Narradora
O Black caminhava pelos corredores escuros, a aquela hora da noite já não tinha mais ninguém perambulando por ai. No corredor do quinto andar, o garoto olhou para os lados e entrou em uma das salas, fechando a porta e acendendo a ponta de sua varinha, encarando os outros jovens a sua frente.
— Pensei que não viria. - Bellatrix disse, apoiada em uma das mesas da sala de aula.
— Não ficaria curioso pra saber o que vocês querem comigo. - ele retrucou, olhando os primos e esperando que esses falassem.
— Virou amiguinho da Potter? - Narcisa perguntou, a expressão de nojo sempre presente em seu rosto.
— Acho que isso é assunto meu. - Régulo riu, cruzando os braços e se encostando na porta fechada.
— Se torna nosso se estiver nos traindo. Se estiver fazendo isso, eu... - a Black mais velha foi interrompida.
— Não me ameace, Bellatrix.. Eu não seria louco de trair o lorde das trevas, mas são realmente assuntos meus. - o garoto disse, dando de ombros.
— Que assuntos seriam esses? - Lúcio perguntou, curioso em sabe o que o Black queria com a Potter.
— Algo do meu interesse, preciso da confiança dela pra conseguir. Teria que tirar o Turner do caminho, mas isso é fácil pra mim. - esse sorriu, tendo muita vontade de revirar os olhos com a cara de nojo de Narcisa. — Tirando que ter a confiança de um daqueles que estão com Dumbledore sempre é bom.
— E como pensa em fazer isso? - Rodolfo questionou, mais interessado no assunto depois da última frase.
— Simples.. Eu defendi ela de vocês, isso me deu pontos. E eu disse que me arrependi de tudo que fiz e que agora queria mudar de lado. A Potter é ingênua.. Ela caiu direitinho. - Régulo sorriu, brincando com a varinha entre os dedos de forma que sempre irritava Bellatrix.
— Você é espero, priminho.. Espero que seu irmão não estrague seus planos. - ela cruzou os braços, mantendo os olhos frios no outro Black.
Se tinha algo que Bellatrix odiava, era que Régulo não a temia. A garota gostava de ter poderes acima de todos, mas acabou perdendo um dos postos para o primo. Eram os melhores comensais mais jovens que Voldemort tinha, mas ela queria aquele cargo só pra ela.
— Se já terminamos, eu estou indo embora. - o garoto disse, se virando pra porta e a abrindo. — A proposito, Bellatrix.. Belas pernas.
A garota olhou pras próprias pernas amostras, revirando os olhos antes de ameaçar usar sua varinha. Antes que ela o fizesse, o Black riu e saiu da sala, fechando a porta atrás de si. Ele sabia onde estava se metendo.. Só não fazia ideia que o tamanho dos riscos eram muito maiores do que o que ele pensava.
*****
Jane Potter
— Já nos beijamos, o que mais você quer fazer? - eu perguntei para a garota a minha frente e ela sorriu.
— Conseguimos fazer ciúmes no Black, talvez no Turner, mas Amy pareceu completamente normal. Parecia indiferente, na verdade. - minha amiga suspirou frustrada, observando a casa dos gritos meio entediada.
— Você sabe, pelo menos, se ela também gosta de garotas? - eu perguntei, cruzando meus braços e a olhando com atenção.
— Claro que sim, ela é lésbica. - ela me disse e agora tudo fazia sentido.
— Oh.. Talvez Ephram tenha razão sobre eu não saber nada nesse castelo. - eu disse e Marlene sorriu concordando. — Mas acho que devia contar pra ela logo.
— É.. Pode ser.. Vou falar com ela mais tarde. - ela disse e eu assenti. — Mas agora.. Eu vou buscar cerveja amanteigada pra gente.
— Quer que eu vá com você? - perguntei mas ela negou.
— Não precisa, eu já volto.
Eu assenti e observei ela caminhar em direção a rua principal. Suspirando, eu me apoiei na cerca e observei a casa dos gritos. Eu nunca me cansaria de observar aquele lugar, era assustador.. Mas continuava tendo uma certa beleza. Me trazia algumas lembranças..
— Pensei que não ficaria longe da McKinnon nunca mais.
Eu me virei, sorrindo ao ver Régulo caminhar na minha direção lentamente.
— Pensei que não ficaria longe da Narcisa nunca mais. - retruquei e ele riu.
— É minha futura noiva, preciso dar atenção a ela. E, acredite, ela adora atenção. - ele me disse e eu concordei. — Encontrei meu irmão esses dias.. Ele não parecia muito feliz.
— É.. Acho que ele vai me deixar em paz por um tempo. - eu sorri fraco, voltando a observar a casa dos gritos.
— Pensei que já não estavam mais juntos.. Depois de todo o boato que rolou com o Turner. - Régulo disse e eu suspirei.
— Nunca acaba de verdade.. - eu disse mais pra mim do que pra ele.
— Talvez seja porque não devia acabar. - ele pareceu falar sério quando eu o olhei.
— Até você? - eu ri dele, balançando minha cabeça em negação. — Se fosse pra ficarmos juntos, já teria dado certo.
— Nem sempre o amor é fácil. - me lembrou e eu cruzei os braços. — São jovens e jovens fazem besteira. Se for pra acontecer, quando estiverem mais maduros irão saber. Mas se você estiver certa.. Tudo o que se pode fazer é aceitar e superar.
— Superar Sirius Black não é fácil.. É como se ele não quisesse seguir em frente e nem deixar que eu siga. - lhe expliquei e o sonserino sorriu.
— Meu irmão é teimoso como uma mula.. Quando cisma com algo, é difícil fazer ele deixar esse algo. - Régulo pareceu pensativo. — Mas pode ser que ele realmente não queira te deixar ir pois não quer te perder.
— Acontece que se ele não tomar uma atitude em relação a tudo isso.. Acabou pra mim. - dei de ombros, tentando fingir uma indiferença que não existia.
— O que seria esse "tudo isso"? - ele fez as aspas com os dedos.
— Sirius é um garoto um pouco rebelde.. Que gosta de liberdade. Eu não quero continuar sendo um caso dele, eu quero.. - eu tentei dizer mas as palavras travavam em minha garganta. — Eu queria..
— Você queria ser a namorada dele. - o garoto mais velho completou e eu suspirei apenas assentindo. — Você o ama.
— É.. Eu amo ele. Muitas vezes quero gritar isso pra ele, mas.. Caso nada dê certo, será mais fácil se ele não souber. - eu sorri triste, recebendo um olhar de compreensão de Régulo.
— Jane, eu.. - nós olhamos para Marlene e ela sorriu. — Olá!
— Olá, McKinnon. - Régulo a cumprimentou.
— Eu não sabia que estava aqui, só trouxe duas cervejas. - minha amiga disse, indicando as cervejas em suas mãos.
— Eu já estou indo, na verdade. - ele disse, se aproximando um pouco de nós. — E vocês duas formam um belo casal de mentirinha.
Com uma piscadela, ele nos deu as costas e seguiu seu caminho.
— Como ele sabe? - Marlene não pareceu muito surpresa quando me entregou uma das cervejas.
— Ele sabe de tudo. - eu sorri, tomando um gole da bebida quente.
*****
Marlene McKinnon
Marlene McKinnon.. Eu sabia que quando as pessoas ouviam esse nome, pensavam em uma garota durona que não tem medo de quase nada e enfrenta Sirius Black. Mas a verdade era que eu estava apavorada agora..
Depois que voltamos de Hogsmeade, Jane disse que me esperaria no nosso dormitório e me deixou na sala comunal. Quando eu perguntei a Alice sobre Amélia, eu ainda estava bastante confiante. Mas assim que parei a porta do dormitório delas, a minha confiança deu tchauzinho e desceu as escadas. Não só dos dormitórios, do castelo inteiro. E agora eu tinha certeza que ela estava escondida em meio a neve que começava a cair na floresta proibida.
Vamos, Marlene.. Você consegue.
Minha consciência tentava me encorajar, mas aquelas palavras já tinham sido ouvidas por mim.
Cansada de encarar a porta de madeira, eu respirei fundo e bati três vezes, os segundos parecendo anos enquanto eu esperava alguma resposta. Cada segundo foi contado, o suor querendo escorrer pelas minhas costas até o início da calça jeans que eu usava.
— Alice, eu já disse que.. - a porta foi aberta com certa violência e a garota parou de falar ao me ver.
— Não sou a Alice. - eu disse, sorrindo fraco pra ela mas ficando séria ao ver seus olhos molhados.
— Eu não quero falar com ninguém. - ela disse, ameaçando fechar a porta mas eu a segurei.
— Precisamos conversar. - eu lhe disse e ela me olhou por um momento.
Amy apenas assentiu e deixou que eu entrasse. Eu encostei a porta e apertei minhas mãos, olhando pra ela meio nervosa ainda. Se fosse a uns dois anos atrás, eu não teria vindo até aqui. Eu estava tão mais afetiva e era tudo culpa de Jane Potter.
— Sobre o que precisamos conversar? - ela perguntou, passando as mãos pelo rosto e me encarando.
— Amy, eu.. Eu não sei como te dizer. - eu falei, deixando que meus ombros caíssem e ela riu.
— Você beijou Potter.. Mas não consegue dizer que gosta de mim? - ela perguntou e eu olhei pra ela confusa.
Ela sabia..?
— Como sabe?
— Foi uma suposição.. Por que beijou ela? - os olhos da loira ainda brilhavam e eu suspirei.
— Eu queria saber se gostava de mim.. E optei por ciúmes. - abaixei meus olhos, os apertando e me xingando interiormente.
— Legal, você conseguiu. Está satisfeita? Quer os meus parabéns? - ela perguntou, uma lágrima escorreu por sua bochecha.
Puta que pariu, Marlene.. Você a fez chorar.
— Amélia.. - eu tentei dizer mas ela me interrompeu.
— Não me chame assim..
— Me escuta. - eu pedi, me aproximando dela e segurando seu rosto quando ela tentou se afastar.
— O que vai me dizer? Que se arrepende? - ela riu, mesmo que sua voz fraquejasse.
— Não.. Mas eu posso dizer que o beijo com Jane não significou nada pois eu gosto de você. Eu gosto de você desde que tínhamos 13 anos e eu te vi jogar quadribol pela primeira vez. - eu lhe disse, limpando as lágrimas que caíam de seus olhos. — Você era tão bonita e ainda é.. Mandona, que tirava sarro dos garotos e agia como se nenhum deles te interessasse.
Ela apenas manteve seus olhos nos meus, ouvindo cada palavra que eu lhe dizia. Os olhos azuis ainda brilhavam e algumas lágrimas teimosas desciam e molhavam o seu rosto.
— Eu estou apaixonada por você, Amélia. Só por você. E eu demorei demais pra te dizer isso.. Não quero mais perder tempo. - coloquei os cabelos loiros pra longe de seu rosto e ela sorriu em meio as lágrimas.
— Então não perca.
Eu sorri e a beijei. Seus lábios tinham um leve gosto salgado das lágrimas mas eu não me importei.. Era bom, finalmente, beijar ela.
— Espera, espera.. Eu preciso pedir uma coisa. - eu lhe disse, separando nossos lábios e a olhando.
— O que? - ela perguntou e eu acariciei seu rosto.
— Eu seria a garota mais feliz desse castelo se você aceitasse.. Amélia.. Quer namorar comigo? - eu perguntei, meu coração estava batendo forte em meu peito.
— É claro que sim! - ela exclamou e me abraçou.
Amélia Robinwood.. Era a mulher da minha vida. E eu estava muito feliz, muito feliz mesmo.
*****
Jane Potter
— O que? Ela foi se declarar? - Ephram perguntou enquanto desciamos até a cozinha.
Eu estava no dormitório, mas estava com uma vontade enorme de comer doces. Por isso, desci. Encontrei o Malfoy saindo da biblioteca e o arrastei escada abaixo. Aproveitei a oportunidade pra lhe contar o que estava acontecendo ultimamente.
— Sim.. Eu espero que ela tenha sorte, ela parece tão apaixonada ao falar de Amy. - eu sorri para o meu amigo, encostando minha cabeça em seu ombro.
— Espera que ela tenha mais sorte que você? - ele perguntou e eu o olhei, suspirando em seguida.
— Por que o assunto sempre tem que se virar para a minha vida amorosa? - eu questionei, olhando o teto como se perguntasse a Merlin.
— Porque a sua vida amorosa é um romance de livros. Vários garotos apaixonados ou gostando de você.. Quando você só ama um que acabou te machucando. - ele disse quando paramos em frente ao quadro que levava a cozinha.
— Vários?
— Tudo começou com Theodore, lembra? Ele gostou de você, mas desistiu e passou para o lado das trevas. - Ephram zombou, usando um ar meio sombrio que me fez rir. — Depois o Bones. Você deu alguma esperança pra ele?
— O Bones? Do que está falando? - eu ri de novo, olhando pra ele confusa.
O garoto loiro revirou os olhos e fez cócegas na pêra, logo uma porta apareceu pra nós. A cozinha estava mais calma do que durante o jantar, mas os elfos ainda lavavam pratos e talheres, os secando e guardando. Tudo com magia.
— Sr. Malfoy! Em que Wonky pode ajudar? - um elfo se aproximou de nós, os olhos maiores do que de muitos ali.
— Olá, Wonky. Minha amiga e eu adoraríamos saber se você não tem alguns doces pra nós. - Ephram sussurrou como se fosse um segredo e eu sorri.
— É claro! Wonky irá buscar. - o elfo fez uma reverência e se afastou.
— Voltando ao meu raciocínio.. Só você não notou que o Bones gosta de você. Logo em seguida foi o Brendan, o moreno estranhamente parecido com o meu namorado. - ele disse e eu ri, concordando. — Sabia que ele está com Abigail agora? Mas eu ainda acho que gosta de você.
— Eu não. - eu dei de ombros, me lembrando do garoto com olhos âmbar.
— Enfim, agora tem o Turner que está caindinho por você. - Ephram sorriu malicioso e eu revirei os olhos sorrindo. — E depois o Régulo.
— O Régulo? - eu questionei, o olhando com sarcasmo. — Agora você foi longe.
— Não acha? - ele perguntou e eu neguei.
— Claro que não, você viajou agora. - ri, olhando o elfo chamado Wonky que de aproximou de novo.
— Como pediu a Wonky, senhor. - ele entregou algumas coisas a Ephram.
— Obrigado, Wonky. - ele sorriu e me puxou para sairmos.
Subimos até o segundo andar e entramos em uma sala de aula. Nos sentamos nas primeiras cadeiras e comemos os doces. Eu estava com muita vontade de me encher de chocolate, mas depois da segunda mordida em um bolo, eu o deixei de lado e fiz uma careta. Um enjôo subiu pelo meu estômago e eu neguei. Eu não iria vomitar, não ali.
— O que foi? - meu amigo perguntou e eu respirei fundo.
— Estou meio enjoada. - sorri levemente, fechando os olhos por um momento.
— Vontade de comer doces, enjoada.. Jane.. Você ainda é virgem? - ele perguntou e eu o olhei.
— Não.. Mas o que isso tem a ver? - eu questionei e ele fez uma careta.
— Depende.. Se protegeram? - ele me olhou com receio e eu neguei. — Jane..
— O que quer dizer? Que eu posso estar grávida, é isso? - eu ri, olhando pra ele com sarcasmo.
— Não ri, é sério. - ele me disse e eu ri mais ainda.
— Ephram, eu te garanto que não estou grávida. - falei, me ajeitando na cadeira e fechando o casaco que eu usava.
— Como sabe? Por acaso ele.. Ele tirou?
— Ele tirou.
— E quem é ele?
Eu ri, guardando os doces e me levantando.
— Joshua.
— Olha ela.. Foi bom? - ele continuou a me perguntar, se levantando também.
— Depende. Durante, sim.. Contando com a parte que não nos falamos desde que aconteceu.. - eu lhe indiquei minha mão, a balançando em sinal de descanso.
— Sério? Que vacilo. - me disse e eu dei de ombros.
— Marlene tem esperança por mim. - eu sorri, o puxando pra sair dali. — Devíamos passar mais tempo juntos..
— Tem razão.. Mas você some, amorzinho. - ele me disse quando eu encostei minha cabeça em seu ombro.
— Você que some. - eu o contrariei.
— Claro, claro.. - ele revirou os olhos e eu sorri. — Nos vemos amanhã, então.
— Nos vemos amanhã. - eu lhe entreguei os doces, não comeria mais nada hoje.
Ephram me puxou para um abraço rápido e beijou a minha testa, acenando pra mim antes de seguir para as masmorras. Eu segui o meu caminho também, subindo para o sétimo andar em direção a sala comunal da Grifinória. Mas uma cena já vivida por mim me fez lembrar de alguns meses atrás no corredor da sala precisa. Rodolfo saía dali, as roupas bagunçadas e seguido de uma garota. Eu sorri e cruzei os braços, observando eles até que os dois me notaram.
— Lestrange. - eu cumprimentei, não reconhecendo a garota.
— Ah.. Potter. - ele retribuiu meio entediado. — Vá na frente.
A garota apenas assentiu, me lançando um olhar antes de seguir seu caminho em direção as escadas. Eu ri e olhei Rodolfo novamente, esse me encarava como se eu fosse algo muito interessante. Eu me encostei na parede e respirei fundo.
— Bella sabe que anda se esfregando com outras garotas por ai? - eu questionei e ele sorriu.
— Ela não é ciumenta. - me disse e eu assenti, rindo ao imaginar uma Bellatrix ciumenta.
— Se fosse.. Eu até teria pena de você. - eu fiz uma careta, me preparando pra seguir meu caminho mas ele entrou na minha frente e me fez permanecer na parede.
Minha tia costumava dizer que quem brinca com fogo acaba fazendo xixi na cama.. Mas eu só senti o vapor quente. Bem quente.
— É costume andar sozinha pelo castelo a noite? - ele perguntou e eu olhei pra cima, observando seu rosto a alguns palmos do meu.
— Talvez.. Eu gosto de aventuras. - comentei, lhe dando um sorrisinho de canto.
Está na hora de parar..
— Eu adoraria ter uma aventura com você. - ele murmurou e eu balancei a cabeça, o empurrando levemente e me afastando.
— Hora de dormir, Lestrange. - eu disse pra ele, lhe lançando um último olhar antes de seguir pelo corredor.
Não demorou muito pra que eu chegasse a sala comunal, suspirando e me jogando em uma das poltronas. Algo estranho seguido de um gemido me fez levantar correndo e eu olhei pra poltrona confusa. Devagar, eu me aproximei e tateei, puxando ao encontrar uma especie de tecido. No mesmo momento, James apareceu sentado ali. Eu me abaixei perto dele ao ver seu lábio cortado e uma mancha de sangue entre seu nariz e sua boca.
— Por Merlin, o que aconteceu? - eu perguntei, segurando seu rosto com uma das mãos e fazendo ele olhar pra mim.
— Briguei com o Diggory. - ele disse e eu suspirei. — Ele está pior, acredite..
— Seu idiota.. - eu lhe disse, passando as mãos por seu cabelo e deixando um rápido selar em sua testa. — Vem, vamos pra dormitório.
Ele apenas assentiu e eu o ajudei a levantar, apoiando um de seus braços em meus ombros, a capa de invisibilidade na mão livre e caminhando devagar em direção as escadas do dormitório masculino.
— Por que brigaram? - eu perguntei, olhando pra ele curiosa.
— Ele estava tentando beijar Lily mas ela não queria.. Desgraçado. - ele disse, fazendo uma careta quando paramos no pé da escada.
Eu podia imaginar que o Diggory queria algo que Lily não queria.. Mas não que poderia querer beija-la a força. O retrato da mulher gorda se abrindo me impediu de responder a James e nós dois olhamos pra lá. Era Sirius.
— Cara, o que aconteceu com você? - ele perguntou a James, se aproximando e avaliando o amigo.
— Eu estava defendendo a minha garota.. Que brigou comigo por ter defendido ela. - James riu, soltando um gemido baixo.
— Precisa tomar um banho e descansar. - eu disse pra ele, lhe indicando a boca manchada de sangue e ele assentiu.
— Eu cuido dele agora. - Sirius disse, pondo um dos braços de James em seus ombros e se virando.
— Mas..
— Vá dormir, Potter.
Eu observei eles dois subirem as escadas e fiquei parada ali, olhando o vazio ainda segurando a capa. Ele mal me olhou.. E eu mal sabia que a tendência era piorar.
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