POV Lizzie
Eu já me perguntava se a aparatação havia dado errado por conta da distância, já que só conseguia ver árvores e nada da cabana. Mas logo entendi quando o escudo mágico começou a desaparecer e Elizabeth apareceu em frente a casa de madeira.
Não tive tempo para analisar a situação,o ambiente ou qualquer coisa,pois ela me atacou logo de cara e eu me protegi com o primeiro feitiço escudo que consegui pensar. Eu não pretendia levar aquela batalha muito longe,estava cansada e não queria acabar desmaiando aqui.
- Achou que poderia vir até aqui, até minha casa,e sair vitoriosa? Isso acaba aqui e agora! - como na primeira vez que a enfrentei,seus olhos estavam vermelhos, mostrando a pura raiva que sentia.
Me perguntei se os meus continuavam dourados e se ao me entregar a raiva que estava sentindo dela,eles se tornariam também vermelhos.
- Nunca vou entender como pode ter tanto ódio de mim. Eu era apenas um bebê! Acha que não teria evitado se pudesse? - grito enquanto ainda duelamos.
- Mas foi a sua profecia que fez com que fugissem, quebrassem as varinhas e morressem naquele mundo. E mesmo assim,veja como está,achou uma família nova para os substituir.
- Substituir? Acha realmente que consigo não sentir falta dos meus pais? Que não gostaria de ter uma casa minha,de minha família,para ir no Natal? Ninguém nunca vai substituir a falta que eles fazem.
Eu perdi a conta de por quanto tempo duelamos,mas estava anoitecendo já.
Até que finalmente a desarmei. Elizabeth apoia as mãos nos joelhos,cansada do duelo e provavelmente com o poder esgotado. E eu ouvi muito claramente quando aquela voz da escuridão formada em mim nos dias da Mansão pediu que eu a matasse,que conseguisse a vingança. Por isso me agarrei a memória de que tinha alguém esperando que eu voltasse,e que voltasse como eu mesma.
Joguei escudos em volta da clareira que a cabana se encontrava, Elizabeth não poderia sair dali nem se quisesse muito.
- Eu sinto muito,de verdade,que tenha se sentido tão sozinha que o luto a levou a isso. As trevas. Mas não posso me culpar, não por isso. - guardei as duas varinhas no bolso.
- Está esperando o que? Me mate logo.
- Não vou te matar,me tornaria como você. Vai ficar aqui, e quando a guerra acabar,te levarei para Azkaban,por tudo que fez. Não comigo,com aquelas pessoas inocentes. - já estava indo embora quando a ouvi falar baixo.
- Está sendo covarde.
- Talvez. Mas estou fazendo o necessário para voltar para casa. - não um lugar,pessoas. Minha casa eram pessoas,onde quer que estivessem.
Quando aparatei no chalé novamente,era tarde e todos deveriam estar dormindo. Não precisei pensar muito em quem estava acordado na sala com a luz acesa para saber quem era. Porém ao contrário do que pensei,os três provavelmente não aguentaram o sono. Pansy dormia usando Blaise de travesseiro,esse que roncava parecendo um trator. Draco estava no outro sofá,com a cabeça para trás,a boca aberta escorrendo um leve fio de baba. Não consegui segurar o riso baixo. Cutuquei os três que acordaram ainda sem saber muito onde estavam.
- Você voltou. - Draco falou,ainda sonolento. Fui até o sofá dando a mão de apoio para ele levantar.
- Eu disse que voltava.
- E deu o ponto final? - Pansy perguntou sendo a mais acordada do ambiente. Duvidava que Blaise conseguisse lembrar o próprio nome.
- Conversamos amanhã,todos precisam dormir e vamos voltar para a Toca logo de manhã. - e arrastei os três escada acima.
Draco se ajeitava na cama enquanto eu vestia o pijama que Fleur havia deixado para mim.
- Por que quer voltar para a Toca de manhã? - ele pergunta enquanto eu puxo o cobertor e me deito de frente a ele.
- Dois motivos. Este chalé é casa deles, vamos deixar como estava. E eu quero voltar para a Ordem,ajudar a defender as ruas.
- Então lutamos juntos,vamos às ruas juntos.
Fechei os olhos,Draco passou o braço por cima da minha cintura e depois de muito tempo,sentindo o cheiro de maçã verde,consegui dormir.
De manhã, primeiro levei Luna de volta a casa dela,a qual ajudei a colocar de pé novamente. Harry,Rony e Hermione já haviam partido. Antes de partir,agradeci a Gui e Fleur por toda a ajuda e Dobby me ajudaria a aparatar para a Toca,ainda estava muito fraca por conta da falta de comida e uso excessivo da magia.
Um minuto antes de ir,quebrei a varinha de Elizabeth e joguei ao mar.
Livre. Eu estava livre dela. E contaria ao meu tio hoje,em uma carta,que ele também estava.
Logo estava de volta a Toca,onde todos nos receberam com carinho. Vi Tonks que agora carregava um barrigão,com meu afilhado que nasceria logo. Nem preciso dizer que a Sra. Weasley me entupiu de comida ao perceber o quanto estava magra, né?
Eu não me sentia leve,porque nunca esqueceria aquelas pessoas que torturei. Aquilo nunca me deixaria. Mas pelo menos,de algum jeito,acho que a aprisionar foi algo como justiça.
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