1. Spirit Fanfics >
  2. A Luz dos Olhos Teus >
  3. Capítulo oito

História A Luz dos Olhos Teus - Capítulo oito


Escrita por: Doddy

Capítulo 8 - Capítulo oito


Inari fitava o professor, tentando demonstrar interesse, porém estava difícil se concentrar. Primeiro, tinha que tentar se desviar dos próprios pensamentos e do mau humor que não era comum nele. Depois, tinha que se livrar dos bilhetinhos que Kyumaru lhe passava por cima dos ombros, sempre que o professor se distraía. O assunto era o mesmo: Hanabi Hyuuga. Inari revirou os olhos depois de ler mais uma das queixas do garoto. Sem ligar para o professor, rabiscou uma resposta e entregou o bilhete por baixo da cadeira. Kyumaru possivelmente não gostou da resposta, pois não houveram bilhetes nas duas aulas seguintes. Durante o intervalo, sentou-se com Kyu e os outros meninos na mesma mesa de sempre, deixando que Hanabi e Matsuri passassem todo o tempo livre falando sobre o Sarutobi. Por falar nele, Inari não conseguia entender o que as meninas daquele colégio viram naquele idiota para começar. Provavelmente nem o próprio Konohamaru saberia dizer o que fizera. Tudo bem que boa parte do encanto das garotas por Konohamaru passara tão depressa quanto começara, mas ainda havia algumas interessadas no jeito desinteressado do novato. Uma delas era Matsuri.
Quando voltaram para a sala de aula, seu humor estava ainda pior e, quando a mão de Kyu tocou-lhe o ombro mais uma vez, deixou isso transparecer ao olhar para o amigo com a expressão menos convidativa que possuía. Kyu entregou o bilhete sem dizer nada, percebendo que era melhor não abrir a boca. Inari não abriu o bilhete imediatamente, pois a professora dessa aula parecia mais atenta que os anteriores. Assim que teve uma chance, mesmo contrariado, abri o pequeno pedaço de papel e reconheceu a letra apertada. Não era a letra de Kyu, mas a de Hanabi.
"Confia em mim?" - Perguntava o bilhete.
Inari achou estranha a pergunta e arabiscou um "Por quê?", devolvendo o bilhete ao Kyu, que o repassou para a Hyuuga. Quando o bilhete voltou, Inari abriu depressa.
"Preciso cumprir a promessa que fiz à Matsuri, mas também preciso que confie em mim. Pode fazer isso?"
"Que diferença faz se confio em você ou não? Quem tem que confiar em você (e pelo visto confia) é a Matsuri."
"Diga logo. Confia ou não na sua melhor amiga?"
Inari pensou na resposta. Não fazia idéia do que se passava na cabecinha imaginativa da Hanabi, mas... Saco. Quando ela colocava algo na cabeça, ninguém tirava. E, desde que a conhecera, a única coisa que precisara fazer fora confiar nela. Por que dessa vez seria diferente?
"Confio."

*

Hinata não tentou continuar a conversa com o taxista. Achava que já tinha dito besteiras demais para uma pessoa que mal conhecia. "Mas você é do tipo que frequenta o Mangekyou, srta. Hyuuga". E já tinha ouvido mais do que queria. Ela era diferente. Não gostava do mundo em que vivia. E quem era ele para falar daquele jeito com ela? Se bem que ela também não foi muito gentil. O que ela quis dizer com "não faz o tipo de gente que frequentaria um lugar como o Mangekyou"? Oras... Que arrogância a dela esperar que ele não se sentisse ofendido... Embora, ela tivesse a impressão de que a ofensa veio depois. "Não quis ofendê-lo". Teria sido melhor ficar quieta. Dizer aquilo foi como se realmente considerasse aquilo uma ofensa. E ele percebera.
"Estúpida. Ele deve estar me achando uma..."
E desde quando ela se importava com o que as pessoas pensavam? Especialmente ele, que sequer sabia o nome. Será que podia perguntar? Não. Claro que não!
Enquanto pensava nessas coisas, Hinata tentava não colocar os olhos no retrovisor novamente, mas era mais forte que ela. De vez em quando, precisava tirá-los dali rápido, pois tinha a impressão de que ele percebera.
- Desculpe, senhor...
- O que foi srta. Hyuuga?
- Qual o seu nome?
- Naruto Uzumaki.
Hinata memorizou o nome, antes de continuar, mesmo sem saber o que dizer.
- Eu... Mudei de idéia. Pode me levar para a casa.
- Certo. Onde fica?
- É pelo mesmo caminho, mas chegará mais rápido se virar à direita, antes da Principal.
Ainda faltava um pouco para chegar onde ela indicara, mas Naruto não disse nada. Aquela mulher parecia um pouco nervosa agora.
"O que deu nela?"
Hinata não tinha muita certeza, mas uma lembrança indistinta invadiu sua mente. O modo como ele a chamara "Srta. Hyuuga". Ele a chamava assim sempre, mas...
"Será que...?"
Se o que ela estava pensando fosse verdade, Hinata morreria de vergonha. Mas precisava saber.
- Senhor Uzumaki...
- Sem o "senhor", por favor.
- Certo... Eu... Posso fazer uma pergunta?
- Claro.
- Eu... Já peguei algum taxi com você alguma vez?
Naruto ficou surpreso com a pergunta. Primeiro, porque isso indicava que ela não tinha certeza do que acontecera naquela noite. Segundo, porque não sabia o que dizer. Um "sim" deixaria-a sem graça. Um "não" seria uma mentira e talvez isso a ofendesse se soubesse... Naruto preferiu o risco.
- Não me lembro, srta. Hyuuga.
- Engraçado... Eu tenho a impressão que já...
Naruto sorriu, olhando-a pelo retrovisor.
- Eu me lembraria!
Hinata, que agora lembrava-se com um pouco mais de claresa, de alguém chamando-a de "Srta. Hyuuga" naquele dia, sorriu para o homem desconhecido.
- Acho que tem um problema de memória, senhor Uzumaki...

*

Inari e Hanabi ainda se falavam pouco, mas o clima estava mais favorável para a Hyuuga. Matsuri não parava de falar em Konohamaru, embora se limitasse a falar dele apenas quando as duas estavam sozinhas. Por isso, sempre que possível, Hanabi embrenhava-se no meio de algum grupo de conversa, tentando evitar o assunto o máximo que podia. Ainda precisava descobrir como faria para ajudar Matsuri com Konohamaru e, ao mesmo tempo, ajudar Inari com Matsuri.
- Hanabi! - Chamou Matsuri, correndo para alcançar a amiga na saida do colégio. - Quando a gente vai começar?
Hanabi, que conversava com algumas colegas de sala, perdeu-se com a chegada de Matsuri.
- Começar o quê?
- Aquilo... - Matsuri puxou Hanabi para longe das colegas sem cerimônia.
- Ai... Não faz isso! - Hanabi reclamou, acenando para as colegas.
- Quando a gente vai começar com o Konohamaru?
- Fala baixo! - Ralhou Hanabi mais uma vez. - Quer que todo mundo saiba o que a gente quer fazer?
- O que que tem?
- Mat... Quer que alguma amiga da Nagaki saiba do seu interesse pelo "futuro namorado" dela?
- "Ex-futuro namorado."
- Que seja. Vamos ter que achar um apelido pra ele...
- Mas qual?
- Sei lá... Você que gosta dele, você que tem que ver o que mais chama a atenção e... Apelidar... - Hanabi fitou o garoto que passava por elas naquele momento.
Konohamaru estava com Tuy e Katisu para variar. Aqueles dois pareciam ter encontrado um líder que pretendiam seguir para todo o canto. Os três pararam no portão da escola, para se despedirem. Konohamaru colocou a mochila no chão e, só então, Hanabi percebeu o estado em que estava aquela mochila. O azul estava quase parecendo cinza de tão sujo ou desgastado. Há quantos anos ele usava a mesma mochila? Quando Konohamaru voltou a pegar a mochila, Hanabi desviou seus olhos para os tênis de Konohamaru. Pareciam tão surrados e encardidos quanto a mochila. Sem falar que pareciam maiores que os pés do moleque.
- Credo...
- O que foi? - Matsuri parecia não ter percebido nem metade daqueles detalhes.
- Como você foi gostar disso? - Matsuri olhou para Konohamaru, como se não soubesse do que Hanabi estava falando. Hanabi pegou no braço de Matsuri e a arrastou para longe dele. - Ele é tão comum.
- Eu sei.
- Então...?
- Não sei o que é, mas... Ele é diferente dos caras daqui.
- Essa é uma desculpa clássica. - As duas pararam na esquina, esperando o motorista de Hanabi pegá-las. - Você quer que eu acredite que prometi te ajudar só porque ele é diferente? - Hanabi encarou-a. - Que ele é diferente, eu percebi. Mas diferente em um sentido ruim...
- Decida-se, ou ele é comum, ou é diferente...
- Sem piadinhas, Matsuri. Ser comum é ruim do mesmo jeito. Você não precisa de alguém comum, nem diferente... Você só precisa de uma cara especial.
- Por exemplo...
- Sei lá... Mas esse cara não é o Konohamaru!
- Falando de mim?
Hanabi e Matsuri olharam para o garoto, que estava atrás delas. Matsuri sorriu. Hanabi fechou a cara.
- Ouvindo conversas dos outros?
- Só quando o assunto sou eu.
- Esquece isso, novo rico. - Hanabi apressou Matsuri, quando viu o carro de sua família se aproximar. - Aliás, fica a dica... Troque de mochila, antes que ela comece a andar por aí sozinha.
- Obrigado pela dica, mas acho que vou recusá-la.
- Como quiser. Até segunda, novo rico. - Retrucou Hanabi, abrindo a porta do carro.
- Até segunda... Matsuri. - Respondeu Konohamaru, parando de encarar Hanabi para voltar-se para Matsuri.
"Jogo sujo!", pensou a Hyuuga. "Usá-la para..."
Hanabi empurrou Matsuri para dentro do carro, impedindo que ela respondesse e fechou a porta na cara do garoto.
- Por que não me deixou falar com ele?
- Você confia em mim, Matsuri?
- Claro que confio!
- Então ignore ele.
- Mas eu pensei que...
- Vai por mim. Ele só falou com você para me irritar. - Hanabi falou, ajeitando-se no banco e tentando ignorar a expressão chateada que se formou no rosto de Matsuri. - Até que ele queira irritar você, ele não saberá que a "Matsuri" existe.
- Então você acha que ele está afim de você?
- Não...
- Foi o que pareceu. - Matsuri cruzou os braços, olhando na direção oposta à de Hanabi.
A Hyuuga encarou-a.
- O que foi isso?
- Isso o quê?
- Isso... - Hanabi puxou o braço de Matsuri fazendo-a encará-la. - "Foi o que pareceu"...
- Não é nada... Só... Só acho que você sempre tem certeza que os garotos gostam de você. É só eles olharem na sua direção e pronto... Estão apaixonados por você.
- Não surta, Matsuri. Não foi isso que eu disse.
- Então porque não pode pensar que ele queria "mesmo" falar comigo?
- E o que você ia fazer? - Hanabi estava começando a se irritar, mas preferiu mudar o foco da conversa de volta para o problema de Matsuri. - Responder?
- É...
- Não seja boba. Se ele ouviu a nossa conversa, deve estar se achando agora. E achando que ou você, ou eu o que é pior, está afim dele. - Matsuri não teve o que responder. Hanabi suspirou. - Eu me expressei mal quando disse que ele estava querendo me irritar, mas... De qualquer forma, ele não pode saber, ainda, que você está afim dele. Sabe como os garotos são.
- Eu não entendo tanto de garotos quanto você, Hyuuga.
Apesar do tom sarcástico de Matsuri, que fez Hanabi encará-la mais uma vez, as duas acabaram rindo do último comentário.
- Você ficaria surpresa!
"E como", pensou Hanabi, dirigindo o olhar para o motorista Sora.

*
Naruto parou o carro em frente à casa de Hinata. Era ainda maior que a de sua amiga ruiva, o que o deixou impressionado. Hinata saiu do carro e parou em frente a porta do motorista, abaixando um pouco para ver seu rosto.
- Obrigada, senhor Uzumaki.
- Somente Naruto, senhorita...
- Somente Hinata, então. - Naruto sorriu. - Bem... Pode ficar com o troco. - Disse Hinata entregando o pagamento pela corrida. - E obrigada pela mentira...
- Mentira?
Hinata riu. Aquele rapaz era realmente muito gentil.
- Posso fazer mais uma pergunta?
- Pode...
- Nesse fim de semana eu pretendo ir ao Mangekyou... Se for... Será qeue poderei ouvir a sua música novamente?
Naruto suspirou, mas confirmou com a cabeça.
- Isso me pareceu mais um pedido que uma pergunta, mas... Vou preparar alguma coisa. Do que gosta?
- Não importa. Qualquer coisa que toque estará bom. Até lá... Naruto.
- Até...
Hinata entrou em casa, perguntando-se onde estava com a cabeça. Será que aquele homem pensaria que aquilo era uma espécie de encontro? Por que, se fosse assim, estaria muito enganado... Se bem que ela podia náo se lembrar muito bem do que acontecera naquela noite, com suas amigas, mas se lembrava muito bem do dia que conhecera aquele taxista. Músico, bonito, mais interessado na música que em todo o resto. Hinata não conseguia imaginá-lo falando de negócios na presença de uma mulher...
"Naruto Uzumaki...", pensou, entrando na sala de casa. "Vamos ver o que vai preparar pra mim. Não me decepcione."

*

Na casa da família Hyuuga, as meninas preferiram almoçar no quarto de Hanabi. Hanabi sentou-se no chão, enquanto Matsuri tomava conta de sua cama.
- Sabe... - Matsuri começou, chamando a atenção de Hanabi novamente. - Naquela hora que disse que eu precisava de um cara especial, eu pensei que diria outra coisa.
- O quê?
- Que eu precisava de alguém como o Inari.
Hanabi deu de ombros.
- E se eu tivesse dito isso?
- Eu teria discordado.
- Você não gosta dele?
- Adoro o Inari.
- Mas...
- Mas não acho que daria certo. E, ele é tão... Normal...
- Não o acho nada normal! - Hanabi defendeu. Matsuri fitou-a, irônica. - Tá... Ele é normal, sim... Mas é um fofo.
- Não estou interessada em fofos.
"Então terei que transformar o Sarutobi no garoto mais fofo desse colégio. Vai ser difícil."
- Mas eu poderia ter dito qualquer nome, que não o do Inari.
- Se você dissesse Kyu eu te matava!
- Por quê?
- Não quero as suas sobras!
- E nem as terá. - Hanabi fez um gesto com a palma da mão, como se prometesse. - Já acabou de comer? - Matsuri confirmou. - Então vamos levar isso na cozinha.

- Hum... Mas você nem conhece esse cara... - Disse Shizune, deixando o avental de lado.
- Eu sei... Mas, não tem nada demais. E eu vou ao Mangekyou com as meninas... - Argumentou Hinata.
- Elas gostam desse tipo de música?
- Acho que não. Mas não importa.
Shizune observou a garota longamente.
- Esse Naruto... Como ele é?
- Opa! - Hanabi entrou na cozinha. - Quem é Naruto?
- Ninguém importante. - Hinata deu de ombros, mas seu sorriso entregou-a.
- Então porque as duas estão cochichando sobre ele?
- Boa, Hana! - Apoiou Matsuri, animada com a fofoca.
- Ai... Shizune o que eu faço com essas duas?
Shizune levantou as mãos, rindo.
- Se você não contar, eu conto.
Sem outra opção, Hinata começou a contar.
- Músico? - Hanabi perguntou no fim. - Logo você? Um músico?
- O que foi? Não tem nada demais, Hanabi. É só um possível amigo.
- Possível amigo? - Matsuri riu. - Nunca ouvi essa.
- E o Neji? - Retrucou Hanabi. - É um "possível primo", também?
- Que comparação, Hanabi!
- Concordo. - Intrometeu-se Shizune. - Eu nem sei como esse Naruto é, mas o Neji com certeza é mais bonito!
- Shizune!
- É sério. E não me olhem assim! Ele é muito mais novo que eu. Por isso, me reservo o direito de fazer o comentário que eu quiser sobre ele.
- Cuidado, Shizune. - Hanabi ria. - Por que esse bonitão é praticamente teu patrão!
- Isso se chama sorte, criança!

***************************************************************
Próximo capítulo, mais NaruHina que KonoHana, prometo!!! Nem precisa me xingar, que eu sei que estou um pouco (só um pouquinho) encantada demais com KonoHana e estou esquecendo do casal principal dessa fic, MAS... Isso será resolvido...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...