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História A irmã de Bella Swan - Recomeço


Escrita por: Destinixym

Notas do Autor


Olá, meus amores! Como estão? Estou ótima! Quase que não consigo postar hoje, estava chorando enquanto via um filme lindo (Superação: O Milagre da Fé). Enfim, aqui está mais um capítulo prontinho para vocês. O capítulo de hoje é bem leve, apenas para dar uma acalmada nos ânimos e ele é o primeiro capítulo focado em Amanhecer parte 2 (meu segundo filme preferido da Saga).

Enfim, espero que gostem!
Boa Leitura!

✔️Capítulo reescrito

Capítulo 40 - Recomeço


Fanfic / Fanfiction A irmã de Bella Swan - Recomeço

“ Recomeçar é como renascer e ver o sol em um mundo de liberdade.
É crer que a vida se reanima diante de teus olhos fora da escuridão.
É saber que toda via tudo pode continuar.

Recomeçar é como renascer da sombra de um passado que agora não conta mais.
É tornar-se simples, procurando nas pequenas coisas a felicidade.
É construir a cada momento o teu amanhã.

Recomeçar é como dizer sim a vida para libertar-se e voar sobre o horizonte além do limite, onde a imaginação não tem medo.
É ver tua casa tornar-se grande como o mundo.

Recomeçar é acreditar no amor e sentir que mesmo na dor
a alma pode cantar e não conter-se jamais. ”

— Autor desconhecido

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P.O.V. Sunny Swan

Casa dos Cullen

Dois dias depois

Quarta-feira

13 de setembro de 2006

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Dois dias haviam se passaram após a briga com os lobos, o nascimento de Renesmee, a morte de Bella e minha transformação. Hoje é finalmente dia 13 de setembro. Hoje é o dia do meu aniversário. Estou fazendo 19 anos, se eu ainda fosse humana isso significaria que estou envelhecendo, mas como não sou mais uma mera humana, então estou apenas dando mais um passo para a eternidade, tendo a aparência de 18 anos para sempre. O que não é uma coisa ruim, já que permanecerei linda e jovem para sempre, a única coisa ruim é que terei que ver todos a quem conheço envelhecerem e morrerem daqui a uns anos.

Enfim, não vou deixar isso me abalar. Eu escolhi esse destino pra mim e agora não posso voltar atrás. Não me sinto arrependida dessa escolha e nem nada do tipo, na verdade, eu me sinto livre, me sinto uma nova pessoa. Acho que nunca me senti tão bem e tão plena como agora.

O único problema é meu pai.

Afinal, eu deveria estar morando com ele e não com os Cullen, eu deveria contar sobre isso tudo para ele. Eu quero tanto contar pra ele, mas não sei se os Cullen irão permitir. O melhor é deixar o tempo passar pelo menos um pouco, talvez 1 ano, e depois contar a ele sobre tudo isso.

Também preciso me afastar do trabalho, na verdade, preciso pedir demissão. Quando acordei já transformada, precisei ligar para o trabalho e mentir dizendo que estava de cama, que estava bastante doente e teria que faltar o trabalho. Claro que preciso de um atestado médico, mas isso não é problema algum tendo em vista que Carlisle é médico. Mas claro que isso é apenas uma medida a curto prazo, mais cedo ou mais tarde precisarei ir pessoalmente na loja para pedir demissão. Só espero que dê tudo certo quando esse dia chegar.

Estava tão perdida em meus pensamentos que nem notei a presença de Jacob ao meu lado, apenas reparo que ele estava me olhando quando começo a sentir um cheiro estranho, forte e que fez meu nariz arder. Levo meus olhos até ele e agora eu conseguia entender o que os Cullen falavam.

Os lobos fediam demais.

Chega a arder um pouco o nariz, mas até que dá pra aguentar. Aos poucos vou me acostumando com isso. Mas que eles fedem, com certeza fedem:

— O que foi? Vai ficar me olhando desse jeito ou vai falar alguma coisa? — Ele começa a falar, chamando a minha atenção.

— Jeito? De que jeito, Black?

— Como se não gostasse de algo em mim.

— E realmente tem algo em você que não gosto mais. — Digo soltando uma risada enquanto entortava o nariz. — Você fede demais. Agora entendo exatamente o que eles falavam. Credo!

— Ah, eu fedo demais? Eu? — Ele começa a apontar para si mesmo com uma expressão risonha no rosto. — Você que tem um cheiro esquisito. Cheiro de vampiro.

— Pois isso era pra ser uma ofensa? Saiba que não me ofendi.

— Uma pena! — Ele dá de ombros, fazendo com que acabássemos soltando uma risada em conjunto. Logo voltamos a ficar em silêncio, olhando para a floresta a nossa frente.

— Sabe, por mais que você tenha esse fedor de lobo, eu ainda sinto vontade de morder esse seu pescocinho, já que o cheiro do seu sangue é bem… atraente.

— Devo me sentir lisonjeado por isso? — Ele pergunta enquanto me olhava confuso.

— Sim, claro que sim! É algo bem importante.

— Obrigado, eu acho. Mas é melhor manter distância, sabe, não cravar essas presas pontudas em mim.

— Poxa, uma tristeza. Mas tudo bem, se você insiste. — Levanto as mãos em sinal de rendição e abro um enorme sorriso mostrando minhas duas lindas presas, fazendo ele balançar a cabeça e soltar um riso nasalado.

Com isso, voltamos a ficar em silêncio, apenas curtindo o vento e o clima ameno daquela bela manhã de outono por mais alguns minutos até ele voltar a falar:

— Sabe, eu sinto falta dos seus olhos.

— Como? — Olho para ele um pouco confusa. — Meus olhos ainda estão aqui, se você não reparou.

— Ah, por favor, deixa de graça. — Ele revira os olhos e balança a cabeça. — Estou falando que sinto falta do verde dos seus olhos. — Diz se virando para mim. — Sabe o quanto eu amava seus olhos.

— É, eu também sinto falta deles. É estranho às vezes me olhar no espelho e não ver os verdes, mas sim dourados… ou quase dourados. Mas como falei para Rosalie, lentes de contato servem para quê? — Digo dando uma piscadela para ele. — Pode não ser a mesma coisa, mas se acharmos do tom certo, não vai dar pra notar a diferença.

— Eu vou conseguir ver a diferença. — Ele diz se aproximando lentamente de mim.

— Bem, o mais importante é meu pai não conseguir ver a diferença. — Digo me afastando dele sutilmente. — E já que estamos falando de olhos, também sinto falta de olhar no espelho e ver aqueles olhos vermelhos e brilhantes. Eram maravilhosos.

— Eles eram medonhos e assustadores, isso sim. — Ele estremece levemente.

— Mentira! Eles eram sexy e atraentes. Davam uma sensualidade a mais à minha pessoa.

— Se você diz. — Jacob dá de ombros enquanto me olhava. — Mas eu sempre te achei sensual e atraente.

— O tempo está bem bonito, não é mesmo? — Digo de forma rápida, fugindo do assunto que ele queria começar. — Olha só aquele passarinho voando bem ali. Tão bonitinho! — Logo um clima estranho e desconfortável se instalou entre nós dois, mas eu não podia fazer nada quanto a isso.

— Sunny…

— Jake, nós já tivemos essa conversa, não quero voltar nela novamente. Por favor! Você teve um imprinting pela minha sobrinha, um bebê, e o imprinting que teve por mim, foi bloqueado, acabou, não sei e nem você sabe. E por isso decidimos ser apenas amigos até entendermos tudo isso que está acontecendo, mesmo eu ainda gostando de você e você falando que me ama. Nós já conversamos e decidimos isso. Se não tiver jeito, cada um segue sua vida e é isso. Amigos e vida que segue.

— Eu… você sabe que eu ainda não entendo isso tudo.

— É, eu sei, Jake. E não tem problema. Sério mesmo. — Digo dando de ombros. — Eu já falei que vou superar, se não tiver jeito. Afinal, essa não foi a pior coisa que já aconteceu comigo em um relacionamento. — Solto uma leve indireta, me lembrando, ao mesmo tempo, de Jeffrey e Jacob, e do que ambos fizeram comigo.

Levo meu olhar para minhas mãos e minha mente logo vai me levando para longe. Mais especificamente para a madrugada do dia anterior, algumas poucas horas depois que voltei a vida, para a conversa que tive com Jacob.

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Lembranças

Madrugada de terça-feira

12 de setembro 2006

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A noite estava fria e serena, levando em consideração todo o pandemônio que aconteceu há algumas horas. Mesmo tendo acontecido tudo há algumas horas, sinto como se tudo tivesse acontecido há muito tempo. Eu voltava para a casa dos Cullen com Jasper e Alice ao meu lado, o clima entre nós duas estava estável e até agradável, já que ela estava agindo como se nada tivesse acontecido. De qualquer forma, ambos se voluntariaram para me ensinar a caçar e por isso passamos algumas horas na floresta caçando alguns animais. Devo dizer que me sento bem mal por matar animaizinhos indefesos e penso seriamente na possibilidade de me alimentar de humanos:

— Preciso mesmo matar eles? Vocês viram a cara do coelhinho? Foi horrível! Tadinho, ele estava desesperado. Se Jasper não tivesse quebrado o pescoço dele, eu nunca iria conseguir matar o pobre bichinho.

— Também sinto isso. É bem ruim precisar acabar com a vida deles, mas é melhor que matar humanos e fazer tudo virar um pandemônio. — Diz Alice ao meu lado. — Não podemos esquecer que vivemos com humanos, então temos que controlar nossos instintos ao máximo.

— Mas e se eu matasse apenas os humanos ruins? O que mais tem nesse mundo é ser humano ruim e podre. Assassinos, estupradores, pedófilos, ladrões, gângster, mafiosos, serial killer, psicopatas e mais vários exemplos de humanos ruins. — Digo contando nos dedos. — Estarei fazendo um bem ao mundo eliminando esse tipo de gente.

Termino de falar assim que chegamos na frente da casa dos Cullen. Entramos na casa, subindo as escadas e logo vejo todos os vampiros e lobos na sala, ainda com expressões preocupadas, mas rapidamente olham para nós três e soltam um sorriso:

— Então, como foi? — Pergunta Carlisle.

— Sunny já está se rebelando. — Diz Alice de forma risonha e divertida.

— O que houve? — Esme pergunta claramente preocupada.

— Ela não quer se alimentar de animais e sim de humanos. — Jasper responde rapidamente para a mãe após dar um beijo carinhoso em sua bochecha.

— Não é bem assim. Em minha defesa… — Rapidamente começo a falar antes que alguém fale algo. — Vocês não viram a cara do coelhinho. Ele praticamente implorava pra não morrer. Como posso matar um bichinho indefeso? Eu estaria ajudando o mundo se matasse os assassinos, estupradores, pedófilos, psicopatas, serial killer, mafiosos e essas coisas. Não é como se eles fossem santos. Tudo bem que não concordo muito com o ditado “olho por olho, dente por dente”, mas pelo menos não vou matar animaizinhos indefesos e fofos.

— Mas você comia animais indefesos e fofos quando humana. — Diz Emmett tentando me enfraquecer. — É uma hipocrisia.

— Nunca disse que não era, mas pelo menos eu não tinha que praticar o ato de matar.

— Realmente é triste matar animais, eu entendo totalmente seu ponto de vista e concordo com ele. Mas se matarmos humanos será bem pior, vivemos ao redor de humanos e isso pode trazer consequências. Se muitos humanos começarem a sumir, acabemos chamando atenção demais. — Diz Carlisle com um leve sorriso no rosto. — Sinto muito!

— É! Terei que superar isso! Mas é muito ruim. — Digo me sentando no sofá ao lado de Bree.

Com isso, ficamos todos calados por alguns minutos. O único problema é que todos estavam me encarando, às vezes olhando uns para os outros ou desviando o olhar para o chão. Aquilo estava me deixando bastante desconfortável, principalmente porque eu sabia exatamente o que eles queriam perguntar, mas não tinham coragem, ou estavam querendo me deixar confortável para começar a falar. Isso não estava funcionando. Quando achei que eu teria que tomar a iniciativa, Emmett finalmente abriu a boca e teve coragem de tocar no assunto que todos queriam saber:

— Tá bem, ninguém vai perguntar mesmo o que aconteceu com a Sunny lá fora? Por que assim, absolutamente do nada ela começou a pegar fogo?

— Emmett! — Esme rapidamente o repreende. — Não seja indiscreto.

— O quê? Estou apenas fazendo a pergunta que todos aqui querem fazer, mas ninguém tem coragem.

— Está tudo bem, Esme! — Dou um sorriso leve para acalmá-la. — A verdade é que nem eu sei exatamente o que aconteceu, como aconteceu ou por que aconteceu. Eu apenas estava sentindo tanta coisa naquele momento, tantas emoções misturadas. Dor pela perda de Bella, felicidade por ganhar uma sobrinha, raiva por não conseguir ajudar em absolutamente nada e ódio por tentarem matar Renesmee e vocês. Eu não estava sabendo lidar com todo esse turbilhão de emoções. Eu estava com tanto ódio que… eu… não sei o que aconteceu. Só explodi. Quando me dei conta, já tinha fogo pelo meu corpo todo e todos me olhavam como se eu fosse uma extraterrestre. — Digo tudo com a voz baixa enquanto olhava minhas mãos, ainda tentando entender o motivo daquilo ter acontecido.

— Devo admitir que fiquei chocado quando vi aquilo. — Diz Jasper, que estava ao lado de Alice.

— Mas até que faz sentido o dom dela ser manipular o fogo. Ela é irritadinha, toda esquentadinha. Faz total sentido. — Diz Emmett de forma risonha, fazendo Rosalie revirar os olhos e resmungar um “meu Deus”.

— Acredito que por conta de todas essas emoções fortes que você sentiu, esse poder tenha despertado. — Carlisle me explica com calma. — Ele estava adormecido, mas muitas coisas aconteceram e ele explodiu. Isso às vezes acontece com alguns vampiros de dons muito poderosos.

— É, pode ser isso mesmo.

— A maioria dos vampiros que possuem algum dom acabam tendo algum tipo de demonstração desse dom durante sua mortalidade, mesmo que seja algo fraco e bem sutil. Mas tem alguns poucos que não demonstram indício algum de poder, mas quando são colocados em situações muito angustiantes, cheias de emoções… a pessoa acaba explodindo e o poder aparece. Você já teve isso antes? Digo, algum indício de poder durante sua vida humana?

— Bem… algumas situações estranhas já aconteceram comigo. — Digo me lembrando das visões, dos sonhos e aquele dia que quase queimei a mão. — Na verdade, eu tinha algumas espécies de “visões”, não sei dizer ao certo. Não eram muito frequentes quando estava acordada. Mas quando eu dormia, várias vezes tinha sonhos estranhos. Eu nunca entendi ao certo o que era isso, até porque comecei com essas visões quando conheci vocês, antes eram apenas sensações, sabe. Instintos e pressentimentos.

— Me conte mais! — Carlisle pede parecendo interessado, se inclinando para frente enquanto permanecia sentado no sofá.

— A primeira vez que isso aconteceu foi em um sonho. Foi uns dias depois de chegar em Forks. O sonho que tive foi sobre o dia em que salvamos Edward dos Volturi. Foi um sonho tão vívido como se eu estivesse lá, eu podia sentir tudo. A sensação de angústia, o nervosismo, o medo, sentir… os toques… — Paro de falar por uns segundos antes que eu citasse Alec Volturi. — De todos. Eu me lembro de tudo o que aconteceu naquele sonho e tudo o que aconteceu naquele dia foi exatamente igual ao sonho. As ações, as falas, os gestos, todos os acontecimentos foram exatamente os mesmos. E mesmo assim, mesmo tendo sonhado com tudo aquilo, na hora eu agi exatamente como no sonho. Como se fosse a primeira vez que eu estivesse presenciando aquela cena. Mas eu me lembrava de tudo, mas fazia as mesmas coisas e falava as mesmas coisas como se fosse a primeira vez que vivenciava aquilo.

Faço uma pausa e olho para cada um dos presentes ali naquela sala. Todos estavam me olhando atentamente e esperando pela continuação:

— O outro aconteceu uns dias antes de nos conhecermos oficialmente. Novamente um sonho… eu dormia bastante em aula. — Solto uma risada e sou acompanhada por Edward.

— É, você dormia mesmo! Eu via muito pela mente de Mike. Ele ficava te olhando dormir, era um pouco estranho.

— Olha quem fala. Se me lembro bem, você invadia o quarto de Isabella para vê-la dormindo. — Digo para ele de forma risonha e volto a falar antes que ele retruque. — Dessa vez foi um tipo de compilado de sonhos, sabe. Toda hora eles mudavam. Sonhei com o jogo de beisebol, quando conhecemos James, Laurent e Victoria. Mas ele não foi além, o sonho acaba mudando e vai para uma “cena” em que eu estava consolando Bella por Edward ter ido embora. E o último foi da luta que tivemos contra os recém-criados, na verdade, apenas a hora em que conversamos com os Volturi. Não foi até o final da conversa, apareceu apenas até o momento em que Jane usa o dom dela na Bree. Na hora em que chegamos lá, nem reparei que aquele era o local do meu sonho. Só reparei nisso quando vi os quatro Volturi se aproximando. Foi uma sensação de déjà-vu. E então foi aí que eu liguei aquele momento ao sonho.

Paro novamente de falar e olho para Bree, que estava ao meu lado enquanto segurava minha mão. Dou um sorriso calmo para ela, que aperta minha mão e faz carinho na mesma. Assim continuo a contar:

— Na terceira vez que isso aconteceu, foi de fato uma visão. Mas foi uma visão do passado. Eu estava acordada e foi no dia do meu aniversário, na festa que vocês fizeram aqui. Edward estava nos contando sobre os Volturi e eu estava olhando o quadro dos Volturi que tem no seu escritório. — Digo para Carlisle que balança a cabeça. — E então, do nada, foi como se eu tivesse sido teletransportada para o dia que estava sendo representado naquele quadro. Vi os Volturi e você, Carlisle. Vi a cena de um vampiro sendo morto por Aro.

Assim que paro de falar, noto a expressão de tristeza e arrependimento da cara de Carlisle. Ele sempre foi um homem tão bom e eu não consigo imaginar o quanto de coisa ruim que ele viu enquanto morava com os Volturi:

— A próxima foi alguns meses após essa. Foi quando Bella pulou do penhasco para o mar e eu tentei salvar ela. Tive a sensação de que Bella iria fazer alguma besteira naquele dia. Eu poderia ter impedido ela, mas sabia que não adiantaria. Ela tentaria fazer alguma besteira mais cedo ou mais tarde, era só questão de tempo. Então comecei a ter essa sensação ruim e acabei tento uma visão. Eram vários flashes envolvendo o mar muito agitado, um penhasco e eu me afogando. Eu tentava subir para a superfície, mas não conseguia e a água entrava pela minha boca, meu nariz. Eu não conseguia respirar. E assim que sai da visão, eu senti absolutamente tudo isso. Foi horrível! E a última foi há alguns meses, quando fui para a noite da fogueira com Jake. — Levo meu olhar para ele. — Lembra que eu te contei? — Ele rapidamente balança a cabeça confirmando. — Billy estava contando a história sobre como os Quileutes tiveram o primeiro contato com os vampiros, depois contou sobre a chegada de vocês e do acordo que fizeram com o avô de Jake. Depois que ele contou a história, eu acabei tendo uma visão e dormi sem perceber. A visão era sobre aquela história. Era como se eu estivesse ali como uma telespectadora ou um fantasma. Eu estava no lugar, podia andar e falar, mas ninguém me ouvia ou me via. Eu os vi encontrando o primeiro vampiro e matando ele, vi a guerra deles com a companheira desse vampiro, vi o sacrifício da esposa do chefe e vi o acordo de vocês com o avô do Jake. Depois disso, eu nunca mais tive outra visão. Nem acordada e nem dormindo.

Paro de falar e fico olhando para Carlisle e para os outros vampiros que me olhavam um pouco surpresos, não sei ao certo o motivo:

— E sobre o fogo… alguns meses atrás, naquele dia que estávamos vindo dormir aqui por causa dos recém-criados. Lembra, Alice? Você foi lá em casa falar com papai. — Pergunto para ela, que rapidamente balança a cabeça confirmando. — Então, naquele dia, eu estava fazendo comida enquanto conversava com papai. Uma conversa um pouco… sabe, “A” conversa. É, então… a propósito, Jake, ele meio que escutou o que fizemos naquele dia, depois da festa de formatura, quando você dormiu lá em casa. — Assim que termino de falar isso, Jacob arregala os olhos e começa a ficar sem graça.

— Então era por isso que, nas vezes que nos encontramos depois disso, ele me encarava meio estranho. — Jacob diz sem graça enquanto Emmett começava a gargalhar, zombando da nossa cara.

— É... enfim! Eu e papai estávamos tendo essa conversa e ele me disse que escutou aquilo. Fiquei em choque e meio desorientada, acabei me atrapalhando toda e deixei a panela cair no chão, quase caí no chão também e acabei me segurando no fogão para não cair. Só que eu segurei na boca do fogão… com o fogo aceso e não reparei. Aquilo poderia ter causado uma queimadura séria. Mas não aconteceu nada. Claro que entrei em pânico quando vi e papai também, mas quando olhamos minha mão, não tinha absolutamente nada queimado. Não sei exatamente se isso já havia acontecido antes comigo porque eu não me lembro de já ter me queimado com fogo alguma vez. Faço comida desde criança, mas não me lembro de ter me queimado alguma vez. Isso pode ter acontecido, mas não reparei.

— Bem, então você tem mais de um poder, o que é muito raro para um vampiro comum. — Diz Carlisle pensativamente. — Pelo visto pode controlar o fogo, já que não se queimou quando colocou a mão nele, e ver o passado e o futuro das outras pessoas e o seu próprio. Isso é bem… inovador e surpreendente. Nunca vi nada como você antes.

— Com certeza, querido. É algo… extraordinário! — Diz Esme me encarando com surpresa em sua expressão.

— Então, isso significa que agora temos uma espécie rara de vampira entre nós? — Emmett novamente abre a boca para falar. — Caralho, adorei! Que foda! — Ele exclama bastante feliz enquanto bagunçava meus cabelos. — Se duvidar, somos mais poderosos que os Volturi agora. Sunny pode queimar eles até sobrar apenas as cinzas.

— N-não… calma também, Emmett! — Digo um tanto sem graça e nervosa com toda essa expectativa em cima de mim. — As coisas não são assim.

— Emmett, meu filho, pare! Assim deixará Sunny em pânico. — Esme tenta acalmar a animação do grandão. — O importante agora é treinar. Você precisa treinar seus poderes, Sunny. Entender como eles funcionam e aprender a controlá-los para não acontecer nenhum futuro acidente. — Ela diz me olhando. — Não se preocupe, iremos te ajudar com isso.

— Obrigada, Esme! — Digo sorrindo, um pouco mais calma.

— Só uma pergunta. Será que tem mais algum poder escondido aí? — Bree me pergunta.

— Bem, eu acho que não. Digo, provavelmente não. Se já é bastante raro e inesperado existir um vampiro com dois poderes diferentes, quem dirá com três ou mais. Eu não teria tanta sorte assim.

Com isso, soltamos uma risada e logo um silêncio confortável cai na sala por uns segundos enquanto eu olhava Rosalie com Renesmee no colo. Desde que acordei, não consegui pegá-la no colo e nem vê-la direito. Logo fui caçar com Alice e Jasper:

— Como ela está?

— Dormindo desde quando você saiu.

— Será que eu… posso segurá-la? — Pergunto olhando de Rosalie para Edward, que logo balança a cabeça, confirmando.

— Claro! É a sua sobrinha. — Ele me responde com um leve sorriso no rosto.

Caminho até Rosalie e logo ela me passa Renesmee. Pego a pequena Renesmee no colo com o maior cuidado do mundo e começo a balançar calmamente ela em meu colo. A pequena bebê se mexe um pouco e logo abre seus olhinhos castanhos como os de Bella, me olhando profundamente antes de abrir um enorme sorriso banguela e levar sua mãozinha até meu rosto:

— Dormiu bem, pequena? — Pergunto beijando sua mãozinha enquanto a mesma soltava uma risada doce e divertida de bebê. — Vou levar isso como um sim.

Continuo com ela em meu colo, brincando e rindo com a bebê. Porém, logo sinto o doce cheiro do sangue correndo por suas veias e aos poucos começo a salivar, sentindo uma grande vontade de saciar essa sede. Então, para não atacar minha própria sobrinha recém-nascida, rapidamente devolvo ela para o colo de Rosalie, que me olha confusa com uma sobrancelha erguida:

— Eu vou… respirar um ar puro.

Dizendo isso, saio andando rapidamente da sala e vou para a varanda da casa para conseguir respirar sem sentir cheiro de sangue e também sem sentir vontade de atacar alguém. Fico andando de um lado para o outro na varanda enquanto tentava me acalmar. Logo começo a sentir minhas mãos começarem a tremer de nervosismo e minha cabeça começar a girar, me fazendo entrar em desespero aos poucos. Rapidamente me aproximo da grade e seguro a mesma para tentar evitar a tremedeira em minhas mãos, mas sem colocar muita força para não quebrar. Com isso, fico daquele jeito sozinha durante vários minutos. De olhos fechados enquanto me acalmava e aproveitava a brisa, tentando me reajustar. Fico daquele jeito por vários minutos até escutar a voz que sempre mexe comigo, soando ao meu lado:

— Como se sente? — Ele me pergunta, me fazendo abrir os olhos no mesmo instante e olhar para Jacob, que se encostava na grade da varanda logo ao meu lado e ficava me olhando:

— Um pouco melhor. E você?

— É, eu estou bem! — Ele fala e, em seguida, fica quieto durante uns segundos antes de voltar a falar. — Legal você ter dois poderes diferentes. Daqui a pouco vai virar a mulher maravilha. — Diz logo soltando uma risada na qual eu acompanho.

— É, eu também achei legal. É esquisito ter poderes, mas com o tempo vou me acostumar.

— Sim, você vai conseguir. Você sempre consegue. — Ele fala com um leve sorriso no rosto. Com isso, um silêncio estranho cai sobre nós dois. Ficamos calados por mais alguns minutos até ele voltar a falar. — Acho que precisamos conversar.

— É, eu sei! — Concordo com ele enquanto cruzava os braços e me virava para ele. — Pode me explicar o que aconteceu com você?

— Nem eu sei ao certo. Acredite em mim. Eu não faço ideia de como e por que isso aconteceu, mas aconteceu.

— E o imprinting que teve por mim? Você ainda sente ele ainda aí ou… simplesmente sumiu?

— Eu… ainda gosto muito de você. Eu amo você. Sério, é verdade. Eu quero ficar com você de verdade, mas… acho que o nosso imprinting diminuiu ou acabou. Não sei ao certo. Mas não era isso que você queria? Afinal, você nunca gostou do imprinting. E o fato dele ter acabado ou diminuído e eu ainda te amar e te querer, mostra que eu não estava mentindo antes.

— Sim, sim! Eu realmente não gostava mesmo do imprinting e fico feliz por ainda querer ficar comigo mesmo sem o imprinting, mas… até quando? Até quando vai durar?

— O quê? Sunny, eu acabei de te falar que te amo mesmo sem o imprinting e você me pergunta até quando? Do que mais você precisa? O que mais preciso fazer pra você saber que estou falando sério? — Ele começa a falar, se alterando aos poucos.

— Jake, se calma. Por favor, tenta pelo menos uma única vez entender o meu lado. Não estou duvidando, eu apenas perguntei isso porque você teve um imprinting pela minha sobrinha. Um bebê. Igual o Quil com a Claire. O ponto é que ela ainda é um bebê, mas ela vai crescer. Não sabemos como vai funcionar o crescimento dela, mas isso vai acontecer alguma hora, e de acordo com você e com Embry, o imprinting se trata de ser o que a pessoa precisa e quer naquele momento. Um amigo, irmão, protetor, namorado. Alguma hora vai chegar na última opção e alguém sairá magoado nessa história. E eu sei que essa pessoa será eu.

— Não diga isso, Sunny! Ainda temos muito tempo. Ela ainda é um bebê e só vai crescer daqui a alguns anos. Eu e você podemos ficar juntos para sempre. Eu amo você sem o imprinting, Sunny, e... — Eu o interrompo antes que ele continuasse.

— E eu não serei apenas uma substituta até o alvo do seu imprinting ter idade o suficiente pra ficar com você. Jake, estamos falando da minha sobrinha. Isso ainda é tão estranho e absurdo para mim.

— Como você disse, o imprinting se trata de ser o que a pessoa precisa e quer. Serei apenas o que ela quiser que eu seja e tenho certeza de que Renesmee me verá apenas como o tio protetor. E serei seu namorado porque eu amo você, Sunny.

— E se ela crescer e começar a sentir algo por você? Ou você por ela? Posso não ser loba, mas eu já entendi que isso é algo incontrolável. Eu sei que você não quis ter esse imprinting, eu sei disso. Sei que é incontrolável, mas também sei que todos eles levam ao mesmo resultado. Você querendo ou não, você sempre será puxado para o alvo do imprinting. E assim, Jacob, eu não quero sentir ciúmes da minha própria sobrinha. É ridículo e muito nojento. Não quero brigar ou me sentir insegura por conta disso. Você sabe que o amor dela por você alguma hora vai acontecer e vice-versa. Como sempre acontece. E no final seremos Sam, Leah e Emily. Você vai me trocar pelo alvo do seu imprinting, que é ela. Sam trocou a Leah, que aparentemente era o amor da vida dele e após anos de namoro, pelo alvo do imprinting dele, a Emily, que ele havia acabado de conhecer. Ele trocou alguém que ele conhecia e amava há anos, por alguém que ele havia acabado de conhecer. E você vem me dizer que seremos diferentes? Em que mundo seremos diferentes? Eu não quero viver essa história e também não quero ficar uma mulher ridícula com ciúmes da própria sobrinha.

— Talvez esse imprinting não cresça, meu amor. Até porque eu sei, eu sinto que o imprinting que tive por você ainda está aqui dentro, só que está fraco porque esse novo foi muito forte e é sempre um baque muito grande. Tem também o fato de termos brigado muito ultimamente e termos passado um tempo separados. Entende? Talvez, se ficarmos juntos novamente, o imprinting por você volte a ficar mais forte e o dela vai diminuir. Somos diferentes deles três. Tive um imprinting pelas duas, mas eu amo você, eu quero você, eu preciso de você e eu escolho você.

— E se não funcionar? Jacob, eu não acho que seja uma boa ideia continuarmos com isso. Já está na hora de acabar com tudo isso antes que as coisas piorem.

— Meu amor, não pense assim. Temos que tentar. Pense no agora e não no futuro.

— Não dá! Penso no agora e vejo nós dois juntos e tentando construir uma nova relação boa e sem dramas, mas aí penso que depois vai acontecer alguma coisa e eu não quero sofrer, não quero me sentir trocada de novo, não quero me sentir insuficiente. Eu quero paz e quero ser feliz, Jacob. Você me fez muito feliz, Jake, mas também me fez sofrer demais. Não quero que depois se arrependa de ter ficado comigo ou então que me troque. Não quero sentir ciúmes de você e nem sentir aquela sensação ruim de ver a pessoa que você ama com outra. Eu só estou cansada disso tudo. Além do mais, eu já não confio mais em você como antes. Depois de tudo… a confiança foi para o buraco. E mesmo que eu tente voltar a confiar em você como meu namorado, sempre terá aquela dúvida, aquela vozinha na minha cabeça dizendo que alguma coisa está errada.

— Sunny, talvez ainda dê tempo de bloquear esse imprinting, fazer alguma coisa para acabar com ele, não sei. Eu vou falar com meu pai, pedirei ajuda para os mais velhos… mas eu quero você. Eu amo você! — Ele se aproxima de mim e passa fazer carinho em meu rosto com uma de suas mãos. Em seguida, pega meu rosto e o levanta, me fazendo olhar para ele, que se aproximava cada vez mais de mim.

— Eu… gosto muito de você, Jake! Nunca duvide disso, mas… não quero sofrer mais ainda e não quero forçar algo que já está fadado ao fracasso. E se não tiver jeito? E se vocês dois for apenas inevitável? Destino, sabe? Os mistérios da vida são difíceis de se explicar e a magia também. E se isso for apenas o destino? Vamos lutar contra ele, nos machucar, destruir algo que poderia ser bom e para quê? Por pura teimosia.

— Eu… entendo todos seus questionamentos. Mas, por favor, me dê essa chance. Sei que já te machuquei demais, mas há algumas horas nós dois estávamos nos entendendo e tínhamos combinado de tentar de novo, ir devagar, apenas ficando. Sem pressa. Vamos continuar com isso, por favor! Uma última tentativa.

— Façamos assim, você vai pedir ajuda ao seu pai e a todos os outros anciões. Tente falar com os meninos, talvez uma reconciliação, e peça ajuda a eles. Procure em lendas do seu povo, em absolutamente tudo. Não descarte nada. Enquanto isso, seremos apenas amigos. Se isso tiver um jeito, qualquer que seja, e se você estiver mesmo falando a verdade sobre me amar e querer ficar comigo, independente de ter ou não o imprinting por mim, e não estiver mentindo apenas pra me agradar, então tentaremos de novo aos poucos. Mas pela última vez. Se não tiver jeito, se for totalmente inevitável de acontecer, aceitaremos esse destino e continuaremos sendo os mesmos amigos de antes. Os mesmos Jake e Sunny de sempre. Os mesmos amigos que éramos antes de tentarmos alguma coisa. Entendeu?

— Sim, certo. Tá bem! Concordo totalmente. Mas eu sei que terá um jeito, eu sei!

— Veremos, Jacob! Ainda é cedo demais para falar se tem ou não. De qualquer forma, se não tiver, teremos que superar e seguir em frente.

╔╦══• ✠•ೋ † ೋ•✠ •══╦╗

Lembranças

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— Sunny, eu…

— Jake… — Falamos ao mesmo tempo, fazendo com que soltássemos uma pequena risada.

— Fale você primeiro.

— É que… — Começo a falar, mas paro por um momento. Solto um suspiro enquanto olhava para ele e dou um sorriso suave. Ficamos nos encarando durante alguns minutos e quando eu finalmente decidi continuar a falar, sou interrompida por Bree que passa pela porta da varanda igual a um furacão e para bem na nossa frente.

— Venham, andem! Bella acordou!

Continua…


Notas Finais


O que acharam? Criticas construtivas, por favor!
E aqui está a nova vida de Sunny, pelo menos o começo dela. O que acham que vai acontecer entre eles dois? Teorias sobre os imprintings? Não se preocupem, logo tudo vai melhorar para nossa pequena Sunny. Sei que estou falando isso há um século e vocês devem estar querendo me matar, mas é a realidade, isso está mais perto do que pensam.

Spoiler do próximo capítulo: Tretas!

Só digo isso rsrs. Enfim, espero que tenham gostado!
Beijinhos *3*


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