História A lenda do guerreiro ômega, segunda temporada. - Batendo em betas malvados.

Com a espada em punho, o guerreiro pequeno e valente se encaminhou junto com Mei, a ninja das sombras até o local onde os outros ômegas estavam, e se assustaram com o que viram, todos os ômegas estavam chorando, e alguns estavam nas mãos de soldados betas, sendo amarrados, esses homens perceberam a quebra na energia do deus Indra, sabiam que ele havia perdido, e por isso vendo que suas máquinas voadoras caiam dos céus, resolveram fugir, mas antes queriam levar alguns ômegas por diversão, estavam escolhendo os pobrezinhos como se fossem frutas no mercado, eles não podiam sequer desobedecer, pois alfas colocados nas saídas os impediam com sua voz de comando, ordenando que ficassem parados, esperando, isso deixava um pânico generalizado, muito embora contido aos choros e soluços.

Sasuke se arrepiou ao ver tamanho abuso, partiu para cima de um beta que amarrava os pulsos de um ômega loirinho de óculos, muito frágil, que soluçava sentido, implorando para ser deixado em paz, o soldado nem viu o que o atingiu, caiu desacordado no chão, após levar um golpe certeiro na cabeça, certeiro, mas não fatal, o guerreiro queria vencer, mas preferia não matar, por isso quando era possível usava o lado sem corte da lamina de sua espada.

-Obrigado...Sussurrou num fio de voz o jovem loirinho, mas apenas caiu no chão sem forças, a voz de comando o dominava, e Sasuke procurou o alfa responsável por ela, avistou o homem a poucos passos dele, sorrindo sarcasticamente.

-Venha até mim pequeno ômega, terá que me obedecer, pois sou um alfa! O homem todo tatuado gritou alto, alto o bastante para fazer os músculos dos braços de Sasuke tremerem desejando soltar a espada e obedecer, mas ele lutou contra a ordem, seu corpo gritando de dor, sua cabeça latejando, seus joelhos dobrando ao comando.

-Não! Isso está errado, nós somos pessoas, não somos coisas, eu não vou obedece-lo...Nunca! Gritou Sasuke, tremendo, lutando contra a dor que o dilacerava agora, tão profunda quanto insana, seus dedos ardendo na espada.

-Por quanto tempo acha que aguenta pequeno? Vejo que é tão forte e determinado quanto belo, mas é um ômega, é impossível me vencer...O homem disse, caminhando até o moreninho, paralisado a sua frente.

-Sei que está lutando, mas não conseguirá erguer a espada, eu ordeno que se ajoelhe em minha frente!

Sasuke olhou para Mei, em busca de socorro, mas ela lutava bravamente com dois betas, ele estava sozinho, e suas forças se acabavam lentamente, seu corpo sedendo ao medo e a dor, soltou um pequeno gemido sofrido, mordeu os lábios, lutou ainda mais, suas articulações ardendo pelo esforço intenso, e o homem caminhava a passos lentos, como uma cobra, sinuoso e assustador, ele tocou a ponta dos dedos na espada afiada e imóvel, correu dois dedos pelo fio da lamina lentamente, até tocar o pulso gelado do ômega, aquele toque asqueroso arrepiou a pele pálida inteira e o alfa viu, o que rendeu um largo e sádico sorriso.

-Eu vou te machucar muito ômega, vou te deixar implorando pela morte e então não vou te dar esse prazer...A voz profunda e grave era como uma ordem, o corpo de Sasuke se convulsionou e ele finalmente largou a espada.

Quando tudo parecia perdido um pequeno ômega surgiu, ninguém percebeu de onde, e parou na frente do alfa grande e tatuado, ele parecia gentil e fofo, mas não estava nem um pouco intimidado.

-Oi, eu me chamo Kyo e não gosto de alfas maus...Ele sorriu, fazendo um sinal negativo com seus dedinhos bem na frente do nariz do alfa, que rosnou irritado e levantou a mão para dar um tapa naquele pequeno atrevido, ele iria aprender a respeitar um alfa quando via um, mas para seu espanto sua mão pesada ficou parada no ar, seu corpo inteiro se paralisou, e ele ouviu a risadinha cristalina do pequeno a sua frente.

-Seu bobinho...Eu posso ser parecido com um ômega, em muitos sentidos sou mesmo um, mas eu também sou um Deus, e você não manda em mim, mas eu posso mandar em você, gosta de dançar? O pequeno perguntou e estalou os dedos, num instante o homem enorme e bruto ficou na ponta dos pés e começou a dançar balé na sala, muitos ômegas riram daquela cena hilária, pois era mesmo muito engraçada e desengonçada.

Kyo ria muito, quase perdendo o fôlego, e então lembrando de Sasuke se voltou a ele, vendo que o ômega ainda estava sofrendo pela voz do alfa gritou por Kurama, que veio rápido.

-Que foi amor, quer que eu bata em alguém?

-Não, deixa que eu faço isso, tá divertido...Pode ajudar o Sasuke, fale pra ele levantar, seja alfa meu amor...Pediu com um beicinho lindo, apontando para o pálido ômega caído aos seus pés.

Kurama rapidamente se ajoelhou e deu a mão ao pequeno, falando mansamente em seu ouvido.

-Levante Sasuke, minha voz de comando é mais forte do que a de qualquer alfa daqui, por isso pode lutar com todos que desejar, eles podem gritar e tentar, mas não podem mais mandar em você, essas são minhas ordens...Falou o Deus alfa, e em seguida puxou Sasuke, que se colocou em pé e sorriu aliviado.

-Não sei quem são vocês, mas obrigado...Obrigado aos dois...Como posso agradecer?

-Lute com força, garra e beleza, nós vamos ajudar, e depois plante flores e as ofereça nos templos. Respondeu Kurama, sorrindo.

Sasuke pegou sua espada e a primeira coisa que fez foi ir até o alfa que dançava balé, olhou em seus olhos e sorriu de modo divertido.

-Você até fica bonitinho assim, dançando, mas acho que posso melhorar seu figurino...

Com golpes certeiros e muito cheios de habilidade, Sasuke rasgou com a espada a calça do homem alfa, em tantas tiras que lhe restou uma saia curta, a camisa foi cortado até o umbigo, deixando a mostra um abdomem não muito elegante, por fim, para terminar sua vingança um golpe único cortou a fita grossa que prendia os longos cabelos do alfa, os deixando soltos.

-Agora parece uma bailarina, feia e desengonçada, mas nada é perfeito nesse mundo, não é alfa?

Sasuke saiu e correu para a outra porta ajudar Mei a desarmar mais um alfa, e Kyo olhou nos olhos do alfa sorrateiramente.

-Eu vou te fazer dançar até implorar pela morte, mas não vou te dar esse prazer...

Kyo deixou o alfa dançando e gritando por ajuda e avançou em um beta que erguia uma ômega nos ombros, pronto para fugir.

-Onde pensa que vai senhor beta? Perguntou com sua voz delicada.

-Quer vir comigo pequenino? Eu tenho muita energia, posso te comer também, assim fico com dois...

Kyo riu de um jeito doce e estalou os dedos, o beta foi lançado longe, caindo do outro lado da sala, e o Deus foi desamarrar o ômega que chorava apavorado.

-Calma, o beta malvado foi nocauteado, quer que eu bata nele um pouquinho mais?

O ômega o olhou meio assustado, mas como tinha visto bem o que ele fez, concordou timidamente.

-E-ele é mesmo malvado, bete nele por mim senhor Deus ômega?

-Me chame de Kyo, e pode deixar...Eu bato sim, onde quer que eu bata nele?Perguntou, estalando os dedos e arrastando o beta até seus pés, se debatendo e xingando em vão.

O ômega olhou o beta aos seus pés e deu um sorrisinho, cochichou no ouvido de Kyo, e eles trocaram olhares divertidos, o Deus cobra então estalou os dedos de novo, e o beta foi subitamente virado de bruços no chão, suas calças foram arriadas e um chicote pequeno de couro surgiu nas mãos do Deus, que o fez estalar no ar, só para provocar o beta que agora ficou lívido.

-Eu bato primeiro? Posso?

O ômega sorriu feliz.

-Claro, posso chamar outros amigos meus, esse beta foi malvado com tantos de nós! Ele sempre batia na gente, nós fazia implorar por comida e água, e para não deixar marcas na nossa pele, sempre batia na bunda, ele vai ver só...

Kyo sorriu, e logo uma fila se formou, muitos ômegas foram maltratados pelo beta em questão, que agora estava implorando por perdão, ouviu-se a primeira chicotada, e a pele branca da nádega do beta ficou rosada, então o Deus passou o chicote para o próximo e deixou os amiguinhos se divertindo ali, partiu para o próximo beta...Todo feliz...

Kurama por sua vez estava realizado em poder novamente lutar com sua espada, rodopiava no ar fazendo ataques impossíveis para um humano comum, derrubava os betas com facilidade invejável, e isso era divertido mesmo, parou apenas para observar a destreza com que Sasuke livre da voz de comando dos alfas lutava bem, quase tão bem quanto ele.

Sasuke lutava com um alfa enorme, pançudo e desengonçado, mas forte de verdade, seu braço era um torno, seus golpes eram verdadeiras bombas ao tocar o chão, fazendo o recinto todo tremer, mesmo assim o jovem não se intimidava, ele corria, desviando facilmente dos golpes, como não tinha forças para atacar diretamente, cansava seu adversário, e quando o percebeu cambaleante a sua frente, correu até quase o final da sala e se voltando disparou como uma flecha, até atingir com os dois pés o peito do alfa, o fazendo cair como uma pedra no chão, desacordado.

Kurama aplaudiu, admirado, e se voltou para atacar mais dois alfas, em menos de quinze minutos, praticamente todos os betas e todos os alfas estavam acabados, somente um alfa restava, um alfa tatuado, forte e determinado, o mesmo que tinha trazido o jovem Sasuke até a nave.

-Então o coelhinho assustado sabe lutar? Será que pode vencer um alfa como eu? Perguntou o homem, puxando a espada semicerrada da cintura, e se preparando para lutar.

Sasuke abaixou sua espada, ele não queria ferir aquele alfa, porque ele foi gentil com ele no bosque, não deixou os outros machucarem e nem o assustarem tanto.

-Alfa, você não é mal, foi gentil comigo no bosque, por favor vá embora, fuja...Viva sua vida em outro lugar, se esconda por um tempo, até a poeira dessa guerra terminar, depois viva tranquilo...

O alfa soltou a espada e sorriu, se aproximando do pequeno com cautela.

-Sabe guerreiro ômega, eu te reconheci imediatamente no bosque, sei que é Sasuke Uchiha, mas eu queria saber o que você podia fazer com meu mestre, pelo que vejo você o destruiu, fico feliz com isso, nunca quis uma guerra, nunca quis ver tantas mortes, mas acho que não tenho salvação, pois até mesmo o ômega que eu amo entreguei ao mestre...Ele nunca me perdoará, e eu nunca serei feliz sem ele...

Sasuke ficou de boca aberta com essa revelação.

-De onde me reconheceu?

-De sua primeira luta com um dos membros do conselho, eu já estava infiltrado ali, observando, mas isso não importa, eu me rendo.

O alfa se ajoelhou a frente de Sasuke e abaixou a cabeça, um pequeno gritinho foi ouvido e um jovem loirinho, o mesmo que a pouco foi salvo veio correndo em lágrimas e se jogou na frente do alfa, de braços abertos, olhando suplicante para o guerreiro ômega.

-Não machuque meu alfa senhor Sasuke...Por favor...Ele não tinha escolha, como se desobedece um Deus?

Sasuke olhou nos olhos claros do ômega e viu como ele emanava amor, nunca seria capaz de separar duas almas que se amavam.

-Você é capaz de perdoar seu alfa mesmo depois que ele te abandonou e te entregou ao Deus Indra? Perguntou Sasuke.

-Eu me entreguei, ou ele seria considerado um traidor e enforcado...Não fui ferido, mas meu coração vai ser despedaçado se ele for preso, pois será julgado e condenado, e a morte será seu futuro com certeza.

Sasuke se abaixou e deu a mão ao alfa, o ajudando a levantar, seu rosto estava pálido.

-Fuja, leve seu ômega com você, no final dessa praia entre em um bosque, rume para o sul, próximo as montanhas, procure uma clareira de flores, lá tem uma casinha simples e bonita, uma beta muito querida mora lá, ela é mãe de Luca, um ômega que eu considero muito, diga que Sasuke Uchiha pediu que ela lhes desse abrigo por alguns dias.

-Quando tudo acalmar, eu e meu marido iremos até lá, vamos leva-los até o cais, onde providenciaremos um navio, poderão viver tranquilos em outra vila, longe daqui, onde a guerra foi apenas uma história, tem minha palavra.

-Obrigado grande guerreiro ômega...Disse o alfa, fazendo uma reverência.

Antes que eles saíssem dali, Sasuke os chamou uma vez mais.

-Quais são seus nomes?

-Me chamo Kabuto, e esse é meu ômega Kimimaru...

Sasuke os viu ir embora e sorriu, juntou todos os ômegas, e eram muitos, precisariam avançar sobre uma vasta região até chegar a vila, e ainda haviam inimigos pelo caminho, mas Kurama e Kyo se aproximaram.

-Sasuke, tudo bem, nós iremos na frente, vamos escolta-los até em casa, não se preocupe com nada.

-Obrigado. Foi tudo que ele conseguiu responder.

Em sua cabeça tudo que ele queria era ser abraçado pelo seu loiro, e ver novamente seu filhotinho lindo.