1. Spirit Fanfics >
  2. A Maldição De Uma Alfa. >
  3. Capítulo 15 - Eu Vou Te Proteger. Parte 2

História A Maldição De Uma Alfa. - Capítulo 15 - Eu Vou Te Proteger. Parte 2


Escrita por: __DiAngel

Capítulo 16 - Capítulo 15 - Eu Vou Te Proteger. Parte 2


Fanfic / Fanfiction A Maldição De Uma Alfa. - Capítulo 15 - Eu Vou Te Proteger. Parte 2

Anne não sabia quanto tempo havia passado na fenda com aquele pequeno bichinho. O gatinho de seis patas e fisionomia de lagarta havia adormecido, e agora, não parava de ronronar. Boonchuy não sabia se o perigo havia passado, mas aparentemente, sim. Ela não ouvia o texugo. Acordou para a realidade com uma forte e lascinante dor no pé. Ainda estava sangrando. Com vagareza, saiu daquela fenda junto com a bola de pelos em seu peito, vendo o quão feio estava. Sabia que estava sangrando, mas não que havia um enorme corte que subia desde o pé até o início do tornozelo. A meia tinha ido conhecer os céus e não voltou. 


Que merda... Eu estou perdendo muito sangue.


Se sentiu tonta por segundos. Cair ali com a coisinha miando desesperada não era algo que estava em questão. A Alfa se sentou no chão, e percebeu que a coisa estava agarrada em seu peito com todas as forças. Para algo pequeno, tinha força nas patas. Anne tirou o sapato que ainda tinha, tirou também a meia, onde fez o melhor curativo possível. Funcionou, pois o sangue parou de jorrar. Vestiu o sapato no outro pé, lutando para ficar sobre as pernas. O gato de seis patas ainda estava agarrado em seu peito. Ela realmente teria que cuidar dele.



— Eu vou cuidar de você, pequena. — Sussurrou, começando a mancar. Precisava voltar para a caverna. A coisinha miou, afagando a própria cabeça na blusa de Anne. — Hm. . . Domingo II... Vou te chamar de Dominó II.




Dark Forest.

Mais cinco luas desde o encontro de Dominó II.

Mais seis luas desde o incidente.




Sinceramente, Anne parou de contar as luas. Ela estava a beira da loucura, mas com Dominó II, as coisas foram diferentes. Claro, tirando o fato que agora ela caçava pra ela e pra coisa, Dominó II ajudou a levantar o astral de Anne. Trouxe ela a realidade, impedindo-a de voltar a insanidade.

Dominó II era uma "gatinha" muito agitada. A criaturinha de seis patas estava quase sempre correndo, ou enroscada no peito de Anne, mordendo seus cachos rebeldes. Dominó II também costumava soltar muito pelo, o que deixava a caverna uma bagunça. Mas, o lado bom disso, é que a pelagem soltada era fofa, e Anne conseguiu montar provisoriamente um travesseiro bicolorido de preto e branco, e uma coberta mais resistente junto com as peles encontradas anteriormente.

Dominó II também era uma fiel companheira nas caçadas e patrulhas, e Anne, querendo ou não, estava apegada a criaturinha. Certa tarde, ela voltava de uma caçada de sucesso. Um pássaro, relativamente grande, com carne o bastante para servir de jantar. Dominó II não estava com ela nessa vez. Estava na caverna, e seus olhos amarelos esbugalhados se alegraram ao ver a Alfa Enigma. Correu nas patas desajeitadas e se enroscou em sua perna.



 Mew!


— Aww, também senti falta, Dominó II. — Disse alegre, vendo a pequena gata de seis patas roçando a pelagem na perna. — Trouxe nosso jantar. Como passou a manhã?


— Mew!


— Eu queria poder te entender, mas vou considerar como um sim.



A brisa fria atingiu Anne. Ia chover, e muito. Anne colocou o pássaro em uma pedra cravada na parede da caverna. Ela estranhamente se enganchava como um tipo de dispensa. Voltou para a boca da caverna, e puxou uma cortina de folhas expessas e líquens. Anne havia transformado a velha e fria caverna em um cafofo quente. Assim que a cortina de folhas e líquens se fechou, Anne pode ver pelas brechas entre as folhas que o céu começará a ficar meio escuro. Nuvens pesadas estavam vindo.

Dominó II se soltou da perna de Anne, voltando a correr desajeitosamente e de forma atrapalhada até um "ninho" de folhas com peles. Se afofou nele e balançou o corpo longo parte por parte, como uma lagarta. Anne riu. Sabia que Dominó II estava chamando-a para um cochilo diário da tarde. Boonchuy tomou seu caminhar. Uma dor lascinante atingiu seu pé enfaixado com a meia. Anne urrou e amaldiçoou os Elementares. Havia dias que não doía. Soube que era sério quando perdeu o equilíbrio. Dominó II miou assustada.

Anne foi mancando, praticamente se arrastando até aquele "ninho", onde se deitou e tirou vagarosamente a meia que usava como curativo. Pelos Deuses! — pensou assustada ao ver a situação. Uma infecção. Uma infecção estava se formando na base do pé. Ela havia duas opções, procurava por ervas medicinais a tempo, ou perderia o pé.



— Mew!


— Dominó II? O que você... Dominó!



A gata de seis patas correi em disparada para fora. Os trovões começaram, e Anne sabia que Dominó II tinha medo de tempestades. E se um raio acertasse a pequena bola de pelos bicolores? Os trovões continuaram, e nenhum sinal da gatinha. Quando parecia que Anne havia perdido as esperanças, a bola de pelos chegou, e bem na hora, pois as portas do céu pareceram se abrir para um temporal.

Dominó II tinha um chumaço de folhas e ervas. Se arrepiou com o trovão que caiu, mas manteve a postura, caminhando até a dona, subindo em seu colo e largando as folhas ali. Ervas medicinais? Em Dark? Essa é nova. Dominó II gesticulou com a cabeça para o pé machucado, e depois apontou com o focinho molhado para as folhas. Anne precisava fazer uma mistura, e precisava ser naquele instante.

Pegou uma tijela de pedra, buscou água da própria chuva e amassou todas as folhas lá dentro, dando origem a um líquido verde. O cheiro não era bom. Limpou a meia que usava como curativo em um outro pote com água limpa e mergulhou o dedo na substância verde, que logo ficou pegajosa. Ela passou pelo pé, sentindo a dor lascinante novamente.  Os olhos de Boonchuy estranhamente iluminaram o local com a cor azul. A Savisa pôde sentir seus dentes se alongando, e sua respiração ficar pesada e selvagem. Continuou passando o medicamento no pé machucado. Ela enroscou a meia meio úmida, onde arrumou pela extensão ferida. Um curativo complexo.

A gatinha olhava para a dona com os olhos arregalados, com um misto de surpresa, medo, e um pouco de satisfação. Mal sabia Anne, que os planinhos de Dominó II, eram outros.



...



Mais algumas semanas se passaram. Já era noite, e Anne havia despertado de um cochilo antes da ronda noturna. Normalmente, Dominó II dormia em seu peito no ninho de folhas e peles. Mas só havia teias. Boonchuy entrou em desespero. A pequena Dominó II sumiu. Se levantou aos pulos, deixando a caverna cheia de teias para entrar mata a dentro. Seu pulmão que antes ardia ao inalar o ar "ácido" daquela floresta estava acostumado com todas as míseras partículas. Seu pé, agora parcialmente recuperado, arrumou forças para conseguir correr mais. Não podia desacelerar, se não, seria vencida pelo cansaço.

Seu olfato estava estranhamente apurado também, e conseguiu achar um resquício fraco de sua gatinha de seis patas. Cansada, ela continuou a correr. Seu ar agora era tão pesado e denso quanto o ar da Floresta da Perdição. Se balançou de galho em galho, como um macaquinho afoito, até perder o rastro. Sussurrou palavras de ódio, até cair de um dos galhos. Estava em uma área desconhecida para ela. Agarrou a grama escura, que parecia até mesmo negra naquela área, e puxou para cima, engolindo o choro. Abraçou suas pernas, afundando o rosto sujo entre as curvas do joelho. Estava fragilizada, e isso era um fato. Não parou para ver que havia ficado horas ali. Apenas decidiu não mais chorar. Se levantou, e voltou a fazer o caminho para voltar.


Creck...


Aquele som... Não, não podia ser. O texugo que tentou matar Dominó em seu primeiro encontro. Ele queria vingança. Entretanto, Anne não se moveu. Se podia se juntar a Dominó II, essa era a chance. Se desculpou de forma mental com Marcy e sua família, principalmente Sprig.

Portando, apenas o silêncio, e gritos desesperados do texugo. Anne não queria abrir os olhos. Não sabia se era seguro. A amaldiçoada se encolheu, se sentindo pela primeira vez intimidada desde que chegou. Ouvia patas pesadas caminhando ao seu redor, além de uma respiração selvagem. Um focinho encostou em seu peito, e em pouco tempo, ela se sentiu ser levantada no ar.



— WOW! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! — Ela se viu erguida no ar, a metros das árvores. Olhando para seu sequestrador, ela arregalou os olhos. Uma Mariposa-Gato branca, com uma longa pelagem negra no pescoço e um coração branco no centro. Orelhas felpudas, asas de mariposa, olhos vermelhos e o corpo de uma mariposa misturado com os de um gato. — D-DOMINÓ II?!



A criatura grunhiu. Segurou a alfa com mais força nas patas, voando por horas e mais horas. Anne apenas pode ver uma árvore maior, que dava em uma outra floresta, que parecia protegida por uma barreira mágica. Diferente de Dark Forest, ela era mais bela. Mas não foi isso que a surpreendeu.

A floresta estava sendo rondada. Vários monstros alados, muito parecidos com Neptunus voavam ao redor de guarda. Dragões. Muitos trocavam de turno, enquanto outros iam fazer uma boca, descansar ou coisa mais íntima. Dentro do ninho, uma porção de Mariposas-Gato se organizando. Uma maior malhada cuidava de um berçário, cheio de filhotes famintos. Um casal acenou para Dominó II, que pousou retribuindo. Ela enfiou Anne sobre suas patas como uma mãe, e abaixou a cabeça timidamente quando uma mais velha se aproximou. Era a maior do bando, seu pelo era marrom crespo, as asas estavam feridas, assim como sua pelagem. Era surpreendente ver que ela ainda estava de pé por tanto tempo.

Um grupo de espécies diferentes... Um líder de bando... Aquilo era uma enorme, gigantesca "matilha". A mais velha das criaturas cheirou Anne dos pés a cabeça. Grunhiu algo em discordância, apenas para mudar de opinião em seguida. Anne tentou fugir, mas apenas foi arrastada por Dominó II, que começou lamber desenfreadamente a jovem amaldiçoada. Anne percebeu que naquele momento, aceitar a moradia com as duas espécies era melhor do que morrer ou enlouquecer na Floresta da Perdição. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...