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História A Mansão Malfoy. - Orgulho Ferido.


Escrita por: firefox1

Capítulo 12 - Orgulho Ferido.


Fanfic / Fanfiction A Mansão Malfoy. - Orgulho Ferido.

      Os joelhos de Harry ficaram de repente muito fracos para se firmarem, e ele desabou na cadeira mais próxima. Meu Deus, o que acabou de acontecer?

      Em um instante, sua vida inteira virara de cabeça para baixo. Ele agiu com uma fúria, uma indignação e um fogo completamente novos para ele. A mão ardia do murro que dera. Ficou feliz por tê-lo dado; chegou a desejar que Draco voltasse para que pudesse bater nele de novo. Mas, ao mesmo tempo, estava confuso. Queria sentir mais uma vez o prazer que surgira dentro de si quando ele o beijou.

     O homem era arrogante e rude — não, ele era mais do que isto; era tão irritante e provocador que não conseguiu achar um nome que o definisse. Ele o odiava, e o odiava ainda mais por tê-lo excitado daquela forma com o beijo. Sentira vontade de encostar-se luxuriosamente nele, desejara que aquilo durasse para sempre. Adorou o beijo, ainda que todo o seu ser lhe gritasse para não gostar. Desejara-o com uma ferocidade e urgência como nunca o sentira por outro homem. E era alarmante o fato de que ele o fizera sentir-se daquele jeito contra sua vontade.

    O homem era o demônio em pessoa, pensou, e desejou nunca mais vê-lo. Mas,não, logo percebeu, isso não era verdade. Desejava vê-lo de novo, sim — e logo —, para que pudesse dizer-lhe o quanto o desprezava!

   Draco desceu a rua a pé, os passos seguindo o mesmo ritmo da torrente de confusão que tomava conta de sua mente. Que audácia deste cão do inferno! Dar-lhe um murro, dizer que ele não era bom o bastante para ser seu marido! Quem ele pensa que é? Ele é um Malfoy de Wiltshire, ele é um ninguém, cheia de sí só porque seu pai fizera uma pilha de ouro vendendo peles de animais — como se isso a tornasse alguém importante!

     Pensou em uma dúzia de injúrias que deveria ter lançado sobre ele. Deveria ter dito como sua recusa era sem importância. Para começar, não queria pedi-lo em casamento— só o fez porque todos o pressionaram. Deveria ter dito que ele não era um troféu para homem algum, muito menos para um conde. Mas, raios, a sensação dele em seu corpo fora tão forte. Seus lábios tinham gosto de mel; o perfume de sândalo impregnado em seu corpo penetrou-lhe as narinas de forma encantadora e inebriante.

    Draco resmungou de frustração, assustando um passante e fazendo com que o homem fosse rápido para o outro lado da rua. Parecia bizarro demais, absurdo demais, que ele pudesse ser o homem encantador que o salvara na noite anterior. Ele estava bêbado, é claro, ficara apenas com uma vaga lembrança do rosto dele, mas se lembrara daqueles olhos verdes grandes e expressivos, da forma como brilharam com alegria e excitação. Como poderia aquele homem ser esta criatura monótona e enervante, a quem se forçou a pedir em casamento esta tarde?

 Sentira o ardor e a excitação nele, a mesma paixão que o impelira ontem para o meio de uma briga. Sorriu ao pensar no beijo, lembrando-se do calor dos lábios dele. Não sabia ao certo por que fizera aquilo — quis dar o troco de alguma forma. Ele fora tão enervante, tão frio e controlado, tão desdenhoso, que quis mostrar-lhe quem estava no controle da situação. E conseguira isso, apesar do murro. O murro só serviu para mostrar como atingira um ponto fraco; suspeitava que ele estava mais furioso por corresponder ao beijo do que por qualquer outro motivo. Se bem, que o infeliz tem uma mão bem pesada. Com certeza ficará roxo amanhã. Por sorte não quebrou o nariz, pois desviou a tempo. 

 Sabia, também, que era capaz de fazê-lo corresponder novamente. Diabos, se se esforçasse, poderia fazê-lo se apaixonar. Draco sabia que podia ser encantador. Muitas mulheres e homens em seu passado sucumbiram a seu charme — até algumas consideradas recatadas demais para ter qualquer relacionamento com um libertino como Draco Malfoy. Geralmente, não perdia tempo cortejando alguém que resistia a ele; afinal qualquer um iria para sua cama de bom grado... e havia, é claro, Astoria, que sempre ocupava o primeiro lugar em seus afetos.

    Mas agora, pensou, parecia que ia valer a pena. Então o caçador Canadense o considerou um pretendente de baixa qualidade... Qualquer proposta teria sido melhor do que a dele. Imaginou como Harry se sentiria a respeito depois de alguns dias de cortejo insistente. Nada dócil foi o sorriso que lhe veio aos lábios ao pensar nisso. Ele seria encantador e atencioso; iria seduzi-lo com todo o carinho e ternura. Não seria difícil, não com o tipo de paixão que sentira nele esta tarde. E quando estivesse completamente apaixonado, dizendo-lhe que desejaria casar-se com ele mais do que tudo na vida... bem,então ele sorriria e diria que sentia muito, mas não costumava pedir alguém em casamento uma segunda vez.

     Só de pensar na cena, sentiu enorme satisfação. No fundo, pensou, era um homem perverso, como Astoria dissera na noite anterior. Partir o coração da caçador de peles  o atraía muito mais do que se casar com ele.

    Mudou de direção, indo para a casa da irmã, uma imponente propriedade que ocupava a maior parte de um quarteirão em St. James’s. O lacaio o conhecia e cumprimentou-o com uma reverência quando passou por ele e subiu as escadas até a sala de estar, no andar de cima. Ficou aliviado ao encontrá-la sozinha, concentrada em um bordado, em vez de recebendo visitas.

     Pansy levantou os olhos ao som dos passos dele; um sorriso brotou em seu rosto.

   — Draco! — Levantou-se rapidamente e foi em direção a ele, estendendo ambas as mãos. — Estou tão feliz em vê-lo... ainda que devesse repreendê-lo pelo que fez ontem à noite, ou, devo dizer, não fez. Aquilo foi muito constrangedor. Eu me senti uma tola tentando dizer ao Sr. Potter que, no fundo, você era um bom homem.

    — Não precisa mentir a meu respeito, Pansy— disse Draco com um sorriso, cumprimentando a irmã com um beijo no rosto. — Você sabe que sou tudo menos um bom homem.
                 — Bem, todo mundo na cidade dirá isso a ele. Eu estava tentando defendê-lo. Mas ficou um pouco difícil pelo fato de você não ter tido nem a cortesia de aparecer.
                  — Mas eu compensei isso hoje. Fui à casa do Canadense e pedi a mão dele ao pai.
               — Draco! — Os olhos pretos de Pansy , uma versão terna e feminina dos olhos do seu tio, brilharam de satisfação. — Você não fez isso! Verdade? Oh, estou tão feliz. Gostei do Sr. Potter assim que o vi. Acho que ele será um marido maravilhoso. Sei que isso é a coisa certa... vocês serão muito felizes.
                 — Não se a minha felicidade depender de um casamento com ele. A Sr. Potter recusou meu pedido.

     — Recusou seu pedido?

     Draco riu.— Bom, aplaca meus sentimentos feridos ver que você está indignada com isso. Estou certo de que nossa estimada mãe dirá que é bem-feito para mim.

    — É, provavelmente é — admitiu Pansy. — Mas não, isso é tão desapontador. Eu, na verdade, esperava...

    — Não perca a esperança, meu amor. Tenho um plano.

    — Um plano? — Pansy lançou-lhe um olhar com uma ponta de suspeita. — O que isso significa? Um plano para quê?

    — Para virar o jogo com o Sr. Ricaço — respondeu Draco. — Eu pretendo jogar todo o meu charme. Fazê-lo voltar atrás na recusa.

      Pansy franziu o cenho.— Mas por quê? Achei que você não queria se casar com ele. Imaginei que você teria ficado feliz por ele tê-lo rejeitado.

    — Feliz por ouvir de um caçadorzinho de peles qualquer que não sou bom o suficiente para ele? — perguntou Draco, friamente. — Creio que não, cara irmã. Não estou contente de casar-me com ele, mas isso não significa que me sinto bem em ser rejeitado.

      Pansy franziu ainda mais o cenho.— Draco...— O quê? — Olhou para ela com ares inocentes.

    — Achei que você ficaria feliz por eu dar um empurrãozinho para chamar a atenção dele.

    — Ficaria se pensasse que você estaria levando isso a sério. Mas essa parece ser uma jogada para você, e uma jogada cruel, diga-se de passagem.

  — Não se preocupe com o herdeiro. Pense somente em todo aquele dinheiro maravilhoso à espera de o agarrarmos.

  — Draco! Você fala como se fôssemos tão...
            — Tão o quê? Mercenários? Mas não somos? Não fomos sempre impulsionados na direção do dinheiro? Este não foi o objetivo maior de seu casamento? Até nosso primo se casou por dinheiro. Eu não fui sempre o indolente que não cumpriria o dever familiar não me casando com um herdeiro? Os cofres dos Malfoy são, afinal, um poço sem fundo.
                  — Odeio quando fala desse jeito — disse Pansy, agora com o semblante entristecido.         — Luna  e Ronald se amavam. Ele está com o coração partido desde a morte dela, você sabe disso.
              — Sei. — Suas feições suavizaram-se um pouco. — E eu sou vil ao lembrar-lhe de seu próprio sacrifício. Sobretudo quando fui sempre egoísta demais para fazer o mesmo.
                — Não quero que você sacrifique sua vida, Dray. Quero sua felicidade. É só com isso que me importo.
                — Bem, ficarei muito feliz em conquistar o Sr. Potter. E é por isso que quero que você dê uma festa e o convide.

   — Dar uma festa?

    — Sim. Uma festa à qual eu comparecerei... e na qual me esforçarei para reparar o dano que causei à opinião do Sr.Potter a meu respeito.

   Pansy lançou um olhar demorado e ponderador. O brilho inflexível nos olhos dele a assustavam um pouco. Perguntou-se se estaria prestando um grave erro  ao Canadense  ao ajudar Draco na tentativa de seduzi-lo a aceitá-lo. Mas então lembrou do Sr. Potter e da conversa que tiveram na noite anterior, ocorrendo-lhe que Harry Potter era capaz de se virar com qualquer um, até mesmo Draco.
            — Está bem — disse ela, por fim. — Vou dar um baile para chamar o Sr. Potter. Ele não poderá se recusar a comparecer a uma festa realizada para apresentá-lo à sociedade. Pois isto abrirá as portas futuramente para sua irmã.
               — Obrigado, irmã querida. — Draco fez uma reverência brincalhona. — Estou eternamente em dívida com você.
             — Farei com que se lembre disso — retrucou Pansy no mesmo tom de voz e acrescentou, mais reflexivamente: — Será interessante ver qual dos dois sairá vencedor.Talvez, e com sorte, os dois vençam.



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