História A lenda do amuleto azul - Reverse Falls Em reforma - Sorveteria pt. 1

- Olá... tem alguém aqui? 

Eu estava... quer dizer, estou... onde eu estou? Eu sinto que estou de pé, mas não consigo ver nada ao redor de mim. É só um lugar escuro, sem som, sem nada... Comecei a andar naquele local, com cuidado para ver se tinha alguma coisa ao meu redor, e realmente não tinha nada. 

- Eu tenho algum propósito aqui..? - de repente, comecei a sentir uma dor insuportável no meu peito, minhas pernas perderam forças e tive que me ajoelhar no chão, coloquei uma mão no peito, onde estava a dor, e a outra estava apoiada no chão, ajudando a apoiar o meu corpo. 

- O-oqu - não conseguia falar, eu estava com uma terrível falta de ar,  sabia que minha visão estava embassada e turva mesmo não conseguindo enxergar nada. Estava um caos, e de repente...

 

- Pacifica? - ouço o meu nome ser chamado pelo horizonte, tento virar a cabeça e o corpo, mas meu braço perdeu força e caí no chão.

 

- Pacifica? - mais uma vez, só que desta vez, a voz estava mais perto que antes.

 

- M...me, me aj-juda - foi o que eu consegui sussurrar para o horizonte usando as minhas ultimas forças.

Cansada, e sem mais esperança, aceitei que aquilo seria meu fim. 

 

Sozinha.

Sem rumo.

Sem nada.

Sem ninguém.

 

Um pequeno zumbido começou no meu ouvido, e comecei a ver que algo claro estava vindo em minha direção e.

 

- PACIFICA! - de repente tudo fica claro, e por instinto, fecho os olhos

Sentia que não estava mais deitada, e sim sentada, com alguma coisa segurando meus ombros.

- Pacifica... você acordou... - minha visão começou a se acostumar, e eu vi uma silhueta de uma pessoa.

 

Um garoto.

 

- Estava tendo um pesadelo, não é? - a voz... agora eu a reconheço.

 

 

- Gid... que horas são?

 

Foi a primeira coisa que eu consegui perguntar. Eu ainda estava em choque.

 

Tudo o que eu senti foi um sonho?? 

Mas... porque pareceu tão real..?

 

- Paci... eu estava tão preocupado... - ele falou, mais calmo, mas ainda apreensivo.

- Eu to bem, ok..? Obrigada por se preocupar... - falei dando um pequeno sorriso. Não queria que ele percebesse que eu ainda estava com medo por causa do pesadelo, mas também não tinha forças para fingir tão bem, que eu estava bem.

 

Ele deu um suspiro, falou tudo bem, e saiu do quarto, dizendo: 

- São 4 da tarde, se você não tiver nada pra fazer, a gente pode ir na sorveteria. - e então, encostou a porta.

 

Depois que ele saiu do quarto, a primeira coisa que fiz foi dar um GRANDE suspiro.

Minha mente ainda estava confusa....

Isso foi real?

Não pode ser... eu não lembro de ter vivido nada assim.

Será que é alguma mensagem?

Não... não poderia ser?

 

E o que eu não conseguia responder de jeito nenhum:

 

O que acabou de acontecer?

 

 

Decidi que não queria pensar sobre isso agora, então peguei uma toalha e uma roupa limpa, e fui em direção do banheiro. No corredor, vi que o Gid havia acabado de sair do quarto.

- Eu topo ir tomar um sorvete depois. - falei sorrindo, e ele me deu um sorriso de resposta.

 

[...]

 

Saí do banho com a toalha na minha cabeça, e uma roupa para sair. Estava usando com uma camiseta branca, um shorts jeans azul escuro e uma sapatilha preta, enquanto Gid estava com uma calça jeans e uma camiseta preta, com um tênis vermelho.

- Caramba, isso foi mais rápido do que a última vez. - disse Gid surpreso - Na outra vez voc~e tinha demorado uns 30 minutos só pra maquiagem!

- Capa boca, Gid - disse rindo - Na outra vez, era porque eu estava indo a um show, uma apresentação. Hoje é só uma ida a sorveteria. - falei

- Tem razão, tem razão, mas e aí, o que achou? - perguntou

- Gid, quantas vezes eu ainda tenho que te falar? Você está incrível, ok? Agora vamos logo que eu quero um sorvete!

 

 

~---~

 

 

"- Nós vamos achá-lo. E vamos trazê-lo."

PORQUE EU TIVE QUE FAZER A BOSTA DESSA PROMESSA????? 

- Calma Mason.... você sabe que eu também entro nisso.

- Calma Mabel??? Como você quer que eu fique calmo, sendo que se a pedra não estiver em suas mãos daqui a uma semana, ele nos tortura e mata??

- Ah, Mason, não seja tão pessimista. Ele não é idiota o suficiente para fazer uma coisa dessas. Ele está mais desesperado do que todos os caçadores de objetos preciosos existentes no mundo. Juntos.

Ela tem um ponto.

- Ei, não quer ir tomar um sorvete? Pra esfriar um pouco o nosso inferno.

Até que não é uma má ideia.

 

- Acho que um ficante pra você serviria mais.

Disse em tom de sarcasmo, e a única coisa que senti, foi ela desfazendo a ligação.

 

BLAAM

 

- TUDO BEM, senhor fogo no cu, se você não quiser ir até a sorveteria, eu vou sozinha. - ouvi ela dizendo, depois que chutou a porta do meu quarto com tudo.

- Ei, desconta sua raiva em um humano, não na minha querida porta. - falei me virando

 

Mabel, você é tão fácil de deixar estressada, mas é tão difícil de ser conquistada...

 

- Vamos indo então? - falei calmamente, e ela logo recuperou sua postura.

- Vamos. - mesmo sorrindo, consegui perceber a pitada de ódio vindo da voz dela, pela sua entonação. 

 

[...]

 

 

~---~

 

- Gid, estamos quase chegando? 

Acho que essa é a 48º que ela me pergunta isso. 

 

E saímos de casa a 5 minutos.

 

 

- Sim, olha. - apontei para um estabelecimento.

 

Já estávamos mesmo chegando. A cabana fica no meio do mato, mas é surpreendente que é só andar uns minutinhos, e já avista a cidade.

O estabelecimento em que eu havia apontado, era a sorveteria em si. Não é muito grande.

Fica na esquina de um cruzamento de ruas, ela é toda pintada em bege, com detalhes em vários tons de rosa. Se chama "Nana's Ice", é um bom lugar.

 

~---~

 

Quando entramos, um som de um sininho havia sido tocado, para avisar que a porta foi aberta. Entrei com o meu irmão, e muitos dos olhares se direcionaram para nós.

- Sorria Mason, estamos em público.

- Não me force a sorrir, irmãzinha.

Vários cochichos e murmúrios de vários cantos da sorveteria começaram, e logo que escolhemos um lugar para sentar, mais da metade das pessoas que estavam no estabelecimento, vieram, pedindo fotos e autógrafos.

 

Infelizmente, eu e o meu irmão tivemos que dar os autógrafos e tirar as fotos. 

Nós temos uma reputação a seguir.

 

Quando finalmente a onda de pessoas se acalmou, a atendente veio anotar o nosso pedido. 

- Então... é uma torta de maçã com extra de açúcar, e um bolo de sorvete com adicional de cookie, certo? - Acenti - E para beber, um chá matte com mel, e um Latte? - acenti de novo.

Ela pediu com licença, e foi embora.

 

Estava olhando em volta, e surpreendentemente, não vejo ninguém mais, ninguém menos, do que o meu alvo.

- Vou ir falar com ele, não abaixa a guarda. 

- Sim senhora capitã.

 

 

~---~

 

 

- Então, eu estava lá em casa, e adivinha! A coisa mais fof- - estava conversando com o Gid animadamente, e do nada, uma garota aparece na nossa mesa.

Não pode ser a atendente... ela não era assim...

Por que o Gid acabou de ficar tenso?

Onde... onde eu já vi esse rosto antes?

 

- Gideon! - disse ela, depois de me encarar mortalmente por alguns mili-segundos - Quanto tempo que eu não te vejo! Como vai o seu pai? E a cabana? Você foi em um dos nossos shows..? Não lembro de ter te visto lá...

Fiquei quieta depois do olhar que ela me lançou, mas fiquei ouvindo atentamente a conversa. 

Quando ela falou "você foi em um dos nossos shows?", eu me lembrei da onde eu lembro aquele rosto!

 

É a garota da tenda da telepatia! Espera... então se ela está aqui, o outro também deve estar... ou não? 

- Ahn... eu... bem... - ouvi o Gideon tentar falar alguma coisa, e foi aí que eu percebi que ele estava MUITO desconfortável.

Dei duas batidinhas com o pé no chão, e peguei meu celular. 

Espero que ele entenda o que eu estou prestes a fazer...

 

- Gideon, você tem que ir no show! Está muito melhor do que o da semana passada!

 

Abri um grupo aleatório, na qual eu sou a única integrante, e comecei a mandar alguns áudios:

- Danii, eu falei hoje de manhã que hoje eu vou sair com o Gid, lembra? - Enviada.

"Mandei" mais algumas mensagens, 

E abri a conversa que eu tenho com o Gidoen e escrevi:

[Paci] 

Vou te ligar, finge que é o seu pai!

 

- Sério, você pode até ser um dos escolhidos! Eu prometo!

- Eehh...

 

Então, apertei o botão de "Ligação", no contato salvo que eu tenho do Gideon.

 

* insira aqui seu toque de celular *

 

Vi que ele olhou no visor rapidamente, e pediu licensa, andando para longe. Depois começou a correr, ainda com o telefone na mão.

Meu celular estava no volume mínimo, e também estava no silencioso, então não teria como suspeitar.

Fingi que mandei mais uma mensagem, e então olhei para a garota que ainda estava no lado da nossa mesa, mesmo que um pouco mais longe.

 

- Hm.. oi. - falei, tentando ser ao menos simpática

- ... - eu não saberia descrever o olhar que ela lançou pra mim, mas em um segundo, ela abriu um sorriso e disse - Oi! Você e o Gideon são bem próximos, não é? - ela olhava com uma cara de meio assassina mas meio curiosa.

- Ahn... sim..? - que maluca é essa??????????? - Você... você é a Mabel, certo?

Então, ela abriu um sorriso de "popularzinha" e disse:

- Sim, eu sou. - disse com uma entonação meio impaciente - E você e o Gideon são o quês exatamente?? - ela disse a última parte bem séria

- Nós? Ah, nós somos-

 

* insira outro toque de celular aqui *

 

- Com licensa, só um minutinho... - e atendi o telefone

[- Paci, você tá bem? Ela te machucou?]

[- Não, está tudo bem]

[- Sai daí rápido! Arranja uma desculpa. Qualquer desculpa!]

[- O que??? Como assim vai lançar o terceiro livro de Purple Hyacinth????? Que dia é hoje??]

[- Paci, o que? Purple o que??]

[- Pelo Universo, Gid obrigada por ter me lembrado, você é o melhor!]

[- Ahn... obrigado eu ac-]

[- Te encontro na biblioteca em 15!]

E desliguei o celular.

 

Olha... acho que mereço um Oscar pela minha atuação.

 

- Mabel... desculpa, tenho que ir! Se quiser, a gente se encontra depois! - dei um sorriso "simpático" e fui em direção do caixa. Paguei o que nós tínhamos consumido e fui andando para a biblioteca.