História A Melhor Amiga da Noiva. - Capítulo 15

                                                        Lauren Pov

 

Eu tenho que parar de beber tanto assim. Minha cabeça parece que vai explodir.

Abri os olhos e olhei em volta, espera... onde eu estou? 

— Mas o que...? 

Olhei para baixo e soltei um longo suspiro ao me deparar com uma morena ao meu lado. Meu Deus quantos anos essa garota tem? 

A garota se remexeu um pouco na cama e abriu os olhos lentamente. Espera ela parece a... Oh Meu Deus! Não! Não! Não! 

— Santo Cristo!

Exclamei assustada me jogando para trás, acabei caindo da cama por causa do movimento repentino e o susto. Ouvi a risada da garota ressoar alto e depois o rosto dela surgir na beirada da cama. Ela é de verdade? 

— Está tudo bem com você? 

Ela perguntou preocupada dando sorriso. O sorriso também é parecido, pelo menos a voz dela é diferente. 

— Sim, sim, eu só... merda. — Resmunguei baixo levando meus dedos até minhas têmporas, massageando-as. Minha cabeça ainda doía bastante. — Onde eu estou? 

Perguntei confusa e me sentei no chão mesmo. Percebi que estava nua e a menina a minha frente me analisava intensamente.

— Na minha casa. Não lembra de ontem, não é? — Perguntou e deu um sorriso de lado assentindo sem jeito. — Percebi. Bom, eu me chamo Diana por via das dúvidas. 

Se apresentou simpática, eu sorri, ela parece legal. Me levantei do chão e voltei a me sentar na cama.

— Eu me chamo Lauren. 

Ela soltou uma risada, me lançando-me um olhar divertido.

— Eu sei Lauren, você se apresentou para mim ontem umas mil vezes na festa.

Oh sim... a festa.

As meninas vão me pagar por me deixar encher tanto a cara assim. Se a Camila souber disso, eu vou ouvir até o fim da minha existência.

— Me desculpa por não lembrar de nada, acho que misturei muito álcool ontem.

Ri sem jeito e ela riu também, o som da risada dela era tão gostosa de se ouvir.

— Eu ficaria surpresa se você lembrasse. — Confessou parando aos poucos a risada. — Você subiu em cima das mesas, começou a rebolar cantando as músicas que estavam tocando, deu um verdadeiro show para o pessoal que estava lá. 

Ela contou rindo, senti meu rosto corar, queria sumir da face da terra depois dessa. Eu to muito, muito fodida. 

— Mas gente...

Eu estava boquiaberta, nem imagino o mico que passei ontem.

— Pois é. Mas tirando isso, eu até achei que você estivesse sóbria ontem aqui no meu quarto. 

Admitiu num tom sugestivo, eu sorri alegre por saber que não havia decepcionado. 

— Talvez você possa me ajudar a lembrar.

Sugeri num tom provocante e ela mordeu o lábio. 

Oh merda! Até o jeito dela morder os lábios é o mesmo que o da Camila. 

 

Eu nem sei quanto tempo nós ficamos fazendo sexo, só sei que a todo momento eu olhava para ela imaginando ser a Camz... Okay isso soou muito estranho.

Mas que merda é essa? Porque eu ando fantasiando com a minha melhor amiga? 

Eu vou endoidar, ainda faltam 30 dias para ela voltar e eu já estou pirando agora. Quando ela voltar para Nova Iorque terá que me visitar em alguma clínica psiquiátrica.

 

Diana me deu uma toalha para eu tomar banho e também uma escova de dentes nova. Assim que terminei meu banho e minha higiene matinal, coloquei as mesmas roupas de ontem e fui em direção a sala em busca de Diana.

— Seu celular não para de tocar.

Ela disse enquanto tomava café em uma xícara, sem desviar os olhos do livro em sua mão ela apontou para a mesinha de centro, onde meu celular estava.

— Obrigado. 

Agradeci e peguei o aparelho. Tomei um susto ao ver o tanto de mensagem e chamadas perdidas, adivinhem de quem é a maioria? Isso mesmo, Camila.

''Boa noite boo, espero que se divirta hoje e juízo''

Essa mensagem era de umas dez horas da noite, que foi a hora que eu tinha chegado lá na festa com as meninas.

''Lauren será que você pode me avisar se está tudo bem com você?''

23:00 hrs e ela já estava começando a ficar preocupada.

''Nenhuma das meninas atendem será que você pode me mandar sinal de vida?''

23:40.

''Porra você ta de sacanagem comigo? Cadê você? Por que as meninas não sabem onde você ta?''

00:30.. essa hora eu não lembrava de mais nada e ela parecia bem estressada.

''Sua puta! Pelo menos me manda um oi só para eu saber que você está viva''

00:50.

''LAUREN EU NÃO TO BRINCANDO COM VOCÊ''

01:10

''EU VOU ARRANCAR TODOS OS SEUS DEDOS E A SUA LÍNGUA, SUA PIRANHA''

01:40

''Por favor, me diz que está tudo bem, eu to quase pegando um voo de volta só para ter a certeza que você não fez nenhuma besteira''

02:40. Ela parecia mais calma, mas ainda estava bem preocupada, praguejei-me por não ter tido consciência e consideração de para avisar a ela que eu estava bem.

''Eu to com sono, mas eu não quero dormir até saber que você está bem...''

03:32

Eu acho que depois dessa última ela dormiu, porque não tem mais mensagem de madrugada, só agora de manhã e chamadas perdidas também. 

— O que houve? 

Ouvi a voz de Diana e levantei meu rosto para olhar ela, que me olhava com um sorriso divertido no rosto e um olhar curioso.

— Hã, nada de mais. Eu tenho que ir.

Levantei do sofá e procurei minhas chaves.

— Aqui.

Ela rodou minhas chaves em seus dedos e eu fui até ela pegar as chaves do meu carro.

— Pedágio.

Falou rindo e escondeu as chaves de mim atrás de suas costas, apontou para sua boca com a mão livre. Sorri antes de lhe dar um beijo. Ela me entregou a chave após o beijo, me despedi e fui embora.

''Eu conheço suas regras, mas eu espero que possa te ver de novo um dia desses - Diana'' 

Era ela, sorri com a mensagem e salvei seu número nos contatos. Como ela conseguiu meu número eu não sei, mas tem tanta gente que eu não conheço que tem ele que eu já até me acostumei.

 

Fui para casa e tomei outro banho, agora mais calmo e relaxante.

Deitei na cama e peguei meu celular. Vou ligar para Camila antes que ela me mate. Bastou três toques e ela atendeu.

— Eu espero que você já esteja longe de Nova Iorque a essa hora, porque quando eu te pegar eu vou acabar com a tua raça, maldita. 

Sua ameaça me fez estremecer. Camila com raiva é a pior coisa do mundo, só não é mais pior que ela com ciúme, nunca queiram ver ela com ciúmes. 

— Respira meu amor ca-...

— Nem ouse me mandar ficar calma, Lauren Michele! Você tem alguma noção do quanto eu fiquei preocupada contigo?! 

Gritou e eu suspirei. Eu estava errada, eu deveria ter avisado. Eu deveria ter me controlado. 

— Desculpa...

Pedi cabisbaixa e sem jeito, pude ouvi-la suspirar.

— Nunca mais, ouviu bem? Nunca mais faça isso, Lolo.

Pelo seu tom de voz choroso eu sabia que ela estava quase chorando, senti meu coração apertar, odiava vê-la chorar, e agora ela não estava aqui para eu abraçar ela.

— Não chora amor, por favor eu não faço mais, eu prometo. 

Praticamente supliquei e ouvi ela respirando fundo seguidas vezes, ela estava controlando o choro.

— Tudo bem. Mas por favor, não faça mais. Eu jamais me perdoaria se acontecesse algo com você e eu não fizesse nada para impedir.

Conversamos mais algum tempo e depois ela disse que iria sair com um amigo... amigo, amigo. Merda de ciúme viu? Quem era esse tal ''amigo''?

Deitei na cama e fiquei vendo nossas fotos, nesses doze dias que se passaram ver nossos fotos é que eu mais ando fazendo. Às vezes eu chorava vendo nossos vídeos só para matar a saudade. 

Eu sou muito dependente de Camila, eu não sei explicar, eu só preciso dela o tempo todo comigo. Mas não sei, algo bem lá no fundo está me dizendo para eu aprender a não ser tão dependente dela assim.

Essas intuições vão acabar me endoidando também...

 

                                                      Camila Pov

 

Um dia essa garota ainda vai me deixar maluca com essas coisas que ela faz. Ás vezes eu sinto como se fosse a mãe dela, e não a melhor amiga... 

Estava terminando de me arrumar quando meu celular tocou, pensei ser Lauren de novo, mas não, era o Justin.

Nesses doze dias que eu estou aqui, ele tem sido um grande amigo, vez ou outra ele flerta comigo e eu acabo flertando com ele de volta, mas nunca passou disso. 

Ele é um rapaz incrível, além de ser lindo, gentil e bem carinhoso, ele tem vários talentos, um deles é cantar, a voz dele é... nossa! Perfeita.

— Milaki, to aqui embaixo. 

— To indo, Jus.

Vocês devem estar se perguntando o porque do Milaki, certo? Eu explico, um dia desses eu contei para ele sobre os apelidos que eu sempre fui chamada, Mila, Kaki, Camz, Kaka e etc... mas deixei claro para ele que Camz só uma pessoa tem o direito de me chamar, ou ele seria um cara morto, ele riu e disse que ela parece ser bem ciumenta, eu concorde porque ela é mesmo. Mas enfim, ele cismou de juntar dois apelidos meus e criar um só para ele, porque ele queria ser ''exclusivo'' também, então acabou que ele juntou Mila com Kaki e ficou Milaki. Eu gostei, até que é bonitinho e diferente.

Terminei de me arrumar e saí do apartamento. Peguei o elevador e em segundos eu estava no térreo indo de encontro ao Jus. Assim que vi ele... suspirei, era sempre um baque diferente quando eu o via. E dessa vez foi diferente, não só ele que me surpreendeu, mas também a Ferrari que ele estava sentado em cima do capô.

— Milaki!

Ele exclamou sorridente vindo ao meu encontro para me abraçar. Aquele sorriso estava em seu rosto, já disse o quão belo o sorriso dele é? Então... eu nem tenho palavras para explicar.

— Jus. 

— Vamos? 

Perguntou depois que nos separamos e estendeu a mão para mim. 

— Vamos.

Peguei em sua mão e entrelacei nossos dedos, não sei explicar como, mas senti algo diferente nesse toque. Entramos no carro dele e eu suspirei assim que senti a maciez do couro. 

— Curtiu meu brinquedinho novo? 

Perguntou divertido e eu o olhei incrédula.

— Brinquedinho? Ta de brincadeira, não é?

Indaguei rindo e ele riu também.

— Eu sei que você não curte tanto esses exageros, mas eu juro que não tive escolha, o meu outro carro está no conserto e não ficará pronto hoje.

Fez beicinho. Ele é outro louco por carros, e também tem o ''bebê'' dele.

— Tudo bem. Eu só não quero que pense que eu saio com você por causa das suas coisas. 

— Eu sei que não. — Ele falou sério, olhando em meus olhos. — Você é especial. Tem alguma coisa em você que não consigo explicar, pela primeira vez eu sei que não preciso impressionar para conseguir te fazer sorrir. 

Falou carinhosamente e eu sorri. Lhe dei um abraço de lado e ele riu.

— Você tá muito bebezão hoje.

Zombei e ele me deu língua.

— Eu te trato com todo carinho e você zomba de mim.

Se fez de ofendido e fez beicinho. Maldito beicinho que me lembra... não, na verdade não me lembrou ninguém. Seria isso uma coisa boa? 

— Vamos Milaki, quer jogar hóquei?

Perguntou animado e eu assenti. 

E assim passamos o dia todo juntos. Rimos e brincamos sem parar, parecíamos duas crianças, ele me fazia sentir bem sem muito esforço e eu me sentia muito bem com ele.

E pela primeira vez em dias eu não pensei na Lauren, eu só pensei... nele, no Justin.

 

Ele me levou para comer no Subway porque ele gosta de comer coisas saudáveis e descobrimos mais uma coisa em comum. Já no final da tarde ele me levou no Parque de Stanley, é um lindo lugar e fica mais lindo ainda com o pôr do sol. Sentamos em um dos muitos bancos que havia ali que nos dava um bela visão da lagoa e ficamos conversando.

— Aqui é lindo. 

Falei admirada enquanto olhava em volta, ele sorriu concordando com a cabeça.

— Apesar de eu estar costumado com isso aqui, é realmente lindo.

Olhei para ele e vi que ele me olhava também. Senti meu rosto corar fortemente. 

— Você fica linda vermelhinha assim.

Ele falou com aquele sorriso lindo dele e acariciou meu rosto. E eu? Bem, eu corei mais ainda.

— Você sempre me deixa sem jeito.

O empurrei pelos ombros e ele riu.

— Sério, eu acho que eu nunca vi alguém tão linda como você por aqui.

Ele falou admirado e eu sorri sem jeito. Ele estava flertando comigo outra vez, mas dessa vez eu levei a sério.

— Você também é lindo. Eu tenho que dizer que... eu amo seu sorriso.

Confessei sem jeito e agora ele corou.

— Aaaahá! Você também cora com elogios. 

Eu ri da forma fofa que ele fica sem jeito.

— Quando eu recebo elogio de meninas bonitas, sim.

Falou de forma galante e eu mordi o lábio. Passamos o resto da tarde e o início da noite ali jogando conversa fora.

— Milaki.

Ouvi ele me chamar quando já estávamos indo para o carro, notei que ele havia ficado para trás e estava com um buquê de rosas coloridas na mão.

— São para mim? 

Perguntei com os olhos brilhando, ele assentiu. Peguei as flores e levei-as até o meu nariz para poder inalar o aroma delas.

— Obrigada.

Ele sorriu e acariciou meu rosto. Colocou uma mão em minha cintura, eu senti as minhas mãos suarem.

— Eu quero fazer uma coisa... mas se você não deixar, eu prometo que não tento mais.

Ele falou se aproximando. Senti minha garganta secar e olhei para os olhos dele. Aquele castanho cor de mel me estava hipnotizando. 

— O que você quer fazer? 

Perguntei só para confirmar mesmo, ele molhou o lábio inferior com a ponta da língua e sorriu. 

— Eu quero te beijar, mas se você não q...

Não deixei ele terminar, coloquei meu dedo sobre seus lábios indicando que ele deveria se calar. E naquele momento olhando dentro dos olhos dele, eu senti alguma coisa diferente, e eu só tinha uma certeza...

— Eu quero que você me beije.