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História A Melhor Amiga da Noiva. - Capítulo 41


Escrita por: Horse

Notas do Autor


Quase não saí senhor espero que gostem.... notas finais...
Queria me desculpar por não estar respondendo os comentários é que to sem tempo mesmo então me desculpem mas obrigada a quem ta comentando e acompanhando, eu leio todos ta bom ? Enjoy



2/5 —

Capítulo 41 - Capítulo 41


                                                    Camila Pov

 

Lauren e eu estávamos no Central Park, sempre vínhamos aqui nos sábados de manhã, gostamos de ler aqui. Nossos sábados sempre foram sagrados, era quase como se fosse o nosso dia especial, um feriado próprio: o dia camren, como as meninas denominam.

Antigamente, antes de começarmos esse lance todo de amizade colorida, esse sempre foi o nosso dia. Era como o dia da amizade somente nosso, passávamos o dia inteiro juntas fazendo de tudo um pouco, à anos nós duas mantínhamos essa rotina.

— Laur, meu amor.

Ouvimos alguém falar, desviamos os olhos dos nossos livros quase ao mesmo tempo. Meu sangue ferveu ao ver aquela loira oxigenada de pé em frente à Lauren, que bufou de raiva. Todo mundo sabe o quanto ela odeia que a chamem por apelidinhos carinhos ou melosos sem que ela dê alguma permissão.

— Quantas vezes eu terei que repetir. — disse com raiva após colocar o livro em cima do banco e se pôr de pé, ficando cara a cara com aquele ser. — Não me chame assim, Cecília. Sabe muito bem que só quem tem o direito de me chamar assim, é ela.

Olhou em minha direção e eu sorri abertamente, amo quando ela faz aquilo, principalmente quando é para quebrar aquela vadia e desfazer esse sorrisinho idiota dela.

— Ela é irrelevante.

Falou com desdém, ignorando minha presença. Lauren cerrou os punhos e travou a mandíbula. Ela estava perdendo o controle, por mais que eu quisesse vê-la arrebentar a cara daquela garota ridícula todinha, eu não queria ver ela se remoendo por culpa mais tarde. Lauren poder ser bem ranzinza e estressada, mas jamais levantava a mão para bater em alguém sem necessidade, quando perde a paciência e faz isso, passa a noite se culpando, às vezes até dias. Perdi as contas de quantas vezes ela ficou se remoendo de culpa no colegial, quando batia em alguém porque estavam mexendo comigo.

— Mô, se acalma.

Disse baixo e calmamente para Lauren, porém alto o suficiente para que Cece escutasse. Ouvi ela bufar e olhei para ela, que me fuzilava com os olhos.

— Laur, vamos sai...

Tentou ignorar minha presença de novo, só que agora quem estava perdendo a paciência era eu.

— Cale essa maldita boca, Cecília! — Cortei-a num tom alto e raivoso, pude ver seu corpo retesar e ela me olhar surpresa com a minha explosão. — Lauren não vai em porra de lugar nenhum com você, não quero minha namorada contigo.

Estava com tanto ódio que nem me dei conta do que havia dito, o queixo de Cece caiu em descrença. Arregalei os olhos quando me dei conta da minha fala, não queria pressionar Lauren a nada, queria que tudo fosse no tempo dela, senti um puta medo de ter jogado todo nosso progresso no lixo.

— Namorada?

Cece questionou sem acreditar, num tom totalmente desdenhoso. Eu deixei para me importar com o que Lauren pensaria depois. Quem essa garota acha que é pra falar assim comigo?

— Sim, namorada. Agora se nos dá licença temos coisas mais importantes para fazer.

Disse e peguei nossas coisas, em seguida sai puxando Lauren pelo braço, deixando aquela loira intrometida com uma cara de pamonha para trás.

Fui até onde o carro de Lauren estava estacionado, a todo momento eu evitei olhar em seus olhos.

— M-me desculp...

Comecei a me desculpar, porém fui impedida pelos lábios macios de Lauren. De inicio fiquei surpresa com aquilo, achei que ela iria brigar, ou então falar que não tínhamos nada, esperei qualquer outra reação menos aquela.

— Gosto de como isso soa... — ela murmurou entre o beijo, nos afastamos e ela colou nossas testas — Namorada.

Sussurrou próximo aos meus lábios, fazendo-me sorrir. Beijei-a mais uma vez, sentindo meu coração sambar dentro do peito.

— Eu só disse isso para ela não ficar dando em cima de você.

Me justifiquei sem jeito quando nos afastamos de novo, ela sorriu enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha.

— Você quer que seja real. — ela não perguntou, ela afirmou engolindo seco, eu senti meu coração disparar mais ainda. E se ela me negasse? — Eu também quero que seja real.

Ela falou num tom de confissão, foi impossível não me derreter com aquilo. Ela queria ter algo sério também, tem noção do quanto aquilo mexeu comigo?

— Quer?

Indaguei desacredita e ela deu uma risada nasal.

— Quero. — me deu um selinho demorado. — Mas quero fazer direito. Você me dá um tempo para fazer tudo certo?

Ela pediu e eu assenti. Lauren tem se mostrado uma romântica de mão cheia, acho que tanto tempo de convívio comigo e muitos filmes de romance que eu a obriguei assistir fizeram algum efeito.

— Eu espero.

Eu garanti, antes de puxa-la para mais um beijo.

Entramos no carro e fomos comer alguma coisa. É tão bom passar meus dias com ela, a cada novo dia eu descubro algo em comum, ou que me faça amar ela mais ainda.

É possível você amar mais ainda uma pessoa mesmo que você já a ame com toda a sua vida, corpo, alma e coração? Se for, eu a amo, cada segundo mais e mais.

Depois que terminamos de comer fomos dar uma volta no shopping, apenas andar a toa. Demos uma olhada nas vitrines e eu comprei duas pulseiras para nós duas, não era nada demais, eram duas pulseiras finas de prata com as nossas inicias. Eu fiquei com a que tinha as iniciais L.J e ela ficou com a que tinha C.C.

Nós já tínhamos uma pulseira da amizade, uma pulseira preta de plástico, sempre usávamos elas, e agora tínhamos uma que representava outra fase da nossa vida.

Quem sabe futuramente nós não tenhamos um anel também para consagrar outro momento nosso?

Quem sabe...

— Eu escolho os filmes.

Ela decretou assim que entramos em seu apartamento, eu apenas concordei.

Mais um dia com o amor da minha vida, acho que posso me acostumar com essa rotina... Ah, se posso.

 

                                                     Lauren Pov

 

Não quis escolher nenhum filme pesado pois eu sei que Camila morre de medo de filmes de terror. Escolhi um filme de comédia mesmo, nada demais, não iria prestar atenção no filme mesmo.

— Lauren... sossega.

Ela me repreendeu pela milésima vez enquanto eu mordia seu pescoço.

— Amor, por favor...

Pedi manhosa enterrando meu rosto em seu pescoço mais ainda. Ela ignorou meu pedido e continuou prestando atenção no filme. Droga!

Decidi ver o filme também, já que não adianta nada tentar fazer Camila parar de assistir ele. Acabei adormecendo e nem percebi, acordei com beijos na minha testa e sussurros em meu ouvido.

— Acorda, meu amor.

Aquela voz suave e arrastada, me fez arrepiar. Sorri e abri os olhos, me deparando com os olhos castanhos mais lindos do mundo.

— Eu estou no céu?

Perguntei sonolenta, Camila jogou a cabeça para trás e riu alto.

— Nossa, Lo... Você já foi melhor nisso.

Brincou e eu lhe mostrei a língua. Olhei pela enorme janela de vidro da sala, vi que ainda estava sol. Que tal uma piscina? Não está frio mesmo.

— Mô, vamos pra piscina?

Pedi fazendo beicinho, ela revirou os olhos e depois sorriu.

— Vamos.

Levantei do sofá e ela levantou também. Antes de subirmos as escadas, ela parou bruscamente, fazendo-me colidir com suas costas, já que eu estava andando atrás dela.

— Mas o que...?

Indaguei confusa, mas logo calei-me quando ela tirou sua blusa, em seguida com uma rapidez incrível retirou seu sutiã. Engoli em seco, ela me olhou por cima do ombro, lançando-me uma piscadela safada, curvou-se para frente e retirou seu short, descendo-o por suas pernas juntos de sua calcinha. Minha garganta estava totalmente seca, eu senti todo o meu corpo esquentar. Ela estava me provocando e eu estava caindo na dela totalmente. Dei um passo para frente, com o objetivo de toca-la, só que ela foi mais rápida e subiu as escadas correndo, e rindo da minha careta frustrada. Um á zero pra ela.

Tirei toda a minha roupa também e corri atrás dela. Assim que cheguei na área da piscina, pude ser contemplada pela imagem daquele corpo maravilhoso de Camila totalmente nu, só pra mim. Ela olhou em minha direção, sorriu de lado antes de pular na água. Fui a passos lentos até a borda onde ela estava apoiada pelos cotovelos, me olhando.

— Quer brincar?

Perguntou de forma provocante e eu arqueei uma sobrancelha. Fui até a escadaria da piscina e entrei na água. O tempo estava fresco, a água estava na temperatura certa.

— Brincar de quê?

Perguntei curiosa quando nadei até onde ela estava. Ela apoiou suas mãos em meus ombros e colocou suas pernas em volta da minha cintura.

— Vou testar seu auto-controle, meu amor.

Sussurrou em meu ouvido e eu engoli em seco. Uma coisa era ela fazer aquilo quando éramos apenas melhores amigas, mas agora que eu sei como é ter ela só pra mim, que eu conheço todos os pontos do seu corpo, seu gosto e outras coisas mais... Isso com certeza não vai dar certo.

— I-isso não vai dar certo, pequena.

Minha voz me traiu, saindo falhada. Camila sorriu antes de rebolar em meu colo, coloquei minhas mãos em sua cintura e apertei com força. O contato de nossos sexos estava me levando ao delírio.

— Simples, se você não conseguir se controlar eu terei que parar, e você não quer isso, quer?

Neguei com a cabeça apenas, não conseguia falar mais nada, ela não cessava os movimentos de seu quadril. Ela apertou meus ombros e depois deslizou suas mãos até as minhas costas, onde ela começou a arranhar minhas omoplatas. Sua boca desceu até meu pescoço, onde ela começou a beijar, lamber e mordê-lo. Eu fechava os olhos, mordia o lábio com tanta força que já começava a sentir o gosto de sangue escorrendo em minha língua. Não sei quanto tempo ficamos nisso, eu só sei que eu queria mais, eu queria tocá-la, não era justo.

— Por favor amor, me deixe pelo menos encostar direito em você.

Eu estava praticamente suplicando, ela estava tão ofegante quanto eu, seus olhos transbordavam luxúria. Ela apenas assentiu, não quis perder mais tempo, agarrei-a e a beijei com todo desejo que corria dentro de mim. Suspiramos ao mesmo tempo, eu a encostei na parede da piscina e pressionei meu corpo contra o dela.

Acabou que o que era pra ser apenas um teste de auto-controle, se tornou uma competição de quem gemia mais alto e sentia mais prazer. Saímos da piscina exaustas e tomamos um banho juntas, repetimos a dose no box do banheiro. Quando fomos para o quarto, transamos no carpete, em cima da cômoda, na porta de vidro da varanda do meu quarto e claro, na cama também.

— Santo Cristo.

Ela soltou ofegante perto do meu ouvido, eu ri baixinho. Acho que acabamos nos empolgando, literalmente. Olhei para baixo e vi ela estava com os olhinhos fechados, acariciei suas costas com a ponta dos dedos.

— Me empolguei.

Falei rindo, ela abriu os olhos e sorriu.

— Se empolgou mesmo. — mordeu o lábio e bocejou. — Você acabou comigo hoje.

— Você fez o mesmo comigo, estamos quites.

Eu disse e ela riu sonolenta.

— Boa noite amor, eu amo você.

Ela falou num fio de voz, acariciei seus cabelos.

— Boa noite boo, eu amo você também.

Sussurrei antes de apagar a luz do abajur. Em alguns minutos eu acabei pegando no sono, estava realmente cansada. Exausta na verdade.

O sexo com Camila esgota todas minhas energias, mas eu adoro isso.

Acho que esse foi o melhor sábado camren da história, e o melhor de tudo é saber que esse é apenas o primeiro dos muitos que virão.

 

Acordei de manhã e não senti o corpo de Camz ao meu lado, rolei para o lado e fiquei de barriga para cima, espreguicei-me e sentei na cama, coçando os olhos. A porta foi aberta e o perfume de Camila tomou conta do ambiente.

— Bom dia, mi amor.

Ela desejou sorrindo, eu sorri também.

— Ótimo dia, pequena.

Ela veio até a cama me dar um beijo, percebi que ela estava com uma roupa social e olhei para ela curiosa.

— Eu tenho que ver umas coisas lá na galeria.

Ela explicou antes mesmo que eu perguntasse algo.

— Vai demorar?

— Um pouco, mas antes das oito eu estarei de volta.

Ela garantiu e eu fiz beicinho. Não queria ficar esse tempo todo sem ela.

— Não faz essa carinha, Lo... — fez um carinho no meu rosto, não pude evitar o sorriso. — Eu volto logo.

Ela prometeu e me beijou.

— Não demore então.

Pedi e ela assentiu. Levantou da cama e ajeitou sua roupa, em seguida foi até o espelho para retocar seu batom. Levantei também e parei atrás dela, comecei a beijar sua nuca, que estava exposta graças ao coque no alto de sua cabeça. Camila fica tão sexy vestida como uma empresária.

— Lo...

Me repreendeu e eu bufei.

— Parei.

Me afastei dela, que negou com a cabeça.

— Guarda isso para mais tarde.

Ela aconselhou, piscando um olho para mim. Foi até a porta do quarto, me chamou com o dedo e depois apontou para sua boca, indicando que queria outro beijo. Sorri e fui até ela lhe dar mais um beijo.

— Deixei seu café na mesa com as coisas que você gosta, comprei nutella e croissant.

Na hora que ela disse isso, meu estômago roncou e nós rimos.

— Você é a melhor.

Eu disse antes de selar nossos lábios outra vez.

— Eu sei.

Falou de forma convencida e eu rolei os olhos.

— Eu amo você.

— Eu amo você também meu amor, agora vai tomar seu banho e nada de desfilar nu dentro de casa.

Falou brincalhona e eu ri.

— Até mais tarde.

Me despedi dela e fui em direção ao banheiro.

— Até.

Ela disse alto, segundos depois ouvi a porta ser fechada. Tomei meu banho, sequei-me e saí do banheiro, coloquei apenas uma calcinha boxer e um top da mesma cor. Fui até a cozinha e sorri ao ver a mesa posta do jeito que eu gosto.

— Ela realmente é a melhor.

Sentei na cadeira e peguei o pote de nutella, vi que tinha um bilhete em cima dele, sorri ao reconhecer a caligrafia, era de Camila.

 

‘’Acho bom a senhorita comer todas as frutas que eu coloquei aí mocinha, ou vou te deixar de castigo. Eu amo você. ‘’                                                                                                          Camz...

 

Como ela consegue ser tão perfeita?

Tomei meu café direitinho, comi também os morangos e as bananas que ela colocou na mesa. Acho que comi tanto que meu sono, só queria deitar no sofá e dormir o dia todo.

Passei a manhã toda e boa parte da tarde assistindo filmes, estava num tédio total. Comecei a zapear os canais e achei um dos meus filmes preferidos, Marley e eu. Camila sempre me diz para eu parar de assistir esse filme, mas ele é tão lindo que eu vou ter que assistir de novo.

Prometo que dessa vez não vou chorar, não vou.

 

                                                     Camila Pov

 

Eu acho que nunca tive que ler tanta coisa na minha vida. Era tantas palavras na minha frente que acho que vou ficar uma semana sem ler algum livro. Ainda bem que finalmente eu havia terminado, poderia ir embora para casa, não aguentava mais ficar longe de Lauren.

Deus, quando eu fiquei tão dependente dela assim? Ah, sim, verdade, desde o dia em que eu conheci ela.

 

                                     Flash Back – 10 anos atrás.

 

Era só mais uma noite em que as meninas me arrastavam para uma das festas que elas gostavam de ir. Dinah e Ally praticamente me arrancaram do quarto, alegando que aquela seria a festa do ano, eu não estava afim de sair, preferia mil vezes ficar em casa lendo e comendo pizza. Mas algo bem lá no fundo me dizia que eu deveria ir, e bem, vai que acontece algo de bom? Pelo menos dessa vez.

— Vamos lá Mila, animação você vai gostar.

Dinah falou pelo que deveria ser a trigésima vez aquela mesma frase, eu suspirei.

— Fazer o que né? Se não pode vencê-los, junte-se a eles.

Eu disse e elas comemoraram.

— Hoje vai ser inesquecível.

Ally falou animada no meu ouvido e eu mordi o lábio inferior.

Vamos lá né?

Entramos na casa dos Salvatore, o cheiro de bebida e cigarro estava forte no ar. Stefan e Damon eram os garotos mais populares da escola, se bobear metade de Nova Iorque sabia quem eles eram.

A casa estava lotada, a música estava bem alta. Eu não estava acostumada com aquele tipo de ambiente.

— Mila vem aqui, quero te apresentar umas pessoas.

Dinah disse e saiu me arrastando pelo meio daquele povo. Andamos um pouco e depois paramos em frente a um grupo de pessoas, tinham garotas e garotos ali, bem bonitos por sinal, com aquelas caras de típicos adolescentes populares.

— Dinah!

Uma morena muito bonita de aparelho falou animada e abraçou minha amiga.

— Vero.

Disse na mesma animação retribuindo o abraço, as duas ficaram um tempo abraçadas.

— Deixa eu apresentar a vocês... — pegou minha mão puxando-me para perto dela, senti meu rosto corar, odiava apresentações. — Essa é a Camila, Mila essas são, Vero – apontou para morena que tinha abraçado ela antes. — Lucy. — Apontou para outra garota que estava sentada e sorriu pra mim. — Vanessa. — apontou para uma loira que também sorriu pra mim. — Cadê a Lauren?

Ela perguntou para as meninas que deram de ombros e falaram que não sabiam. Ally chegou também, cumprimentou todas as meninas que estavam ali.

Sentei ao lado de Dinah e fiquei bebendo somente refrigerante. A maioria das pessoas ali tinham a mesma idade que eu, mas bebiam álcool como se fossem maiores de idade. Estava tão distraída que nem percebi quando um desses adolescentes bêbados esbarrou em mim, derrubando toda minha bebida na minha roupa.

— Mas que merda.

Falei com raiva e levantei do banco, minha roupa estava completamente molhada, eu ficaria toda melada.

— Que merda digo eu, quem mandou ficar no meio do caminho.

Falou também com raiva e eu fiquei incrédula, só então percebi que era uma garota. Como assim ela esbarra em mim e ainda quer ter a razão?

— Mas quem você acha que...

Engasguei na hora em que olhei em seus olhos. Aqueles verdes foram os verdes mais lindos que eu já havia visto em toda a minha vida. Ela estava com a mesma expressão que eu, parecia admirada.

— Eu... eu...

Ela parecia bem atordoada, eu balancei a cabeça para acordar daquele transe. Saí dali sem olhar pra trás, ignorando os chamados daquela garota.

Corri para fora daquela casa, coloquei as mãos no bolso em busca do meu celular, não o encontrei.

''Ok, Camila, respira'', pensei enquanto tentava lembrar se não havia deixado meu aparelho celular com algumas das meninas, e... Droga! Eu o esqueci em cima da cama, que ótimo. Mas pelo menos minha casa não é tão longe assim, eu poderia ir andando.

Só que como sempre tudo dá errado pra mim, senti um pingo cair em minha testa e me praguejei por não ter trago um guarda-chuva.

— Não chove pelo amor...

Mal terminei de falar e os pingos começaram a aumentar, apressei o passo e logo começou a chover com força. Merda, boa Camila agora você vai ficar resfriada para aprender. Tudo culpa daquela garota imbecil, eu poderia estar dentro daquela casa agora e não na chuva.

Estava andando a passos largos, senti meu coração acelerar quando um carro parou ao meu lado. Agora só falta eu ser sequestrada. Que ótimo, o dia acaba de melhorar.

— Vai acabar pegando uma pneumonia assim.

Ouvi aquela voz rouca e reconheci na hora, era a tal garota da festa.

— Culpa sua, idiota.

Falei com raiva e olhei de relance para ela, que dirigia devagar ao meu lado.

— Entra aqui que eu te deixo em casa.

Ela sugeriu e eu bufei. Agora quer me ajudar?

— Não precisa, muito obrigada.

Falei com ironia e ela parou o carro. Até que enfim se mancou. Coloquei meus braços em volta do meu corpo, na tentativa de me aquecer, já estava batendo os dentes e sentia meus dedos começarem a ficar dormentes.

— Larga de ser cabeça dura.

Ouvi aquela garota de novo e em seguida senti meu corpo ser levitado do chão, ela havia me pegado no colo.

— Me solta, sua maluca.

Tentei me soltar dela, só que ela me segurou com mais força.

— Pare de se mexer, vai acabar caindo.

Ela ordenou com a voz grave, parecia irritada. Que audácia, eu que deveria estar irritada.

— Eu nem te conheço, como eu vou saber que você não está me levando em algum galpão para me matar?

Eu falei sério, só que a garota começou a rir como se fosse uma piada. Me colocou dentro do carro dela e deu a volta para entrar no lado do motorista.

— Eu não vou te matar.

Ela disse sorrindo e eu suspirei. Ela não parecia mesmo uma assassina ou coisa assim.

— Lauren.

Ela disse estendendo a mão para mim. Olhei para a mão dela com certo receio e demorei um pouco até retribuir o contato.

— Camila.

Disse e ela sorriu. Que sorriso era aquele?

— Sua mãe não vai brigar com você por chegar molhada assim não?

Perguntou preocupada e eu engoli em seco. Se minha mãe me visse assim ela iria me matar, com certeza. Ela pareceu ver minha expressão assustada e manobrou o carro.

— Aonde você está me levando? Eu moro pra lá.

Perguntei exasperada apontando para a direção que eu estava indo antes, ela deu um sorriso de lado.

— Vou te levar pra minha casa, te dar algo quente para beber e te emprestar um roupa seca, depois eu te deixo na sua casa.

Ela disse de forma carinhosa e eu assenti. Até que Lauren parecia ser uma garota legal, diferente das pessoas que eu conhecia, ela não era arrogante. As únicas mesmo que eu me sentia bem eram Ally e Dinah, mas algo em Lauren me acalma de outra forma.

Algum tempo depois paramos em frente a uma enorme casa, ela apertou um bota no painel de seu carro e o portão de ferro se abriu. Olhei para o jardim maravilhada, era tão lindo. A casa dos meus pais era grande, mas não tinha um jardim perfeito assim. Ela estacionou o carro e desceu primeiro, dando a volta para abrir a porta pra mim.

— Coloca isso.

Jogou uma jaqueta de couro sobre meus ombros e fechou a porta do carro, puxando-me em direção a sua casa.

— Meu Deus minha filha, o que houve?

Ouvi a voz de uma mulher, olhei para cima e me deparei com uma loira descendo as escadas enquanto nos lançava um olhar preocupado.

— Longa história, mãe.

Ela disse a senhora que nos olhou desconfiada, não sei porque.

— Depois me explique então, agora vão tirar essas roupas molhadas. — ela disse e nós assentimos. — A propósito, eu me chamo Clara.

Estendeu a mão para mim e eu apertei.

— Camila.

Disse sem jeito e ela sorriu.

Subimos as escadas e fomos até um cômodo onde devia ser o quarto de Lauren. Era enorme e cheio de pôsteres de bandas.

— Aqui Camila, deve dar em você, tem toalhas limpas no banheiro.

Ela disse após me entregar uma muda de roupas.

— Obrigada.

Eu tinha certeza que estava corada. Ela sorriu e se afastou de mim, indo em direção a porta.

— Vou tomar banho no banheiro do corredor, já volto com seu chocolate quente.

Ela disse e eu sorri em agradecimento. Tomei um banho quente e depois coloquei a roupa que Lauren me deu, até que coube mesmo. Saí do banheiro e encontrei-a sentada na cama, secando seus cabelos com a toalha.

— Deu certinho viu?

Ela comentou ao me ver vestida com suas roupas. Estava completamente sem jeito e confusa, por mais sem graça que eu estivesse, ela me passava uma segurança assustadora.

— Eu não mordo, ok? — brincou eu corei mais ainda. — Fica linda assim corada.

Ela elogiou-me, acho que só não fiquei mais vermelha por falta de espaço, o que fez ela rir.

Lauren pediu a sua mãe para que trouxesse chocolate quente, Clara trouxe duas canecas pouco tempo. Lauren me emprestou o celular para que eu pudesse ligar para Dinah, eu avisei que estava com Lauren, ela perguntou se era a dos olhos verdes e eu respondi que sim. Dinah pareceu se acalmar na hora e disse que eu estava em boas mãos. E bem... acho que realmente estava.

— Vou te levar para casa antes que fique tarde demais e seus pais fiquem preocupados.

Ela disse levantando-se da cama onde estávamos sentadas conversando, eu levantei também.

— Sim, vamos.

Concordei e ela pegou a chave de seu carro.

— Já vai, Camila?

Clara perguntou assim que descemos as escadas e eu assenti.

— Está ficando tarde.

Disse simples e ela sorriu.

— Volte mais vezes, será muito bem vinda.

Falou simpática e eu sorri.

— Obrigada, Dona Clara.

— Somente Clara, por favor.

Pediu sorrindo, eu concordei com a cabeça sem jeito. Me despedi de Clara e acompanhei Lauren até o carro, já havia parado de chover, pelo menos isso.

Entramos no carro e ela perguntou onde eu morava, expliquei direitinho e logo nós estávamos a caminho.

Estacionou em frente a minha casa, nenhuma das duas fez menção de descer ou se despedir.

— Bom... acho que é isso né.

Ela quebrou o silêncio e eu suspirei.

— Obrigada por tudo, Lauren.

Agradeci e ela deu de ombros.

— Sem problemas, sempre que precisar eu to aqui.

Falou sorrindo e eu sorri também. Me inclinei sobre o banco e a abracei, ela demorou um pouco para retribuir, mas retribuiu.

Ficamos um tempo abraçadas e fomos nos separando lentamente. Ficamos com os rostos bem próximos um do outro, eu engoli em seco. Não sei o que houve, mas senti um certo nervosismo com ela tão próxima.

— E-eu...

Gaguejei e ela sorriu. Colocou a mão em minha nuca e puxou meu rosto lentamente para perto do seu. Meu Deus, ela vai me beijar, uma garota vai me beijar.

— Se você não quiser eu par...

Não deixei ela terminar, cortei o espaço entre nós duas e selei nossos lábios. Os lábios dela eram tão macios, eu poderia simplesmente beijar ela por horas... Mas que merda eu estou fazendo? Eu to beijando uma garota.

Arregalei os olhos e me afastei dela, assustada. O que essa garota tem que me atraiu?

— Eu não..

Ela tentou falar alguma coisa e eu por impulso dei um tapa fraco em seu rosto.

— Meu Deus, me desculpa.

Pedi completamente sem jeito enquanto ela me olhava confusa, abri a porta e saí correndo de seu carro.

Entrei dentro de casa e cumprimentei meus pais brevemente depois corri para o meu quarto. Me joguei na cama e fiquei pensando em tudo que aconteceu hoje.

Eu não sei exatamente o que de bom aconteceria hoje, porém algo em Lauren me diz que eu tinha que encontrar ela... Seria destino?

Puf, bobagem.

                                      Fim do Flash Back.

 

 

No outro dia eu fui na casa dela e me desculpei pelo tapa, ela disse que entendia que eu devia ter agido por impulso e por fim ficou tudo bem entre nós. Eu acabei voltando em sua casa mais vezes, criamos uma amizade cada vez mais forte. Sobre a promessa dela de que sempre estaria ali pra mim, ela realmente o fez, sempre esteve ao meu lado quando eu precisei e eu sempre estive ao lado dela também. De fato algo muito bom aconteceu aquele dia, eu conheci o amor da minha vida, mesmo sem saber.

O toque do meu celular me acordou desses devaneios, um enorme sorriso se abriu em meu rosto ao ler o nome na tela.

— Oi meu amor.

Minha voz saiu completamente boba e apaixonada. Ouvi um soluço do outro lado da linha, na hora senti meu coração disparar. Ela estava chorando?

— Amor? O que houve?

Perguntei preocupada enquanto pegava minha bolsa e as chaves do carro. Ela soltou um suspiro longo, eu estava praticamente correndo pelas escadas.

C-cadê v-você?

Sua voz estava completamente embargada e falhando.

— Aconteceu alguma coisa?

Era impossível não ficar aflita, ela estava chorando sem parar. Desativei o alarme do meu carro e entrei no mesmo, coloquei meu cinto e o liguei.

Vem logo, por favor.

Ela pediu num fio de voz e eu mordi o lábio para não chorar. Odiava vê-la chorar daquela forma, Lauren só chora assim quando se sente extremamente triste ou quando... Merda.

— Chego ai em alguns minutos.

Disse e ela murmurou um por favor baixinho. Eu tinha quase certeza do que era, e estava rezando para que fosse aquilo mesmo.

Passei por todos os semáforos, praticamente voei pelas ruas. Em pouco tempo parei em frente ao seu prédio, o porteiro já me conhecia então abriu o portão para que eu pudesse estacionar meu carro na garagem subterrânea.

Desci do carro e corri para o elevador. Enquanto esperava chegar no andar dela cacei minha chave dentro da bolsa, a achei no momento em que as portas se abriram, fui a passos largos até a porta e destranquei a mesma. Assim que entrei no apartamento, vi que tudo estava escuro, acendi a luz do corredor da porta e andei até a sala. A televisão estava ligada e pude confirmar o motivo de seu choro pela imagem pausada na tela. Senti uma vontade de bater nela por quase me matar do coração, porém meu coração amoleceu ao vê-la toda encolhida no canto do sofá olhando a imagem do Marley na televisão.

— Meu amor.

Disse assim que cheguei perto dela, ela levantou ao ouvir minha voz e se jogou em meus braços.

— Mô... ele... ele.

Voltou a chorar e eu suspirei. Lauren tinha uma imagem de marrenta para as pessoas de fora, se eu contasse para alguém que ela chora igual um bebê por causa de um filme, iriam duvidar de mim, com certeza.

— Bebê, eu não já te disse para não assistir esse filme sozinha? Você sabe que ele vai morrer, não sei pra que ficar sofrendo toda vez.

Tentei ser o mais calma possível, pude ouvi-la fungar várias vezes.

— Eu não entendo porque ele tem que morrer, mô... Ele tinha que viver até os mil anos.

Falou com uma voz embargada e infantil, parecia um bebezão de vinte e cinco anos na cara.

— Vem, vou te dar um banho e te fazer carinho.

Disse e levantei a pegando no colo. Lauren podia sim ser marrenta e tudo mais, só que ela é tão frágil quanto qualquer outra pessoa, só vestiu essa capa de forte depois que sua mãe faleceu. Eu sempre estive com ela, dando força e a apoiando. Vocês não fazem ideia de quantas vezes eu tive que dar banho nela e dar comida em sua boca para que ela não se entregasse de vez. Acho que se não fosse eu e as meninas, com certeza ela teria ficado depressiva.

— Promete que vai viver até os mil anos?

Me perguntou assim que entramos no box do banheiro depois que eu havia nos despido, olhei para ela e sorri. Ela parecia uma criancinha com medo de perder os pais. No fundo acho que ela sempre seria um bebê, mas o meu bebê.

— Prometo, amor.

Eu a garanti e ela sorriu. Me puxou para debaixo d’água e tomamos banho juntas.

Saímos do banheiro e colocamos duas blusonas que sempre dormimos vestidas, adoro essas blusas delas, são tão macias e quentes. Deitei na cama e puxei Lauren para deitar em meu peito.

— Dorme amor.

Disse baixinho e ela se aconchegou em meu corpo.

— Eu te amo.

Ela disse e eu sorri.

— Eu também amo você.

Eu disse acariciando suas costas. Em pouco tempo ela pegou no sono e eu fiquei a olhando dormir um pouco antes de também me entregar ao sono.

 

Talvez fosse mesmo destino, talvez realmente tivesse escrito, eu e ela para sempre.

É assim que tem que ser.


Notas Finais


Como estamos?
Entãoooo sério eu to com o coração na mão porque falta pouco pra acabar <///3
Sobre a segunda temporada que eu vi vocês pedindo e tal, não vai rolar, não ia ter lógica continuar até porque não teria mais uma noiva, certo?
Então eu posso fazer uma Season Bônus pra vocês saberem como elas ficaram depois, que tal ? Se quiserem falem comigo.
Espero ter agradado e espero vocês no próximo...
SÓ MAIS TRÊS CAPS — 2/5
Até logo menos

Qualquer coisa chamem no tt: @jaakordeimae
Ou no ask: http://ask.fm/jaakordeimae
Opiniões, críticas, sugestões, opiniões, pedidos e elogios são bem vindos.
Espalhem a fic, comentem sobre ela no twitter, mostrem aos amigos, falem pros coleguinhas u.u
Se falarem dela no tt usem ''A melhor amiga da noiva'' ou ''AMADN'' podem usar a #amelhoramigadanoiva também ou a ''#madn'' cês que sabem... bom até mais pessoal...


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