{Marinette}
- Louis... - Chamo, mas minha voz sai inaudível.
Assisto o loiro passando pelo portão enfezado e já me adianto colocando as mãos em seu peito o segurando.
- Adrien, calma - Seu olhar por cima de minha cabeça prova que ele me ignora - Adrien, respira por favor.
- O que você fez com ela, babaca?! - Ele grita.
Tento fazer força contrária à dele, mas é quase impossível.
- Nada, Adrien, Nada!! - Aumento a voz.
- Ouça a Pimp.. quero dizer... Marinette!! - Ele diz de um modo debochado e com certeza proposital.
Faço uma careta de raiva para Louis e aperto os ombros do adolescente que lutava contra minha vontade de permanecer no lugar.
- Adrien!! Adrien! - Seguro o rosto dele na direção do meu - Adrien olha pra mim.
Por um momento ele deixa o alvo e olha diretamente em meus olhos.
- Agora... respira - Desço minhas mãos pelos seus braços - A gente se esbarrou na rua e ele ofereceu ajuda.
O vejo respirar fundo, mas seu corpo ainda tenso passa para minha frente e encara o moreno.
- A bolsa - Sua voz fria faz meu sangue gelar - Louis me dá a bolsa.
Adrien estende a mão esperando pelo objeto, enquanto o terceiro vinha em sua direção com o andar mais lento e o olhar mais provocativo possível. Depois de finalmente Louis entregar minha pasta ao loiro, e nós termos nos afastado alguns metros, o garoto solta uma de suas provocações:
- Agora, só falta sentar, rolar e dar a patinha...
Depois dessa eu não pude fazer nada; e sinceramente nem queria...
A cena foi nitidamente merecida, um garoto com uns 16 anos se levantando da calçada enquanto limpava a lateral de sua boca manchada de vermelho pelo corte que o soco provocou.
Puxo Adrien para dentro, antes que qualquer fofoqueiro que assistira à peça não tenha a chance de um pós-créditos.
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{Alya}
Depois de um ótimo passeio pela cidade, algumas trocas de palavras fofíssimas e uma sessão de fotos para a nova pasta do meu celular (amor♡) sei que preciso ir até minha amiga.
- Nino... - Puxo sua mão de leve.
- Fala gata...
- Eu sei que esse dia tá maravilhoso e eu não queria estragar, mas...
- Já sei... Não diga mais nada; você precisa de um tempo porque não é fácil digerir tudo isso e essa coisa toda de menina.
Dou um soco no seu ombro.
- Deixa eu terminar agora? Obrigada - Entrelaço nossos dedos - A gente tem que falar com eles... do jeito que a Marinette é cabeça voada e tonta toda vida nem deve ter visto...
- E do jeito que o meu mano odeia a mídia é provável que não esteja sabendo também.
- Então você topa de dar uma passada lá?
Mordo o lábio de animação.
- Mas como você vai saber onde estão? - Rio maleficamente - Você já sabe ne?
- Você me conhece tãooo bem.. - Aperto sua bochecha e começo a listar - 1: ele tá pendurado pelo pescoço nas matérias
2: tá suspenso
3: os pais da minha Mari não estão em casa e ela vai querer ajudar
- Mas Alya... - Ele coça a nuca querendo desconversar.
- O quê?
- A gente vai acabar com a brincadeira do casal - Nino responde malicioso.
Seu ombro ganha outro tapa.
- TU PENSA UMA COISA DESSAS DA MINHA MELHOR AMIGA!? - Grito - Não tô nem aí mesmo assim... VAMBORA
O puxo em direção à casa do boy de Marinette.
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{Adrien}
Deixo Mari passar e assim que o faz bato a porta.
- O QUE VOCÊ TAVA PENSANDO? - Me aproximo agitado.
- F-foi uma coincidência! - Ela se afasta - E além disso, ele só ofereceu ajuda! Não foi nada demais!
A raiva me invade e subo as escadas para o meu quarto. Abro o armário de equipamentos e tiro um pequeno saco de areia de lá.
Comprei-o pela internet há uns anos; quando minha mãe morreu. O plástico amarelo já havia sido manchado pelo sangue dos meus cortes e arranhões.
Penduro o pesado objeto em um gancho e começo a desestressar ali. Mal ouço Mari entrar no quarto; e só a percebo no cômodo quando o suor já molhava meus cabelos e escorria por minha testa e pescoço, me forçando a parar.
- Foi algo demais sim... - Recupero o fôlego - Agora ele acha que já está tudo bem entre vocês e vai agir como se nada tivesse ocorrido.
- Mas, Adrien, ele me ajudou com minha bolsa; e-ele foi gentil - A assisto se sentar em minha cama.
- Ele não é mais esse garoto que você conhecia, M'Lady, ou o que você achava conhecer - Suspiro.
- Mas precisava esse show todo?
Solto uma risada soprada.
- Não, Mari, é que... é que você é muito impor... - Me obrigo a parar - Eu não posso te perd...
Sou interrompido pela campainha seguido de um grito agudo.
- ADRIEEEEEEEN!!
- Eu mereço...
Reviro os olhos e desço as escadas.
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{Nino}
- Alya, deixa eles aí... - Tento covencê-la.
- Não até eles terem alguma noção de onde se meteram... - Tampo meus ouvidos - ADRIEEEEEEEN!
Assim que ouço o trinco da porta murmuro: "Que comece o barraco"
- POR QUE TANTA DEMORA PRA ATENDER ESSA PORTA? - Ela sai entrando e empurrando meu amigo - Cadê a Marinette? MARINETTEEE!
O rosto dele de confusão me causava pena.
- Eu tentei impedir ela, Mano - Dou batidinhas no seu ombro assim que entramos em sua casa.
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{Marinette}
Ouço a gritaria no andar debaixo e desço para ver o que acontecia.
- Adrien? Tá tudo bem?
O hall de entrada me apresenta minha melhor amiga de braços cruzados, batendo o pé com uma careta impaciente para mim e o Nino com a feição de vergonha e nervosismo.
- O que tá acontecendo aqui?
- Sabe que eu tava me perguntando a mesma coisa? - Ouço a voz do loiro.
- Eu disse que eles nem sonham com o que tão falando, gata - O moreno se dirigiu à Alya.
Me sento nos primeiros degraus esperando Alya começar a tagarelar.
- Primeiro... Disso eu já tinha certeza, bebê - Quando foi que eles ficaram tão próximos? - Segundo... Tá todo mundo comentando que tudo o que vocês fizeram foi proposital...
"Vocês sabem... Ficar esses dias todos sem aula, pra aproveitar; Aliás por que tu tá suado?" - Ela olha para ele com raiva e malícia - Tu não tocou nela né?
O vejo negar rapidamente com a cabeça e solto uma risada baixa.
"Nisso a Chloe ficou piroquinha da cabeça e começou a xingar você dizendo que era piranha, interesseira, entre outros apelidos carinhosos que prefiro não comentar."
- Mas Alya, até onde eu sei, ninguém liga para o que a Chloe pensa, muito menos o que ela fala. Por que iriam começar a se importar agora?
- Ahn, deixa eu pensar... - Ela diz sarcasticamente - Talvez porque isso tenha chegado aos ouvidos do diretor e ele esteja pensando em cancelar o festival que o ensino médio passou meses arrecadando grana pra ir.
- Mas quase ninguém liga pra isso certo? - Adrien pergunta.
- Cara, - Nino responde segurando seus ombros - são dias, semanas; fora da escola e sem nenhum pai ou mãe ou parente mandando na gente durante esse tempo...
- E praticamente o colégio todo - Alya completa - Está contra vocês agora.
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