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História A Marca do Suicídio - Somente o começo.


Escrita por: bibsreeis

Notas do Autor


Esta fanfic é falada um pouco sobre a dor de algumas pessoas com depressão. Não devemos julgar esse tipo de pessoa.

Se gostou dessa fanfic me comentem e falem o que estão achando. 💓
Meus capítulos são um pouquinjo extensos então irei demorar para postar novos. 🌟

Capítulo 1 - Somente o começo.


Era 5:30 da manhã e o despertador tocou. Acordei sonsa como todos (eu acho) acordam. Fui até o banheiro, não enchergando muito e cerrando os olhos para ter uma visão melhor. Lavei meu rosto com a agua gelada e escovei os dentes. Voltei ao meu quarto e me vi no espelho... Era tão raro eu fazer isso.. olhar meu corpo. Eu me sentia como eu sempre me senti em toda minha adolescência (que na qual começou aos 10), um lixo. Magrela, alta, reta, sem peito, sem bunda e sem quadril. Quando me olhei eu só pude pensar "eu podia ser muito mais do que isso". Talvez, mas esse talvez está mais para um não. 
E então, com este ânimo tão grande abri o guarda roupa e peguei a primeira roupa que eu vi. Uma calça colada preta e uma blusa grande de frio vermelha. Virei para esquerda e peguei meu all star branco, que estava mais para preto por causa da minha preguiça de lavá-lo. 
Peguei minha bolsa e meu iphone que estava jogado na comoda, e claro, vi se tinha alguma mensagem, somente tinha uma mensagem da Manuela dizendo "as 6:20 eu passo ai".
Desci as escadas e fui para cozinha. Como sempre, os meus pais não estão presente. Isso se tornou tão normal para mim que eu chegava a não ligar pra isso. Mas como todo adolescente eu sentia uma certa falta de escutar um "bom dia filha". 
Então peguei uma maça e fui até a sala assistir tevê. Estava passando meu desenho favorito: Os Padrinhos Mágicos. E com a maça toda mordida eu fui em direção ao lixo para joga-lá e foi quando eu escutei uma buzina.
Era Manuela, toda animada com o primeiro dia de aula, e animada era a ultima coisa que eu estava. 
Então joguei a maça no lixo e desliguei a tevê. Peguei minha bolsa que estava no sofá e verifiquei se meu fone e meu celular estava nela. Então o peguei e sai de casa. Entrei no carro, dei um beijo na bochecha dela e coloquei meu fone e mergulhei em um mundo que eu sabia que não era real, mas eu sabia que nele eu podia realizar tudo o que eu queria. (Até fazer coisas com o crush).
— Está animada com o primeiro dia de aula Mirela? – disse Manuela.
— Primeiro dia de aula sempre é o mesmo, pra mim, é como se fosse outro qualquer. – eu respondi, com uma voz tão baixa que nem eu mesma quase podia escutar.
E então depois dessa resposta tão meiga o silêncio se reinou no carro e eu voltei a escutar minha música.

Quando eu cheguei na escola fui para minha sala de cabeça baixa e para deixar tudo melhor  todos já estavam na sala e quando eu bati na porta para entrar "educadamente", todos me olharam com cara de nojo e ficaram assustados por saber que uma menina como eu estaria numa sala onde só tinha burguesinhos e patricinhas que falavam de meninos o dia inteiro e só se maquiava. 
Tive  esperança pensando que Manuela estaria na minha sala mas mais uma vez eu me enganei. 
De um certo lado eu me maguei por ter que ficar o ano inteiro sozinha novamente. Mas depois pensei 'é melhor ficar sozinha do que ter "amigos" dessa escola'.

— Licença. Desculpa o atraso. É que.. – a professora me interrompeu. — Não precisa se desculpar, primeiro dia de aula isto sempre acontece, mas não faça isso virar rotina, pois não aceito isso. – disse a professora de matemática.
Quando eu entrei na sala todos me olharam e me acompanharam com os olhos até eu sentar num lugar esolado. A menina que na qual me odiava estava na minha sala para minha tristeza. Ela me olhou com cara de nojo e de raiva. 
Eu estudava com ela na terceira série. Ela falava comigo e é claro namorava um menino que todas as meninas abriam a boca quando passava. Os dois brigaram e só para deixar ela nervosa o tal namorado me beijou bem na frente dela. Eu não entendi muito, mas depois ele disse que eu que beijei ele. E então, por este motivo ela pegou raiva de mim. 
Aquela vadia sempre tentava me ferrar! Fazia coisas na escola e eu que levava culpa. E agora, no fim, nós duas se odiamos.

Quando eu sentei, logo peguei meu caderno e comecei a desenhar. Eu não estava com vontade de assistir a aula a partir do momento que eu vi meu corpo. Estava cansada, sonolenta, não aguentava ficar em pé. Eu escutava pessoas rindo e olhando para mim, dizendo "que menina ridícula" "nossa, essa é pobre mesmo" e fiquei conturbada. Peguei meu fone e entrei no mundo que todos me entendia e adormeci, e somente acordei quando bateu o sinal para ir pro refeitório. 
Peguei meu livro e desci de cabeça baixa, como sempre foi de costume. Uma mecha de cabelo cobria meu olho inchado de sono.
Sentei em uma mesa que era bem longe dos burgesinhos e das patricinhas para que eu não escutasse pessoas me criticando. Sim, eu aceitava as criticas, mas já não bastava as que eu própria fazia de mim mesma? Já não bastava as criticas dos meus pais sobre mim? Talvez para eles não, então era preciso escutar as pessoas falando horrores de mim para eu me afundar mais ainda na depressão e ir a morte.

Quando já estava na saída eu resolvi ir sozinha. Não queria ouvir as famosas 3 perguntas  da Manuela: (1) "e o seu primo?" (2) "como foi esse primeiro dia de aula?" (3) "já fez amizades?". Sim, eu sabia que teria que responder essas (2 e 3) para os meus pais, pois seria meio óbvio eles perguntarem. Mas como eles chegam 3 horas da manhã eu vou preferir fingir que eu estou dormindo para evitar isso.  
Cheguei em casa cansada, porém aliviada por ninguém ter enchido o meu saco na escola. 
Eu estava cansada, cansada da minha vidinha medíocre e pra baixo. E as únicas pessoas que conseguiam deixar eu feliz estavam tão longes de mim. Eu tinha vontade de fugir, e ficar com eles para sempre, mas quem vai dar a certeza que eu vou conseguir chegar até lá? Eu sou forte, mas não adianta eu ser forte e me sentir péssima com coisas fúteis. 

Fui para o sofá e deitei. Liguei a tevê e assisti The Walking Dead até adormecer.

Quando acordei era  4:30pm, eu já achava que era 10 horas da noite. Subi para o meu quarto e peguei meu macbook para conversar com meus amigos. Eles sim eu poderia confiar o quando precisasse. Eles me apoiavam da maior forma possível e até impossível. Eu era tão grata por eles,  sempre foram tudo para mim, eles sim me entendiam e me aceitavam o jeito que eu era. Eles entendiam meu sentimento de solidão, minha depressão e meu desejo de suicídio. 
Quando entrei no skype nenhum deles estavam online, fiquei um pouco triste por que eu queria conversar com eles a respeito do que eu sentia. Eu queria escutar eles, falar com eles e poder ouvir um "eu juro, que um dia nós vamos se encontrar". 
Vendo eles offline abri o iTunes e fui escutar Arctic Monkeys. Comecei a pensar comigo mesma em relação a escola: eu sabia que iria ser um porre o ano inteiro com aqueles burguesinhos e aquela vadia da Elena tentando me ferrar. Bom, não é novidade eu sempre sozinha ou algo do tipo, e então esse só iria ser mais um ano chato e sem graça.
Eu estava vendo videos no youtube quando eu recebi uma notificação. Era a Eduarda me chamando no skype para uma chamada, eu aceitei e começamos a conversar. Eu sabia que mesmo falando muita bosta ela me entendia e sabia que eu sentia, por isso eu considerava ela como uma das melhores pessoas que já passou na minha vida.
Após muito tempo de conversa, umas 02:34 da manhã eu tive q ir dormi para evitar aquelas perguntas medíocres de primeiro dia de aula dos meus pais.

Era 6:00 e eu acordei. Assustada e logo fui no banheiro e fui tomar banho q na qual demorou uns 6 minutos. Eu estava atrasada, mas eu nem liguei po quê eu não fazia questão de ir para escola. Vesti minha blusa cinza escura quentinha, larga e solta, vesti minha calça jeans, coloquei meu all star vermelho, peguei meu celular e desci correndo as escadas. Eu não estava com fome, então bebi um pouco de toddynho. Joguei no lixo e fui em direção a minha bolsa. Coloquei meu fone e fui para escola no frio da manhã.

Cheguei na escola e fui direto para sala, fui para a ultima carteira da sala e esperei a professora de matemática chegar. Quando ela chegou logo passou matéria sobre Pré cálculo. Argh! Eu odeio pré cálculo. É desinteressante e desagradável.
Após ter aula de química, matemática e português todos desceram para o refeitório. Eu sempre levava meu livro comigo e meu fone e meu celular, eles eram meus amigos de companhia na escola.


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