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História A Lei do Casamento - Dramione - Epílogo


Escrita por: Silver-Shades

Notas do Autor


Bom dia, amores!
Enfim, o epílogo de Lei do Casamento.
Quero agradecer a todo mundo que acompanhou a história (de novo, vou agradecer sempre) e toda a interação do último capítulo

Espero que o futuro deles deixe vocês tão emocionadas como eu fiquei na hora de escrever.
Boa leitura.

Capítulo 42 - Epílogo


Nove meses depois

Hermione fechou a última caixa com seus pertences, finalizando sua mudança daquela pequena casa pitoresca, a qual foi seu lar por um ano. Ela decidira, três meses atrás com Draco, que estava na hora de voltar para Londres.

Naquela noite, quando concordaram que pertenciam um ao outro e que o destino era tê-los juntos pelo resto da vida, sua nova vida começara.

Draco tinha ido embora dois dias depois, optando por fazer sua viagem até Boston na intenção de recuperar o tempo perdido. Ele passara seis meses em imersão completa com Isaac. Os dois bruxos criaram novas poções, aperfeiçoaram outras, e Draco estava devidamente a par de toda a burocracia, parte financeira e logística da empresa.

Nos três meses seguintes à sua volta, ele veio para o Brasil inúmeras vezes. Hermione continuou trabalhando no bistrô, mas o irmão de Diana havia se juntado ao time, então fora concedido à bruxa os finais de semana como folga, dias que ela passava treinando sua magia em constante crescimento, ou com Draco, quando ele estava na cidade.

Ela não recebera visitas apenas de Draco. Harry e Daphne vieram três vezes, Theo, uma vez, Gina passara uma semana completa. A única que não pudera viajar fora Pansy, devido à gravidez. Hermione se repreendeu completamente por não ter percebido os sinais da amiga na última vez que se viram, mas deixou claro como estava contente.

Aliás, era um dos motivos pelo qual ela estaria voltando para Londres tão rápido. Pansy a nomeou madrinha de sua primogênita, Cecília, juntamente com Zabini.

Narcisa era um caso à parte. Draco insistira várias vezes para que ela o acompanhasse em uma de suas visitas, mas a bruxa recusara em todas elas. A justificativa sempre era a mesma: Hermione quem deveria ir até ela. A mais velha não estava errada; a saída abrupta fora extremamente impactante, e cabia a Hermione, e apenas Hermione, correr atrás do prejuízo e recomeçar com a ex-futura-sogra.

Com Draco, as coisas caminhavam lentamente. Eles puseram todas as cartas na mesa, tudo o que dera errado e o que funcionara durante os meses de casamento. Em acordo mútuo, Hermione escolheu morar sozinha no início, assim como Draco continuaria com a mãe para não deixá-la sozinha. Seu trabalho na empresa dele continuaria disponível para quando ela quisesse voltar, mas Hermione insistia veementemente que ainda não era a hora. Primeiro, tinham que entrar em consenso com todo o emocional entre eles, antes de envolver a vida profissional na equação.

Ela se sentou no tapete felpudo da sala de estar e suspirou, passando por sua cabeça todas as situações que ela enfrentaria em Londres quando voltasse.

Mas sabia que, no final, tudo entraria nos eixos.

No final de tudo, se ela tivesse Draco, seria o suficiente.

• ───── ✾ ───── •

Dois anos depois

━ Senhorita Granger, bem-vinda. Como passou o mês? 

━ Bem. Acabei de finalizar aquela poção que estava trabalhando. Agora, entrará na fase de testes com Theo no Ministério.

━ Isso é ótimo. E Draco?

Draco? Bom, eles haviam tido sua primeira briga depois da volta dela para Londres.

Os primeiros meses foram mais uma reintegração ao mundo bruxo do que qualquer outra coisa. Demorou cerca de dois meses para Hermione ter uma recaída emocional. 

Era uma terça-feira. Ela estava com Daphne, almoçando no Beco Diagonal, quando uma bruxa aleatória do bar perguntou como estava o bebê.

O bebê que ela nunca teve. Scorpius.

A mulher talvez não olhasse os jornais. Se bem que, Hermione estava tão afetada naquela época que nem se deu ao trabalho de bisbilhotar o Profeta Diário ou qualquer outro meio de comunicação para saber se a maior perda de sua vida havia sido relatada para todo o mundo bruxo saber.

Ela entrara em pânico. Sua mente levou-a de volta para o dia no hospital. A dor insuportável em seu corpo, o desespero nos olhos de Draco, a resignação dos curandeiros. Era como se estivesse revivendo o mesmo momento em um looping infinito. Mal ouviu Daphne enxotar a mulher com educação, antes de ser aparatada para a casa de Harry. A bruxa loira sabia o que a Mansão faria com ela.

Foi com o ataque que Hermione percebeu que precisaria se tratar, antes de começar qualquer coisa com Draco, antes de tomar novas decisões. Ela não podia simplesmente esquecer o que o último ano havia feito com ela.

Com a ajuda de Narcisa, que ainda estava relutante em manter uma conversa civilizada e tranquila, Hermione encontrou uma curandeira de mentes. Na sessão inicial, contara à bruxa tudo o que acontecera e todos os pontos os quais Hermione sentia falhar; a perda de magia, a incapacidade de ser mãe, insegurança em retomar o relacionamento com Draco.

Com muita paciência e resiliência, a curandeira de mentes iniciou um tratamento com Hermione que teria a duração de um ano. Seria o primeiro passo na jornada de cura dela. 

Ela não ficaria bem em semanas, meses. A curandeira havia avisado que esse tipo de trauma levaria anos para ser trabalhado, fora toda a questão emocional entre ela e Draco que seria levada em consideração apenas quando Hermione se mostrasse completamente bem para trazer mais um problema à superfície.

E assim se seguiu. Um mês, dois, cinco, sete. Um ano. Um ano e meio. Dois anos. Ela compareceu a cada sessão marcada com a curandeira Elizabeth e abriu seu coração para a pequena senhora de cabelos brancos e óculos quadrados.

Hermione se auto-descobria a cada semana. A cada consulta, uma nova porta era aberta e outra se fechava. Para cada lágrima de tristeza que ela derrubava ao lembrar de suas dificuldades, um sorriso surgia ao perceber do que era capaz de fazer.

Pouco a pouco, a mulher lhe ajudou a trazer sua confiança de volta. Sua vontade de seguir dia após dia sem compartimentar todo o sofrimento que sentiu.

Quando mostrou uma melhora significativa, quase um ano e meio depois, Elizabeth sugeriu que ela e Draco começassem a comparecer às consultas juntos. Draco estava fazendo o mesmo que ela, cuidando de seus próprios problemas com um curandeiro particular, antes de discutirem sobre o relacionamento.

Eles estavam juntos, mas não estavam. Era uma sugestão de ambos os curandeiros. Se deixassem a luxúria e o desejo passar por cima de suas reais necessidades, todo o tratamento iria por água abaixo.

Então eles seguiram a recomendação. Não passar a noite juntos, sem relações, sem bebidas ou poções ━ a não ser que fossem estritamente necessárias. Por mais de um ano, Draco e Hermione estavam apenas se conhecendo. Eles saiam para tomar café, almoçar e jantarem juntos, se encontravam com os amigos, assistiam jogos de quadribol, mas nada além disso.

Eles não poderiam misturar as coisas, e Hermione estava dedicada a seguir à risca a recomendação.

Esse foi o primeiro motivo da discussão deles. Até então, sua relação estava caminhando gradualmente. A confiança entre eles foi sendo restabelecida aos poucos. Hermione, a cada dia, se sentia mais segura em compartilhar suas lembranças do aborto, como foi perder sua magia e sua estadia solitária no Brasil.

Mas Draco estava ficando impaciente. Apesar de ainda irem às consultas todo mês, ele não achava mais necessário seguir as recomendações à risca. Para ele, não havia problema passar a noite no pequeno apartamento de Hermione, em cima das Gemialidades Weasley. 

O segundo motivo, não menos importante, era a insegurança de Draco quanto ao trabalho de Hermione.

Theo e Alicia haviam tido o filho que a Lei requeria, mas o casamento não estava dando mais certo. Os dois decidiram, pelo bem de seu filho, que se dariam melhor separados. E como Hermione havia voltado ao Ministério, para seu mesmo cargo, o ciúmes de Draco havia voltado com força.

Por mais que Theo dissesse não estar mais interessado em Hermione, Draco não ficava completamente seguro. Ele fazia perguntas a todo momento, mandava mensagens para Hermione ━ pelo celular que ela havia ensinado-o a usar quando ainda estava no Brasil ━ fazia ligações e a acompanhava até em casa, no final do dia. Todos os dias.

E isso estava sufocando Hermione. Completamente.

Dessa forma, aqui estava ela, em uma consulta de emergência, sozinha, sentada de frente para a curandeira Elizabeth. Ela precisava desabafar. Precisava achar uma forma de lidar com Draco.

Precisava respirar.

━ Hermione? Tudo bem? ━ A curandeira chamou sua atenção. ━ Eu perguntei sobre Draco.

━ Sim, sim. Eu ouvi na primeira vez. ━ Hermione mordeu o lábio. ━ Draco e eu tivemos nossa primeira briga.

━ Oh. Poderia me contar mais?

Durante a hora seguinte, Hermione admitiu o que havia acontecido entre eles, não muito mais do que Elizabeth já sabia, dado ao fato que eles iam às consultas todo mês.

Ao terminar, Hermione olhou, esperançosa, para a bruxa mais velha.

━ Não acho que preciso te dizer que a insegurança de Draco é o fator principal nessa situação.

━ Não, não precisa ━ Hermione respondeu. ━ Só não sei como lidar com a situação. Mostrar a ele que não há nada a temer. Não vou embora, não quero Theo. É apenas o meu trabalho.

━ Você falou isso para ele? Tentou deixar claro seu ponto de vista e sua vontade?

━ É claro! ━ Hermione afirmou. ━ Cansei de dizer que não planejo me separar dele. ━ Ela suspirou. ━ Não sei mais o que fazer.

━ Você está fazendo o suficiente, Hermione. Está fazendo a sua parte. Draco precisa trabalhar essa insegurança e não deixá-la emergir. Não cabe a você tentar tirar isso dele. Seu papel não é esse.

Ela respirou fundo, assimilando as palavras da curandeira.

━ Converse com ele e incentive-o a levar essas questões para o curandeiro pessoal. E continue como está, mostrando a ele que você não pretende ir a lugar nenhum, é tudo que pode fazer.

Hermione assentiu silenciosamente.

━ Ok. Vou tentar.

━ Ótimo. Há algo mais que queira conversar?

━ Não. Era apenas isso que estava me incomodando. Meus projetos no Ministério são promissores e estou animada com o andamento deles.

━ Isso é ótimo. Seu trabalho segue com o estudo de poções para grupos específicos de criaturas mágicas, certo?

━ Isso. Enquanto não volto a trabalhar diretamente com Draco, estou dividindo meu tempo entre a burocracia das petições e projetos para as criaturas e a busca de novas poções para elas. Quando consigo chegar a opções viáveis, mando para Draco e o laboratório da empresa tenta produzir. Se der certo, Theo as testa.

━ É um bom trabalho; importante para o mundo mágico. E é incrível que você e Draco consigam separar os limites entre o pessoal e o profissional.

━ Gosto de imaginar que é um tipo de teste. Precisamos saber trabalhar bem agora, que nos vemos pouco e interagimos pouco sobre o trabalho, para que o mesmo aconteça quando eu estiver dentro da diretoria com ele. E sempre gostei do meu cargo no Ministério. Toda a situação me ajuda a seguir em frente, um dia de cada vez.

━ Estou orgulhosa de você por isso, Hermione. ━ A curandeira Elizabeth fechou seu prontuário sobre o colo. ━ Nossa próxima consulta é daqui duas semanas. Draco virá junto e falaremos mais um pouco sobre a insegurança dele e como está se sentindo, ok?

━ Ok. Eu aprecio tudo que esteja fazendo por nós. É como se eu pudesse ver até onde podemos ir juntos, depois desses dois anos de terapia.

━ É para isso que estou aqui, Hermione. Te ajudar a recuperar a confiança que tinha em si mesma e em Draco. É gradual, trabalhoso e doloroso, mas é para seu próprio bem.

━ Eu sei. Obrigada novamente e até a próxima.

• ───── ✾ ───── •

Três anos e meio depois

Era o aniversário de dois anos de sua afilhada, Cecília. A comemoração seria em uma casa de veraneio da família de Pansy, numa tarde de sábado.

O tempo de Londres estava ameno, promovendo um bom dia para uma festa entre amigos e família. Pansy e Justino ainda eram um casal feliz e bem-resolvido, esperando seu próximo herdeiro, a gestação de Pansy ainda no terceiro mês. Cecília, uma garotinha que herdara o cabelo da mãe e as feições do pai, era apaixonada por gatos, a cor roxa e canetinhas. A parede da sala de estar da casa deles era sua maior obra de arte.

Hermione se apaixonou pela pequena menina na primeira vez que a viu. Olhos escuros grandes, cílios grossos e bochechas gordas. Cecília abriu os olhos e deu seu primeiro sorriso para ela, fato que a fez derramar lágrimas indesejadas.

Ela prometeu amar e cuidar de Cecília como se fosse sua própria filha. Se lembrou de Scorpius e como ele iria amar uma criança para brincar, e sentiu o coração inchar de saudade.

Zabini era tão presente quanto ela. Os dois enchiam a menina de presentes, ganhando olhares estreitos e cheios de bronca pela parte de Pansy, que nunca deixava de dizer como sua filha estava crescendo mimada pelos padrinhos.

Hermione encolhia os ombros toda vez com diversão. Teria muito tempo para repreender uma Cecília adolescente no futuro.

━ Tia Mini! ━ Uma voz fina a chamou nos jardins. Hermione estava sozinha, perdida em pensamentos, enquanto esperava Draco trazer copos com ponche de cereja ━  sem álcool ━ para eles.

━ Olá, Leo! ━ Ela pegou o menino com cabelos escuros revoltos no colo e depositou um beijo em sua bochecha. ━ Como você está? Onde estão seus pais?

━ Com a tia Pansy. Queria te ver e ser o primeiro a te abraçar ━ ele falou em voz alta e Hermione entendeu o motivo. Cecília vinha logo atrás, carregada por Zabini, e estendeu os braços para Hermione pegá-la também. A bruxa fez malabarismo para segurar as duas crianças de dois anos.

Leo era filho de Theo e Alicia, apenas alguns meses mais velho que Cecília. Ele tinha uma dicção completamente impecável, falando frases inteiras como se fosse mais velho. A filha de Pansy ainda tropeçava nas palavras, mas conseguia verbalizar sua frustração da melhor maneira ━ cortesia de Zabini. 

Ela chorava. Muito.

Leo e Cecília eram irmãos de pais diferentes. Brigavam como cão e gato, mas se amavam profundamente. O menino fazia tudo ao seu alcance para deixar a mais nova incomodada, principalmente quando envolvia Hermione, mas era o primeiro a protegê-la quando algo parecia incomodar a mais nova. Na falta de Scorpius, Cecília e Leo ocuparam um espaço no coração de Hermione. Nada substituiria a saudade de seu filho, mas tornava-a mais fácil de lidar.

Ela estava sussurrando travessuras para as duas crianças quando Draco se aproximou, um sorriso no rosto e olhos brilhando. Eles estavam na melhor fase de seu relacionamento; a maior parte das restrições físicas entre eles havia caído por terra, e Hermione se preparava para deixar o Ministério no final do ano e voltar a trabalhar ao lado de Draco.

A relação dela com Narcisa também só havia crescido ao longo do último ano, voltando ao patamar que estavam quando Hermione ainda era casada com Draco. Toda semana, as duas saíam juntas pelo mundo mágico ou trouxa, apenas na intenção de aproveitar a companhia uma da outra e retomar a relação de amizade sincera que tinham.

Theo e Draco finalmente se acertaram por completo. Foi um árduo trabalho para Draco entender que Hermione não iria a lugar nenhum, e suas inseguranças, pouco a pouco, o deixaram. Hoje, o grupo de amigos conseguia se reunir sem nenhuma intercorrência.

━ Vejo que os dois estão te monopolizando ━ Draco zombou com um sorriso. ━ Devo vir outra hora?

━ Não posso fazer nada se eles me amam ━ Hermione brincou, sorrindo em resposta. ━ Leo, quer ir com Draco?

O menino, cujo rosto estava enterrado no pescoço de Hermione, resmungou um “não” abafado, seguido de um “gosto mais do seu abraço”.

Ela tentou segurar o riso e apertou a criança em seu colo, ao mesmo tempo que Cecília começou a se mexer, como se quisesse ir ao chão, mas mudando de ideia logo em seguida, estendendo os braços para Draco pegá-la.

Hermione sempre observava como Draco se portava com a menina, uma vez que ela chamava por ele com mais facilidade do que Leo. O brilho nos olhos de Draco nunca passava despercebido, e Hermione sabia que o desejo profundo de ter filhos ainda vivia nele, assim como nela.

Ser a “tia Mini” não era suficiente. Não a longo prazo, pelo menos. E era nesses momentos que Hermione imaginava que talvez a hora de dar mais alguns passos à frente estivesse chegando. Talvez ela se sentisse pronta para soltar aquela linha que a ligava tão firmemente à partida de Scorpius.

Talvez.

• ───── ✾ ───── •

Cinco anos depois

O chateau na Espanha era uma propriedade da família Black. Localizada de frente ao Mediterrâneo, hoje hospedaria o casamento de Hermione e Draco.

Fazia pouco menos de seis meses que eles estavam noivos. O pedido foi feito em uma noite chuvosa, do modo mais simples, mas o mais especial que Hermione poderia esperar. 

Sob a luz de velas, Draco preparara o primeiro prato que eles fizeram juntos: pizza. Tomaram vinho sem álcool e dançaram ao som de uma música romântica no final do jantar. Antes que pudesse perceber qualquer sinal, Draco já estava ajoelhado na frente dela, um anel de diamantes em uma pequena caixa.

Seu pedido fora emocional. Ele falou sobre todo o caminho que percorreram até aquele momento e como continuavam a crescer juntos, dia após dia. Falou sobre como queria fazer diferente dessa vez e tomar todo o tempo que precisasse para cortejar Hermione até que se casassem e voltassem a dividir o mesmo teto. Declarou, inúmeras vezes, que ela era sua luz, o amor de sua vida, seu lar, e como queria oficializar a nova união deles. O novo recomeço.

Hoje, no dia do casamento de Hermione Jean Granger e Draco Lucius Malfoy, eles se tornariam um só. Não havia necessidade de ritos de união de alma, uma plateia para assistir a troca dos votos ou um fotógrafo especial para clicar cada segundo que acontecia.

Eles precisavam apenas um do outro e a presença daqueles que acompanharam cada passo dado por Hermione e Draco ao longo dos cinco anos.

Em um jardim montado a mando de Narcisa, não havia os lados da noiva ou noivo a serem escolhidos. Os bancos estavam dispostos de forma meia lua, o altar no meio do jardim. Estavam presentes a família Weasley, composta por todos os filhos, seus cônjuges e filhos pela Lei do Casamento ━ Gina tinha uma menina com Lino, Rony e Romilda tinham gêmeos meninos. Harry e Daphne ocupavam outro banco, juntamente a Pansy, Justino e seu filho mais novo. Theo e Astoria Greengrass, irmã mais nova de Daphne, Blásio, Lilá e sua filha Amanda estavam em outro. Narcisa ocupava o último disponível, junto ao Neville e Demelza, e sua pequena Anna nos braços da mãe.

Leo e Cecília seriam aqueles a levarem as alianças para o Ministro que estava celebrando a união. Draco e Hermione entraram e saíram juntos do altar; sem entradas triunfais. A cerimônia seria simples, mas muito significativa para eles.

O vestido de Hermione era leve e sem ornamentos, apenas com alguns detalhes no busto. Draco usava uma espécie de túnica da cor clara, combinando com a cor do vestido de Hermione.

O discurso foi curto. Apenas uma introdução sobre amor, companheirismo e fé um no outro.

E naquela tarde quente, sob o sol da Espanha, em frente às pessoas mais importantes em sua vida, Hermione disse sim com lágrimas nos olhos e dedos trêmulos enquanto colocava a aliança no dedo de Draco e aceitava sua própria. Ela se tornara Hermione Malfoy com muito orgulho por receber o sobrenome imponente, e juntos, dariam um novo significado a ele.

A comemoração seguiu pelo resto da tarde e noite, com direito a comida, danças e risadas. Ao final da festa, eles se despediram de cada um que comparecera e agradeceram por tudo. 

No final da noite, sob a luz do luar que entrava pela janela do quarto principal, Draco e Hermione consumaram sua união por horas a fio, em meio a juras de amor, apenas sentindo um ao outro. Amando um ao outro. Carícias foram trocadas até os feixes solares começarem a iluminar o quarto, quando os dois estavam exaustos o suficiente para adormecerem.

E com um sorriso nos lábios, Hermione cedeu ao sono sabendo que sua vida, finalmente, estava nos trilhos.

• ───── ✾ ───── •

21 de outubro de 2008

Draco andava de um lado para o outro, impaciente, no corredor do hospital St. Mungos. Hermione estava dentro da sala há quase uma hora, e os curandeiros insistiram que precisavam desse momento para cuidar dela, antes que ele pudesse entrar.

Ele tentava ignorar os olhares felizes, mas ainda aflitos, de seus amigos que aguardavam na sala de espera. Na última vez, ele perdera tudo. Seu coração mal batia no peito com a possibilidade de tudo dar errado mais uma vez. Nem mesmo sua mãe estava conseguindo controlar as emoções, e Narcisa era a pessoa que mais podia esconder o que estava sentindo, quando queria.

━ Senhor Malfoy ━ uma voz interrompeu seu devaneio. ━ Agora você pode entrar.

O alívio atravessou sua espinha como água gelada, deixando-o alerta para qualquer coisa que pudesse acontecer. Ele seguiu o curandeiro baixinho em vestes verde-água até dentro do quarto, onde encontrou o amor de sua vida deitada na cama, as pernas levantadas em uma posição claramente desconfortável. Hermione tinha gotas de suor em sua testa, o cabelo emaranhado no topo da cabeça, mas o sorriso em seu rosto compensava tudo.

━ Oi ━ ela sussurrou. ━ Venha aqui, preciso segurar sua mão.

Draco se forçou a andar para frente e se sentou ao lado dela, pegando sua mão e entrelaçando seus dedos.

━ Estou aqui para sempre. ━ Ele beijou sua mão. ━ Está na hora?

Hermione virou o rosto para ele e assentiu, os olhos brilhando em emoção.

━ Está na hora de conhecer nossa filha.

E como se tivesse apertado um botão, ela fechou seu rosto em uma expressão determinada e respirou fundo. Ao primeiro comando da curandeira, Hermione empurrou e apertou a mão de Draco em reflexo. Ele estava orgulhoso e assustado com a força que sua mulher fazia, incansavelmente, para trazer sua filha ao mundo. A cada aperto que ela dava em seus dedos, ele desejava poder tomar sua dor por ela, apesar de Hermione não estar demonstrando o quanto estava sendo cobrado de seu corpo.

Os minutos se passaram e Hermione empurrava mais e mais. A exaustão estava totalmente explícita em seu rosto, e Draco murmurava palavras de apoio e incentivo para ela, como o curandeiro havia pedido que ele fizesse.

━ Uma última vez, Hermione. Ela está quase aqui.

Com o restante da força que restava em seus músculos, Hermione empurrou e gritou, o som se unindo ao choro estridente de sua filha. As lágrimas brotaram nos olhos de Draco, descendo por suas bochechas. Hermione também estava completamente emocionada, e mesmo após todo o esforço que teve, estendeu os braços para pegar sua filha no colo quando a curandeira a trouxe.

Irina Malfoy tinha a pele morena, bochechas inchadas e boca de coração. Os pequenos tufos de cabelo em sua cabeça eram de uma cor mais clara do que de Hermione, mas não loiros como o de Draco. Assim que foi pega, seu choro cessou, como se reconhecesse que sua mãe a tinha no colo.

O coração de Draco pesou na caixa torácica, completamente inundado de sentimentos que ele não sabia que existiam. A vontade de ser melhor, a cada dia, a noção de que precisava proteger esse pequeno ser com todas as suas forças. Aqui, ao lado de Hermione, os olhos sobre sua filha recém-nascida, o momento trazia mais emoções do que ele conseguia catalogar.

━ Ela é linda, Draco. ━ Hermione inclinou o rosto para que ele a beijasse. ━ Nós conseguimos.

━ Você foi incrível, meu amor. Eu te amo. ━ Ele beijou seu rosto, e depois colocou um beijo na testa de Irina. ━ Eu amo vocês.

━ Nós te amamos ━ Hermione respondeu, cansada.

Scorpius estaria para sempre guardado no coração deles. Seria lembrado e amado. Irina aprenderia sobre seu irmão desde o início, para que a memória dele nunca caísse no esquecimento. 

Draco e Hermione finalmente estavam em paz.

Juntos, até o fim.


Notas Finais


É isso, meus amores <3

Para quem se atenta aos detalhes assim como eu, espero que tenham percebido que a Irina nasceu no mesmo dia em que a Hermione e Draco se casaram pela primeira vez.

Me deixem saber tudo sobre o epílogo, tudo bem? Quero saber o que acharam.

Até a próxima!


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