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História A Ilha de Greco - Uma ilha melhor


Escrita por: KingRivers

Notas do Autor


Novo capítulo prontinho para vocês;
Lembrando que tem perguntinha no final. Então são vocês quem escolhem o destino do personagem.

Abraços! E boa leituraaaa!

Capítulo 13 - Uma ilha melhor


Fanfic / Fanfiction A Ilha de Greco - Uma ilha melhor

Pov Adam

 

— Presos dentro de uma prisão – reclamou Noah, olhando para as grades e em seguida se deitando no colchão. – Essa gente não tem graça nenhuma.

— Ainda não acredito que os sulistas foram capazes de construir algo assim – falei, analisando a cela enquanto Jenn dormia profundamente em um canto e Lavínia se pendurava nas grades buscando alguma brecha para sair. – Foi um trabalho muito bem feito. E todo esse tempo achávamos que eles eram franciscanos que dormiam ao relento.

A guerreira que nos atacou foi levada para dentro e homens armados com arcos e flechas nos escoltaram até o subsolo, passando o muro, e nos colocaram em um bloco de celas. Jenn estava na cela à minha frente, Noah ao meu lado e Lavínia do outro. Não gostei que nos separassem, mas pelo menos podíamos conversar entre nós.

Passamos cerca de três horas aguardando, a noite chegou e todos os demais dormiram enquanto continuei de pé olhando para a porta em que havíamos entrado. A qualquer momento seríamos presenteados pela vinda do líder e tudo no que conseguia pensar era em como convencê-lo a nos deixar ficar. Não tinha mais para onde ir, inimigos estavam por toda parte e se continuasse circulando pela floresta sem destino os carcereiros me levariam direto para a praia.

Em meio ao meu devaneio a porta se abriu e de lá surgiu a mulher que me atacou na mata: Daiana.

— Ratos – ela disse, trincando os dentes. – O que fizeram foi golpe baixo. Eu acabaria com vocês em uma luta justa.

— Não duvido nada – e minha voz acordou Noah e Lavínia. Jenn estava cansada demais após os surtos psicóticos para levantar. – Mas cá estamos, você com um galo na cabeça e eu atrás das grades. Estou curioso para o próximo capítulo.

Ela se aproximou, enfurecida. A voz baixa indicou que tinha mais a perder do que eu.

— Uma palavra sobre o poço e destruo vocês.

Duvidava muito que ela conseguiria, mas resolvi não correr o risco. Pelo que me lembrava o povo do Sul era contra assassinatos, essa parte da Ilha acreditava que o ser humano nascia bom e se corrompia na sociedade. Por isso queriam criar um lugar melhor e puro. Uma palhaçada. Mas agora que sabia que eles tinham um muro talvez abraçasse a filosofia de vida apenas para ter um lugar seguro em que ficar. Me perguntava se era o mesmo caso de Daiana.

Depois ouvi a porta se abrir novamente e arqueiros entraram. Cerca de 15 deles se espremendo no ambiente pequeno mal iluminado e fazendo um corredor no qual Daiana fez parte. O olhar dela não desgrudou de mim e tentei acabar com aquela inimizade virando o rosto e ignorando-a. Não queria mais inimigos.

Eles se ajoelharam, com a mão fechada posta ao lado esquerdo do peito e a cabeça baixa em sinal de respeito. Lembrei do que diziam de Samuel, de como ele era corajoso e capaz de influenciar pessoas. Seus ensinamentos sobre a bíblia lhe garantiram fiéis devotos e sozinho idealizou o paraíso no Sul da Ilha, onde as pessoas iam quando queriam se libertar de seus pecados. Nuca pensei que fosse conhecê-lo e quando o garoto adentrou o recinto minha surpresa foi grande.

Ele era alto, cerca de 1,78 de altura, mas isso não mudava o fato que não devia ter mais do que 14 anos. Esperava alguém pelo menos da minha idade. Observei ele se aproximar e percebi que não passava de alguém que havia acabado de sair da pré-adolescência. Tão magro que as roupas brancas caíam nos ombros, os olhos de um castanho-claro quase caramelo, cabelo cacheado caindo aos olhos e a boca formando um risco sem sinais de recentes sorrisos.

Os olhos do garoto foram para todas as celas. Noah havia se levantado e acompanhara a cena junto comigo. Lavínia se juntou à grade querendo agarrar quem se aproximasse dela. E Jenn continuou perdida no mundo de sonhos.

— Vocês devem ser os intrusos – ele falou, sem demonstrar expressão alguma. – Esperava que fossem mais ameaçadores – e se virou para Daiana. – Traga uma camisa para o tatuado.

— Estou bem assim – respondi, mas fui ignorado e a Daiana saiu mesmo assim.

Samuel me observou por algum tempo, parecia tentar enxergar dentro da minha alma. O jeito dele me incomodava, nunca gostei de ser sondado, e o desconforto me fazia levantar os ombros pela tensão.

 — Sei que as coisas são diferentes no restante da Ilha, mas não gosto que ameacem meu povo ou que exijam passagem. Existe um processo. Os candidatos a entrar no Sul devem se portar com impecável educação. E veja bem... – ele se virou para a cela de Jenn – Essa daí, que finge dormir, já reprovou vezes demais no teste de seleção.

Jennie se levantou, irritada. Tinha enganado a mim, mas pelo visto Samuel era mais observador. Pessoas assim geralmente eram perigosas. Talvez fosse melhor ter cuidado dali para frente.

— Escuta aqui, ô moleque – a voz de Noah me pegou desprevenido – Esse antro de religiosos esquisitos não foi nossa primeira opção de pousada. Estamos aqui porque a Ilha está indo pelos ares, os solados estão pegando prisioneiros e os levando para a praia a fim de fazerem experimentos dignos de nazistas! Então é melhor nos tirar daqui agora se não quiser que eu meta o pé nessa sua bunda magrela.

— Ele não é nosso porta-voz – adverti, morrendo de vergonha. – Noah gosta dessas brincadeiras.

— Então quem é o porta-voz? – perguntou Samuel, curioso. – Você?

Não confirmei, mas todos os outros olharam para mim esperando um pronunciamento. Foram segundos de silêncio até que o líder dos sulistas decidiu acabar com aquilo e abriu minha cela.

Me afastei por impulso.

— Não precisa ter medo. Vamos apenas dar uma volta. Sei que vieram de longe, então talvez seja hora de conhecer nossas terras.

Aquilo me pegou desprevenido, mas aceitei. Dei alguns passos para fora, com os guardas de olho em cada um dos meus movimentos, até chegar perto dele. O garoto tinha uma áurea estranha, então não me arrisquei em deixar que me tocasse. Parei em uma distância segura – com o rosto de Jenn preocupado e Lavínia atenta a tudo como se anotasse os detalhes.

Samuel pediu que eu o seguisse até o lado de fora, Daiana chegou com uma blusa branca no instante em que saímos e ela arregalou os olhos ao perceber que eu estava livre. Lancei um sorriso desaforado para ela e me vesti, subindo em seguida para fora do subsolo.

O Sul não era maior que alguns territórios da Ilha, mas existia algo que nos outros lugares não se encontrava: ordem. Estando do outro lado da muralha conseguia ver que havia uma espécie de vila na parte de baixo de um declive. A maioria levava animais – via galinhas, cães, porcos, gatos e até um cavalo circulando junto dos homens – o penhasco marcava o limite da vila e perto dele haviam pequenas construções. A maioria das casas eram feitas com plantas, folhas e madeira, mas haviam construções de pedra iguais ao muro. As pessoas trabalhavam em plantações, circulavam um lago próprio! Pelo visto aquele terreno era mais fértil que o restante da Ilha. Não imaginava como eles conseguiram construir algo assim.

Estava estupefato. E quando comecei a andar e vi que seguíamos uma trilha de pedras minha mente já trabalhava em formas de melhorar ainda mais aquele lugar. As construções de madeira ainda eram frágeis, então com o material certo poderia reforça-las, e um sistema de irrigação baseado no lago com certeza facilitaria a vida de todos.

Aquele lugar, ele não parecia uma prisão. Fiquei maravilhado por tudo aquilo e me esqueci o porquê de estar ali. Tanto tempo isolado em uma cabana no meio do nada e poderia ter utilizado esse tempo para fazer algo útil da vida, construir o futuro.

— Como? – perguntei, meus olhos se enchendo d’água porque pela primeira vez em muito tempo senti um pingo de esperando. – Como conseguiram?

— Muitos erram, matar é algo que fizemos na vida, mas não é o que nos define– disse Samuel. – Este lugar mostra que ainda existe bondade no mundo, que por mais que uma pessoa cometa erros ela pode mudar e fazer parte de uma sociedade boa e produtiva.

Ele tocou meu ombro. Não sorriu, mas percebi que o tom autoritário havia se dissipado um pouco.

— Até onde vejo você não é uma pessoa má – ele disse, ainda parecendo me analisar. – Mas está cercado de gente que jamais irá ver o que está diante de você.

— O que quer dizer com isso?

— Jennie tentou a seleção 8 vezes, Noah 1 vez e Lavínia foi expulsa daqui quando percebemos que pulava o muro à noite.

— Espera. Lavínia era do Sul?

Estava surpreso por ele conhecer o nome de todos eles. Mais surpreso ainda por que pelo visto eu tinha uma decisão difícil a tomar.

— Desculpe, mas acho que você não entende o que está rolando lá fora. Não faz ideia do que pode acontecer com eles se forem expulsos daqui. Não há mais para onde ir.

— Acredite, sei bem qual a situação lá fora. Temos olheiros – e suspirou. – Você pode fazer a seleção e tentar a sorte para participar disto tudo. Os outros, não. Quero uma resposta agora.

 

Qual decisão Adam deve tomar?

A) Aceitar

B) Não aceitar

C) Aceitar, desde que Jenn também possa


Notas Finais


Agora é com vocês! A, B ou C?
Sejam bem-vindos ao Sul. Todos os personagens enfim foram apresentados e agora é o momento da história avançar. Fiquem de olho, a fic tem previsão de ter 50 capítulos e, até o final, muita coisa ainda pode acontecer.


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