Com a partida dos Uzumaki, Sakura experimentou a perda dos que considerava seus únicos aliados. Fiel a suas palavras, o sr. Suigetsu não esteve presente. Lorde Neji e Shikamaru deviam estar a caminho do País da Chuva, para tomar parte na guerra.
Ninguém poderia ajudá-la. Nem mesmo tia Tsunade. Sakura encontrou uma névoa reconfortante nos goles de vinho que tomava e que a separou da realidade.
Entretanto, a hora chegou cedo demais. O duque, a duquesa, as damas de honra e alguns amigos do marquês formaram uma procissão que acompanharia os noivos ao quarto de Sasuke.
Sakura jamais imaginara tal anúncio público das atividades nupciais. A visão de Marte e Vênus que assomava a sua imaginação, monstruosa, fez com que desejasse fugir e esconder-se dos olhares maliciosos. Nunca considerara o matrimônio um ato tão vulgar.
De repente, Sakura viu-se a sós com o marido, nervosa e nauseada pelo excesso de álcool. E ele ali. Forte e impassível.
— Esse terror é fingido ou é real?
— Estou... apavorada — Sakura sussurrou.
O marquês, serviu vinho tinto para os dois.
— Isto talvez ajude.
Sakura apanhou a taça com as mãos trémulas e derramou o líquido vermelho, manchando o vestido de noiva. Ela deixou cair o cristal e começou a chorar.
Milorde tomou-a nos braços e, apesar dos esforços em contrário da esposa, deitou-a na cama sobre a colcha de cetim.
— Acalme-se, minha querida. — O marquês sentou-se a seu lado. — Não pretendo estuprá-la. Milady é virgem, não é?
Sakura anuiu, assustada.
— Mas que tolinha... — Enxugou-lhe as lágrimas. — O que houve com a intrépida srta. Haruno que fui buscar no País do Rio?
— Foi transformada em uma marquesa.
Com gentileza, Sasuke tirou-lhe a tiara dos cabelos e deixou a peça valiosa sobre a mesa-de-cabeceira.
— Sabe o que me ocorreu, agora que estamos casados? O duque não tem nada mais a dizer sobre a maneira como conduziremos nossas vidas. Acredito que lhe devo um período de descanso, antes de pensarmos em filhos.
— Não se importaria com isso? — Sakura indagou, esperançosa.
— Não.
Ela estranhou sentir-se ofendida.
— E como faremos?
— Dormiremos juntos hoje, para não causarmos falatórios. O que não implicará necessariamente intimidade. — Sasuke deixou-se cair no leito, com um braço sobre os olhos. — Céus, bebi demais!
A maneira afável de Sasuke descontraiu Sakura, que riu.
— Eu também. Acho que estava procurando um refrigério.
— O que há de tão engraçado, Sakura? — Sasuke se deitou de lado e sorriu, simpático.
— Sinto-me mais leve. — Ela não enxergava direito, e encontrava dificuldade em manter os olhos abertos. — Amigos?
— Amigos. — Sasuke virou-a para desabotoar-lhe os botões nas costas do vestido, — Já fiz isso antes várias vezes... para amigas.
Sakura surpreendeu-se. Não lhe importava se o marquês a despisse. Seu corpo estava muito longe de sua mente. E, nua, deixou escapar uma risadinha ao ser coberta com o lençol.
— Muito impróprio, milorde...
— Pelo contrário. Ninguém esperaria outra coisa. Se quiser despertar sensações fortes nos criados, eu poderia rasgar um pouco sua roupa.
— É um traje muito caro!
— Hun... Durma, minha doce marquesa.
Sakura adormeceu, mesmo antes de Sasuke deixá-la.
O marquês levou o vinho para o quarto de vestir. Ocorreu-lhe que deveria embebedar-se. Prometera um casamento platônico para a esposa, mas o simples ato de despi-la quase fez com que faltasse com a palavra empenhada.
Sakura era adorável. Possuía pele alva e sedosa, busto firme, apesar de serem médios eram convidativos. Pernas longas e bem-torneadas, as curvas mais atrevidas que já conhecera.
Bebeu mais um cálice.
Ela era inocente como uma criança. E diferente de todas as mulheres com quem se relacionara. Era inteligente, tinha raciocínio lógico e rápido. Nunca pensara em uma esposa com tais qualidades que ora o atraíam.
Ler os livros de Yatzu deram-lhe uma visão melhor. Embora não concordasse com tudo, vários assuntos o interessaram.
Suspirou. Haveria muito tempo para discutirem os prós e os contras. Teria preferido ministrar outros ensinamentos a sua mulher "intelectual", mas ela não estava pronta. Sua Sakura era um pássaro ferido.
Desistiu de beber. Não seria conveniente que o encontrassem vestido no chão do aposento. Tirou as roupas e voltou para a cama. O mais longe possível das curvas macias e perfumadas.
Na manhã seguinte, ao acordar, Sakura espantou-se com a própria nudez. Jamais dormira sem roupas. Num rompante, examinou a cama.
Estava sozinha.
Corou ao recordar que se embebedara. Horrorizou-se ao imaginar se os convidados teriam notado.
O marquês a despira e não...
Sentou-se e viu o marido a observá-la de uma poltrona próxima. Vestia um roupão adamascado azul e tinha os cabelos desalinhados.
— Bom dia, milady — cumprimentou-a, com um sorriso.
— Bom dia.
— Não fique receosa, Sakura. Quero de volta aquele espírito indomável.
— E difícil ser corajosa, milorde, quando se está nua.
— Mesmo? — Os onix de Sasuke brilharam de malícia. — Eu nem havia notado.
— Milorde é um homem perverso!
— Essa é uma opinião abalizada.—Aproximou-se, levando o robe de cetim rosa.
— Mandei a criada embora. Pedirei o desjejum para nós. O que deseja comer?
— Ovos. — Sakura receou que o marido tirasse os lençóis de cima dela.
— Fico satisfeito por ver que somos compatíveis pelo menos na bebida. Nunca havia ficado bêbado.
O marquês saiu, e Sakura não perdeu tempo. Pulou para o chão e enfiou depressa a camisola e o penhoar.
O conjunto era mais discreto de que o traje de noiva, mas assim mesmo ela sentiu-se pouco vestida. Entrou no quarto de vestir. Sentou-se para escovar os cabelos longos róseos embaraçados. Refletiu que o marquês deveria ter feito "aquilo", enquanto ela estava sob efeito da bebida. Como nada houvera, teria de recear, todos os dias, a consumação do casamento.
Por um hábito arraigado, voltou até o leito, disposta a arrumá-lo. Deteve-se, assustada. Havia uma mancha de sangue no lençol. Teria o marido feito alguma coisa, sem que ela o percebesse?
Sasuke entrou e viu-a parada.
— Não se preocupe. Não é seu sangue. Como não quero falatórios, fiz um corte com a lâmina de barbear e executei a decoração.
— Milorde pensa em tudo.
— Sem dúvida, milady haveria de preferir casar-se com qualquer um que tivesse coração nobre e grande intelecto. Mas terá de contentar-se comigo.
— Ninguém está questionando sua nobreza.
Atravessaram em silêncio o quarto de vestir, o dormitório, entraram no boudoir luxuoso. Uma mesa fora posta com toaIha de linho bordada e porcelanas. Sakura serviu-se de ovos, salsicha e bacon. Tinha fome, depois de vários dias sem se alimentar direito por causa do nervosismo. Fizeram a refeição sem conversar, mas o mutismo começou a pesar.
Sakura rodou o anel de casamento no dedo.
— Até quando teremos de viver nesta reclusão?
— Hum... Creio que até você me chamar pelo meu nome.
— Lorde Sasuke, será preciso aprender a não me desafiar. Poderemos nos tornar os eremitas.
— Recusa-se a usar meu primeiro nome?
— Sob esses termos, sim.
O marquês muniu-se do sorriso mais cativante.
— Minha querida Sakura, por favor, poderia chamar-me de Sasuke?
— Pois não, Sasuke, eu o farei.
O marquês descansou os cotovelos sobre o tampo e o queixo nas mãos.
— É essa a chave para seu coração, minha rosa desabrochada? Por favor, meu paraíso perfumado, meu anjo de prazer, venha sentar-se em meu colo para beijar-me.
— Não. — Sakura procurou negar a si mesma o redemoinho em que sua mente se transformara.
— Valeu a tentativa. — Sasuke reclinou-se na cadeira e suspirou. — Acredito, minha querida, que terei de esperar que me seduza.
— Nesse caso, duvido que os Uchiha serão abençoados com a glória de herdeiros.
— Veremos. — Ergueu-se e espreguiçou-se. — Ainda não lhe falei que teremos de passar alguns dias no País dos Ventos?
— Para quê?
— Lua-de-mel. Não se trata de nenhum Palácio. É minha propriedade rural . Um lugar pequeno com um chalé. Poucos servos... Poderemos descansar em um cantinho bucólico.
— E depois?
—Voltaremos para o restante da temporada. Precisamos ocupar nosso lugar na sociedade. Mas prometo não sobrecarregá-la de compromissos, como minha mãe fez.
— Conto com isso. — Sakura levantou-se. — Por favor, pare de me tratar como uma criança, Sasuke. Eu mesma cuidarei de minha vida social.
— Seja justa, Sakura. Ainda lhe falta um certo traquejo entre a aristocracia.
— Eu sei. E agora, Sasuke, meu querido, preciso chamar Chiyo . A menos que pretenda ser minha criada hoje também.
Mais uma vez, Sakura repreendeu-se pela língua solta e alarmou-se pelo brilho no olhar do marido. Sasuke aproximou-se, desabotoou as pérolas dianteiras do roupão, enfiou as mãos por baixo do cetim e deslizou-lhe a peça pelos ombros.
Sakura regozijou-se por estar de camisola, que lhe proporcionava um mínimo de decência. Sem perda de tempo, o marquês pretendeu fazer o mesmo com os três botões do decote, mas ela impediu-o.
— Uma serva jamais teria deixado meu penhoar cair ao chão.
— O que a faz pensar que sou uma?
Sasuke segurou-lhe as mãos para trás, mas dessa vez Sakura não teve medo. Ele beijou-lhe a ponta do nariz, e ela tentou escapar do abraço.
— Deixe-me! Você falou que não iria me seduzir.
Sasuke a soltou, mas não se afastou.
— Por acaso sabe o que é sedução? Devo confessar que, apesar de sua ingenuidade, os comentários provocantes fazem parte de um começo maravilhoso...
— Eu não...
Sasuke interrompeu-a com um beijo. E mais um.
No terceiro, Sakura resolveu permanecer calada. De qualquer forma, duvidava de sua capacidade de coerência naquele momento. Seu corpo vibrava com uma energia que queimava como brasa.
— ...mas é preciso saber o que vem depois — Sasuke terminou a frase.—E também que se queira conseguir o objetivo.
O marquês tornou a beijá-la e provocou-lhe os lábios até que ela os abriu.
Sakura sentiu a língua na sua e gemeu, incapaz de concluir se fora em protesto ou por prazer. Nunca encontrara nenhuma referência a respeito nos livros.
Adorou o calor das mãos do marido através da seda fina, nas costas, pressionando-a de encontro a ele. A textura do tecido adamascado friccionou-lhe os mamilos, que pareciam ter adquirido vida própria. Inalou o perfume quente e perigoso. Aroma masculino.
Sasuke enredou os dedos nos cabelos longos, sem parar de acariciar-lhe as costas. Uma febre espalhou-se pelo corpo de Sakura, que se rendeu, agarrada no robe do marido.
Foi quando os beijos terminaram. Sakura estremeceu e, zonza, apoiou a cabeça no ombro largo do marido.
— Sakura?
🌸🌸🌸
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.