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História A Mansão Malfoy. - Sentimentos em conflitos


Escrita por: firefox1

Capítulo 34 - Sentimentos em conflitos


Fanfic / Fanfiction A Mansão Malfoy. - Sentimentos em conflitos

      Draco os acompanhava em algumas ocasiões, o que tornava as excursões mais divertidas. Era gentil com Hermione, provocando-a e fazendo-a rir. Sempre aparecia com algo interessante para fazerem, mesmo quando deparavam com um dia chuvoso e triste que os prendia em casa o tempo todo.
                  Não mencionou mais o acordo que fizeram para as noites, nem tentou seduzi-lo de novo, um fato que o preocupava um pouco e que quase sempre o deixava se sentindo inquieto e insatisfeito. Draco parecia ter aceitado sua decisão com muita facilidade, para seu gosto.

     Às vezes, Harry se perguntava se ele sentia pouco desejo por ele a ponto de não se incomodar em se manter a distância. E, sabendo que Astoria estava a poucos quilômetros de distância, em Krum Park, Harry também não podia conter o medo de que Draco estivesse buscando saciar suas necessidades masculinas em outro lugar.Nenhuma das possibilidades era encorajadora.
                Todavia, quando às vezes olhava para Draco — na sala de música depois do jantar, durante uma caminhada à tarde, ou até mesmo sentado do outro lado da mesa à refeição —, capturava certa expressão em seus olhos, o vislumbre de uma ardência, um fogo velado que o excitava. Nesses momentos, o ar parecia ficar canalizado entre eles. Harry tinha então certeza de que ele não estava indiferente a ele.

   Teria se sentido melhor se soubesse que Draco, na verdade, além de não estar indiferente, estava a cada dia que passava sendo mais consumido de desejo por ele.Primeiro decidira acatar sua decisão. Queria levá-lo para a cama, mas, no fim das contas, já tivera e teria quantos homens e mulheres quisesse. Não precisava desta em particular. Ser rejeitado com tanta facilidade era um pouco irritante, mas sabia que ele estava certo — não estava interessado em nenhum tipo de casamento que fosse diferente do que Harry descreveu,ele sendo livre para fazer o que quisesse e para dormir com quem quer que fosse.

   Depois de um tempo, ele deixaria Malfoy Maior e voltaria para Londres, para Astoria e para sua vida normal. Malfoy Maior e seu casamento ainda não haviam começado a entediá-lo de todo, mas sabia que isso aconteceria. E quando acontecesse, iria embora. Deitar-se com Harry seria divertido, mas não era importante, e a última coisa que queria era que ele se prendesse a ele e se transformasse em um homem choroso  que se chateava a cada vez que partia.

     No entanto, não tentara seduzi-lo de novo. Mas descobrira, estranhamente, que ficar longe dele estava tornando-se mais difícil. Sua mente ocupava-se com pensamentos a respeito dele. Ele queria vê-lo, estar com ele. Quando não estava por perto, pensava nele, e mais de uma vez pegou caneta e papel para tentar esboçar seu rosto, descobrindo com frustração que não conseguia dar aos olhos dele o toque que o fascinava tanto.

      De noite era pior. Ficava deitado na cama, acordado, pensando nele, com apenas uma porta a separá-los, e seus pensamentos iam se tornando mais e mais febris, até que ele se levantava da cama e começava a andar pelo quarto, muitas vezes terminando no escritório, no andar de baixo, bebendo para esquecê-lo. Incomodava-o não conseguir eliminar o desejo por ele e o fato de que, quanto mais tentava não pensar nele, mais o fazia.

      Ele o procurava com freqüência, acompanhando-o em suas caminhadas, guiando-o pela vila ou indo às reuniões com o empreiteiro. Ele até se pegou, para seu horror, brincando de mímica com ele e a meia-irmã certa tarde, com Neville e Pansy.

     Draco sabia que se algum de seus companheiros habituais o visse engajado em tais ocupações prosaicas e banais, riria até as lágrimas. Mas, de alguma forma, estando Harry envolvido, nada parecia chato ou prosaico. Ele sempre tinha um pensamento interessante ou um comentário zombeteiro para abrilhantar a ocasião — e ainda havia o prazer de olhar para ele e lembrar-se da sensação daquele corpo em seus braços. Draco também se lembrava do gosto daquela boca, da textura macia da pele, do cheiro doce que lembrava sândalo —eram esses pensamentos que o atormentavam à noite, impelindo-o a sair da cama e a buscar qualquer consolo que pudesse encontrar nos livros ou em garrafas de bebida.

       O turbilhão de emoções que o acometiam era exacerbado pela leve, mas persistente, sensação de culpa que o atormentava desde que pedira para Astoria deixar a recepção do casamento. Tivera de fazê-lo, é claro; não poderia ter permitido que ela arruinasse o dia do casamento de Harry.

      O que o incomodava era o fato de ter sentido vontade de mandá-la embora. Teve raiva dela, o que não era incomum; houve vezes em que ela o irritara além do imaginável, fazendo-o até mesmo se enfurecer com ela. Mas antes havia um quê de luxúria perpassando a situação, um desejo que batia em seu peito por Astoria . De fato, a raiva quase sempre surgia por causa de um desejo que ela havia frustrado de alguma forma, ou pelo ciúme que sentia quando a via com seu marido ou testemunhava seu flerte com outro homem. Qualquer que fosse a emoção em torno dela, sempre havia paixão envolvida.

      Mas, naquela noite, não a quisera. Mesmo quando ela agiu sedutoramente, permanecera frio. A raiva fora intensa e fria, não sentira qualquer desejo por Astoria. Só sentira a necessidade de proteger Harry do insulto que Astoria representava.

    Pela primeira vez desde que conseguia se lembrar, colocou outra pessoa à frente Astoria, e, mesmo Harry sendo seu marido, sentia-se culpado por isso. O que,obviamente, não significava que não amasse Astoria. Amara-a por muitos anos, não imaginava a possibilidade de deixar de amá-la.

    O que sentiu por Harry foi uma obsessão momentânea, do tipo que se dissiparia tão logo dormisse com ele. Já sentira algo assim por outros homens, e sempre acontecia dessa forma. Ele via um homem; ele o intrigava; ele o perseguia e o conquistava. E então acabava. Isso nunca mudou o que sentia por Astoria, nem mesmo modificou o desejo que tinha por ela.

     A diferença, o estranho nessa obsessão por Harry, era não apenas o fato de ser mais profundo e mais intenso do que o que normalmente sentia, mas também porque parecia de alguma forma encobrir seus sentimentos por Astoria. Draco sabia que ela o esperava em Krum Park, e tinha bastante tempo livre para fazê-lo. Ninguém o questionaria sobre onde houvesse ido à tarde, muito menos Harry, que parecia irritantemente despreocupado com o que ele fazia. E, mesmo assim, não foi. A idéia passava por sua mente de tempos em tempos, mas o que sentia quando isso acontecia era uma grande relutância.

     E esse detalhe o incomodava — e o incomodava também o fato de que, mesmo que ainda desejasse Harry, evitara procurá-lo porque ele dissera que não queria que ele o fizesse. Draco não era do tipo que se impunha a um homem, mas certamente nunca parara de tentar seduzir um deles só porque parecia relutante. Porém, havia algo nos olhos de Harry na noite em que dissera que, quando gostava, gostava de um modo profundo. Naquele momento, Draco vislumbrou nele a possibilidade de amor e traição.Sabia que se o seduzisse e o fizesse amá-lo, poderia magoá-lo profundamente. E, desde então, mesmo que a paixão ainda queimasse por dentro, decidiu não tentar despertar nele esse mesmo tipo de paixão.

     Ele jamais ponderara dessa forma com qualquer outro homem de que se podia lembrar. Mas, quando pensava em conquistar Harry e em se satisfazer com ele, havia sempre o pensamento do que aconteceria quando se cansasse dele e voltasse para Astoria,como sabia que faria. Então ele ficava rondando, pensou, como um tolo, desejando-o e não o possuindo, e ainda assim sendo incapaz de desistir dele completamente. Havia momentos em que ele se perguntava se o casamento havia afetado sua inteligência; Draco,com certeza, não vinha sendo ele mesmo nos últimos dias.

      Primeiro, convencera-se de que a razão principal dessa tola obsessão por Harry era tédio. Não havia quase nada para se fazer em Malfoy Maior, exceto ficar sentado pensando. Não era de estranhar que seus pensamentos se voltassem com freqüência para o desejo que Harry despertava nele. Quanto mais pensava nele, mais intenso esse desejo se tornava. Quando tentava desviar os pensamentos fazendo algo, esse algo quase sempre acabava envolvendo a presença dele, o que não ajudava muito a apaziguar o desejo que o arrebatava.



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