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História A Luz dos Olhos Teus - Capítulo quatro


Escrita por: Doddy

Capítulo 4 - Capítulo quatro


Os dias se seguiram sem novidade. Naruto passou-os a procura de trabalho. No dia em que voltara a frequentar o Mangekyou, ele acabara de ser demitido, embora, no dia não tivera coragem para admitir isso para Sasuke, que tentava tirar dele porque passara tanto tempo sem falar com os amigos. Seu último trabalho durara três meses, nos quais atuava como taxista para uma empresa particular. Alguns problemas com seu antigo chefe, Sai - um homem que tinha a sua idade e lembrava seu amigo Sasuke - o fizeram pedir demissão, antes que acabasse saindo da empresa por justa causa. Iruka gastara toda a sua lista de conhecidos com uma possível oportunidade de trabalho para Naruto, mas no fim, todas necessitavam de experiência que ele não tinha. Suas visitas ao Mangekyou eram mais curtas, pois só fazia questão de estar lá, tempo suficiente para que seus amigos não reclamassem de sua ausência. Sasuke também tentara arranjar alguma coisa para ele, mas os restaurantes e bares da cidade já estava cheios de músicos tão bons e baratos quanto Naruto, que, embora tivesse muitos conhecidos em toda parte, não estava com sua imagem nas ruas tão boa quanto costumara ser. Algumas coisas tinham feito muitos de seus conhecidos deixarem de cumprimentá-lo quando o viam na rua. Não podia realmente culpá-los.

Ninguém tinha certeza, mas os boatos que circulavam era que Naruto se envolvera com uma mulher comprometida, conhecida em todo o subúrbio como a mulher de Kabuto Yakushi, um homem de poucos amigos, mas muito influência. As pessoas tinham certo receio em se aproximar dele, sequer gostavam de contrariá-lo. Mas Shyon era uma mulher encantadora. tinha longos cabelos muito claros, olhos grandes e chamativos, tão vivos quanto poderiam ser ao lado de Kabuto. No entando, tinha também uma tristeza peculiar, um jeito de olhar para as pessoas como se a frustrasse não ser socorrida, enquanto andava ao lado do marido silenciosamente. Naruto a vira pela primeira vez quando ela e o marido entraram no seu carro, na sua primeira semana de trabalho. Nem ele saberia dizer em que momento seu envolvimento com ela passou a ser muito mais que aquilo...

Ao final de mais um mês procurando emprego e sentindo a desesperança crescendo em seu peito, Naruto tomou uma decisão. Em uma das poucas vezes a sua vida em que fizera isso, não se arrependera e tinha certeza de que dessa vez não seria diferente. Mudando subitamente a direção que seguia, assustando algumas pessoas que estavam atrás dele e que exclamaram irritadas quando passou por elas, Naruto correu para o outro lado...


*


Hinata passou os dias seguinte entediada com o discurso de seu pai, que não se cansava de reclamar por sua desobediência. Ele tinha problemas em admitir que estava perdendo a autoridade sobre sua filha mais velha e ela sabia disso. Não se importava quantas vezes teria que ouvir aquela besteira - o que levou um mês até que seu pai esquecesse e mudasse de assunto. Hinata recebeu sem surpresa a responsabilidade de estudar tudo o que fosse possível sobre os hotéis da família Hyuuga que ela herdaria um dia, embora duvidasse que, mesmo morto, seu pai não confiaria tanto nela a ponto de deixá-la completamente sozinha no comando dos negócios. Haveria advogados, sócios e todo o resto da família às suas costas para auxiliá-la no que precisasse, ou na visão de Hiashi, no que não fosse capaz de resolver. Além disso, assim que herdasse o hotel, colocaria Neji a frente dos negócios e, se tudo fosse como devia ser, até lá estaria muito bem casada com o primo.

Nos momentos em que não estava na faculdade de administração, que frequentava por obrigação, ficava em casa, lançando olhares sonhadores na direção de sua irmã mais nova. Hanabi era exatamente o que ela, Hinata, gostaria de ser. Tinha voz perante o pai, liberdade para ir e vir, e poderia escolher a faculdade que quisesse, pois não era ela a herdeira e sim Hinata.


*


Naruto chegou antes do que imaginava. Encotrou o lugar sem a maioria dos carros, sabendo que àquela hora estavam nas ruas. Andou por uma fileira de carros que deviam estar com problemas, até que chegou ao prédio de andar térreo, onde Sai costumava ficar, controlando o fluxo de carros que entravam e saiam. Quando viu, pelo vidro de sua sala, Naruto se aproximando, moveu a cabeça impaciente, sem se incomodar em levantar para receber recém chegado.

- Sai... Eu preciso do emprego! - Naruto disse sem enrolação, pois sabia que quanto mais direto fosse, menos difícil seria.

- O que você quer dizer com precisa do emprego? - Sai perguntou sem olhá-lo. - Não estamos com nenhuma vaga aberta. Acho que se enganou.

- Não me enganei... Ou melhor... Me enganei no momento em que pedi minhas contas. Eu preciso desse emprego de volta...

- Você se enganou no momento em que deixou de trabalhar para seguir aquela mulher por toda parte. - Sai encarou-o finalmente, parecendo verdadeiramente aborrecido. - O que você achava que estava fazendo? - Naruto tentou responder, mesmo que não houvesse resposta, mas Sai, que sabia disso, interrompeu-o. - Quando um dos "amigos" do Kabuto esteve aqui, eu defendi você. Disse que era um boato idiota, que você era o funcionário em quem eu mais confiava. No entanto, sua forma de me pagar foi, além de tornar o boato real, e pedir demissão. - Sai fez uma pausa, esperando que Naruto dissesse alguma coisa, mas como o outro ficou em silêncio, continuou. - E agora você vem aqui e me pede para te dar o emprego de volta?

Naruto percebeu que não adiantaria argumentar sobre seu caso com Shyon, então preferiu mudar o rumo da conversa.

- Sai, antes disso, eu nunca te deixei realmente na mão. Eu conheço essa cidade e tudo em volta dela melhor do qualquer um aqui e sei que você não conseguiu ninguém que me substituisse...

- Pretensão sua, não?

- Não. Não é pretensão quando se tem certeza. Eu voltava com mais dinheiro que os outros, eu te ajudava a lidar com os outros motoristas, eu...

- Eu não preciso que enumere as suas qualidades para mim, Naruto! Eu conheço o seu trabalho e confio, sim, na sua capacidade, mas não é sua competência que está em jogo aqui. Você era a última pessoa que eu esperava que me decepcionasse. - Sai dizia isso enquanto se levantava de sua cadeira e ia até a porta para fechá-la. Depois, quando voltou para seu lugar, acrescentou. - Se você pudesse me garantir que isso não acontecerá de novo, eu poderia fazer alguma coisa por você, mas você não pode me garantir isso...

- Não, não posso. Mas Sai... Eu... Você precisa me dar uma chance. Eu realmente preciso do emprego, da grana... - Naruto olhava para Sai, sem esperança, até que percebeu que só havia uma solução, teria que pedir... - Por favor...


*


Em nenhum dos dias do último mês, Hinata pôde voltar ao Mangekyou, afinal, seu único e melhor acompanhante afirmava e reafirmava que não queria contrariar Hiashi mais uma vez. Neji estava certo, mas Hinata queria que ele parasse de ser tão certinho de vez em quando. Amava o primo, mas aquela mania de "Hiashi não iria gostar disso" não a agradava nada. Em alguns momentos, ficava tão aborrecida com Neji, que pensava nele com raiva e esquecia-se de seus planos de conquistá-lo. Queria muito mais aventura do que estava tendo até aquele momento e ele não a ajudava em nada. Para quê servia então?

Quando estava na faculdade, durante a noite, esses pensamentos encontravam eco nas vozes de suas amigas.

- O seu primo é um gato, mas não acha que ele é um pouco... Sem graça? - Perguntou Tayuya, que repetia aquela questão todas as vezes que Hinata falava de Neji.

As quatro garotas estavam sentadas em uma mesa de um bar próximo à faculdade, em que muitos alunos costumavam matar aula ou passar o interalo. Mas o intervalo já tinha acabado há muito tempo quando elas começaram essa conversa.

- Acho que você devia sair dessa. Ele é muito certinho demais para você. - Apoiou Kin. - A vida só tem graça com um pouco de diversão. E, pelo que sei, esse Neji não entende nada de diversão.

- Não é bem assim. - Hinata apressou-se em defender. - Ele sabe se divertir, só que...

- Só que o que ele considera divertido não é o que nós consideramos divertido, é? - Karin encarou Hinata, que sorriu e concordou. - Não é nada comparado com isso...

Dizendo isso, Karin bebeu um grande gole da cerveja que segurava e se levantou, indo para o centro do bar. Começou a cantar tão alto quanto pôde, acompanhando a música que saia de um aparelho no canto. Enquanto cantava, Karin dançava e muitos homens a olhavam com interesse. Um dos que estavam mais próximos se levantou ao olhar insistente de Karin e os dois começaram a dançar muito perto um do outro. No momento em que Karin agarrava-se ao pescoço do homem, Kin e Tayuya levantaram também, arrastando Hinata com elas.

- Vai lá, bebê... Mostra para eles do que você é capaz. - Tayuya sussurrou em seu ouvido, antes de largá-la.

Hinata ainda estava com a garrafa de cerveja na mão, mas, quando ia tomar um gole, percebeu que estava vazia. Em pouco tempo, três garrafas abertas e quase cheias apareceram na sua frente. Hinata passou os olhos pelas garrafas e escolheu a que estava mais cheia. Pegou-a, bebeu e só depois olhou para o lindo rapaz que a oferecera. Ele se aproximou e Hinata não fereceu resistência quando ele a beijou.

As quatro ficaram no bar a noite toda. Quando preparavam-se para ir embora, acompanhadas dos rapazes com quem se agarravam, estavam tão agitadas e estéricas que qualquer um que passasse por elas perceberia que beberam demais. Os rapazes não estavam em melhor estado. O grupo saiu do bar, rindo mais do que era necessário.

- Isso que é vida! - Karin gritou, chamando a atenção de alguns alunos. - Vamos para outro lugar... - Disse, com a voz embolada, segurando-se no rapaz ao lado.

- Vamos - Concordaram os outros.

- Conheço um lugar ótimo! - Anunciou um dos rapazes, que estava com Tayuya. - Vocês vão gostar.

- Então vamos! - Tayuya animou-se.

Como nenhum deles estava em condição de dirigir e, aparentemente, nenhum se lembrava onde tinha deixado o carro e se tinham carro, adiantaram-se para chamar um taxi. Dois carros pararam na frente deles. Kin, Tayuya e dois rapazes entraram no carro da frente e Hinata, Karin e outros dois rapazes entraram no segundo, fazendo barulho e deixando o cheiro de bebida invadir o ambiente, para desespero do motorista...


*


Naruto ainda não tinha se recuperado o desgosto de ter que implorar para Sai deixar que ele voltasse a trabalhar como motorista, quando um grupo de estudantes universitários bêbados entrou em seu carro. Tentando ignorar o cheiro, o falatório e os estalos de beijos execivamente molhados que vinham do banco de trás, seguiu o caminho sugerido. Estavam indo para uma área no subúrbio da cidade, onde poucas pessoas tinham coragem de ir. Duvidava que aquelas duas meninas soubessem para onde estavam indo, mas continuou assim mesmo. Naruto fitou o banco detrás a tempo de encontrar dois pares de olhos claros parecendo confusos e doentes. Percebeu o que estava para acontecer pouco antes de acontecer... A garota abaixou de repente e vomitou no chão do carro. Naruto sentiu o estômago reclamar. Se o cheiro de bebida estava insuportável dentro do carro, agora estava dez vezes pior. Quando o rapaz que se agarrava a ela empurrou seu banco para a frente para fugir da garota, Naruto parou de repente, percebendo tardiamente que batera no taxi da frente.

Os dois homens exclamaram com um isto de nojo e susto, enquanto a outra garota finalmente calou-se, pelo que Naruto agradeceu mentalmente. A garota que emudecera continuava a olhar para a outra, sem dizer nada. Naruto arriscou-se a olhar para trás.

- Cara, abre essa porta, pelo amor de Deus! - Um dos rapazes pediu, saindo do carro assim que Naruto liberou a porta para ele.

Os outros três também desceram e Naruto percebeu que a garota que saira, mal conseguia se segurar em pé.

- Hinata... - Chamou tolamente.

Naruto saiu do carro, abrindo a porta de trás para ajudar a menina, já que nenhum dos outros parecia capaz de fazer qualquer coisa. Tocou atrapalhado o ombro da garota e ajudou-a a se levantar, quando pensou que não corria risco de que ela voltasse a vomitar, dessa vez, em cima dele.

- Tudo bem, moça?

Um par de olhos azuis pérola encarou-o ofuscamente. O cabelo azulado caia pelo rosto suado e a expressão vazia fez com que demorasse para reconhecer a garota que conhecera no Mangekyou.

- Srta. Hyuuga?


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