História A Maldição do Vira-Tempo - Ainda Vale a pena

Meu irmão está sentado lendo algum livro que não consigo identificar de onde estou, me aproximo dele e sento ao seu lado:

- Oi.

- O que está fazendo?

- Lendo sobre Legimens, acho que se eu aprender direito conseguiremos saber o que aconteceu com você na semana passada.

- Acho que se você falar com a mamãe ela te ensina, ela é boa nisso.

- Ela vai querer saber o motivo.

- É só você falar que admira muito vovô por isso e que quer aprender para quem sabe um dia ser como ele.

- Vou falar com ela mais tarde. Agora me diz, conseguiu lembrar de alguma coisa?

- De absolutamente nada, por mais que eu me esforce está um vazio aqui dentro.

- Você quer me encontrar na sala precisa para começarmos a tentar descobrir o que aconteceu?

- Sim, agora eu tenho que me encontrar com a professora Hook e com Noan, ela disse que eu preciso treinar e ele concorda. E realmente sinto falta do quadribol.

- Te vejo no jantar.

Eu fui para o campo e a professora Hook estava a minha espera e parecia brava:

-  Está um pouco atrasada senhorita Malfoy.

- Desculpe professora, eu acabei encontrando meu irmão e...

- Tudo bem, pois o senhor Gabor ainda não chegou também.

- Já estou aqui professora.

Ouvimos a voz de Noan e me virei, ele chegava todo sorridente trajando o uniforme do time e segurando sua vassoura:

- Onde está seus equipamentos Malfoy?

- Eu achei....

- Pois achou errado, eu não vou admitir mais uma derrota de Grifinória por sua causa.

- Eu? Eu não jogo sozinha Noan.

- Mas é nossa melhor jogadora, o time ficou abalado com sua suspensão.

- Acho que não seja um bom Capitão e...

- Já chega! Senhorita Malfoy, volte e pegue suas coisas e senhor Gabor vá buscar a Goles.

Ficamos nos encarando por um tempo, balancei minha cabeça e voltei para o dormitório para pegar meu equipamento de quadribol, assim que retornei Gabor estava sentado segurando a Goles e com cara de poucos amigos:

- Estou pronta, podemos começar?

Ele se levantou e atirou a Goles para mim e montou em sua vassoura dando impulso para cima, eu a peguei e fiz o mesmo:

- O treino vai ser básico, você tem que fazer gol e eu vou tentar te atrapalhar.

- Molezinha! Podemos começar?

- Sim.

Foi só Gabor falar isso que parti em disparada para os gols, ele ainda tentou me impedir, mas eu fiz um gol:

- Acho que ainda estou em forma, ninguém consegue me parar!

- Não ficaria tão confiante assim.

Ouvi a voz da professora Hook atrás de mim, virei e ela estava voando bem perto:

- Professora?

- Vamos ver com se sai contra mim.

Olhei incrédula para  a professora, ela se limitou a dar um leve sorriso e em um gesto tão rápido voou em minha direção arrancando a Goles da minha mão, levei uma fração de segundo para me recuperar e voei atrás dela, a professora fazia manobras incríveis, ela já estava perto do gol, eu incline na minha vassoura e consegui, não sei como, pegar a Goles no exato momento em que ela iria atirar em direção ao gol, dei meia volta e partir em direção ao gol oposto:

- TERÁ QUE FAZER MELHOR DO QUE ISSO PROFESSORA.

Gritei enquanto voava segurando a Goles, Gabor tentou me bloquear, mas  eu o conhecia muito bem e escapei dele sem muito esforço e acabei me esquecendo da professora Hook, senti um tranco em meu braço e vi a Goles sendo atirada para longe:

- MELHOR ASSIM, SENHORITA MALFOY?

Ouvi a professora falar enquanto ela voava em direção à Goles e a pegando sem dificuldades antes dela atingir o chão:

- ELA É BOA MESMO!

Gabor falou olhando a professora que já estava praticamente chegando ao gol, parti em sua direção, mas ela arremessou a Goles fazendo um lindo gol:

- OU ASSIM?

Ela falou e sorriu para mim e em seguida pegou a Goles e jogou para mim.

"Isso vai ser interessante!"

Peguei a Goles e sai manobrando para dificultar que me pagassem, treinar com a professora estava sendo desafiador, mas muito divertido, ela me ensinava como driblar os adversários.

Assim que o treino acabou eu estava cansada, porém muito satisfeita:

- Professora, será que posso ficar aqui voando um pouco?

- Sim senhorita, mas só por mais meia hora.

- Obrigada.

Montei novamente em minha vassoura e fiquei voando pelo campo, já estava ali sozinha fazia uns dez minutos, quando algo, ou melhor, alguém chamou minha atenção,  era Alvo, ele andava em direção à Floresta Proibida e é claro fazia o possível para não ser visto por ninguém, eu desci e fui andando para a Floresta, achei Alvo é me escondi para ver o que ele estava fazendo:

- Achei que não viesse mais.

Ouvi uma voz feminina, mas a posição em que me encontrava não conseguia ver quem era:

- Tive que despistar meu irmão.

- Por que não o deixou vir? Talvez ele poderia ser útil.

Ela falou de uma forma tão sinistra que me arrepiei inteira.

- Acho melhor não envolver Tiago nisso.

- Mas você sabe que preciso de mais uma pessoa. E que tal aquela sua amiga?

- Pyxis? Não, acho melhor não. Ela é esperta e não quero que nada aconteça com ela.

- Bem Alvo, você precisa arrumar alguém, ou nada dará certo. Não posso executar nada sem alguém.

- Você disse que ninguém se machucaria.

- E farei o possível para que não, mas você mesmo sabe que as coisas mudaram, quer mesmo continuar sendo comparado ao seu pai? Isso só será possível se eu conseguir essa pessoa.

- Vou achar alguém.

- Ótimo! Agora preciso ir, ainda não estou forte o suficiente, nos vemos em breve.

Ouvi os passos da mulher se afastando e fiquei imóvel, não queria acreditar que Alvo entregaria alguém para uma pessoa estranha, Alvo passou por mim, mas não me viu, fiquei ainda parada um tempo tentado me convencer do que eu acabara de ouvir era só invenção da minha cabeça.

Meu amigo Alvo não podia ser assim tão egoísta a ponto de colocar um colega em risco.

Corri para o Castelo, avistei meu irmão e fui em sua direção, a princípio eu não queria falar nada para ele, mas ele percebeu em meu rosto que alguma coisa estava errada:

- O que aconteceu?

- Alvo, ele está....bem eu acho....acho que ele fará alguma besteira.

- Pyxis, explica isso melhor!

Eu contei para meu irmão o que eu ouvi na Floresta Proibida e Scorpions ficou pensativo por um tempo:

- Acho que não devemos mais ficarmos protegendo Alvo.

- O que você quer dizer?

- Que devemos contar para mamãe tudo o que sabemos sobre o vira-tempo.

- Você tem razão, não vale mais a pena protegê - lo, não quando ele vai por em risco outras pessoas.

- Vou pegar o vira-tempo e amanhã antes da mamãe voltar para casa a gente conta para ela.

Concordei com meu irmão, eu sabia que nós dois seríamos castigados, mas sabia que não dava mais para acobertar os erros de Alvo.