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História A Madrasta - Shepherd Butler.


Escrita por: AnaSykes-

Notas do Autor


Boa leitura, anjos! Espero que gostem :)

Capítulo 40 - Shepherd Butler.


Scarlett Bieber

 

Duas semanas desde que Justin "terminou" comigo... hoje faziam-se 15 malditos dias.

Não que eu esteja contando por estar desesperada por ele, para que voltemos a ficar juntos, longe de mim. Mas é impossível não lembrar da expressão séria e decidida que ele carregava, sem falar do olhar duro que ele me mandou antes de sair pela porta do quarto. Maldita enfermeira, aquela filha da puta deveria aprender a deixar a língua presa dentro da porra da boca. Porém, sei que a culpa não é dela... é completamente minha por ter enrolado tanto tempo para contar a verdade, mas eu contaria quando nos separássemos de nossos parceiros.

Menti para ele, o enganei... fui a porra duma escrota. Só que dessa vez não foi de propósito, não foi de maldade e sim porque tive medo de perdê-lo e me acovardei. Me arrependo de não ter contado a verdade de termos um lindo filho juntos, nas oportunidades que tive, mas preferi em todas as vezes recuar e deixar para uma próxima vez.

Que com certeza... nunca chegaria!

— Você deixou que ele terminasse contigo? — Matthew, perguntou incrédulo. Fitava-me de forma estupefata, o loiro parecia não acreditar em uma palavra sequer que falei.

Havia marcado com Matthew de nos encontrarmos em um dos quiosques da praia para lhe contar tudo o que aconteceu durante o tempo em que ele estava viajando com um de seus muitos namorados, e desde a época em que esteve fora, não nos falamos muito.

Fazia um calor insuportável naquela terça-feira ensolarada do cão, e aproveitei para sair um pouco de casa e respirar ar fresco, pois olhar para Jaxon antes e lembrar de Justin me trazia boas lembranças, me deixava feliz e satisfeita por ele ter puxado tanto o pai, e por ambos serem tão parecidos. Agora, infelizmente, o que sinto olhando para meu filho é tristeza e desgosto.

— O que você queria que eu fizesse, Matt? — o questionei.

— Desse com a cabeça do maldito na parede e mostrasse quem dá as ordens nesse relacionamento masoquista e estranho de vocês! — explicou, como sempre usando muito as mãos ao gesticular enquanto falava. — A "antiga" e fodona Scarlett faria isso com o maior prazer, se bobiasse ainda gozava! — Ri dele, balançando a cabeça negativamente.

— Falou bem... "antiga" Scarlett. Essa daí foi embora faz tempo, querido!

— Será mesmo? Hum... sei, não. — semicerrou os olhos, olhando-me desconfiado. Revirei os olhos, voltando a deliciar-me com minha água de coco. — Acredito que ela deve estar adormecida, só esperando o momento certo para retornar e voltar a infernizar um certo Justin Drew Bieber!

— Que porra é essa? Virei o Pennywise agora?

— Digamos que você e o palhaço tem um certo parentesco ligado. — sua expressão transformou-se em algo macabro.

— Claro, Matt... eu mato criancinhas e adolescentes inocentes para me alimentar delas. — debochei, revirando os olhos.

— Não diria que mata como o Pennywise... — deu uma pausa, parecia receoso se continuava ou não sua frase. — Mas que abusa de adolescentes e adultos inocentes... — mandou-me um olhar sugestivo, rindo malicioso. Fitei-o chocada com sua ofensa, porém acabei rindo com o desgraçado enquanto lhe estapeava.

— Só pra sua informação, o Justin foi o único adolescente inocente que seduzi em toda a minha vida. — garanti, o mais velho continuou com um olhar de descrença. — É sério, Matthew! E me arrependo do que fiz com ele...

— Não me leve a mal, amiga... mas entre essa sua nova versão e a antiga, prefiro mil vezes a antiga. — estalei a língua, virando meu rosto para o mar por estar irritada com seu comentário. Olhei com curiosidade a mão dele sob a minha. — Mas se me dessem, um dia, a opção de tê-la novamente, negaria sem pestanejar a volta da vagabunda. — rimos.

— E por que negaria?

— Porque essa nova Scarlett está mais feliz, sorridente e leve, ao contrário da outra que ficava tão carregada de tanta maldade, adultério e desejos sexuais insanos, que deixava de ser realmente feliz e era mais artificial! — respondeu. E conseguiu me deixar a um passo de chorar.

Andava emotiva e sentimental desde o término com Justin, algo que achei que jamais aconteceria novamente em minha vida. Porém aconteceu e me fodi bonito.

— Que bonitinho. — ironizei, com uma voz fofinha, e apertei suas bochechas. — Te amo, veado! — repousei minha cabeça sob seu peitoral nu e definido.

— Também amo você, vadia. — ele beijou, carinhosamente minha testa, enquanto acariciava meu couro cabeludo.

Por uma fração de alguns minutos, ficamos em um agradável silêncio. Apreciando a bela vista do pôr do sol, juntamente com o barulho gostoso do mar e o cheiro, estranhamente bom, que emanava do mesmo.

— Qual a probabilidade de encontrar o Justin nessa praia? — franzi o cenho com sua pergunta, e desencostei de seu corpo, ajeitando minha postura no banquinho para olhá-lo melhor.

— Nenhuma. Se fosse de manhã tudo bem, ele com certeza estaria por aqui fazendo sua típica corridinha matinal. Mas a essa hora? Ele está na empresa.

— Tem certeza, Scarlett? — perguntou, seriamente com um olhar desconfiado sobre mim. Era a minha vez de ficar confusa.

— O que foi, hein?

— Justin está vindo exatamente para esse quiosque aqui e não parece ter nos visto, e se viu não reconheceu. — arregalei os olhos, surpresa com sua informação. Estava prestes a virar para ter a certeza de que era Bieber, contudo, Matthew rapidamente segurou em meus ombros e me impediu. Rosnei para ele, brava por sua atitude. — Vai precisar ter um rosnado de um Pitbull pra me assustar, cadela. Até um poodle assusta mais que você! — gargalhou, belisquei sua perna. Ele arfou, cessando rapidamente a risada. — Não vire, ele não nos viu ainda! Aja normalmente! — piscou, e virou-se para pedir uma nova bebida.

Concentrei-me no meu coco e em beber o restante do líquido que tinha ali, porém ficou difícil quando avistei por cima dos óculos escuros, a real e verdadeira presença de Justin, bem ao meu lado, juntamente com Ryan. Ambos pediram cervejas quando foram atendidos pela mulher de biquíni. Impossível não ter ouvido as piadinhas que Ryan jogou para Justin sobre a morena de corpo bonito. Tanto Bieber, quanto Butler, vestiam trajes de roupa de banho, exibindo suas tatuagens, seus músculos, abdômen e costas definidas, 3 era óbvio que haviam tirado o dia de folga para estarem tão relaxados e extrovertidos, rindo como verdadeiros idiotas.

— Pare de secá-lo, daqui a pouco ele percebe. — advertiu, me acertando uma fraca cotovelada na costela. — E aja naturalmente. Você está, literalmente, sugando o pobre canudo!

— O quê?

— Parece aquelas inexperientes quando chupam um pau pela primeira vez. Sugam que nem loucas!

Por culpa do idiota de Matthew e da baboseira que ele soltou, acabei cuspindo o líquido em minha boca ao rir. E obviamente, por ironia do destino, não poderia ter sido em outra pessoa, senão no próprio Justin Bieber! No começo ele ficou assustado e chocado por ter levado um banho de água de coco e cuspe. Depois, ao ver que era eu, sua expressão mudou drasticamente para pura raiva, os olhos caramelados brilharam em fúria apenas por me ver ali e não pelo incidente. Tanto Matthew, quanto Ryan, riam feito hienas pelo o que aconteceu. Enquanto Justin e eu ficamos nos encarando fixamente, sérios. Na verdade, procurei admirar cada músculo delicioso presente em seu corpo esbelto e maravilhoso.

Céus, ele estava malhando… seus músculos estavam ainda mais definidos que a última vez que nos vimos. Bieber ficou ainda mais gostoso, filho da puta!

— Desculpa...

— Desculpas pelo que? Por ter me enganado? Ou por ter cuspido em mim? Seja lá qual for a resposta, enfie suas desculpas no... — Rapidamente Ryan o interrompeu, com uma expressão tensa no rosto barbudo.

— Hey, Scarlett. Tudo bem? — Ryan falou, educadamente e sorrindo sem graça pela má educação de Justin, enquanto tampava a boca do loiro, abraçando-o de lado. — Olá, Matt.

— Olá, meninos. — Matthew cumprimentou, sorridente. Seus olhos pairam sob Justin, riu fracamente de forma debochada e voltou a bebericar seu drink. — Quando foi que você ficou tão nervosinho?

— Não é da sua conta! — disse abafado, por Butler continuar tapando sua boca, mas ele logo conseguiu soltar-se.

— Nossa... ele é bravo, não é? Pena que não morde. — provocou, sorrindo sacana. Ri da expressão enfurecida de Justin.

Bastou piscar para que meus olhos capturassem Justin avançando em cima de Matthew, porém o mais velho foi mais rápido ao desviar e em seguida lhe acertar um soco no rosto. Tão forte que Bieber cambaleou e foi preciso que Ryan o segurasse, ou ele cairia no chão.

As pessoas que estavam em nossa volta, nos olhavam curiosas e receosas de que algo mais grave pudesse acontecer, pois Justin estava incontrolável. O mais novo gritava palavras ofensivas para Matthew e tentava a todo momento se soltar do melhor amigo, para conseguir atacá-lo.

— Não precisava disso, Matt. — o adverti aos sussurros, indignada, quando ele começou a provocar Bieber, deixando-o mais irado.

— Só bati nesse imbecil pra ver se ele acorda!

— Estou bem acordado seu, veado do caralho! — rosnou.

— Gay com muito orgulho, gatinho! Se quiser experimentar, estarei sempre livre e disponível pra você, babe. — Matthew o provocou, ao mandar-lhe um beijinho. — Scarlett te ama e você pagando mico!

— Ama porra nenhuma! — riu maleficamente. Sua expressão, de repente, voltou a ficar séria e seus olhos transbordaram em ódio. — Quem ama de verdade não mente e muito menos engana. Sua amiguinha só ama a si própria!

— Vá se foder, Bieber. Seu idiota, ela aprendeu a te amar. Como pôde falar isso? — Matthew perguntou estupefato, tanto quanto eu.

— Quero mais que ela exploda com esse tal "sentimento". — engoli em seco, fitando-o com mágoa e uma certa raiva. Se ele queria sentimentos negativos da minha parte, estava conseguindo com êxito. — Me solta, porra! — exclamou, conseguindo soltar-se dos braços fortes e tatuados de Ryan.

— Quer ser preso? — o fitou repreendedor.

— Não vou sujar minha mão com veado, vai que é contagioso dar o cu? — debochou com um sorriso tentadoramente maldoso. Assim como eu, Butler também ficou chocado com a fala do mais novo.

— Estou começando a me arrepender... — Matthew murmurou e não parecia estar abalado com a provocação de Bieber.

— De quê? — Ryan perguntou curioso, como eu.

— De não ter comido e arrombado o cu desse filho da puta maldito quando tive a chance! Era uma presa fácil, estava desacordado… quando acordasse, já estaria feito. — Matthew disse entre os dentes fuzilando Justin com um olhar mortal. Tampei a boca rindo discretamente, algo que despertou a fúria do loiro pra cima de mim.

— Não é por nada não, mas...— deu uma pausa, surpreendentemente aproximando-se da a gente. — Não está na hora da Scarlett bater o ponto dela na esquina? — Matthew e eu trocamos olhares, incrédulos. — Oh, se te vale o conselho... em dois quarteirões você terá bastante lucro porque só tem velho rico passando por lá, tipo o meu pai e sei que você gosta. — disse de forma baixa e discreta, como se fosse um segredo. Um sorriso provocador tomava conta dos seus finos e belos lábios.

— Justin, dude... — Ryan começou, dividindo o olhar entre o amigo e eu. Estava tenso e preocupado.

Já Matthew estava irado ao meu lado, maxilar trincado e punhos cerrados, sem falar da respiração pesada. Ele e Bieber fuzilavam-se com o olhar, a qualquer momento saíriam no soco.

— Como ousa me chamar de prostituta? — o questionei, pondo-me em sua frente de vez. Os olhos caramelados viraram-se para mim e tornaram-se divertidos.

— Ora, mas não foi isso o que você sempre foi a merdinha da sua vida inteira, Johansson? — o sorriso petulante estava presente em sua boca. — Uma puta? Uma vadia... — o estapeei, sem hesitar.

Bati nele com tanta raiva que quando minha mão bateu em seu rosto tão forte senti a mesma arder, sua bochecha ficou marcada pelos meus dedos. Justin me olhou irritado pelo tapa que levou, e iria falar algo, mas o interrompi ao lhe acertar outra tapa e desta vez no outro lado da face, também deixando-a avermelhada e marcada pelos meus dedos e desta vez com um pequeno e discreto corte.

— Vai se foder, Justin... vá se foder! — falei, fitando-o com desgosto. E deixei-me ser levada por Matthew que estava apressado em sair dali com medo de alguém chamar a polícia, pois as pessoas comentavam a cena vista, assustadas. — Quero que ele se foda e ele vai, pode apostar!

— Justin ficou louco. Perdeu a noção legal! — disse, ligando o carro. Passei as mãos pelo meu cabelo irritada, o arrumando.

— Quero que esse filho da puta vá pra puta que pariu! — o olhar desconfiado de Matthew, fez-me rir.

— Aham, Scar... daqui a uma semana, você vai estar atrás dele. Tá morrendo de saudade do pau dele...

— Não é só do pau, okay? Mas depois de hoje, quero distância desse imbecil... como pode me chamar de vagabunda em público?

— Como se ele tivesse mentido!

— É porque ele não conhece a mulher que tem em casa, meu amor. Charlotte é sonsa, pior espécie que existe!

— O que você sabe que até hoje não me contou?

— Desconfiava e precisava ter certeza...

— Do quê?

— Que ela poderia estar colocando dois belos pares de chifres na cabeça do bobão do Justin!

— E ela trai?

— Sim! Óbvio que sim!
 

Justin Bieber

 

Ryan permaneceu gritando comigo e me chamando de louco durante o percurso da praia até o meu apartamento. Não parava um segundo sequer de tagarelar, de questionar minhas decisões tomadas ao falar com Scarlett e Matthew na praia.

Estou indeciso, porque 50% me arrependo do que falei para ambos e a outra parte não.

— Você só pode ter ficado louco! — bati a porta da geladeira com força, ao tirar uma cerveja de lá.

— Sim, enlouqueci! Aquela vaca desgraçada me deixou assim! Louco! — elevei minha voz.

Ryan afastou-se consideravelmente, franzi o cenho. Em momento algum ameacei sua identidade física.

— Realmente... é contagioso ser gay. Você já está até falando como um! — brincou, revirei os olhos.

— Chamar de puta não pode, vaca é gay... quer que eu chame de quê?

— Meu amor. Minha ruiva. Foi o que você sempre a chamou, dude!

— Passado. Dessa maldita só quero distância!

— Okay, o relacionamento acabou de vez?

— Ryan, ela me enganou e mentiu pra mim. E se ela pudesse continuaria prolongando essa porra! Entendeu? Scarlett M-E-N-T-I-U! — joguei-me no sofá, ocupando todo o espaço dele com o meu corpo.

— Acontece que ela fez tudo isso na primeira vez e você perdoou. Passou uma borracha por tudo e se permitiu ser feliz com ela!

— Passado também. Fui burro em insistir na mesma idiotice duas vezes, não vai rolar!

— Tudo bem... de qualquer forma ela continua sendo sua madrasta.

— Scarlett morreu pra mim. Não a reconheço como nada!

— Nem como a mãe do seu filho? — questionou, com uma expressão debochada.

Trinquei o maxilar, semicerrando os olhos. Permaneci em silêncio, enquanto degustava o sabor da cerveja geladinha procurando um canal que me distraísse na TV.

— Você fodeu, gozou e foi bom na hora. — riu malicioso, bufei. — Plantou a sementinha na Scarlett e 9 meses depois... nasceu o Jaxon. Querendo ou não, agora vocês estão mais do que antes ligados um ao outro! — continuei o ignorando. — Seja homem e responda!

— Não sou homem então.

— Sempre soube, mas saiba que sua birra com Scarlett não durará por muito tempo.

— Demorando, ou não. Entenda que não posso ficar perdoando toda vez que ela erra comigo!

— E você não está errado sobre isso.

— Desta vez ela passou dos limites. Me tirou o direito de participar da vida do Jaxon por todos esses anos, tanto como pai, quanto "irmão". Ela não tinha esse direito, Ryan!

— Você poderia tentar dar uma última chance pra ela, para vocês dois. Tudo estava dando tão certo e vocês ficariam finalmente juntos, sério que vai estragar tudo agora? — bufei, levando as mãos ao ouvido e os tampando, para não ouví-lo e comecei a cantar aleatoriamente. Via apenas sua boca mexer-se e o som que saia da mesma era abafado, inaudível.

— Acabou? — falei sarcástico.

— Que infantilidade, hein.

— Aprendi com o melhor! — o mandei um olhar sugestivo.

— Parabéns, conseguiu me superar! — ironizou. Dei de ombros, continuando com meu sorriso sarcástico. — Ao não ser o ódio dela, você não vai ganhar nada com essa palhaçada toda, Justin!

— Ótimo! Porque o que quero neste momento é distância dela!

— Dude...

— Escute, Ryan... — levantei e caminhei até ele, apertei, razoavelmente, seu ombro. Olhando diretamente em seus olhos azuis. — Você é meu amigo, ou dela?

— Felizmente, sou teu. — ele retirou minhas mãos de cima dele.

— É mesmo? Não é o que está parecendo! — ironizei.

— Sou mais teu amigo, porém também sou dela. E não sou obrigado a concordar e apoiar suas idiotices. O que você fez hoje na praia... dude, não tinha o mínimo de necessidade!

— Admito que errei. Peço desculpas à você pelo vexame! — tentei apertar sua mão em um cumprimento, porém Butler estapeou a mesma fortemente.

— Pedir desculpas à mim? — perguntou incrédulo, assenti. Ele soltou uma fraca risada, desacreditada. — Justin, não é pra mim que você tem que pedir desculpas e sim pra Scarlett, irmão. Você chamou ela de P-U-T-A com todas as letras! E em público, o que torna tudo pior.

— Deita, pra não cansar. Porque não vou mesmo pedir desculpas pra ela! — soltei uma alta risada maldosa.

— Coloca a mão na tua consciência... por alguns segundinhos e vê se isso está certo.

— Não está certo, mas eu fiz e acabou, Ryan. Vida que segue! — ele continuou me olhando pasmo. Dei de ombros, pouco me importando e foquei meu olhar no programa de esportes que passava na TV.

— Ultimamente está bem difícil de conversar contigo... — suspirou pesadamente, sentando-se ao meu lado no sofá. Sua expressão era marcada por cansaço e um misto de desaprovação.

— Relaxa, amigão... você acostuma. — sorri, piscando maroto pra ele enquanto dava fracos tapinhas em seu joelho. — Acabou o assunto? Não aguento mais ouvir o nome dessa mulher!

— Essa mulher tem nome e é a mãe do teu filho. — me repreendeu, seriamente. Ryan não estava mesmo para brincadeiras.

— Mas de novo essa merda? Será que não cansa, meu deus? — falei, completamente abismado pela insistência dele em continuar.

Talvez Scarlett estivesse subornando, ou ameaçando Ryan, para ele estar tão inconformado com nosso término.

— Não vou falar de Scarlett. Quero conversar sobre o filho de vocês... Jaxon.

— Não tenho nada para falar sobre ele também. — desconversei, bebendo minha cerveja.

— Te perguntei sobre isso semana passada também e você disse a mesma coisa. Quando é que vai aceitar a realidade e se comportar como um pai?

— Engraçado, você fala isso como se meu caso fosse muito normal. Vou chegar no meu pai e dizer assim pra ele: "Olha a criança que você registrou há cinco anos atrás, na verdade é seu neto, okay? Na adolescência sua mulher me seduziu e andei comendo ela. Sem querer ela engravidou e o filho é meu!". Super sensato e direito da minha parte, super normal e comum, acontece todo dia! — revirei os olhos.

— Acontece nas melhores famílias. — brincou.

— Acha que não tenho vontade de buscá-lo na escola e levá-lo pra tomar um sorvete comigo? Perguntar como foi o dia, ficar por dentro do que acontece em dia-à-dia. Brincar com ele, jogar um futebol, ensiná-lo a jogar basquete... tenho muita vontade de fazer todas essas coisas e mais um pouco desde o momento em que soube que ele é mesmo meu filho!

— E você pode fazer, basta querer. — incentivou. Balancei a cabeça negativamente, soltando um longo e pesado suspiro, fitando a garrafa de cerveja em minhas mãos bastante alheio ao que Butler dizia ao meu lado. —... e seu pai nem gosta do garoto, não o considera como um filho. Fica mais fácil e nada suspeito!

— É verdade... meu pai não o considera como filho. E ele tem razão ao chamá-lo de bastardo! — sorri fracamente. — Céus, ela preferiu deixar o nosso filho angustiado e sofrendo. Preferiu fazê-lo passar por algo que na idade dele, não tinha um pingo de necessidade. Escolheu o caminho mais fácil e que no final machucou todo mundo. — lamentei magoado, de cabeça baixa. — Sabe Ryan... não tem como não sentir raiva daquela maldita mentirosa! — apertei a garrafa em minhas mãos, vendo o nó dos meus dedos ficarem brancos. — Só de pensar o quanto Jaxon sofreu e sofre, nas mãos do meu pai por ser rejeitado, me parte o coração e me faz ficar com mais ódio dessa mulher. Ela é repugnante, falsa, mentirosa...

— E gostosa.

— Pra caralho! — concordei, ele riu escandalosamente. Balancei a cabeça  negativamente ao notar o que falei sem querer e brincando lhe dei um soco no braço. — Trapaça! — acusei lhe apontando o dedo, ele continuou rindo de forma louca. Parecia que estava tendo uma convulsão.

— Dude, essa raiva que você está sentindo é passageira. Já, já ela passa e você não vai nem sentir, ou talvez algo aconteça que irá amolecer seu coração e te fará perdoá-la, escute o que te digo e aposte!

— Amolecer meu coração? Que não aconteça, mas ela vai ter que morrer, ou sofrer de algo muito sério e trágico pra isso acontecer. — o loiro rapidamente bateu na madeira, olhando-me repreendedor. Apenas ri, dando de ombros.

— Palavra do pastor Ryan James Butler, é lei. Faça a prova! — dizia, segurando uma revista como se fosse uma bíblia e a mão estava erguida. Uma péssima imitação de pastor.

— O que o pastor tem a dizer sobre jogar videogame? FIFA com certeza! — propus, pegando os controles.

Pastor Butler concorda e diz que você tomará uma porrada segura.

— Não sabia que pastor falava palavrão.

— Boceta, você é um filho da puta do caralho! — arregalei os olhos surpreso, o olhando. E então caímos na gargalhada. — Viu só? Esse pastor fala!

— Que moderno... — debochei. Semicerrei os olhos, fitando-o com descrença quando Butler escolheu logo o time que eu queria. — Certeza que esse pastor não vai pro céu!

— Certeza que o irmão ao lado também não. — franzi o cenho, curioso. — Na bíblia está bem claro: "Não adulterarás". Também tem aquele verso: "Não se deite com a mulher do seu próximo, contaminando-se com ela.".

— Pois é... e não é que me contaminei? Se arrependimento matasse.

— Relaxa, tua hora chega. Tem um verso que diz que todo o homem que se deitar com a mulher do próximo, e vice-versa, deve ser executado! — bufei, Ryan estava se divertindo as minhas custas. — Ah, tem um também que diz assim e me contaram que foi feito especialmente pra ti: "Mas o homem que comete adultério, não tem juízo. Todo aquele que assim procede, a si mesmo se destrói." — e então a gargalhada ecoou por todo o apartamento.

Não dei risada pelo o que ele falou, muito menos achei graça. Ryan fez piada para descontrair, para me fazer relaxar e deixar o ambiente menos tenso pelo tema anterior da conversa. Quis ajudar e piorou a situação!

Porque era a mais nua e crua verdade.

Scarlett, como uma serpente venenosa, chegou de fininho, quase despercebida. De pouco em pouco conquistou seu território e aos poucos, conseguiu destruir o homem que eu me tornaria. Não satisfeita, voltou para terminar o que começou e finalizou com satisfação e estilo seu trabalho.

Ela destruiu o homem. Destruiu meu coração. Me destruiu por inteiro!

E eu deixei... o pior disso tudo? Ah, foi que gostei e repetiria. Daria replay, com prazer, em cada momento obtido ao lado dela.

— Que cara de morto é essa? — ele perguntou, e pausou o jogo.

Ryan vencia por 3 à 1, estava tão aéreo e no automático, parecia um robô ao lado dele, que simplesmente não dei importância ao placar e muito menos as suas comemorações e provocações ridículas.

— Dói demais...

— O quê?

— Ser perdidamente apaixonado por alguém que não vale à pena.


Notas Finais


Justin perdeu a linha, merecia ou não esse tapa da Scarlett, pessoal? Aliás, ele merecia levar um soco do Matthew para ficar mais esperto também? Espero que tenham gostado do capítulo, anjos. Em breve volto com mais!

Meta: 13 comentários.


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