizer sobre Amanda?
Até onde essa união com Lorenzo irá levá-la?


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