História A irmã do meu melhor amigo - Are you leave me?

Camila - Los Angeles - 11:57 pm - 30 de abril de 2020

- Então faremos o que, hoje? - Nick perguntou.- Tenho algo importante para contar a vocês. - o moreno disse e então franzi o cenho.

- Você usando tom sério? Hm...- Dinah comentou. Estávamos em frente a escola, tínhamos sido liberados. 

- Que tal um luau? - sugeri, fazia tempo desde a última vez que fizemos. 

- Da última vez nós perdemos um.- Ari falou e Nick a encarou.

- Mas foi coincidência, não tem porquê fazer disso uma maldição. - dei de ombros.

- Mas acontece que da vez antes dessa, também perdemos um.- Dinah jogou no ar.

- Parem!

- Eu acho uma boa.- Nick disse e eu sorri.- Luau mais tarde, levem o que comer e beber, vou levar as toalhas, som e barraca.- disse por fim, Nick sempre foi o mais "forte" do grupo, adorava acampar ou se aventurar na natureza.

- Ok, você quem manda.- Dinah deu de ombros e tomamos rumo cada um a sua casa. Não era necessário marcar um horário, todos basicamente já sabiam.

Segui para minha casa junto de Shawn, ele entrou para sua casa primeiro e logo depois cheguei na minha.

Tomei um banho e avisei meus pais que sairia com o pessoal e Shawn, o que era normal já. 

Coloquei uma roupa leve, pois estava muito calor apesar de ser abril. Passei no mercado e comprei algumas latinhas e biscoitos. Peguei um táxi e segui para a praia onde sempre nos encontrávamos. Não demorou muito e logo todos estavam lá. 

- E então, o que você tem a dizer Jonas? - Dinah perguntou, a loira estava um pouco alta...

- Bem, para seguir a tradição, família...- disse e pude perceber um sorriso triste em seu rosto.- Meus pais receberam uma proposta boa de emprego na Alemanha e vamos nos mudar até o fim de semana, também fui aceito em uma boa faculdade de lá. - disse apenas e ficamos todos em completo silêncio. Essa porra era uma maldição!!!

- Não...- falei desacreditada. 

- Já aproveitando o embalo...- Ariana começou a falar.- Minha família vai para Nova York e terei que ir junto...mas prometo vir sempre que possível. - disse como se aquilo fosse a coisa mais simples de aceitar no mundo.

- Eu falei que essa merda era uma maldição! - Dinah disse extremamente puta e se levantou, indo em direção a água, sendo seguida por Nick, eu continuava intacta e Shawn da mesma forma ao meu lado.

- Afinal de contas, não ficaremos no colegial para sempre, uma hora ou outra iremos nos separar e depois fazer aqueles encontros clichês de grupo do colegial. - Ariana deu de ombros, eu conhecia a pequena para saber que havia brigado com sua família para estar agindo indiferente, ela obviamente não queria ir embora.

- Certo, eu vou tentar digerir isso. - falei no automático. 

Um tempo se passou e todos focamos em nos divertir e nos despedir. Assim restariam apenas eu, Dinah e Shwan no grupo, pois Harry não era tão próximo quanto esses dois.

- Já sabe que faculdade vai fazer? - perguntei a Nick.

- Estou pensando em educação física. - disse dando de ombros.- Mas provavelmente meus pais não deixarão. 

- Entendo.- Ari sorriu.- Vou fazer música, nem que para isso eu tenha que matar.- disse fazendo uma careta e rimos.- E você?

- Bem, Lauren colocou na minha cabeça que psicologia era uma boa...e no fim das contas achei uma profissão nesse ramo bem interessante. - dei de ombros, lembrando da morena me enchendo com a idéia de virar perfiladora, pois segundo ela eu era muito boa observando e julgando silenciosamente (o que particularmente eu acho que seja exagero, pois mais avoada que eu é impossível).

- Bem, vou ser advogada para livrar vocês das merdas que se meterem.- Dinah falou, mais bêbada que todos. 

- Acho que vai ser ao contrário, mas tudo bem.- falei e rimos.

Continuamos ali por um bom tempo, com conversas, brincadeiras, jogos, danças e tudo o que tivemos direito. 

Nos despedimos da melhor forma possível e aproveitamos o máximo naquela noite. 

1 mês depois

Hoje completa mais um mês longe de Lauren e meus amigos. Faz cerca de uma semana que a morena está completamente sumida, o que não me fez surtar até agora ao ponto de pegar um avião e voar até ela, é o fato de que Shawn diz que ela está bem, só está ocupada com coisas da faculdade. No fundo sei que não é isso, não pode ser, Lauren nunca ficou uma semana sem me mandar ao menos um mísero "oi".

- Eu aposto que ela está bem, Mila. Relaxa, ok? - Dinah disse jogada em minha cama, enquanto eu andava de um lado para o outro, como se isso me ajudasse a pensar em uma solução para Lauren me responder.

- Dinah, não faz sentido algum Lauren me esquecer assim, nem um "oi"? - parei e olhei para a loira, que mexia em seu próprio cabelo e olhava para o teto.

- Ela não te esqueceu. - continuei andando de um lado para o outro.

- Esqueceu sim.

- Ela transou com você, não pode te esquecer e nem vai! - Dinah disse e parei novamente, me lembrando vagamente de seu toque e beijos...céus que saudades!

- Isso não vem ao caso, Jane.- revirei os olhos e me joguei na cadeira da escrivaninha.

06 de julho de 2020, Los Angeles

- Dinah! Tem algo errado! - gritei.

- Certo, eu vou na casa do Mendes hoje e vamos resolver isso.- disse segurando meus braços e me fazendo olhar a mesma nos olhos.

- Eu não posso ficar sem ela por muito tempo, não sem notícias desse jeito.- meus olhos estavam inchados, minhas roupas começaram a cair de meu corpo, céus eu estava magra.

- Mila, eu prometo achar Lauren, ok? - a loira, que agora estava quase morena de tão escuro que estava seu loiro, falou e eu assenti. Ela me colocou deitada na cama novamente, estávamos de férias, beijou minha testa e saiu do quarto.

E ali estava eu, sozinha, sem Lauren há três meses, nem uma simples mensagem, nada em suas redes sociais, Shawn sempre fugindo e os Jauregui-Mendes também, nenhum deles me davam um parecer, não que fosse uma obrigação, porém eles sabiam da minha relação e conexão com Lauren. Meus pais não me diziam nada, mas eu sabia que tinham algo a esconder através de suas tentativas falhas de preencher esse vazio sombrio que se instalou em minha alma e corpo.

Eu só queria minha Lauren de volta, ao menos para lhe dar um beijo ou um "oi", eu precisava vê-la. 

28 de Maio de 2021, Los Angeles 

Aqui estava eu, indo para o último dia da semana de faculdade, rotina que eu comecei a fazer desde janeiro deste ano.

Lauren nunca mais apareceu, Shawn e sua família se mudaram, meses atrás, para algum lugar que não disseram qual, ou ao menos não me disseram qual, na verdade eu nem me importava mais. Shawn sempre me mandava mensagem, perguntando como eu estava e o que fazia agora na faculdade, também sempre me atualizava sobre sua vida, mas nunca havia Lauren incluída nela, era como se a mesma nunca tivesse existido, Lauren era uma ninguém agora.

Mas não em meu mundo.

Ela continuava sendo meu mundo, um mundo distante, mas ainda sim meu.

- Ei, tudo bem? - escutei a voz suave de Dinah surgir e soltei um leve sorriso. A única que continuava ao meu lado, desistiu de ir para outro país para cuidar de mim, Dinah sempre foi minha pessoa, sempre seria ela.

- Oi, Walz.- falei.- Sim, e com você? - começou a andar lado a lado comigo.

- Melhor agora.- sorriu.- O que fará esse final de semana? - me empurrou de leve com o ombro e eu revirei os olhos.

- Tentar não morrer. - sorri e olhei para a rua, estávamos quase chegando na faculdade. 

- Não ironicamente você está fazendo psicologia...interessante.- disse em um tom brincalhão fazendo-me lembrar do porquê que escolhi essa faculdade, afinal era o que Lauren queria. 

- Quem sabe consigo me curar. - dei de ombros.

- Ainda bem que quer ser perfiladora, senão internaria você agora mesmo.- disse e eu soltei uma risada leve, assim me lembrando novamente da morena, ela estaria simplesmente em tudo o que me rodeava e eu não podia controlar isso.

- Certo, você sempre estará lá, certo? - perguntei, me livrando dos pensamentos que me levavam a morena, e então Dinah me olhou singela.

- Sempre. - piscou e sorriu, seu sorriso era uma das únicas razões atuais para eu não desistir de tudo, não queria jamais machucar Dinah por ser fraca demais, igual eu era naquele momento.- Te encontro nos corredores. - disse assim que entramos na faculdade, beijou minha testa e seguiu caminho para sua sala, Dinah fazia direito. Respirei fundo.

Último dia da semana Camila, você aguenta.

Segui caminho até minha sala e me sentei nas cadeiras mais afastadas, apesar de ser um pouco ruim escutar a professora, ainda sim preferia ficar o mais afastada de todos, o máximo possível. 

Comecei minhas anotações e a prestar atenção em uma das poucas coisas que me interessavam naquele momento: Estudar a mente das pessoas, para quem sabe assim eu não possa entender o que aconteceu com a mulher da minha vida..

Eu estava com 19 anos e a essa altura já tinha um coração partido, ou melhor, despedaçado. Lauren não tinha apenas me machucado, Lauren foi o pior que aconteceu no meu último ano e digo isso com firmeza e clareza, ninguém jamais me machucara assim, nunca chegaram perto da forma que Lauren chegou e acabou com tudo. 

Tudo bem ela não me querer, eu entenderia, mas qual a necessidade de simplesmente desaparecer da face da terra e me deixar desolada sem nenhum tipo de resposta? Eu mandei mensagem todos os dias, durante todo um ano, sem pular nenhum dia, até que as mensagens pararam de chegar para ela e então eu entendi que Lauren realmente tinha me deixado/esquecido. 

Lauren me destruiu da pior forma possível, qualquer coisa doeria menos. Sua família fazer parte disso piorou tudo em um nível degradante e doloroso, ninguém nunca saberá realmente como isso me machucou e como essa ferida me impede de viver abertamente. Estou há um ano sem me relacionar com ninguém, nunca mais deixei que ninguém chegasse perto o suficiente para tentar algo, apenas me deixei levar por toda essa dor que aqueles olhos verdes deixaram em meu coração.

Se não me queria, bastava apenas dizer...Não precisava sumir da minha vida sem explicações. 

Eu ainda te amo, Lauren. Amarei para todo o sempre e sempre, mesmo doendo, sei que isso nunca passará. Meu sentimento será eterno, como nossas lembranças em minha mente que cravou você nela, como se fosse uma palavra que simplesmente não posso esquecer nem mesmo se quisesse.