{Marinette}
Todo mundo ficou de queixo caído quando eu acabei de falar, eu não disse nada demais, disse? A garota ficou tão sem graça que ficou vermelha e foi embora sem dizer nada.
Quando ela se afastou todo mundo continuou calado até que Alya disse gaguejando:
- Você. Chloe. Arrasou. Meu Deus. - Ela fez um sinal de um minuto pra mim e depois continuou - Já gostei de você, garota.
- Bem, eu não sou assim normalmente, mas com certeza não precisava ter que ficar ouvindo ela falar daquele jeito - Eu disse dando de ombros.
{Adrien}
Eu nunca tinha visto alguém falar com a Chloe daquele modo. Desde que meu pai me deixou ir para a escola no 5° ano, Chloe foi a única que se tornou minha amiga.
Mas depois percebi que ela não passava de uma mimadinha rica que só se gaba por causa do pai. E ela sempre teve esse gênio mandão e agressivo e ninguém, pelo menos da nossa turma, teve a audácia de enfrentá-la assim.
Eu já disse que eu gostei dela?
- Parece que você sabe se defender muito bem - Eu disse piscando para ela, fazendo-a corar. - Então do que você gosta?
Agora todo mundo começou a sair e só ficamos eu, Mari, Alya e Nino.
- Um pouco de tudo, mas tenho uma paixão ainda maior por moda. - Ela disse sorrindo.
- Então você tem algo em comum com a Chloe. - Alya disse olhando para a garota e revirando os olhos.
- Não sei, eu não conheço essa garota direito, mas tenho quase certeza que ela é o tipo de menina assim - Marinette disse fazendo uma ótima atuação. Ela pegou a revista que estava no seu lado no banco (na qual eu estava na capa) fazendo uma voz aguda insuportável dizendo: - Meu Deus! Ficaria muito mais lindo se eu estivesse na capa dessa revista ao invés desse....
De repente ela ficou séria, olhando para a revista em uma página aleatória e depois me encarou. Eu e Nino nos entreolhamos antes de ela perguntar:
- Peraí; você é um Agreste? Adrien Agreste? - Ela estava olhando para uma foto minha usando uma das roupas na qual meu pai criara.
- Por favor, diz que não é esse tipo de garota que fica me pedindo autógrafo - Eu disse sem a menor paciência, já revirando os olhos.
Ela corou.
- Eu disse que eu não era esse tipo de garota, na verdade, eu não gosto de roupas somente para usar, eu também as crio; Eu tenho um bloco de desenhos - Ela disse apontando um caderno rosa ao seu lado, no qual nem notei que estava ali - E na verdade, não é o seu autógrafo que eu quero, na verdade é o do seu pai... Será que qualquer dia desses você pode pedir para ele assinar algo para mim? Por favor?
Eu simplesmente não sabia o que dizer, ela estendeu para mim uma folha com um dos melhores desenhos de roupa que eu já tinha visto.
Eu assenti com a cara totalmente vermelha, eu a julguei mal por causa de um autógrafo. Que na verdade, nem era pra eu dar.
O sinal tocou e todo mundo se dirigiu para suas respectivas salas, passaram-se mais algumas horas e finalmente fomos liberados.
Todos estavam na porta da escola, eu a observava. Ela parecia estar confusa, olhava para um lado e depois para o outro.
- O que houve? - Eu perguntei, aparecendo ao seu lado.
Ela tomou um susto, que a fez dar um pequeno pulo para trás. E depois disse:
- Bem, isso é muito constrangedor - Ela fez uma pausa- Parece que eu não sei o caminho de casa.
- Você tem o endereço? - Eu perguntei.
- Tenho, mas não tenho a rota, e não consigo pesquisar porque meu celular descarregou.
Meu motorista chegou neste instante e me surgiu uma ideia na cabeça e fui andando até o carro, parei segurando o puxador e disse:
- Parece que você tem carona - Eu disse com um piscando enquanto ela ficava parecia ainda estar tentando entender o que estava acontecendo - Você vem ou prefere ficar aí?
- E-eu não deveria... - Ela gaguejou - Quero dizer, nem te conheço direito.
- Tem razão, talvez eu te mate no caminho. - Brinquei.
Ela abriu um sorriso e revirou os olhos e começou a andar na minha direção. Eu abri a porta para ela e fomos a caminho de minha casa. Eu acho que meu pai não resistiria dar um autógrafo para uma "amiga" minha. Afinal, era uma maneira de me redimir.
{Marinette}
Eu estava reconhecendo o caminho até certo ponto, onde o automóvel virou em uma rua que adentrava a cidade, em direção ao centro.
Eu olhei o rosto de Adrien que estava completamente normal, porém seu rosto exibia sorriso de lado, que o deixava com um semblante ansioso.
Fiquei ainda mais confusa quando paramos em frente a uma mansão maravilhosa, um lindo jardim era guardado por um grande portão preto. Sem muitas janelas e uma grande porta de madeira que se destacava em meio das paredes bege e colunas brancas.
O carro parou, mas o motorista não se mexeu. Me virei para Adrien que estava com um sorriso de orelha a orelha, então eu criei coragem e disse:
- Eu acho que seu motorista se confundiu. Essa não é a minha casa.
- Você está certa - Ele disse, concordando - É a minha.
Eu fiquei paralisada, estava tão pasma que não consegui me mexer. Quando acabou de falar, Adrien, que estava do outro lado do carro, saiu e deu a volta no veículo. Como um grande cavalheiro, abriu minha porta e estendeu a mão para me ajudar a sair.
- Adrien, eu tenho que ir pra casa, meus pais podem ficar preocupados - Mas a pergunta principal ainda pairava na minha mente - Por que me trouxe aqui?
- Está com seu celular? - Ele perguntou ignorando meu último questionamento e eu assenti - Me empresta?
Por que não?
Eu estendi para ele. Não consegui ver o que ele fez, mas ouvi o som do teclado.
- Problema resolvido - Ele tinha mandado uma mensagem para o minha mãe dizendo:
Mãe, vou me atrasar, não se preocupe, estou com um 'amigo'. Ele é gato.
- Não acredito que você mandou isso pra minha mãe! - Eu exclamei.
Ele nem me deu ouvidos, saiu andando e consegui ouvir sua gargalha, o que me deixou ainda mais nervosa. Já que não queria ficar sozinha, tive de seguí-lo.
- Você não tem noção de quanto a minha mãe é curiosa, ela vai me encher de perguntas. - Eu continuei.
Ele abriu a porta da sua casa, me deixando entrar primeiro. Depois gritou:
-Pai? Você está aí?
O cômodo tinha uma madeira escura como piso, que destacava os vasos que enfeitavam o lugar. Tinha uma larga escada central por onde o pai de Adrien desceu.
- Adrien? Quem é essa? - Ele disse com uma cara séria.
Meu queixo caiu. Eu congelei. Era ele. O cara pelo qual eu me inspirava desde criança, o que fez eu me apaixonar pela moda. E ele estava ali. Na minha frente! Agorinha!
Adrien viu que eu estava paralisada e iria falar por mim, mas eu o interrompi e disse gaguejando um pouco:
- Marinette Dupain-Cheng, prazer em conhecê-lo, senhor Agreste - Eu estendi a mão para o senhor que parecia cansado com o trabalho.
- O prazer é todo meu - Ele disse com um breve sorriso, apertando minha mão firmemente (AAAAAAAA... ELE APERTOU A MINHA MÃO! EU NUNCA MAIS VOU LAVÁ-LA) e depois se virando para seu filho - O que foi, Adrien?
- Bem, a Marinette queria um autógrafo e...
O homem interrompeu seu filho dizendo soando um pouco áspero:
- Você poderia tê-lo dado na escola, não?
- Pai, na verdade, ela não queria um autógrafo meu, e sim, seu.
O senhor ficou surpreso, eu fiquei surpresa. Rapidamente peguei meu bloco de design na mochila. O garoto pegou o bloco rosa que eu estava segurando e estendeu para o pai continuando:
- Ela adora moda e admira seu trabalho, pai, ela é sua fã. - O Sr. Agreste pegou o bloco da mão de seu filho já assinando a parte de dentro da capa e o folheou ainda sério.
Como eu pude deixar Adrien fazer isso? Minhas pernas começaram a ficar bambas e o medo de ele odiar tudo bateu à porta.
Finalmente eu falei, já me defendendo:
- Senhor Agreste, são apenas esboços, não acho que isso seja algo perto das coleções que o senhor cria - Eu estava vermelha de vergonha.
- Pelo contrário, Senhorita Dupain-Cheng, isso é incrível, o seu trabalho é... maravilhoso...Ele... - Ele parou procurando as palavras que logo vieram - Seu trabalho dá vida ao papel em branco sem graça, as linhas e cores escolhidas com perfeição. Eu acho que a senhorita deveria voltar aqui mais vezes para conversarmos sobre esse assunto. Estou muito curioso sobre sua inspiração para cada um dos modelos.
UOU! E-Ele acabou de me elogiar? ESSE É O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA!
Adrien pegou o caderno de volta, se virou e piscou para mim. Depois seu pai disse já subindo a escada:
- Me desculpem mas eu tenho mesmo muito trabalho a fazer - Antes de desaparecer o homem perguntou - A senhorita irá ficar para o almoço? Infelizmente eu não vou poder acompalhá-los, sabe como é... nova estação, nova coleção.
Deu um sorriso de leve e desapareceu no andar superior.
Eu me virei para Adrien pasma com o que tinha acabado de acontecer.
- Adrien, eu não sei como te agradecer...
- Me fazendo companhia, é claro!!! - Ele me interrompeu.
Ele nem esperou minha resposta e já me puxou pela mão e me levou até uma sala de jantar onde uma mesa de vidro já nos esperava com uma comida que parecia ótima.
Ele puxou a cadeira para mim e pegou a bolsa que estava em meu colo e a colocou junto a dele em uma cadeira mais distante.
- Sinta-se a vontade, M'Lady. - Ele fazendo um sotaque horrível de garçom de filme italiano.
Eu REALMENTE conheci o garoto certo.
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