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História A luz da razão cega quando violada. - O desencantamento e a revolta contra um dos demônios pt. II


Escrita por: virtuosoimpio

Capítulo 3 - O desencantamento e a revolta contra um dos demônios pt. II


Seguindo as ordens como um cão adestrado, o jovem mago incauto, organizadamente, saíra de sua casa profanada e pagã para as ruas libertinas da cidade forte, nas noites nutridas por inúmeros festins libertinos, em busca de uma menina mulher, sua vítima mais bonita e simplória possível, ingênua na percepção das análises de posturas comportamentais. Achada a moça de estatura média, nesses botequins da orla da cidade, com enorme brisa noturna e as luzes da cidade se entrelaçando com o reflexo da luz que a lua reproduzia, as coxas grossas e cintura esguia, cabelos negros até o lombar e olhos vívidos grandes e castanhos claros, cílios verticais, pele macia e alva, bochechas carnudas, nariz libanês, a boca violentamente a implorar uma boa mordida e rubra cor pintada de batom, o mago ensimesmado no próprio umbigo encantado outrora enganado, achara rapidamente sua presa. Era dado então o início do rito ao cintilar dos atos da moça libanesa. Houvera uma impressão do elaborado grupo de cenas que continham movimentos, sons e gestos. A voz rouca e falha convidava-a com promessas, palavras bem colocadas e estórias narradas. Movimentos sutis decidiam dos cabelos ao rés da boca os toques ao corpo dela feitos, olhares de seriedade instigadora outrora hipnotizantes e rápidos, atuados com perspicácia e gestos que estão entre o obsceno e a ingenuidade. A sedução acontece através de códigos estritamente elaborados. Um beijo durável e semi líquido. Uma persuasão garrida do poder evocador de convencimento através de atos convidativos, a moça caiu na espiral da curiosidade, e isso era tudo que Hécate e o mago desejavam.

Após os dias, continuavam conversando, o mago dispersando-se aos poucos das respostas virtuais, fazendo com que ela o procurasse mais, querendo invadi-lo por completo, saber da vida do início ao fim, início de um confuso desespero e vazio existencial... O mago conseguiu, mas algo nas atitudes que ele analisava na menina mulher o inquietava. Era aquela humilhação, aquele excesso de descontrole emocional, como um vendaval que tira toda a mobília do lugar, que o deixava sentindo-se anterior indiferente agora transbordando uma lucidez de empatia. Pensou no que fez, quase arrependido mas relutante. A moça era de fato bonita, para que aquele coração de pedra tenha dali surgido uma espécie de compaixão e piedade. O olhar em desespero, a boca trêmula, lágrimas nas fotografias que ela enviava, aqueles olhos nos quais ele desejava interiormente mergulhar, para acalmar aquele mar revolto.

O mago foi fenecendo no próprio erro, solapado por pensamentos que o deixaram também em confusão. Até que um dia, ocioso e escapatório dia, indagou a deusa, debaixo do brilho noturno - O que fiz foi certo? Ela me persegue como quem não tivesse vida própria, ou respostas próprias, como eu te persigo agora por respostas e as cobro imediatamente! Como pude acatar tuas ordens, sabendo agora que o êxito fosse tão repentino e triste? O que ganho em troca além desse sentimento de culpa e arrependimento? Tu me darás algum poder esquivo ou será novamente uma desumana, que enganou a nós dois, força duvidosa? E então o silêncio resplandecia o sereno daquela noite, e o incauto mago, dava início a transição...



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