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História A irmã de Renesmee - 1 e 2 temp. - fanfic sendo repostada - Novidades (E)


Escrita por: KarinaMiranda98

Capítulo 15 - Novidades (E)


 

- Seth, eu...

Ele só balançou a cabeça como se não acreditasse no que estava vendo e saiu dali.

-Seth, espera! – gritei, porém já estava longe.

Corri até ele, tropeçando no meio do caminho. Ele já estava perto da porta da sala de estar quando o alcancei.

-Seth, por favor, me deixa explicar. – insisti ofegante, o fazendo parar.

-Explicar o que? Que você queria beijar ele? – ele se virou bruscamente e sua expressão fez meu coração se apertar. Sua expressão era de muita dor e tristeza, mágoa e decepção. As lágrimas que caiam dos seus olhos já tinham uma trilha marcada em suas bochechas.

-Não é nada disso, me deixa explicar...

-Não precisa se dar ao trabalho.

-Vamos para o meu quarto, por favor? – supliquei.

Ele suspirou e deu de ombros.

Subi as escadas, indo em silêncio para o meu aposento. Ouvi Seth entrar, e fechar a porta atrás dele.

-Sinceramente, depois de todo esse discurso sobre confiança, você faz isso, Carlie? Quem é você, afinal?

O olhei boquiaberta. Eu sabia que ele estava certo, mas o ouvir falar dessa forma foi como me cutucar com alfinetadas.

-Você não disse isso. – sussurrei, quebrada por dentro.

-Eu disse, sim. – ele falou, a voz vacilando. – E não me diga que não tenho razão após presenciar aquela cena.

-Seth, ele só me ajudou a levantar porque eu caí...

-Sim, eu ouvi você caindo, e fiquei preocupado. Fui ver se você estava bem, até porque você ficou quieta depois. Mas você já estava em ótimas mãos. – terminou, as palavras carregadas de ácido.

-Seth, você não é assim. – implorei. – Me deixe te mostrar.

E estendi as mãos para tocar seu rosto, e o esperei me autorizar. Ele sabia que isso era um pedido, já que eu não precisava mais de toque para mostrar o que eu estava pensando.

O vi puxar uma respiração pesada antes de consentir.

Fechei os olhos e então passei em sua mente tudo o que aconteceu desde que eu o deixara no sofá. Toda a conversa com Nahuel, até o momento que eu caí e ele me ajudou. Não escondi nenhum detalhe de como fiquei nervosa, e que não sentia nada por ele. Que eu só pensava no Seth.

Minhas mãos se foram junto com meus pensamentos. Era isso. Se ele não acreditava mais em mim, eu iria sofrer muito, mas não havia mais nada a fazer.

-Me desculpe.

Abri os olhos surpresa, a tempo de vê-lo me abraçar.

-Eu te amo muito, não consigo viver sem ti. Obrigado por ser sincera comigo, e eu prometo confiar mais em você a partir de agora.

Meu peito se encheu de alívio, e eu percebi que estava me sentindo pesada, pois uma leveza me tomou. Apertei-me contra ele. Eu queria sentir seu corpo contra o meu. Cada parte do meu corpo contra o seu, cada centímetro, cada milímetro. Escondi meu rosto em seu peito e pressionei meu nariz nele.

-Me desculpe por tudo isso – pediu novamente, passando a mão em meu cabelo, e mais lágrimas ameaçaram a cair.

-Está perdoado.

Ele foi se aproximando até colocar sua testa na minha e fecharmos os olhos. Seu nariz encostou no meu e passeou com ele pelos meus lábios. Depois foi subindo lentamente e encostou seus lábios cheios de desejos nos meus. Ele foi me deitando na cama, sem interromper o beijo. Pedi passagem com a língua e seus lábios se dividiram, concedendo o que que queria. Nossas línguas se encontraram timidamente.

Separamo-nos do beijo ofegante.

-Olha, se alguma garota desse em cima de mim, você não iria ficar com ciúmes?

-Você sabe que sim. – já sabia onde ele iria chegar. Ele queria que eu entendesse seu ponto de vista em relação ao Nahuel.

-Então, ciúmes é normal.

-É, eu sei.

-Mas você sabe que eu não te trocaria por nenhuma garota, né? – e me deu meu sorriso torto favorito.

-Mesmo? – falei manhosa.

-Mesmo – ele repetiu sorrindo. Sua convicção me trouxe uma felicidade em que eu nunca senti antes. A felicidade que eu sempre sonhei. De ser a única garota na vida dele.

Sorri.

Ele me roubou um selinho, me fazendo rir.

Ouvi a porta da frente se abrir, e me levantei num pulo correndo lá para baixo descalça, Seth nos meus calcanhares.

-Pensei que vocês iriam ficar lá para sempre, o que aconteceu com todo aquele plano de se fingir de humano? – perguntei esfregando meu olho, com os olhos fechados.

-Minha culpa.

Abri os olhos rapidamente quando ouvi aquela voz, e meus ouvidos não estavam enganados.

-Nessie. – gritei e corri até lá para abraçá-la. Ela estava com uma faixa no pulso, e pelo o que parecia, nada a mais. – Você está bem? – perguntei enquanto lágrimas de felicidade escorriam pelo meu rosto.

-Estou ótima.

Dei um abraço bem apertado nela.

-Eles podem te liberar essa hora?

-Não, mas você já viu algum Cullen não conseguir o que quer?

Ri, concordando.

-Como é bom ter você de volta. – a abracei novamente. Desta vez ela retribuiu forte. E isso lhe causou dor, pois se encolheu saindo do abraço.

-Não se preocupem. – ela falou, ficando reta novamente após se recuperarem. Meus pais e vovô já estavam em cima dela. – Só esqueci. – e olhou para mim antes de terminar. – Quebrei algumas costelas. – e levantou a blusa, afim de me mostrar que estava enfaixado também. – Já estão bem melhores. Só tenho que descansar mais um pouco.

Sentamo-nos todos no sofá, cadeiras e no chão, inclusive Nahuel que desceu quando ouviu minha irmã. Ele me olhava toda hora, mas eu fingia que não era comigo e me concentrava na conversa a minha volta. Todavia, óbvio que meu pai leu seus pensamentos, e estreitou os olhos para mim, com um olhar do tipo “depois vamos conversar sobre isso”.

-Nessie, – inventei alguma coisa tentando escapar do olhar de Nahuel – nós podíamos sair para comemorar sua volta do hospital.

-Não dá, estou de castigo. – ela fez um biquinho.

-Ah, é claro. – revirei os olhos. – Porque quis dar uma de louca com um carro que anda a mais de duzentos por hora.

-Não enche. – resmungou.

E o medo me tomou, pois eu não queria ficar sem tirar a minha habilitação por causa dela. Não é como se eu fosse ser a inconsequente logo após ela.

-Carlie Masen Cullen, – gelei ao ouvir minha mãe dizer meu nome completo. – se descobrirmos que você também já fez isso alguma vez...

-Eu nunca fiz! – gritei. – Eu não quero um castigo pela eternidade.

-E não vão ter suas carteiras de motoristas tão cedo depois disso.

Olhei atônita para o meu pai, apesar de ele olhar mais para ela ao falar, ainda se referiu ao plural!

-O que eu tenho a ver com o que aconteceu com ela? – indaguei, furiosa.

-O que tem a ver, é que vocês duas são metade humana. Carlie, Renesmee, vocês duas não são imortais. Um acidente pode matar vocês. E o carro... ele ficou irreconhecível. Não achamos que você poderia ter saído viva.

Aquelas palavras mudaram a atmosfera do ambiente. Ficou pesado. Todos os que viram ficaram abalados por lembrar da imagem, e os que não viram sentiram o que poderia ter acontecido.

-Seu pai está certo, docinho. – Jake falou, arrumando uma mecha de seu cabelo.

Suspirei pesadamente. Deitei-me no ombro do Seth e ele acariciou meus cabelos.

-Que tal tocarem uma música? – sugeri.

-Aham. – Nessie exclamou animada, olhando para papai.

Eles se dirigiram ao piano. Depois se viraram quando não me viram perto.

-Toquem vocês dois. Estou muito cansada.

A melodia denunciou ser a canção de ninar de vovó. Depois mudou para a de mamãe, e em seguida a que fizemos na ilha da mamãe. Acho que depois disso peguei no sono e só me lembro de sentir vagamente a cama embaixo de mim.

 

***

 

Nahuel já estava preparado para ir embora. Seth tinha ido para casa à noite, já que não o vi quando acordei. Agradeci por isso, não queria mais confusões do que acontecera.

-Nahuel, as portas sempre estarão abertas para você. – vovô disse.

-Obrigada, Carlisle.

-Foi muito bom te rever. – Nessie falou enquanto o abraçava.

-É muito bom você já ter voltado do hospital, Renesmee.

-Obrigada.

Ele me olhou com um pouco de culpa, e eu apenas dei um mínimo sorriso.

-Bom, acho que já vou. Tchau gente, e obrigado por tudo. – ele disse indo para a floresta.

-Tchau. – todos falaram. Menos eu. Papai me olhou desconfiado.

-Carlie, vamos dar uma volta? – pediu. Mas eu o conhecia para saber que eu não tinha escolha.

Me colocou nas costas e fomos floresta a dentro. Saímos do alcance auditivo dos outros, porém não o suficiente para caçarmos.

Esperou que eu escorregasse de suas costas, e nos sentamos num tronco grosso caído que havia ali.

-Você e Seth estão bem? – começou a falar, arrumando um cacho de minha cabeça.

-Estamos ótimos. – franzi o cenho, confusa.

-As lembranças de Nahuel... ele te tinha muito perto.

Olhou em meus olhos, e senti minhas bochechas em chamas.

-Foi um terrível mal entendido. – sussurrei, olhando para as minhas mãos. – Ele... eu caí da cama e ele me ajudou a levantar, só que o movimento foi a favor dele. – ri sem graça.

Esperei pela bronca. Que não veio. Ao invés disso, segurou meu queixo com seus dedos e me fez olhar para o seu rosto. Seus lindos olhos cor de âmbar estavam relaxados, me deixando surpresa.

-Se você se sentiu desconfortável com a presença dele, devia ter me dito, meu amor.

-Não, não foi isso. – o tranquilizei. – Eu só... tive que me explicar para Seth. Ele viu a cena. E ficou chateado. Estava para ir embora já.

Suspirei, sabendo que isso o estava deixando louco. Papai era acostumado a ler mentes, não ter uma história contada.

Como o de costume desde criança, coloquei as mãos em ambas suas bochechas, fechando os olhos para me concentrar. Tentei não pensar muito no beijo, e mesmo assim senti seu corpo ficar rígido com a memória.

-Seth sempre foi gentil. Não me surpreende que tenha mantido o controle tão bem assim. Mas na próxima vez que ficar chateado perto de você, vou manda-lo para longe com o meu punho.

-Pare, papai. – ri, colocando os braços ao redor de seu pescoço. – Ele não ameaçou perder o controle em momento algum.

-Certo, meu anjo. – beijou minha bochecha. – Vamos voltar? Carlisle quer nos contar algo.

E voltamos para a casa grande outra vez.

Vovó estava terminando de fazer chocolate quente para gente.

-Bom, – todos olharam o vovô. Eu estava curiosa, pois papai já me preparou. – eu estava pensando que podíamos ficar por uns tempos naquela fazenda que fomos quando vocês eram pequenas. – agora ele falou comigo e com a Nessie.

-Aquela de Nova York? – perguntei animada.

-Sim.

-Não brinca! – Nessie quase gritou.

-Mas lá é muito ensolarado, e vocês não iriam poder sair de casa. – apontei.

-Vocês eram tão pequenas assim? – ele brincou com um sorriso no rosto. – Os vizinhos moram todos longe.

-Ou seja, nada de vizinhos. – comemorei.

Minha família não precisaria ficar presa dentro de casa por causa de alguns humanos curiosos.

Porém um detalhe veio a minha cabeça, levando minha empolgação embora.

-Querida? – papai perguntou, e tio Jasper me olhou também.

Seth, pensei.

Ele pode ir, se concordar, papai me confortou.

-Jacob também. – falou alto, olhando para Renesmee. Um sorriso rasgava seu rosto.

-Pode contar agora, meu amor. – mamãe beijou o topo da minha cabeça, e eu deixei meus ouvidos atentos. Seth estava chegando.

-Faremos muitas compras. – Ness me disse, eufórica.

-Faz tanto tempo desde a Times Square. – vibrei. Fomos as compras a noite, e foi mágico.

-Times Square? – Seth disse entrando. Sorri enquanto ele vinha até meu lado se sentando, e depositou um beijo na minha bochecha.

-A minhoquinha tem uma novidade. – tio Emm falou, sorrindo.

Pare, tio, pedi, sabendo que ele estava provocando. Seth ficaria momentaneamente triste até saber de tudo.

Zip, prometeu, escondendo os lábios para dentro da boca afim de esconder o sorriso.

-Carlie? – Seth chamou, com uma falsa paciência em relação a conversa mental.

-Lembra da fazenda que fomos quando éramos pequenas?

-Sim, lembro de Edward me falando que vocês atazanaram todos até comprarem a tal casa com cavalos e bichos para vocês irem. – riu com a lembrança.

-Estamos indo de novo... – comemorei, sem conseguir me segurar.

-O que? Estão se mudando já? Tão cedo? E para um lugar ensolarado? Não é o ideal, Carlisle, vocês precisam de mais tempo, e-

-Calma, bobinho. – tapei sua boca com a minha mão. – Não é definitivo.

-Iremos apenas para Carlie e Renesmee se divertirem mais um pouco antes de nos mudarmos realmente. – vovó Esme explicou.

E mesmo assim, a tristeza nublava suas feições.

-Você pode ir. – acrescentei, ansiosa por tirar esse olhar dele. – Quero dizer, se quiser, é claro...

-Não precisa pedir duas vezes. – os cantos de sua boca se abriram no meu sorriso preferido, sua expressão iluminada.

Me joguei em seus braços, a felicidade explodindo dentro de mim.

-Papai? – chamei sua atenção, quando todos começaram seus planos para quando chegássemos lá. – O que é imprinting?

Me surpreendi que papai não esboçou uma reação normal. Suas narinas inflaram, e senti Seth se encolher ao meu lado.

-Não pense que esqueci disso. – falou rosnando para o meu namorado. – Emmett estava debaixo desse teto, com os ouvidos bem atentos quando você quebrou o combinado.

-Eu juro que não foi minha intenção. – falou para o vampiro raivoso.

-Você sabe perfeitamente o motivo de não tocarmos nesse assunto. – continuou como se não tivesse sido dito nada.

-É sério que vão falar sobre isso como se nem estivéssemos aqui? – Nessie gritou, indignada.

Papai respirou fundo sem falar nada, mas todos também continuaram em silêncio. Olhei para todos os rostos e encontrei uma fonte de fraqueza na mamãe.

-Mãe? – Nessie e eu falamos ao mesmo tempo e ela estremeceu, um olhar de dor cruzou seu rosto.

-Não posso dizer, não é meu segredo para contar. – ela disse simplesmente.

-O que? – Nessie perguntou antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. – o Jake te fez prometer não dizer? No hospital ele ficou bastante espantado quando falamos imprinting.

-Não é nosso segredo para contar, e o que fizemos foi porque pensamos que era o melhor para vocês. – meu pai veio ao resgate da minha mãe.

-E vocês não acharam que tínhamos o direito de decidirmos por nós mesmas se era melhor para nós ou não? – interferi.

-Acho que devemos contar, não tem mais como esconder. Isso é sobre elas. – tia Alice veio ao nosso resgate. Ela piscou para mim e olhou em seguida para Nessie, que sorrimos agradecidas.

-Então, vão nos dizer? – perguntei.

-Sim. Façam suas perguntas. – meu pai se rendeu.

Seth a todo momento calado ao meu lado. Eu não sabia se era o olhar do meu pai, ou medo desse tal imprinting.

-O que é imprinting? – perguntamos nós duas juntas.

-Imprinting é quando um lobisomem se apaixona por alguém que é sua metade. Quando você vê seu imprinting pela primeira vez é a única coisa pela qual você vai pensar. Nem sempre é um amor de casal, o lobisomem irá ser o que ela quiser. Um namorado, protetor, ou seu melhor amigo.

Todos estavam nos olhando para ver nossas reações. Seth estava apreensivo, mais do que o resto.

Minha cabeça estava uma confusão só, tentando encaixar as peças.

-Então... Emily e Sam, Claire e Quil, Rachel e Paul, Kim e Jared...? – tentei racionar.

-Eu sou imprinting do Jake? – Nessie perguntou.

-E eu sou imprinting do Seth?

-Sim. – meu pai falou calmamente. Pude ver todos ainda monitorando nossas reações e tio Jasper nossas emoções.

-Uau. – Nessie se afundou ao assento. Bem, Seth continuava calado, como se tivesse medo de alguma coisa. Será que era da rejeição? Mas não tive tempo de pensar em outra coisa porque Nessie continuou: – Então todos vocês só estavam esperando para nós nos apaixonarmos pelo Jake e pelo Seth. Jake era meu protetor quando eu era bebê, agora é meu melhor amigo e vai ser... Meu namorado? – ela disse a palavra namorado hesitando, claramente confusa e tentando esclarecer as coisas. – Por que não disseram antes?

-Porque não precisa ser assim se não quiserem. – mamãe se apressou a dizer. – Queríamos que vocês tivessem liberdade. Não queríamos que você se sentisse como se tivesse que ficar com eles. Vocês têm escolha. – terminou a frase firme.

-Alguém alguma vez escolhe o seu imprinting? – Nessie perguntou.

-Bem... Não.

-E alguém pode escolher não ficar com o lobo? – questionei.

-Ninguém pode recusar a quantidade de amor e dedicação que alguém pode lhe dar, não é mesmo? E quando alguém tem imprinting, é porque eles estão destinados a estarem juntos – meu pai terminou.

Minha cabeça rodou, e em seguida minha visão escureceu. Depois disso pude ouvir vozes desesperadas me chamando.

 

   ***

 

-Acho que ela está acordando. – ouvi de longe a voz do meu pai.

Minha cabeça ainda rodava um pouco, então não me atrevi a abrir os olhos.

-Seth? – o chamei, e senti mãos quentes na minha.

-Estou aqui. – senti sua voz suave perto de mim.

Apertei meus olhos com força para depois se acostumarem com a claridade.

-Ah, qual é, Seth? – minha mãe reclamou. – Só porque ela ficou sabendo que você teve um imprinting por ela, não quer dizer que ela não queira mais falar com você nunca mais.

Ele soltou um suspiro.

A curiosidade me venceu, então arrisquei abrir os olhos. Deu certo. Todo aquele preparo ajudou para a claridade não me atrapalhar.

E então o vi. Seu rosto estava dividido em agonia e alívio.

-Como você se sente? – vovô perguntou.

-Estou bem agora, mas o que aconteceu?

-Você só digeriu muita informação de uma vez.

-Uh. – assenti – É... Bom... Será que vocês podem nos deixar a sós um minuto, por favor?

Eu sabia que era um pedido para eles tentarem nos dar privacidade, mesmo que só de olhares.

-Claro, querida. – mamãe disse e beijou minha testa. – Qualquer coisa, nos chame.

Colocou os braços ao redor dos ombros de Nessie e as duas saíram juntas.

-Você vai deixar, Edward? – tio Emmett disse.

-Fica quieto Emmett, minha filha não é como você.

Ri, assistindo todos saírem do quarto.

Fiquei por um tempo em silêncio esperando-o falar algo, todavia algo me dizia que ele também estava esperando por isso.

-Seth, eu... – comecei, e me surpreendi com sua interrupção.

-Me desculpe, não queria que você soubesse assim desse jeito! Eu iria contar com mais calma, só que seus pais, Jake e eu achamos melhor não lhes contar até vocês terem uma certa idade, mais madura. – se levantou, nervoso, e começou a andar pelo quarto. – Mesmo morrendo de medo de você se apaixonar por outro, seus pais tinham razão. Você escolhe o que quiser, não precisa ficar comigo só porque acha que deve, porque não quer me magoar, afinal de contas, sou e sempre serei seu melhor amigo...

-Seth. – o cortei e ele me olhou. – Posso falar também?

Ele suspirou.

-Fiquei um pouco nervoso. – ele esclareceu, se sentando. Evitava meu olhar a todo custo

-Um pouco?

Ele riu do meu tom de descrença.

-Não estou chateada, só fiquei um pouco surpresa. – dei de ombros. Segurei seu queixo, o deixando sem escolha a não ser me encarar. Olho a olho. – Porque esses dias atrás você era meu melhor amigo, e hoje estamos juntos. – sorri, arrancando um sorriso dele. – Só acho que tudo teria sido mais fácil para mim se eu soubesse antes. – falei alto para papai saber que eu falava com ele. – Achar que você não sentia nada por mim foi horrível. – resmunguei baixinho, abaixando a cabeça.

-Ainda acho que foi melhor assim. O sentimento veio espontâneo. – beijou minha bochecha. – Demorou um pouco, mas cá estamos.

Alarguei meu sorriso.

-E então? Nova York?

-Nova York. – repetiu.

-Ai, meu Deus! – fiquei de pé na cama e comecei a pular. – Mal vejo a hora de ver o Employee!

-Em o que? – me olhou como se eu tivesse dito algo em mandarim.

-Employee, meu cavalo. – parei de pular e me sentei novamente.

-Então você vai me ensinar a cavalgar?

-Sim! – gritei, esticando a palavra. O abracei, mal acreditando em como tudo aquilo era perfeito. – Podemos chamar Claire e Quil, acho que papai não vai ligar se formos em uma viagem de amigos, afinal, vai ser como uma despedida, e então chamaremos os outros também, os quileutes, para conhecer a cidade que não dorme... – ele me silenciou com o dedo nos lábios.

-Você ficou muito agitada desde a notícia da viagem.

Dei de ombros.

-Só estou empolgada.

-É de notar de longe. – ele riu.

Meu sorriso foi se desfazendo aos poucos enquanto minha mente de repente martelou em algo que eu não sabia.

-Que foi? – ele franziu o cenho.

-Posso te fazer uma pergunta?

-Claro.

-Você... Bom... É... Tipo assim... Já beijou alguma garota?

Ele arregalou os olhos.

-Não. – ele disse desesperado.

-Por que não? Você já sabia quando iria encontrar seu imprinting?

-Você está levando isso melhor do que eu pensei.

-Responde minha pergunta. – eu me recusei a desviar do assunto.

E com isso, eu senti um ardor dentro de mim. Imaginá-lo com outra garota. Os lábios que me pertenciam sendo beijados por outra boca.

-Não, eu nunca beijei nenhuma garota, a não ser você. E eu não sabia quando iria encontrar meu imprinting, essas coisas são como amor à primeira vista. – ele deu de ombros.

-Mas por que você nunca beijou ninguém?

Suas bochechas ficaram rosadas.

-Eu queria que meu primeiro beijo fosse com o meu imprinting, seria mais romântico, mais... Especial.

Toda a queimação – que depois caracterizei como ciúme – se fora nesse momento. Não falei nada, apenas me sentei em seu colo, depois colei levemente meus lábios nos seus.

-Vamos até Emily e Sam? – sugeri.

-Um momento. – pediu, levantando o dedo indicador. Pegou seu celular e discou um número. – E aí, cara... estão todos na Emily?... Ótimo, Carlie e eu estamos indo também... Beleza. – e desligou. – Estarão todos lá.

-Legal. – pulei de cima dele e fui atrás da minha permissão para sair.

Eles concederam quase imediatamente, e perguntei aonde estava Renesmee. Ela foi para o Chalé, queria ficar um pouco sozinha.

Consegui o carro secundário de papai. Infelizmente eu não poderia dirigir, então eu me contentei em meu namorado tomar o volante.

-Ah, ainda bem que eu trouxe meu celular. – exclamei, me lembrando da Mendy.

-Por quê? E aonde você comprou? Quando?

-Tia Alice me deu um quando... – hesitei, sem saber se queria aquela recordação.

-Entendi. – disse ele, compreendendo o motivo de eu parar de falar.

-Vou mandar uma mensagem para a garota do e-mail.

“Oi, Mendy, como você está? Nós podíamos de marcar de se encontrar hoje, que tal?”

“Oi, Carlie. Claro que sim! Que horas?”

“Bom, estou indo para La Push, mas se você me der seu endereço, posso te buscar para irmos dar uma volta.”.

  

Ela me mandou o endereço dela, e percebi que ela não morava muito longe.

 

“Ok, estou a caminho.”.

-Podemos ir pegar a Mendy primeiro?

-Beleza.

Lhe passei o endereço e fomos.

    



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