História A Madrasta - Single.

Justin Bieber

Quatro semanas haviam se passado, o ano estava correndo na super velocidade do Bolt ou era apenas impressão minha? Bom, durante estes dias consegui ficar ainda mais próximo de Jaxon, sempre que eu conseguia e podia o buscava para fazermos alguma coisa, as vezes no meio da semana, ou no final de semana mesmo, não importando se era na minha casa ou não, sempre existia um programa maneiro para fazer com meu filho. E durante esses 27 dias, ninguém além de Jeremy, mais conhecido como meu pai traíra, sabia do paradeiro de Charlotte, nem os próprios pais dela, apesar que com certeza eles deveriam saber e também não queriam me contar.

Por ser insistente, fiz uma visitinha surpresa para o senhor e a senhora Clarke acompanhado de um oficial de justiça, juntamente com meu advogado, porém a filha cretina do casal não estava mesmo escondida na casa sustentada pelo meu pai. Sem Charlotte, nada de divórcio e não estou nenhum pouco afim de esperar por mais três meses para que o próprio juiz possa decretar a nossa separação, eu mesmo acharia essa infeliz e a faria assinar a merda desse papel nem que fosse a força. Charlotte quer me cansar e essa é a estratégia dela para que eu desista do divórcio e com toda certeza deve ter sido aconselhada por Jeremy, eles realmente tem esperanças de que eu continue casado com ela mesmo depois de tudo que descobri sobre ela, é muito ingenuidade ou maluquice da parte desses dois. Clarke que fique ciente de que quem irá cansá-la e fazê-la dançar conforme o ritmo da dança, serei eu e não preciso fazê-la estar na minha frente para isso acontecer.

Como Charlotte não dava as caras por aqui há um mês, causava desconfianças em Romee pois na cabeça dela eu é que não quero me divorciar da interesseira e estou apenas dando um tempo em meu casamento, pois tinha esperanças de reacender uma tal chama apagada entre Clarke e eu. Obviamente, quando ouvi esse absurdo vindo da modelo, foi inevitável não rir dela e ainda fiquei uns dois dias sem conseguir falar com a loira porque ela cismou que debochei dela e de sua intuição, de merda só pra ressaltar.

Sim, nós estamos “juntos” e bem na medida do possível. Um mês desde que nos conhecemos, e quatro semanas desde que começamos a sair pra valer. Romee, terminou com o namorado e me garantiu isso, confiei em suas palavras e continuo confiando. Estou muito bem com ela, Romee me faz um bem enorme e me deixa feliz nas pequenas coisas que me faz e me diz. Mesmo que o tempo que estejamos juntos seja pouco, vejo uma boa sintonia (que até hoje tive apenas com Scarlett) entre a gente. Gostamos das mesmas coisas, somos parecidos porém nada é 100% perfeito e nem pode, nossas discussões são sempre por motivos bobos e a maioria é por ela sentir ciúmes de mim.

Acho bonitinho, fofo e tal, porém NÃO desejo que ela se torne uma mulher completamente ciumenta e obsessiva, como certo alguém que já me relacione.

Na última vez que Romee  veio me visitar, chegou bem na hora exata em que Scarlett tinha vindo buscar alguns pertences que o nosso filho queixava-se por sentir falta e não poderia esperar por mim para levá-los mais tarde naquele mesmo dia, por isto, Scarlett foi buscar por conta própria. A ruiva já estava indo embora, não demorou muito tempo dentro do meu apartamento, mas foi o suficiente para Romee flagar e pensar besteira. E detalhe: Eu nem sequer estava presente no local, neste dia estava visitando um projeto com Ryan feito por mim em parceria com ele. Por tirar conclusões precipitadas, a loira foi embora e ficou me ignorando por dias.

Quando Romee viu Scarlett sair do meu apartamento, achou que era uma mulher qualquer com que eu mantinha um caso aleatório quando a mesma não estava na cidade. Contudo,  quando revelei que a ruiva era na verdade mãe do meu filho, ela ficou ainda mais brava. Porém, graças a Deus, fizemos as pazes quando fui visitá-la no meio da semana mesmo e a fiz desmarcar todos os compromissos para poder ficar comigo.

Às vezes, quer dizer na maioria das vezes, é muito, muito difícil ser eu. Sou muito azarado!

Alguns dias depois...

Ryan e eu estávamos abandonados no sofá do meu apartamento no maior tédio após ter acabado o jogo de basquete de nossos times, o meu time perdeu para o dele e até alguns minutos atrás o loiro enchia-me o saco, me zuando sem parar, porém ele logo se enjoou disso e resolveu me deixar em paz.

Butler apareceu aqui reclamando que Kétlyn tinha ido ao shopping com Scarlett, algo que chamou bastante a minha atenção por não ser normal uma atitude desse tipo vindo da ruiva. Ela não costuma fazer comprinhas com outra mulher e por mais que esteja se dando bem com a minha amiga, algo que também é bem estranho, não faz parte do feitio dela ir ao shopping fazer comprinhas com alguém ao seu lado que não seja seu amigo Matthew. Na verdade, a ruiva nunca gostou de fazer isso com ninguém, porém abria uma exceção para o melhor amigo provavelmente por ele ser estilista e só.

Então, o fato dela estar no shopping fazendo compras com Kétlyn é bem suspeito e não é pouco.

— Escuta, Ryan…

— Hum…

— Você  e a Ket já… ér… — dei uma pausa, com vergonha de tocar no assunto. E gesticulei, tentando ser o mais explícito possível para que o loiro entendesse. Ryan franziu o cenho, confuso e deu de ombros bebericando sua cerveja. Porra! — Já transaram?

— Ah, é isso que você quer saber? — assenti, sem graça e ele gargalhou jogando a cabeça para trás.

— E aí…?

— E aí que não é da tua conta. - respondeu seco, fechei a cara. — Não foi isso que me falou quando te perguntei sobre você e Romee?

— É diferente. Se eu te contasse, você faria fofoca para Kétlyn que faria fofoca para Scarlett!

— Se você tinha tanto medo de contar, é porque se importa com o que a Scarlett pode pensar de você. Te peguei, Justin! — jogou a almofada na minha cara, rindo.

— Estou cagando para o que ela possa achar de mim. Só não queria que ela ficasse se metendo na minha vida!

— Baah, mentira tua. Não queria que ela te achasse um safado, quer manter a pose de inocente e bonzinho para sua madrasta!

— Não é nada disso, seu idiota!

— Então é o quê? — franziu o cenho. — Você até hoje não conseguiu definir seu relacionamento com Romee para Scarlett. Ela te pergunta o que você tem com a holandesa gata e você se nega a responder, gagueja, fica cheio de dedos, só falta enfartar! — ele me imitou de uma maneira muito mal, fingindo um enfarto ao jogar-se no chão, tentei me segurar para não rir de sua babaquice e mesmo assim não consegui. — Afinal de contas, o que vocês tem? Porque ela já conhece o Jaxon, já que você fez questão de apresentar os dois… é namoro, dude?

— Ainda não. Estamos nos conhecendo melhor e tal...

— Continua apenas no sexo casual sem compromisso algum? Porra, Justin… já tem um mês, bateu teu recorde. — fez piada, insinuando sobre meus relacionamentos sempre serem “sérios” senão nada aconteceria além de beijos. — Mas ela é maneira, divertida e bem bonita.

— Muito bonita… — murmurei, sorridente.

— Tirou sorte grande e não é todo dia que um peixão daquele da mole de ser fisgado no mar.

— Estou sabendo, Ryan. Mas o assunto não sou eu, me fala aí se já rolou ou não entre você e a chatinha lá...

— Respeita minha gatinha, chato é você!

— Ih, oh defensor da namoradinha! — debochei dele, o loiro ficou envergonhado e desviou o olhar para a garrafa de cerveja em suas mãos e logo deu um longo gole do líquido amarelo. — Vai contar, ou…?

— A resposta é não!

— Não vai contar?

— Não. Eu e ela ainda não transamos… — respondeu suspirando pesadamente, continuei fitando meu melhor amigo chocado ainda mais pelo mesmo possuir uma expressão digna de pena.

— Okay, você também bateu teu recorde. Está há quanto tempo sem transar, querido?

— Estou subindo pelas paredes, não aguento mais ver pôrno e bater punheta. É praticamente o dia inteiro batendo uma no banheiro. Não estou aguentando mais, dude! — não me aguentei e comecei a rir de seu desespero, Ryan fuzilou-me com o olhar e fingi uma tosse, disfarçando a risada e parei de rir.

— Como está conseguindo se controlar tanto, Ryan? Você sempre foi louco por sexo, quase um ninfomaníaco… — e eu realmente estava curioso.

— Já falei: P-U-N-H-E-T-A!. — respondeu pausadamente.

— Sim, mas mesmo assim… — dei uma pausa, pensando. Tentando entender o motivo deles ainda não terem transado. — Kétlyn não é virgem, você sabe, certo?

— Claro que sim. Ela deixou bem claro que esse não é o problema!

— Então o problema deve ser você. Coloque um saco na sua cabeça e parte pro abraço, rapaz! — fiz piada, mas o loiro não riu e novamente fiquei desconcertado, fingindo uma tosse para disfarçar. — Érr, não sei como posso te ajudar. Não consigo entender o problema da situação crítica em que você se encontra, amigão!

— O problema é a Kétlyn.

— O quê? Ela não te excita? — questionei, incrédulo. E de certa forma, bravo.

— Falei que o problema É ela e não que o problema é COM ela. Sacou a diferença? Faltou a aula de interpretação de texto no colégio, Justin? Que feio!

— Oh, espertalhão. Antes de me corrigir, procure estar certo do que fala porque isso daí nem é “interpretação de texto”.

— E o que é?

— Vá estudar que talvez você aprenda. —respondi grosseiro e sorri falsamente para o loiro, que por sua vez, mostrou o dedo do meio. — Por que o problema seria ela?

— Insegurança. O grande mal em nosso relacionamento, eu não sei mais o que faço!

— Que bonitinho meu amigo se importando com a namorada, que bonitinho ver que você se tornou um homem de verdade e está levando a sério seu relacionamento.

— Vai ficar mesmo de sacanagem? — perguntou impaciente.

— Okay, parei. — ergui as mãos em forma de rendimento. — A Kétlyn tem esse probleminha mesmo… mas nada que umas porradas na cara não resolva!

— Como?

— Ou na bunda, depende...

— Justin! — me repreendeu.

— Que foi? Estou tentando te ajudar, rapaz! — exclamei, segurança a risada. Ryan bufou e levantou-se, caminhando em passos pesados até a porta. — Ah, qual é, Ryan? Fica aí, só estava tentando te distrair, te ajudar!

— Só atrapalhou seu, babaca! — disse estressado.

— Tá nervosinho, é? O que a falta de sexo não faz com um cidadão… — lamentei, debochado. Ryan tentou avançar pra cima de mim e fugi rapidamente, dando a volta no sofá, de suas mãos que se preparavam para me acertar um soco. — Quando dizem que punheta relaxa o homem, é uma grande mentira. Foi-se o tempo disso!

— Você é um baita filho da puta… brincadeira, hein! — Ryan falou olhando-me desacreditado, balançando a cabeça negativamente, contudo, permitia-se rir comigo. — Vamos trocar de assunto, ou irei embora.

— Claro, mãozinha nervosa! — fiz movimentos com as mãos, insinuando uma masturbação debochando dele. Ryan gargalhou e ameaçou tirar o sapato para jogá-lo em mim. — Não, esse fedor aí não aguento! Pelo amor de deus! — implorei desesperado e o loiro começou a rir.

— Então para de me perturbar. — ergui as mãos, rendendo-me. — Ei, aquele relatório sobre Charlotte ainda não ficou pronto?

— Sobre as traições dela? — ele assentiu. — Estou ansioso para que fique pronto, pois tendo provas não precisarei da assinatura de Charlotte e conseguirei levar até o juiz, ele será obrigado a aprovar o divórcio na mesma hora. Porém sem provas de traição, que é o argumento que meus advogados estão usando, não posso me separar dela. O detetive me prometeu fotos e disse que eu ficaria bastante chocado e até mesmo desconfortável por ser um conhecido meu! — o loiro arregalou os olhos surpreso. — Pois é…

— Já pensou se é o Chaz?

— Eu juro que agradeceria ele de joelhos por ter conseguido me livrar dessa mulher e pela proeza de ter conseguido guardar um segredo desse tamanho por tanto tempo.

— O safado sempre foi o dedo duro e o fofoqueiro da turma.

— Por isso Chaz merece palmas se for ele, Ryan! Ele conseguiu não se entregar. — rimos, e então comecei realmente a desconfiar do meu amigo de adolescência.

Por mais que não me importe com o fato de Charlotte ter me traído e estar esperando o filho de outro cara, não sou a porra de um hipócrita, acredito que Somers não seria capaz de me enganar, certo? Ou seria?

Corri para abrir a porta ao ouvir a campainha tocando sem parar, Ryan estava no banheiro e até então passei o tempo confortavelmente no sofá implicando com Kétlyn por mensagens. Esse, com certeza, é um dos meus hobby preferidos e sempre que tenho a chance de fazê-lo, faço com prazer sem dó alguma da mais nova.

— Opa, olha só o que temos aqui… — murmurei surpreso, fitando de cima a baixo a mulher em minha frente com uma expressão de poucos amigos. — Quem é vivo sempre aparece não é mesmo? - questionei, provocativo.

Era Charlotte, parada em minha porta, com a barriga maior do que da última vez que a vi, senão me engano deveria estar completando  com seus sete meses de gravidez. Dizem que uma gravidez deixa a mulher ainda mais bonita… é verdade, pois não é um mito.

— Trocou a fechadura da porta? — me questionou brava, não me deixou responder e já saiu adentrando furiosa o meu apartamento, empurrando-me de sua frente. Fechei a porta e caminhei preguiçosamente até o centro da sala onde a mesma encontrava-se parada, observando tudo ao seu redor. — Tem alguma vagabunda aqui contigo? — falou ao ver a bagunça em cima mesinha de centro.

— Se o Ryan contar com uma vagabunda… então a resposta é sim! — dei de ombros, cruzando os braços. A morena sorriu com minha resposta. — Não fique mostrando os dentes pra mim porque não sou dentista, meu diploma é de arquiteto!

— Não precisa ser grosso!

— Queria que eu te recebesse com flores e chocolate?

— Claro, Justin! Sou a mãe do seu filho, cada dia ele fica maior e sente saudade da sua voz! — se aproximou e tentou me fazer tocar em sua barriga. Revirei os olhos e rapidamente me afastei de Clarke.

— Não começa a encher meu o saco com seu drama!

— Drama, Justin? — disse ela indignada.

— Sim, Charlotte... drama! Sabemos muito bem que essa criança não é minha, então para de forçar!

— Estou tentando…

— Pare, Charlotte. Olhe, você tem que ter muito cara de pau e ser muito corajosa de me aparecer aqui, sozinha depois do papelão que você me fez. Sabe qual é a minha vontade? — ela negou. — De te fazer aprender a voar por aquela janela! - ameacei severamente, a morena afastou-se cuidadosamente até estar longe de mim e em sua consciência em segurança. — O que tinha na cabeça quando decidiu não assinar os papéis?

— Você é meu homem, Justin!

— Nunca fui, Charlotte.

— Não posso admitir que você se separe de mim!

— Deixe de ser psicopata, porra! — exclamei, sem paciência. — Isso é papo de livrinho clichê de romance mamão com açúcar para fazer vender!

— Psicopata é você que foi capaz de bloquear todos os meus cartões de crédito! — se exaltou.

— Estão em meu nome porque sua conta é junta comigo, logo eu faço o que eu quiser. E mesmo que não estivesse, tenho poder o suficiente para não apenas bloquear, mas te fazer uma pessoa incapaz de ter certas coisas. E se o fiz, é porque mereceu!

— Não satisfeito em bloquear meus cartões ainda por cima, zerou minha conta no banco, Justin? Qual o problema? Você é doente! Estou grávida!

— Grande maioria do dinheiro que estava em sua conta era meu que eu repassei para você, porque você sempre gastou todo o seu dinheiro individual. O salário que você ganha do meu pai, não chega perto do que eu depositava para você toda semana, não seja tola!

— E agora você decidiu tirar de mim? Do seu filho, Justin? Porra, eu estou grávida!

Esse era o único argumento bom de Charlotte? Estou grávida? Nossa senhora, ela é pior que disco arranhado porque de qualquer forma ele tenta sair da mesma faixa e pula para outra, Clarke insiste em continuar na mesma e sem cansar.

— Ai, ai, Charlotte… estive pensando seriamente esses dias o que mais eu teria que fazer para fazer a dondoca aparecer e assinar de uma vez por todas o divórcio… — suspirei, sentando-me no sofá de forma despojada e ela continuou de pé em minha frente. — Foi você quem quis desse jeito. Uma pena que eu tenha tido que chegar a esse ponto para te trazer até mim! — fingi  compreensão e lamentação. — Te avisei que era melhor ter feito o que pedi, você não me levou a sério, achou que era blefe da minha parte e no final das contas se fodeu. Pagou pra ver, precisou sentir na pele para acreditar.

— O que você fez comigo é maldade!

— Maldade mesmo seria o que eu faria contigo caso você não aparecesse até semana que vem, Charlotte. Engraçado que avisei meu pai e misteriosamente você resolve dar o ar de sua graça, não é mesmo? Que grande coincidência!

— Seu pai é uma ótima pessoa, já você tem se mostrado um péssimo ser humano. — disse seca, olhando-me com repulsa e forcei uma risada, negando-me a acreditar no que acabei de ouvir da morena.

— Você quer mesmo me julgar? Acha que estou errado? Você me engana por todo esse tempo e quer que eu simplesmente feche os olhos para suas mentiras?

— Você fala como se nunca tivesse mentido pra mim, Justin! É um santo!

— Alguma vez falei que te amo, Charlotte? Ou era ao contrário? — perguntei, sorrindo provocador. — Quando você me falava isso eu dizia “também”, ou simplesmente não te respondia. Já você vivia mentindo!

— O que tem a ver?

— Que ao contrário de você, eu mentia, mas não com tanta frequência. Não estou diminuindo meu erro, ou tentando tirar o meu da reta, mas acontece que você mente pra mim desde do início do nosso relacionamento, Charlotte. Meu pai te ajudou por algum motivo misterioso que nenhum dos dois conseguiu me explicar até agora, ou mudam de assunto, ou jogam a responsabilidade para o outro responder! Que porra é essa?

— Se o teu pai não quis te contar, não sou obrigada.

— Meu pai não faz nada, nunca fez nada de graça, Charlotte. E teve um preço dele nessa ajuda tão caridosa para você e sua família, ainda vou descobrir o que é!

— Boa sorte nessa sua jornada obsessiva atrás da verdade! — debochou, balancei a cabeça positivamente sorrindo irônico. — Vim pegar algumas roupas porque irei…

— Não me interessa o que irá fazer e você também não vai levar nada daqui.

— Como é que, é?

— Até estar comprovado que as jóias, as roupas, tudo seu que está aqui dentro ter sido comprado com o seu dinheiro... você não levará nada.

— É impossível descobrir!

— Claro que não. Meus advogados estão trabalhando dia e noite, noite e dia para descobrir cada centavo que você usou, até porque… você sabe, certo? — a morena franziu o cenho, confusa. — O nosso casamento é sob regime de separação total de bens. — seu queixo caiu, ela não poderia estar com os olhos mais arregalados que aquilo, o que me causou satisfação e vontade de rir.

— Como você pode…?

— Achou mesmo que é mais inteligente que eu, Charlotte? Tadinha de você. Não vai conseguir arrancar nada de mim, vai sair desse casamento do mesmo jeito que entrou… sem nada, vai viver com o salário que recebe da empresa e contente-se com isso. Porque vou fazer de tudo pra te escorraçar de lá, não quero nem ver tua cara pelos corredores!

— Os meus carros, e-eu… — começou a gaguejar, a interrompi negando com o dedo.

— A primeira coisa que meus advogados conseguiram comprovar que comprou com meu dinheiro foram os dois veículos recentemente comprados por você.

— Estão em meu nome, Justin!

— Estavam, retirei e agora estão no nome de… — dei uma pausa, fingindo tentar me recordar. — Kétlyn Martins, conhece? — fingi-me de desentendido, sorrindo debochadamente.

Clarke ficou pálida e de repente começou a, aparentemente, passar mal. Ela gemia de dores e pedia-me ajuda, mas percebi que aquilo não passava de mais um teatro dela, e mesmo que estivesse passando mal de verdade eu a deixaria morrer. Quando a morena viu que não me comovi em momento algum com suas lamentações, etc, se recompôs.

— Já acabou, ou vai continuar se prestando a esse papel ridículo? — questionei, impaciente.

— Você não tinha esse direito de dar minhas coisas para aquela vadia gorda!

— Tanto tinha, que já fiz. E se reclamar, dou as roupas também! Ou queimo tudo na tua frente, então vê bem como fala comigo!

Charlotte ficou em silêncio, ela murmurava coisas incompreensíveis e me pedia perdão a todo instante, se lamentava a todo momento, a morena estava desesperada e não sabia mais o que fazer consigo mesma, nem o que poderia ajudá-la para sair dessa situação.

— Tenho um pedido!

— Bom, você não está em condições de me pedir nada. — fiz pouco caso. — Mas okay… vou te dar um desconto!

— Se eu assinar esse maldito divórcio, quero o direito de morar nesse apartamento até o meu filho nascer.

— Acesso negado! — levantei do sofá, procurando evitar olhar seu rosto molhado de lágrimas e pidão.

— Justin, por favor… — choramingou.

— Por favor, caralho nenhum! — exclamei irritado. — Acha que não sei o que está fazendo? Quer me comprar com uma criança e não irá conseguir. E tem outra, meu pai te deu uma baita casa na Califórnia! Por quê não se muda pra lá e começa uma vida nova, ou você pode voltar a morar com os teus pais já que eles têm uma vida muito boa fornecida “gratuitamente” pelo meu pai graças a você e o segredinho sujo de vocês dois.

— Se eu for morar na Califórnia, quem irá cuidar de mim e da meu filho? — tentou argumentar.

— O seu amante, ora. Não é problema meu! — respondi friamente. Ela ficou cabisbaixa. — Você não vai morar aqui comigo, mas… — dei uma pausa, a morena olhou-me esperançosa. — Irei te dar esse apartamento, porque por mais que tenha sido comprado por mim e esteja em meu nome, não quero absolutamente nada em minha vida que me faça lembrar que um dia fomos casados. Não quero nada que me lembre você, Charlotte! — expliquei, sem qualquer pingo de simpatia e misericórdia de machucá-la com minhas palavras. A morena por sua vez apenas concordava positivamente, engolindo em seco e enxugando as lágrimas. — Você pode voltar a ficar aqui, que eu irei me hospedar e morar em um hotel!

— Não, não… você não precisa fazer isso!

— Não quero respirar o mesmo ar, não quero ter que ouvir sua voz e ver tua cara de manhã. Ou seja, não quero ficar perto de você, Charlotte! Aceite isso e me respeite!

— Tudo bem, irei respeitar. Não existe mais nada que eu possa fazer que te faça me perdoar mesmo, não é? — neguei sério, soltando um longo suspiro.

— Felizmente não e também não faço a mínima questão. — respondi rude. — Vou entrar em contato com meus advogados e amanhã mesmo quero assinar o divórcio. Entendeu?

— Entendi… não vou fugir de novo.

— Acho muito bom porque se você ousar em não assinar, vou arrancar de você até as tuas calcinhas, Charlotte! — ameacei seriamente.

Charlotte nada me respondeu, ela ficou um bom tempo sem abrir a boca para falar um “ai” sequer e  apenas me encarava com um olhar sentido, em questão de alguns minutos se levantou e retirou-se do apartamento alegando que iria buscar suas coisas na casa da tal “amiga”.

— Onde você estava seu merda? — questionei bravo Butler, assim que ele apareceu na sala de estar.

— Cagando, caralho! — respondeu simples, dando de ombros.

— Quando preciso de você, não aparece!

— Até pensei em ficar por perto, só por precaução, quando ouvi a voz da Charlotte, vai que você resolve fazer alguma merda com ela? Porém, foi nesse exato momento que me deu uma enorme vontade de cagar. Com certeza foi por causa da vozinha chata dela e todo esse drama envolta dela! — explicou, nitidamente entediado, revirando os olhos. — Tem certeza que ela vai mesmo assinar?

— Acho bom que assine a droga desses papéis, ou ela irá conhecer o próprio capeta na frente dela!

— Eita! - ele disse rindo, olhando-me de olhos arregalados. — Mas você deixou ela ir embora, dude! — franzi o cenho, abrindo a boca e dividindo meu olhar entre Butler e a porta, me tocando só agora no que havia acontecido. — Muito inteligente…

— Charlotte não vai ser louca de sumir de novo, não depois de termos feito um acordo. Se fugir, não tem acordo e ainda irei fazer com que ela se arrependa amargamente de ter me feito de idiota!

— Espero que você esteja certo. Borá uma partida de fifa?

— Não cansa de perder? Tem tesão em perder pra mim, só pode!

— Oh, Justin... você não sabe o quanto fico duro toda vez que você mete a bola com tudo dentro da rede! — gargalhei de sua expressão maliciosa mas que era muito gay.

— Ah, mas é um viadão mesmo… meu deus!

♧♧♧

Meus advogados agiram tão rápido para marcarem a audiência com o juíz e foi difícil de acreditar que levaram em torno de três dias em algo que geralmente demoraria para acontecer em até uma semana, ou mais. A diferença é que tenho dinheiro, e eles trabalham sobre a pressão de serem substituídos a qualquer momento caso não façam seu trabalho da maneira que espero e desejo, e também por dinheiro. Eles são pagos muito bem para resolverem meus problemas devagar.

E nesta quinta-feira, tão linda e fabulosa, quando cheguei onde ocorreria a audiência acompanhado apenas de um dos meus advogados, onde aconteceria o início da minha tão sonhada liberdade, todo feliz, sorridente, comprimentando até os pombos, vestindo um belo terno azul escuro, me espantei ao ver Charlotte acompanhada do advogado do meu pai. Não consigo acreditar que até nisso ele resolveu ajudar ela, era mais uma facada em minhas costas. Meu advogado me impediu de falar com ela, me informou que era errado e que poderiam pensar que eu estaria a coagindo, então tentei relaxar e assim que fomos chamados para entrarmos na sala reservada, entrei como um jogador de futebol entre em campo em uma final decidido a erguer o troféu que o consagrará campeão.

Mas quero entender o que Jeremy estava fazendo ali e por que ele tinha cedido o advogado dele, um dos melhores do país e amigo de longa data dele, para servi-la.

— Vai mesmo seguir com isso? — Charlotte perguntou, aos sussurros quando o juíz, alto, demonstrando a velha idade e de pele negra, adentrou pela porta e acomodou-se em seu devido lugar.

— Ainda tem dúvida?

— Nós podemos tentar achar uma solução, Justin… — a morena suplicou com os olhos marejados, semicerrei os olhos negando com a cabeça.

— Será que você não cansa de se humilhar, Charlotte? — questionei horrorizado com suas ações tão ridículas, ela não precisa se prestar a um papel desses. Aliás, mulher alguma! Charlotte é bonita, muito bonita e em breve encontrará um cara legal,e talvez esse cara legal seja até o amante dela, para poder recomeçar.

— Eu te… — meu advogado, Mike Ross, a interrompeu bruscamente. Ele também estava tão impaciente quanto eu.

— Por favor, pare de se  dirigir ao meu cliente. Dê um jeito em sua cliente, Louis!

— Minha cliente tem todo o direito mundo de lutar pelo amor dela, Michael. — o advogado gordo e ridículo da morena respondeu. — Se o seu cliente é um adúltero e não consegue suportar, conviver com a culpa, e para isso precisa se separar dela para sentir-se bem consigo mesmo, não a culpe!

— Não responda! — Mike falou ríspido, me cortando ao perceber que eu lhe daria uma resposta e que provavelmente começaria uma confusão tudo que não preciso.

— Chega de conversas paralelas! — ordenou, seriamente, o juíz. Todos nós encaramos atentamente a autoridade maior presente entre nós, decididos a prestar atenção em cada palavra que saísse de sua boca. — Podemos começar a sessão? Alguma intervenção de ambos os lados? — encarei Charlotte com o meu pior olhar homicida e a morena engoliu em seco, receosa. — Por favor, senhor Bieber, não intimide a senhorita! — o homem negro, falou fitando-me seriamente.

— Não estou intimidando ninguém, senhor, estou apenas me assegurando de que a senhorita ali não vá escolher o caminho errado e torto! — Mike balançou a cabeça negativamente, fitando-me repreendedor com a mão na testa como se pudesse esconder-se.

— Mas, o que é isso? — LouIs exclamou, indignado. — Este cidadão está sendo insolente e desrespeitoso com minha cliente, exijo uma… — o advogado estava exaltado, o tom de sua voz era alto e ele não parava de gesticular fuzilando-me com aqueles olhos grandes. Porém, parou de falar ao ser cortado pelo juiz.

— Você não exige nada comigo presente, muito menos na minha sala. Quer me ensinar a trabalhar agora? — o questionou seriamente, Louis negou sem graça e voltou se sentar, acalmando-se. — Ah bom, caro Litt. Pensei que seria ensinado a trabalhar logo por você! — conti uma risada juntamente com Mike, observando as expressões engraçadas que o advogado gordo e careca de Charlotte fazia ao estar sendo repreendido pelo juiz. — … e quanto a você, senhor Bieber… — seu olhar duro voltou-se pra mim. — Contenha-se ou na próxima ganhará uma multa de dez mil dólares.

— O que são dez mil doláres pra mim? — debochei aos sussurros com meu advogado, o mesmo riu discretamente.

— Ótimo, já que se desfez da minha bondade, seja abusado novamente e será cobrado em uma multa de trinta mil dólares. Satisfeito? — fiquei quieto. —  Caso não esteja, posso mudar novamente para algo em torno de… cento e cinquenta mil dólares, que tal? Por que não está rindo, senhor Bieber? Acabaram as piadas entre você e o seu advogado? — nos questionou, soltando uma risada debochada e Louis, demonstrando ser um louco, riu junto. Me controlei ao máximo quando vi o olhar incrédulo do juiz para o advogado de Charlotte. - Contenha-se Louis.

— Perdão, senhor, Jackson.

— E você, senhor Ross, controle seu cliente ou já sabe… — meu advogado assentiu e pediu aos sussurros que eu controlasse minha língua, sendo que não falei nada de tão grave assim. Imagine se eu resolvesse falar? Sairia daqui algemado? Não duvido, já que esse louco quer arrancar do meu bolso 150 mil dólares só por ter, aparentemente, ameaçado Charlotte e ter sido “abusado” ou nas palavras do advogado Louis Litt, fui “insolente”. — Vamos aos fatos. Se casaram na França e nem sequer completaram cinco anos de casados, esse casamento mal começou e vocês já vão se divorciar tão cedo? Aposto que não conheceu o lado ruim dela como conheço o da minha esposa! — disse em um tom divertido, enquanto analisava um papel em sua mão que continha todas as informações sobre nosso casamento. Deus, era só ele assinar aquela merda e passar para que Charlotte e eu fizessemos o mesmo e acabaria esse inferno, que demora do caralho. — O motivo torpe é traição? Essa juventude… — notei que o homem negro debochava descaradamente, sem preocupar-se.

— Justin me trai em lugares públicos, senhor. E por isso faço questão de abrir um processo contra ele de danos morais! — e lá veio Charlotte com seu teatrinho barato. Revirei os olhos entediado.

— Protesto. Objeção, merritísimo! Não pode acusar, apontar o dedo para o senhor Justin sem provas do que afirma. Onde estão suas provas sobre o que acaba de acusar o meu cliente, senhorita Clarke? — Mike a questionou seriamente, ela engoliu em seco porém manteve-se firme. O juiz a fitava por cima dos óculos, esperando pela resposta da morena.

— A senhorita, por acaso, teria provas do que está dizendo sobre o senhor Bieber? — o juiz Jackson a questionou.

— Não, mas ele…

— Sem provas, sem acusação! — ele a cortou, dando uma leve martelada. Sorri satisfeito, fitando-a de forma superior, ela só faltou pular em cima de mim de tão irritada e eu adoraria que fizesse isso, pois, seria presa ou iria para uma clínica psiquiátrica. — A senhora Charlotte e seu advogado tem um acordo!

— Que acordo? Não tem acordo! — protestei, intrigado. Mike estava tão confuso quanto eu, ela não tinha me falado nada.

— Minha cliente não sabia que o casamento era sobre divisão total de bens, ela foi ingênua e deixou que este senhor cuida-se de tudo, assinou sem tomar consciência do que se tratava. Portanto, a piedade da minha cliente por não querer colocá-lo na cadeia, ou abrir um processo criminal contra o mesmo, decidimos pedir um acordo ao cidadão que nem americano é e não deveria estar presente em nosso… — foi interrompido.

— Menos Louis, comporte-se. — o juiz ordenou, impaciente. Novamente, naquele mesmo dia, o homem de estatura baixa e gordo, voltou a ficar desconcertado. Litt se empolgava e acabava falando merda.

— Qual seria o acordo? — Mike o questionou.

— Baseado na renda do seu cliente, dos seus pertences e das posses que a família dele tem, minha cliente deseja receber uma pensão para a filha que nascerá em quatro meses… — ele nos entregou o papel, dividi olhares com Michael e arregalei os olhos ao notar o valor que Charlotte deseja receber mensalmente.

Clarke acha que sou babaca de entregar tão facilmente 400 mil dólares em sua mão e ainda por cima por uma criança que nem minha é?

— Ficou louco? Isso é um absurdo! É inadmissível! — falei irritado, jogando o papel com violência na mesa.

— Não honrou seu dever de marido, honre como pai, ou será preso! — Louis se alterou novamente, estava prestes em levantar e agarrar seu pescoço com sua petulância, porém, Ross me segurou a tempo.

— Controle-se senhor Bieber, ou já sabe. — o juíz me ameaçou seriamente, respirei fundo enquanto era aconselhado por Mike. — Considere o acordo feito, senhorita Charlotte. — forcei uma risada, incrédulo. — Algum problema?

— Todos, senhor Jackson. O meu cliente exige um exame de DNA, caso contrário nada de acordo!

— Protesto, Ross está denegrindo a imagem da minha cliente! — Louis falou, fitando com desprezo Mike. — Quem é você para insinuar que ela é infiel? Infiel é o seu cliente!

— Acusando meu cliente de novo sem provas do que afirma, senhor Litt? Por obséquio, pergunte a sua cliente se ela é fiel! — disse Mike.

— Algo me diz que você não sabe nada sobre ela porque foi guiado no escuro pelo meu pai para defendê-la!

— Seu pai contratou um advogado para defender sua esposa? — perplexo o juiz questionou.

— Pois é… — murmurei, descontente.

— Assinem logo o divórcio, por favor. — disse apressado. — Se o teu pai aprova ela e defende o casamento de vocês algo de estranho com essa senhorita está acontecendo, às vezes ela deve saber algum segredo do teu pai e está coagindo ele. Cuidado, é uma mulher perigosa... — o juíz cochichava comigo e entregou-me o papel, não pude deixar de achar graça. Esse cara é louco. — E sobre o acordo, senhores e senhorita, está suspenso até que seja feito o exame de DNA e seja comprovado que o filho é mesmo do senhor Bieber. — abri um enorme sorriso vitorioso ao ouvir suas palavras enquanto deixava a minha assinatura onde era necessário naqueles papéis e logo passei para Charlotte.

A mesma me encarou com ódio por alguns segundos antes de assinar a papelada e dei de ombros, não me importando com o que ela poderia estar achando de mim, ou se me xingava e matava-me mentalmente, o que com certeza fazia.

Apertei as mãos do juíz, o cumprimentando e recebi novamente um aviso dele para ficar atento com Charlotte, pois as ex’s esposas são as piores inimigas de um homem, e me retirei da sala com Mike. O parabenizei pelo belo trabalho e logo nos despedimos, antes de ir embora ele deixou claro que faria de tudo para agilizar o assunto do teste de DNA.

ENFIM, DIVORCIADO! ENFIM, LIVRE! ENFIM SOLTEIRO NOVAMENTE!

Quer dizer, quase solteiro…

Retirei meu paletó enquanto entrava em meu carro e o joguei no banco do passageiro, me sinto como um verdadeiro passarinho livre de ter que andar preso ao seu bando. Ter me divorciado de Charlotte é como se eu tivesse acabado de tirar um peso de 20 toneladas das minhas costas, é simplesmente maravilhosa a sensação de não ter mais que me preocupar com esse assunto.

Bom, pelo menos um assunto da minha vida eu resolvi. Faltam dois em aberto: Romee e Scarlett, porém estou tão bem com Romee que não me importo de deixar que a ruiva, mãe do meu filho e minha madrasta, continue se divertindo com Christopher, pois uma hora ela vai cansar e voltará pros braços de quem ela ama, só espero que não demore tanto.

— Hey, Charlotte. — falei parando o carro ao seu lado, a morena olhou-me friamente e virou a cara, ri fracamente negando com a cabeça. Estacionei o carro no meio fio e saí do mesmo para caminhar até Clarke, ficando em sua frente.

A morena chamava por um táxi, ou uber, tanto faz, estava sem carro e se depender de mim continuaria sem, ela que compre com o próprio dinheiro. Ou não consegue se acostumar com algo menos luxuoso do que já é acostumada?

— O que você quer, Justin? Rir da minha cara?

— Não, quero conversar contigo. Numa boa, sem agressão! — pedi, amigavelmente. Ela bufou cruzando os braços. — Vou te dar um conselho...

— Não quero seus conselhos. Enfie no cu, Bieber!

— Mesmo assim vou te dar. Olha, seja sincera e me conte a verdade sobre essa criança! Vai mesmo querer passar pela humilhação de ser chamada de mentirosa e falsa pelo juiz quando o exame ficar pronto?

— Quem disse que vou fazer?

— Bom, se não fizer, não tem pensão. Sabe disso não é? O juíz foi bem claro lá dentro, ou se fez de surda e retardada? Não vou dar nada pra essa criança por livre e espontânea vontade, Charlotte!

— Que seja então.. — ela deu uma pausa, dando de ombros. Parecia irritada, brava e era consigo mesma. Fiquei esperando por uma resposta, mas ela não apareceu então lhe dei as costas, impaciente, decidido a ir embora de uma vez. — Não é sua filha! É fruto do meu amor com meu amante, Justin… satisfeito? — a encarei surpreso e contente por ela ter falado, finalmente, a verdade.

— Estou muito satisfeito. Obrigado pela honestidade, Charlotte! — sorri grato, me aproximei dela novamente e repousei um beijo em sua bochecha. Encostei minha mão em sua barriga e sorri de canto ao sentir o bebê dar um chute, agora sim sabendo da verdade eu me permitiria e seria capaz em parar de sentir raiva de alguém tão indefeso e inocente prestes a chegar ao mundo. — Toda sorte do mundo para vocês duas, okay?

— Obrigada. — a morena sorriu fracamente, segurando minha mão. O táxi da mesma chegou e abri a porta para que ela pudesse entrar.

— Qual o nome do cara? — perguntei curioso, antes de fechar a porta. — Quero conhecer!

— Talvez um dia você descubra quem é… ou talvez não esteja nos planos de Deus que isso não aconteça, assim espero.

— Por quê?

— Porque não é legal apresentar meu amante para o meu ex-marido.

— Eu não ligo… — ri, dando de ombros. — Me fala o nome vai…

— Vai me falar o nome da sua amante?

— Romee Studij. — me surpreendi comigo mesmo por ter conseguido mentir sem ter gaguejado, ou desviado o olhar.

— Então é ela o seu grande amor do passado? — semicerrou os olhos, enciumada.

— Não, mas é com ela que tenho me relacionado ultimamente. — respondi com um sorriso sacana.

— Então não conta… tchau, Justin! — ela fechou a porta do táxi e lhe deu o endereço para o seu destino.

— Ainda vou descobrir quem é, Charlotte! — falei a encarando pela janela.

— Boa sorte! — sorriu falsa e então o táxi começou a se locomover pela pista.

É, talvez esteja mesmo no plano de Deus não descobrir quem é o sujeito!

Scarlett Bieber

Uma semana depois...

Quando Kétlyn me avisou que Ryan havia lhe ligado para a informar que no final das contas Justin tinha conseguido se separar legalmente de Charlotte, conseguiu o que tanto queria, o tão desejado divórcio, mal consegui acreditar na boa notícia e comemoramos muito durante toda tarde, era felicidade que não cabia dentro de mim direito. Ele conseguiu se livrar da maldita e eu não consegui me livrar do pai dele até agora, falta de vontade não me falta… o que anda faltando mesmo é motivação, porque coragem tenho.

Antes o único motivo para querer me separar de Jeremy e consequentemente “afastar” Jazmyn do pai, era exclusivamente por causa do Justin, por querer conviver com ele durante 24 por dias, poder amá-lo sem sentir medo, porém, agora não tenho mais essa grande vontade.

Ela até existe, entretanto, não é minha prioridade. 

No momento, a minha única propriedade é fazer com que Justin volte pra mim á qualquer custo, dane-se o bom comportamento, a gentileza, a boazinha Scarlett, aliás, essa meu lado novo não tem me servido de muita coisa quando se trata do Bieber, ele não se importa se estou mudada e se estou jogando limpo para conseguir o que desejo, então se ele não se importa por isso posso fazer o que bem entender para tê-lo de volta.

Jogarei sujo, farei de tudo e mais um pouco, o possível e o impossível para fazer com que esse idiota enxergue que sem mim ele não é nada, ele não funciona, fica fraco, é de mim que ele precisa e não da tal Romee.

Essa modelo não é me estranha, a conheço de algum lugar, seu rosto não é me estranho. Preciso descobrir de onde ela é, mas não estou afim de usar o google porque ele me confirmaria apenas o óbvio e o que já sei, a loira é uma grande modelo internacional e ainda por cima da Victória Secret.

Querendo ou não, por mais que seja horrível, devo admitir que meu enteado está bem servido. Contudo, estaria muito mais bem servido caso estivesse comigo e não com aquela mulherzinha que nem sequer bunda e peitos tem para oferecer para um homem de verdade como Justin, não que eu seja preconceituosa ou coisa do tipo, mas o fato dela não possuir corpo, não ser como eu sou, me faz questionar seriamente o que Justin viu nela, porra. A beleza do seu rosto, okay, mas e o corpo? Romee é quase uma tábua de passar, Charlotte também é praticamente uma, porém ainda consegue ter um corpinho melhor que o da loira sem graça e ainda tem mais atributos para oferecer aos olhos de todos.

Como é final de semana, sábado para ser mais precisa, Justin havia me pedido permissão para pegar Jaxon e deixei sem me preocupar pois Jeremy tinha pegado  Jazmyn e a levado em algum lugar que não me recordo mas que era uma programação totalmente infantil e agradável para ela, ele queria ter levado Jaxon também, mas Justin levou o garoto cedo e tive que me virar na hora de explicar mas Jeremy aceitou numa boa e não desconfiou de nada, porém demonstrou irritação pelo filho mais velho estar sempre pegando o “irmão” aos finais de semana e não levando Jazmyn junto. Enfim, Justin estava passando o sábado dele ao lado de Jaxon e de Romee, sua quase namorada, sim o loiro desgraçado faz questão de esfregar na minha cara quando nos encontramos, assim como faço questão de jogar na cara dele o quanto Christopher é maravilhoso e bom pra mim.

Apenas tenho essa informação de que Justin está com ela e com nosso filho, por causa de um videozinho que ele postou em seu instagram, o tal video se tratava dele e do meu filho andando com um skate elétrico ao redor da sala do hotel que Bieber estava hospedado. Pai e filho estavam vestidos iguais com roupas esportivas de basquete do mesmo time  enquanto andavam no skate ambos tinham norfes em mãos, e eram filmados por Romee. Só poderia ser ela porque ouvi sua risadinha no final do vídeo após Justin “render-se” e Jaxon, sem dó, nem piedade de Bieber, acertar um “tiro” nas partes íntimas do pai, bem feito, e o vídeo acaba no exato momento em que Justin se curva gemendo de dor.

Por mais que ele tenha me bloqueado em tudo quanto é rede social, após eu ter sido desrespeitosa com ele depois de ter visto uma certa foto dele com Romee, não conseguiu me impedir por completo de acessar sua rede social através de outra conta, ou simplesmente sem precisar login por ele possuir seu perfil aberto para quem quisesse ver. Ou ele é muito burro, ou sou eu que sou muito esperta? Porque ele poderia ter trancado a conta dele porém não o fez, por quê? Queria que eu continuasse vendo, morrendo de raiva, mas sem questioná-lo sobre suas postagens? Então, no caso, ele é o espertinho da história!

Porém, vamos ver se ele é tão esperto assim, ou se só será capaz de perceber o que estou tramando para separar ele de Romee assim que acontecer porque não aguento mais ter que suportar esse infeliz casalzinho tosco e ridículo, assim como também não aguento mais ficar distante do amor da minha vida.