1. Spirit Fanfics >
  2. A Melhor Amiga da Noiva. >
  3. Capítulo 4

História A Melhor Amiga da Noiva. - Capítulo 4


Escrita por: Horse

Notas do Autor


Vamos a mais um pouco? Revenge da Lauren com estilo, enjoy e obrigada pelos comentários vocês estão me fazendo muito feliz(:

Capítulo 4 - Capítulo 4


    LAUREN JAUREGUI

 

Maldita seja a pessoa que está me ligando à uma hora dessas. Bufei irritada levando minhas mãos até meu rosto. Senti um peso em meu peito e abdômen e abri um sorriso ao olhar para baixo. Era sempre maravilhoso acordar com Camila toda encolhida agarrada a mim. Toda vez ela me agarra com tanta força, parece ter medo que eu vá fugir ou algo assim durante a noite. 

— Deixa tocar... e para de ficar me encarando. 

Ouvi seu resmungo manhoso e sonolento, ela não estava dormindo como eu suspeitava. Camila suspirou e se agarrou mais em mim, me apertando com força. Sorri ao constatar mais uma vez quão fofa ela fica quando faz birra por ter sido acordada e ainda está com sono. 

— Como sabia que eu estava te olhando? 

Perguntei fingindo surpresa e ela deu um apertão na minha cintura, soltando uma risada baixa. 

— Eu sempre sinto quando você fica me encarando, Lolo

— Seu amor por mim é tão grande assim? – Brinquei e acabei ganhando um tapa na coxa, bem forte por sinal. Fiz uma careta, encolhendo-me por reflexo. — Ai, Camz... 

Choraminguei levando minha mão até o local que ela bateu e alisei minha pele, tinha certeza que ficaria vermelho. Camila abriu os olhos e olhou para mim com um sorriso travesso, obviamente ela iria debochar de mim. 

— Doeu foi, bebezão? 

Debochou com uma vozinha de neném só para me provocar, rolei os olhos ainda esfregando minha coxa que estava ardendo na área que ela havia batido.

— Você vive me batendo. 

Reclamei dramatizando.

— Isso é amor. 

Rebateu, rindo.

— Que relação masoquista é essa? Entre tapas e beijos? 

— Sim, exatamente assim. 

— Hm. Bom... O tapa já foi, agora falta... 

Deixei a frase no ar e ela me olhou com uma sobrancelha arqueada.

— Falta...? 

Fez-se de desentendida, mordendo a pontinha da língua. Era nítido em seu olhar que ela havia entendido o que eu deixei subentendido.  

— O beijo... Oras. 

Falei como se fosse óbvio, erguendo minhas sobrancelhas e encarando-a com uma falsa expressão de incredulidade.

— Oh... 

Ela subiu em cima de mim e me deu um beijo na testa. 

— Mais para baixo, Camz.

Ela me olhou por uns segundos com um sorriso safado no rosto e assentiu. Pensei que iria ganhar um beijo na boca, mas Camila sempre me surpreendia. E nem sempre era do jeito bom. Seus olhos brilharam travessos quando ela se abaixou e me deu um beijo sobre os dois olhos, fazendo-me rir de sua provocação.

— Aqui? 

Sussurrou baixinho e eu continuei com os olhos fechados, inalando seu delicioso aroma. 

— Mais para baixo. 

Sussurrei no mesmo tom que ela e pude ouvi-la soltar um suspiro pesado. Senti-a escorregar sobre o meu corpo, indo mais para baixo. Mantive meus olhos fechados, apena usando a imaginação para visualizar suas ações. Camila beijou meu queixo com uma delicadeza e sensualidade que me deixou toda arrepiada, intensificando a sensação quando ela completou aquele ato com uma mordida.

— Acertei?

Abri os olhos e engoli seco ao ver a mínima distância em que estávamos. Eu sempre a provocava, na maioria das vezes apenas para implicar. Porém, não vou ter como negar, todas essas provocações vez ou outra mexem comigo de verdade. Fico com vontade de agarrá-la.

E eu o faria, claro se ela não fosse minha melhor amiga.

— Agora mais uns centímetros acima. 

Desafiei-a, não sabia se ela teria mesmo coragem de me beijar. Duvidava muito que Camila realmente me beijaria, mas a conheço e sei bem o quanto ela ama um desafio. 

— Está me desafiando, Jauregui? 

— Pode ter certeza que sim. 

— Acha que eu não te beijo de verdade? 

Sorri com deboche, umedecendo meus lábios apenas para provocá-la ainda mais.

— Tenho certeza. 

Afirmei e ela sentou em meu quadril, cruzando os braços um pouco abaixo de seus seios e fazendo uma cara emburrada. Era sempre adorável vê-la dessa forma, por isso gosto tanto de implicar com Camila. É claro que existem motivos além desse, mas esse é um dos principais. 

— Você é tão idiota. 

Resmungou e eu ri a puxando pela nuca até que ela ficasse bem perto da minha boca. Camila abriu os olhos parecendo surpresa e eu pude ouvir sua respiração falhar. O ar quente que escapou de sua boca bateu diretamente em meus lábios, deixando-me tentada a realmente beijá-la.

— E você é uma medrosa. 

— Não me tente, Lauren

Porra... eu amo quando ela fala o meu nome daquela forma. Se Camila não fosse minha melhor amiga, certeza que essa hora eu já estaria retirando todas as roupas dela.

Céus, eu preciso aprender a me controlar.

— Fracote. 

Provoquei e pude ver seus olhos flamejarem, ela simplesmente odeia quando eu a chamo assim. 

— Repete isso, sua piranha. 

Exigiu entre os dentes. Suas unhas sendo cravadas em minha cintura me deram certeza de que eu estava a tirando do sério.

— Fra-co-te. 

Repeti pausadamente saboreando cada palavra em minha boca. Eu podia ouvir seus dentes rangendo de tanto que Camila estava apertando seu maxilar.

— Depois não diga que eu não avisei. 

Enfiou sua mão em meus cabelos puxando-me com força pela nuca, olhou dentro dos meus olhos por alguns segundos e deu um sorriso malicioso antes de colar nossos lábios. Fechei os olhos, mesmo que estivesse surpresa que ela realmente tinha me beijado. Camila deu inicio a um beijo completamente voraz, transbordando tanto desejo que me fez soltar um gemido de satisfação assim que nossas línguas se tocaram.

Meu corpo estava arrepiado e não resisti em levar minhas mãos até sua bunda, segurando com firmeza e puxando-a contra mim. Camila soltou uma lufada de ar de forma tão gostosa, foi melhor que ouvir um gemido. Deixei que ela comandasse o beijo, sentindo-a invadir minha boca com sua língua experiente e atrevida.

O que aquela língua poderia fazer em outros lugares?

Surpreendi-me com aquele pensamento e acabei abrindo os olhos.

___________________________________________

Despertei assustada, ofegando. Levei minhas mãos até meu peito e senti que estava completamente suada, minha camiseta estava grudada em minha pele úmida. Senti o braço de Camila em volta do meu corpo, ela parecia estar dormindo profundamente. Soltei o ar dos pulmões jogando minha cabeça para trás de novo, aliviada.

Tinha sido apenas um pesadelo. 

— Foi só um sonho. 

Repeti para mim mesma; meu coração acelerado estava se acalmando aos poucos enquanto eu controlava minha respiração. Senti Camila se mexer um pouco e fiquei tensa, não queria que ela acordasse e perguntasse sobre eu estar suada. 

— Deu para falar sozinha agora também? 

Ouvi-a resmungar soltando uma risada nasal e sonolenta. Eu apenas rolei os olhos e relaxei o corpo, agradecendo por ela não ter notado ou não aparentado ter notado algo estranho.

Será que eu tinha dito algo durante o sonho e a acordei?

— Bom dia, pequena. 

Acariciei suas costas e ouvi seu gemido manhoso involuntário quando ela se esticou um pouco na cama voltando a se encaixar na lateral do meu corpo. Camila geralmente parece um filhotinho, a manha em pessoa.

— Bom dia, Lo. 

Respondeu um pouco grogue, esfregando seu rosto em meu pescoço e agarrando mais minha cintura.

— Abra os olhos, Camz. 

Balancei-a pelos ombros e ela resmungou algumas coisas inaudíveis. Eu tinha certeza que se deixasse Camila voltaria a dormir.

— Não consigo. 

Fez manha.

— Como não, Camila? Abra os olhos. 

Comecei a rir quando afastei minha cabeça e a vi erguer as sobrancelhas, franzido-a diversas vezes.

— Estão colados. 

Não aguentei nessa hora, acho que ri tão alto que todo mundo em NY deve ter ouvido. 

— Vou ter mesmo que fazer do modo antigo? − Ela não respondeu nada e escondeu seu rosto na minha barriga, agarrando com toda sua força minha cintura para me impedir de levantar. — Sabe que eu tenho mais força que você, Camz. 

Ela continuou me apertando forte, tentando em vão me manter ali. Esperei um tempo até que ela achasse que eu tinha desistido e afrouxasse os braços, o que não demorou muito a acontecer. Aproveitei essa hora para empurrá-la para o lado e levantar da cama. 

— Não, Lo. Por favor. 

Pediu em desespero em meio a risadas nervosas quando eu a puxei pelas pernas. 

— Você que não facilitou. 

Peguei-a no colo e a joguei por cima do meu ombro, dei graças a Deus por Camila não ser tão pesada ou eu não conseguiria fazer o que quero.

— Para onde você está me levando sua bruxa maldita? 

Perguntou desesperada quando eu comecei a subir as escadas com ela, que batia em minhas costas e ombros tentando se soltar.

— Se você continuar a gente vai cair. E você não quer que eu morra, certo? 

— Ah claro, como eu viveria sem você? 

Falou irônica, fazendo-me abrir um sorriso. Ela não pode viver sem mim, é um fato. 

Corri até a enorme porta de vidro no final do corredor perto da biblioteca que dava na área de lazer do meu apartamento. Ali havia uma churrasqueira, um bar, alguns bancos e minha parte preferida: a piscina. 

— Não, Lauren. Não faça isso. 

Camila gritou voltando a bater em meus ombros quando percebeu onde estávamos. 

— Fecha a boca que lá vem o impacto. 

Avisei-a antes de pegar impulso, Camila ia falar mais alguma coisa, mas foi impedida quando eu pulei dentro da piscina. Assim que nossos corpos ficaram imersos e totalmente molhados eu a soltei rapidamente, afastando-me dela.

— S-sua p-ir-ranha. 

Falou com dificuldade por estar tossindo sem parar. 

— Falei para fechar a boca, mas você não consegue né? 

Provoquei-a mais um pouco e ela me lançou um olhar mortal. 

— Eu acho bom você ter um excelente seguro de vida. 

Começou a nadar em minha direção e eu ri com deboche. 

Ela até tentou me afogar algumas vezes, porém desistiu quando viu que não ia conseguir. Acabou que depois de um tempo ela parou de ficar com raiva e curtiu a piscina comigo. O dia estava fresco, ótimo mesmo para um banho relaxante. 

— Eu ainda te odeio, vagabunda. 

Falou entre dentes quando estávamos na borda da piscina recuperando o fôlego depois de apostarmos quem chegava ao outro lado primeiro.

— Já te disse o quanto você fica sexy assim... 

Falei maliciosamente e vi seu rosto corar. Camila sóbria era outra coisa de quando estava bêbada. 

— Já te disse o quanto você é uma puta? 

— Uh eu já disse, — Me aproximei dela e a prensei com a parede da piscina, aproximando minha boca de seu ouvido para sussurrar roucamente: — Eu amo que me xinguem, principalmente garotas gostosas como você. 

Ela tentou me empurrar pelos ombros, mas não conseguiu. Eu sorri para sua falta de força, ou seria falta de vontade em me afastar?

— Argh! Não sei como eu tenho te aturado por todos esses anos. 

— Simples; você me acha perfeita, gostosa, carinhosa, a melhor amiga do mundo e claro... Você me ama. Muito.

— E você não é nem um pouco convencida, né? — Ela riu e eu dei de ombros.

— Realista talvez... 

— Convencida.

— Babaca. 

— Imbecil.

— Bebezona.

— Bruxa.

— Bunduda. 

Peguei-a de surpresa ao apertar sua bunda, fazendo-a ofegar.

— Safada.

— Bom, isso eu sou mesmo. 

— Cachorra, piranha, vadia, escrota, puta. 

Aproximei meu rosto bem mais do seu deixando nossas bocas bem próximas para sussurrar:

— Mais o quê? 

Senti seu corpo estremecer em meus braços e seus olhos se arregalaram um pouco, em segundos seu rosto ganhou uma forte coloração vermelha. 

— Estúpida. Argh!

Tentou me empurrar de novo e eu mantive a mão firme na borda da piscina, pressionando mais meu corpo ao dela. Não tinha como Camila fugir dali, a menos que fosse mais forte do que eu. O que obviamente ela não é.

— Você me provocou ontem, por que eu não posso dar o troco hoje? 

— Nossa, que maduro da sua parte. 

— Não tem nada a ver com maturidade Camz. — Colei minha boca em seu ouvido de novo — Tem a ver com tesão, sabe? Desejo, vontade, loucura, diversão... Prazer.

Sussurrei de forma bem provocante a última parte levando uma mão até sua bunda para apertar firme mais uma vez. Dessa vez eu realmente a apalpei com vontade, matando todo meu desejo de acariciar aquela parte tão incrivelmente atraente.

Ela não me provocou ontem? Porque eu não poderia dar o troco hoje?

— Eu juro que um dia você ainda vai querer me comer. 

Falou rindo nervosamente e eu dei um sorriso de lado. 

— E quem garante que esse dia não é hoje? 

Ela me olhou incrédula por uns segundos quando viu que eu estava falando sério. Camila engoliu a saliva que se formou em sua boca, desviando o olhar do meu. 

— Lo, v-você... 

Ela tentou falar mais eu coloquei meu dedo indicar em seus lábios. 

— Não fala nada, apenas sinta. 

Coloquei minhas duas mãos na parte de trás das suas coxas e as puxei para cima, abrindo-as em seguida e me encaixando entre elas. 

— Lauuureen... − Ela gemeu arrastadamente quando eu mordi seu pescoço e o lambi. Apenas ri dando continuidade ao meu trabalho. Passei minhas unhas curtas em sua barriga e cintura, sentindo-a tremer cada vez mais em meus braços. — L-lauren... 

Ela gemeu outra vez quando eu ameacei passar minha mão em seu centro. Soltei um risinho safado em seu ouvido, uma adição a toda provocação. 

— Está gostando, Camila? 

Saboreei seu nome em minha boca falando de uma forma tão erótica que eu tinha certeza que se fosse outra garota ali me agarraria nesse exato momento. 

Camila soltou outro gemido, agora mais forte e eu continuei minhas provocações. Subi minha mão direita por sua barriga e comecei a ir em direção ao seu seio esquerdo. Afastei meu rosto para poder olhá-la e vi que ela estava com os olhos fechados mordendo o lábio inferior com força. Bingo! Consegui. 

Afastei-me rapidamente dela, que abriu os olhos me olhando com certa raiva e... frustração? 

— O que você acha que ta fazendo s-sua s-ua... argh. 

Ela nem conseguia falar direito, sua respiração estava completamente descompassada. Eu ri e me afastei mais dela, indo até a outra borda da piscina dando impulso para sair da mesma.

— Estou te ensinando que não se deve provocar Lauren Jauregui. 

Dei-lhe meu melhor sorriso convencido e pude vê-la ficar boquiaberta, totalmente atônita a tudo que acabara de acontecer. 

— Estúpida!

Gritou para mim quando eu já estava quase entrando em casa de novo, eu virei para ela com um sorriso debochado e lhe mandei um beijo no ar.

— Você tem meia hora para se aliviar e depois desça para tomar café, ok? 

Falei no meu melhor estilo cafajeste, ela arregalou seus olhos, olhando-me com uma expressão assustada. Gargalhei alto e me virei para entrar em casa, deixando na piscina uma Camila totalmente sem graça, corada e, molhada... literalmente.

Enrolei-me na toalha que estava na mesa de canto perto da porta e desci em direção à cozinha. 

Ela pensaria duas vezes antes de me provocar outra vez.

*

Fui até a geladeira e agradeci mentalmente por ter comprado frutas essa semana, sei o quanto Camila adora se alimentar bem. Peguei algumas e coloquei em cima do balcão para preparar um café da manhã saudável e gostoso para ela.

Estava quase terminando de pôr a mesa quando ouvi passos firmes na escada. Olhei para trás por cima do meu ombro e pude ver Camila sentar no banco de frente para mim e me fuzilar com os olhos.

— Foi prazeroso? 

Provoquei-a da mesma forma que ela me provocou ontem e pude ouvi-la dar uma risada sarcástica. Segundos depois a senti colar seu corpo no meu e sussurrar em meu ouvido:

— Eu preferia que fossem os seus dedos me levando ao ápice. 

Maldita seja essa voz arrastada, maldita seja essa Camila provocadora, maldita seja. Filha da puta, ela reverteu à situação de tal forma que eu quase cortei meu dedo quando suas palavras me atingiram. Ouvi sua risada escandalosa tomar conta de todo o ambiente e olhei incrédula para ela que sentava a mesa com um sorriso convencido no rosto. 

Maldita latina, que virada de jogo épica!

— Eu queria saber com quem você anda aprendendo essas coisas. 

— Ora, não sabe? Com você mesma. − Fiz-me de ofendida e ela riu, indo em direção à mesa posta. — Hmmmm. Do jeito que eu gosto. 

Falou com os olhos brilhando ao ver a mesa do café da manhã. Era um real banquete, havia morangos cortados numa tigela, mamão, melancia, pãezinhos, cereal, uvas e claro que não pode faltar o café. Afinal de contas, Camila e eu somos amantes dessa bebida tão maravilhosa.

— Eu peguei suas coisas preferidas. 

— Você é um amor. — Ela falou animada e eu joguei meu cabelo para o lado de forma convencida. — Mas ainda te odeio. 

— Odeia nada. 

— Odeio. 

— Não odeia. 

— Odeio sim, sua puta. 

— Ama mesmo me xingar, não é? 

— Amo. 

— Eu sei. 

Olhei-a de forma sugestiva enquanto levava um morango para a boca mordendo-o sensualmente sem quebrar o contato visual com Camila. Pude ver uma ondinha em sua garganta, revelando que ela havia engolido saliva.

— Você é tão pervertida, depois não sabe com quem eu aprendo a ser assim. 

Ri alto e voltei minha atenção para o café. É sempre divertida qualquer refeição que eu fazia com Camila, aliás, tudo com ela fica mais divertido. 

 

 

CAMILA CABELLO.

 

— Lauren, merda! Para de ficar roubando os morangos do meu prato. 

Reclamei pela milésima vez com Lauren porque ela tem a péssima mania de pegar as comidas do meu prato. É sempre assim, não gosta de compartilhar, mas adora roubar comida alheia. 

— Chata. 

— Irritante. 

Dei-lhe língua e ela apoiou os cotovelos na mesa, me olhando com uma sobrancelha arqueada.

— Quem dá língua quer beijo. 

— Não começa. 

Pedi séria e ela levantou os braços, fazendo sinal de rendição. 

Terminamos nosso café da manhã e eu a ajudei a lavar toda a bagunça que fizemos. 

— Então... — me chamou a atenção enquanto nos jogávamos no sofá, eu a olhei fazendo um som nasal para que ela prosseguisse com a frase. — O que vamos fazer agora? 

— Eu não quero sair desse sofá tão cedo. 

Falei manhosa e engatinhei até ela, deitando em sua barriga e enterrando minha cabeça eu seu pescoço. 

— Não quer sair de cima do sofá, ou de mim? 

Perguntou divertida e eu ri. 

— Você é meu travesseiro preferido, Lolo. Sabe disso. 

— Sei mesmo. 

Ela me aconchegou mais em seu colo e eu senti meu corpo todo relaxar. Simplesmente amo o conforto e a segurança que os braços de Lauren me trazem. 

Acabamos optando por fazer uma maratona de séries. Isso acabou gerando uma pequena discussão para decidir quais séries seriam as escolhidas, já que Lauren queria assistir sua série preferida e eu queria assistir a minha. O problema é que: a Lo só gosta de coisas de terror e sua série favorita é nada mais, nada menos, que American Horror Story. Já a minha é Pretty Little Liars, olha a diferença de gêneros. 

— Lo, eu tenho medo de assistir isso. 

Acabei cedendo à vontade dela já que ela sempre cedia as minhas. Eu realmente tinha medo desse seriado, além de ser realmente assustador, era necessário prestar muita atenção para não ficar doida com tanta confusão.

— Eu estou aqui Camz. Não vou te deixar sentir medo, eu te protejo. Se você não quiser mais assistir eu tiro, sem problemas. Está bom assim?  

Falou com aquela voz roucamente doce que sempre me relaxa, assenti me aconchegando melhor em seu peito. Sentia-me muito segura com ela.

— Obrigada por estar aqui comigo.

— Eu sempre vou estar aqui pequena. 

Sussurrou em meu ouvido, me fazendo abrir um sorriso. 

— Digo o mesmo. 

Falei no mesmo tom que o seu e ela me apertou mais em seus braços, beijando o topo da minha cabeça.

Eu nem fiquei com tanto medo assim de assistir alguns episódios da série, até porque Lauren sempre dava o jeito dela de me distrair quando passava alguma cena mais forte. 

No final da tarde ela colocou Pretty Little Liars para me agradar e eu agradeci imensamente por isso. Ficamos até a noite, jogadas no sofá assistindo séries e comendo besteiras. E foi mais uma tarde perfeita das outras tantas milhares que eu já passei com a minha melhor amiga. 

Vocês podem chamar nossa relação de irmandade, amizade colorida ou qualquer coisa do tipo... Afinal, rola de quase tudo entre nós duas, menos as coisas que os casais fazem, tais como: beijar e fazer sexo. Porém, tocar e, provocar, é sempre válido. Temos bastante intimidade para isso, nos respeitamos e confiamos uma na outra, sempre sabemos o momento certo de parar. Tirando algumas coisas, nós vamos a encontros e passamos as tardes chuvosas agarradinhas. Diversas vezes dormimos juntas e cuidamos uma da outra.

Sim, nós temos uma amizade perfeita. 

— Lolo... – Chamei baixinho depois que acabamos de assistir mais um episódio, ela se remexeu um pouco, mas não respondeu. Acho que ela acabou dormindo. — Lolo... 

Chamei de novo e levantei o rosto a tempo de vê-la abrir os olhos e sorrir para mim, bocejando brevemente.

— Dormi de novo né? 

Riu sem jeito e eu acabei rindo também. 

— Sim, como sempre. 

Levantei-me de seu colo e sentei no sofá, sendo acompanhada por ela que se sentou também.

— Desculpa. Eu juro que fico acordada na próxima. 

— Você falou isso na última vez também. 

— Eu tenho que parar de agir como uma velha. 

— Tem mesmo. Rabugenta já é. Só não tem idade e nem corpo de velha, apesar de ter algumas rugas de expressão.

Tentei tocar seu rosto, mas Lauren afastou minha mão. 

— Idiota. 

— Anciã. 

— Bebezão. 

— Okay, chega. — Me espreguicei soltando um gemido satisfatório quando alguns ossos do meu corpo estalaram. — Eu vou para casa, Lo. 

Olhei para ela que fez beicinho me olhando com aquela maldita carinha de cachorrinho. Lá vem chantagem.  Lauren sempre faz isso para me convencer, sabe que eu cedo fácil para todas as vontades dela quando ela faz isso.

— Nãaaaaaaao! 

Fez manha se jogando em meu colo e enfiando a cabeça entre minhas pernas, deixando-as abertas. Em outros casos essa posição seria um pouco estranha, mas toda vez que Lauren faz birra, ela enfia a cabeça ali... É... bem ali mesmo.

Nem ela sabe explicar o porquê disso.

— Nem vem, Lo. Hoje não vai colar. 

Ela soltou um bufo, mas continuou com a cabeça na mesma posição. 

— Sabe que eu odeio quando você vai para casa sozinha. Fica naquele lugar sem ninguém... Longe da minha proteção. 

Eu quase ri de seu tom choroso, porém ela fica tão fofa toda preocupada assim. Eu sinto vontade de mordê-la toda. 

— Eu já sou adulta, mocinha. 

Ela tirou sua cabeça do meio das minhas pernas e soltou um suspiro triste. 

— Para mim você ainda é aquela menininha correndo na chuva porque esqueceu o celular em casa e não podia ligar para alguém buscá-la na festa. 

Ela relembrou sorrindo o dia em que a gente se conheceu.

— Não sou não. E agora tenho meu emprego, meu próprio carro que está no conserto, mas eu vou pegar em breve. E agora tenho minha própria casa. Então mocinha, eu já sou bem crescidinha. 

Apertei seu nariz e ela fez uma carinha fofa, mordendo meu dedo em seguida. 

— Pelo menos me deixe te levar em casa então.

Sugeriu, apesar de ter soado como afirmação de que ela faria mesmo aquilo. 

— Lauren... 

— Por favor, sabe que eu nem durmo direito quando você volta sozinha para casa.  

Rendi-me e concordei, era impossível argumentar com ela de qualquer forma. Lauren sorriu vitoriosa e correu para pegar as chaves de seu carro. 

__________________________________

Assim que estacionamos em frente minha casa, eu olhei para ela que tinha aquela mesma expressão triste no rosto, chantagista

 

— Não faça essa carinha. 

Fingi-me de séria e ela soltou um suspiro derrotado. 

— Não sei por que você não mora de vez lá no meu apartamento, sabe muito bem que tem espaço mais do que suficiente para você. 

Lá vem ela com essa história de novo. Lauren é muito protetora, às vezes até demais. Eu amo, mas também me tira do sério.

— Nós já conversamos sobre isso, eu não quero... 

Ela nem me deixou terminar, cortou-me recitando o meu discurso de sempre.

— Não quer tirar minha privacidade e nem me dar trabalho. Já é bem crescidinha e sabe se virar sozinha. Eu já sei disso tudo, mesmo assim ainda quero você perto de mim. 

— Nem adianta tentar me persuadir, você não irá conseguir. 

— Tudo bem então. 

Finalmente cedeu e eu sorri inclinando-me sobre o banco para lhe dar um beijo no rosto, o qual ela desviou. 

— Vai ficar fugindo? — Perguntei e ela assentiu sorrindo travessa.— Então tudo bem. 

Voltei a ficar sentada e tirei meu cinto, já estava pronta para sair do carro quando senti sua mão na minha puxando-me de volta.

— Vem cá, anã bunduda. 

Imitou a voz de Dinah me fazendo rir alto. Não sei por que ela tem essa mania de me chamar assim. 

— Cabeça de vento. Até amanhã. 

Dei-lhe um beijo estalado na bochecha e ela sorriu. 

— Até amanhã. 

Pisquei para ela e abri a porta do carro. 

— Camz... − Ouvi-a me chamar e me abaixei para olhá-la. — Não esquece que sábado você vai comigo no casamento do meu pai. 

Lembrou-me e eu revirei os olhos. Aquele já devia ser o que... Talvez o quinto casamento? 

Eu amo o tio Michael, muito, mas ele precisa encontrar uma mulher que não o abandone quando encontrar um cara mais rico.

— Sério? 

Perguntei retoricamente rezando pra ela me tirar fora dessa, mas ela acenou com a cabeça em concordância. Revirei os olhos. O que não fazemos pela melhor amiga, não é?

— Tudo bem.

Vi ela sorrir em agradecimento e sorri também. Eu sabia o quanto ela odiava ter que comparecer nessas coisas, mas é o pai dela, ela tem que ir, certo?

— Muito obrigada. 

— O que eu não faço por você, não é?

Ela deu de ombros e me mandou um beijo no ar. Afastei-me de seu carro acenando para Lauren antes que ela sumisse na esquina. Dirigi-me até o meu prédio com um sorriso no rosto. 

— Boa noite, dona Camila. 

Shawn, meu porteiro, me cumprimentou educadamente como sempre, também com aquele mesmo sorriso galanteador de sempre. Qual era dele afinal? Sério que ele achava que eu sairia com ele? 

— Boa noite, Mendes. 

Respondi simpática e ele sorriu mais ainda. 

— Você está linda hoje. Aliás, como sempre. 

Falou galante e eu revirei os olhos. Lauren não o suporta. O motivo é simples: ciúme. 

— Obrigada. 

O agradeci e quase corri para o elevador, mais alguns segundos perto daquele rapaz era capaz de eu ligar para Lauren me buscar e me levar de volta para o apartamento dela. Não que ele não fosse charmoso e simpático é que... eu não sinto aquela atração por ele, sabe? E ele tem um jeito meio estranho de ser... ainda acho que ele é bi, sei lá. Tanto faz, não me importa mesmo. 

Abri a porta do meu apartamento e senti aquele cheiro de Rosas invadir minhas narinas, fazendo-me sorrir abertamente. Amo o cheiro da minha casa.

Meu apartamento é diferente do da Lauren, é bem pequeno, tem apenas um quarto, um banheiro no corredor, uma sala um pouco grande, uma cozinha média, uma sala com algumas fotografias minhas e pinturas e, também uma varanda. 

Apesar de minha família ter dinheiro e poder me dar um apartamento grande, eu me desliguei totalmente deles depois da última discussão que tivemos e, bom, com isso eu fiquei responsável por mim mesma, já que não aceitei nenhum dinheiro deles e nem a ajuda de Lauren. Abri minha própria galeria e consigo me manter bem, até que agora as coisas estão melhorando e se Deus quiser e os executivos Canadenses aceitar alguns quadros da minha galeria, tudo irá melhorar, eu só estou esperando uma ligação. 

Tomei um banho demorado sentindo a água quente relaxar todos os meus músculos. Saí do banheiro enrolada na toalha e ouvi meu celular tocar. 

Corri até a minha calça e o peguei. Senti meu coração acelerar ao ver o nome de Sandra, a secretária do poderoso executivo que se interessou por minhas obras. 

— Camila? 

 

Ouvi sua voz me chamar do outro lado, ela parecia bem animada. 

— Sandra... A que devo a honra?

Sentei na ponta da cama e encarei meu reflexo no espelho que tem na porta do meu guarda-roupa. 

— Está sentada? 

Perguntou ainda animada e eu senti meu coração parar por uns segundos. Será que? 

— Sim, estou sim. 

 

— Eles aceitaram. 

 

Quando ela falou aquilo senti uma vontade enorme de correr pelas ruas de Nova Iorque gritando para todo mundo que eu consegui. Principalmente para Lauren que me apoiou e me deu tanta força. 

— V-verdade? 

Eu ainda estava sem reação, não parecia real. Pude ouvi-la concordar rindo do outro lado da linha animadamente. Depois de conversar tantas vezes com ela acabamos criando uma meia amizade à distância já que ela mora no Canadá e eu em NY. 

 

— Sim Mila, é seu. Ele amou as obras e os sócios dele também. 

 

— Oh meu Deus!

 

— Eu sabia que você ia gostar de saber, por isso nem esperei até amanhã para poder te contar. 

 

— Eu ainda não acredito totalmente. 

Confessei com uma animação infantil e ela riu. 

— Bom, então acredite. 

 

— Mas... e então, como vai ser? 

— Bom era isso que queria te falar também. Você vai precisar vir para o Canadá, tem algum problema? 

 

— Não! Não! Nenhum problema. 

Concordei na hora mais animada ainda, estava quase saltitando na cama. 

— Você vai ter que passar seis semanas aqui Mila.

 

Quando ela falou isso eu senti um estranho arrepio no corpo. Seis semanas? Eu sei que seria excelente para mim, mas como eu aguentaria passar esse tempo todo longe de Lauren?

E pior, como ela iria reagir a isso? 

— Mila? Você ainda está ai? 

 

Nem percebi que fiquei muda, só despertei dos meus pensamentos quando eu ouvi a voz preocupada de Sandra.

— Seis semanas, nossa... é bastante tempo. 

Falei ainda sem acreditar e ela soltou um suspiro. 

— Eu sei, mas como você não tem ninguém ai pra te segurar não será um problema, certo? 

 

— Tem a Lo... 

Lembrei cabisbaixa, só de pensar em ficar esse tempo todo longe dela já me sentia triste. Sandra murmurou um “verdade” baixinho. Ela sabia sobre Lauren, ela era quase minha segunda confidente de outro país. 

— Ah, mas ela como sua melhor amiga vai entender, certo? Afinal, é o que você queria, não é? Ela não te apoiou desde o início? 

 

— Tem razão. Ela vai entender. Eu só... vou ficar com saudade dela. 

Confessei sem jeito e ouvi a risada de Sandra. 

— Se eu não conhecesse você, juraria que você é completamente apaixonada por ela.

 

Eu ri nervosamente ao ouvir aquilo. Claro que eu sou apaixonada por Lauren, mas não desse jeito que ela sugeriu.

— Mas eu sou. Ela é minha melhor amiga, a pessoa mais importante da minha vida. 

— Tem razão... mas então, voltando ao assunto, vai aceitar? 

 

Pensei por uns segundos e... Por que não? Seis semanas passa rápido, eu sei que Lauren ficará feliz por mim. 

— Aceito!

Falei com certeza e Sandra comemorou. 

— Sexta feira que vem você embarca para as minhas terras, moça. 

 

Avisou-me eu ri. 

— Até sexta que vem, Sandra. 

— Até, Mila. 

 

Desliguei o telefone e me joguei na cama de braços abertos. 

Eu consegui! 

Seis semanas. 

Lauren.

Canadá.

Meu futuro. 

Eram os pensamentos que passavam pela minha cabeça sem parar desde que eu desliguei o celular. 

Sentei-me na cama e encarei meu reflexo de novo.

— É a sua chance — Falei para mim mesma ainda me olhado no espelho. — Está na hora de sua vida mudar. 

Mudança, mudar é sempre bom. A questão é...

O quanto a minha vida vai mudar com essa viagem? 


Notas Finais


entãaaaaaaaaaaaaaao como estamos?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...