- Chris, sabe o que eu percebi? O hotel... o hotel já não está mais aqui. - Dulce afirmou. Estava deitada sobre o peito dele, que a abraçava. - O que aconteceu?
- O velho morreu de uma infecção. Ele tinha feito uma cirurgia cardíaca e desenvolveu uma bactéria letal que pegou no hospital. Depois disso, os filhos dele venderam o hotel e repartiram o dinheiro entre eles. - Ucker explicou. - Os novos proprietários desmancharam o hotel para mudar a empresa deles para o espaço onde ficava o hotel, mas não fizeram nenhuma obra depois do desmanche.
- Como sabe? - ela perguntou, curiosa.
- Bom... acho que você deve imaginar. Eu visitava este lugar todos os dias. - ele respondeu, depositando um beijo na testa dela, enquanto acariciava seus longos fios de cabelos claros.
- Atrás da Natália, é? - Dulce perguntou, enciumada.
- Atrás de você! Este é o único lugar que eu sabia que poderia estar. A Renata até cansou de me olhar e responder a mesma coisa. - ele riu com suas lembranças.
- E a Renata? Sabe o que aconteceu com ela? - Dulce perguntou, curiosa.
- Uns quatro anos depois que você saiu, a Renata se mudou. Acho que está morando na Espanha. - disse ele.
- Eu tenho saudades dela! A Renata sempre foi guerreira e nunca desistiu de seus sonhos.
- Eu também nunca desisti, ainda que tivesse mil motivos para isso, sempre procurei por você. Eu quero te ajudar a prender o assassino ou os assassinos de seus pais. - Ucker se sentou, fitando-a, surpresa. - Ainda que eles sejam meus próprios pais. Eu quero justiça e um crime como este não pode ficar impune.
- Você já me fez esta mesma promessa há onze anos atrás! - ela respondeu. - Eu não quero e nem vou me enganar de novo.
- Eu não vou te enganar de novo! Acredita em mim, Dulce Maria! Eu não quero te perder, já paguei o preço por ter sido tão idiota com você no passado. Eu quero te ajudar a prender os assassinos, mesmo que sejam meus próprios pais. - Ucker afirmou. - Você deixa eu te ajudar?
- Não precisa! Não quero ver um filho levando os próprios pais para a cadeia. - disse ela. - Por favor, não quero que toque neste assunto. Apesar de ter passado doze anos da morte deles, isso ainda me dói muito! Acho que nunca superei e nem vou superar.
- Me desculpa, Dul! Eu não quero te ferir novamente, não quero te magoar. Eu sei muito bem que tudo isso te machuca muito. - Ucker respondeu, abraçando-a. - Se arrume! Quero te levar na cachoeira.
- Pode virar o rosto? Vou me trocar! - Dulce pediu, sorrindo de alegria.
- Para de bobagens, minha linda! Até parece que esta noite não vi todo o seu corpo nu. - disse ele, segurando o riso.
- Do que está rindo? Meu corpo é feio? É tão feio assim? - Dulce perguntou.
- Claro que não! Seu corpo é maravilhoso. - disse ele. - Estou rindo por ter me pedido para me virar. Eu vi tudo o que está aí.
- Se você fosse meu marido, eu não teria vergonha, mas você é apenas o pai das minhas filhas.
- Eu não sou nem seu namorado? - Ucker perguntou, fazendo biquinho.
- Não! Será que agora dá pra virar? Eu preciso me trocar, Christopher Uckermann. - Ucker não respondeu. Apenas se enrolou nos lençóis e esperou Dulce terminar de se trocar. - Agora, pode se virar! Já terminei. - Dulce respondeu. Ela vestiu uma regata preta e um short jeans branco. Ucker não perdeu tempo e se levantou.
- Agora eu vou me trocar! - disse ele.
- Na verdade, você vai vestir uma roupa decente. - ela riu. Christopher estava usando apenas uma cueca boxer azul escura. Ele vestiu uma bermuda e uma camiseta confortável. - Agora vamos! Está pronta para visitar a montanha e a cachoeira?
- Claro, Chris! Faz tempo que não venho aqui! Quero matar as saudades que tenho deste lugar. - Dulce respondeu.
- Nós vamos, minha vida! - Ucker trancou o quarto e saíram.
- Chris, eu tenho muito que agradecer a você por tudo o que está fazendo por mim! Eu estou me sentindo muito feliz. Você não sabe a alegria que sinto em estar aqui, em pisar neste solo novamente.
- Dul, não tem que agradecer nada! Você merece tudo isso, merece muito mais. - Ucker respondeu. Caminharam alguns metros, até ouvirem o barulho das águas que caíam da cachoeira. Dulce sentiu algo muito mágico naquele momento. Um filme de tudo o que ela viveu lá passava por sua cabeça em questão de segundos.
- A cachoeira continua magnífica e bela, Chris! Este dia seria tão perfeito se nossas filhas tivessem presentes.
- Seria sim! Eu não queria aborrecê-las, até porquê, teremos muitas oportunidades para voltar aqui sempre que quisermos. - disse ele. - Eu também queria que este momento fosse só nosso.
- Vamos subir? Quero ver a montanha! - antes que ele pudesse responder, Dulce subia ansiosa e apressadamente a imensa ladeira de pedras que levava até a grande montanha, localizada atrás da cachoeira. Assim que chegou, Dulce se ajoelhou e parecia recordar tudo o que viveu, desde momentos bons até momentos inesquecíveis. Depois de matar as saudades da reserva ambiental, de se divertirem e se emocionarem juntos, Dulce e Christopher resolveram ir embora, mesmo que não quisessem sair de lá nunca mais. - Chris, eu nunca vou me esquecer de tudo o que está fazendo por mim. Eu já não sei mais o que te dizer para te agradecer. Só tenho que te dizer que estou muito feliz com tudo. Muito obrigada.
- Oh, minha linda! Não tem que agradecer! Te amo e sou capaz de fazer qualquer coisa pra te ver feliz como está. Não sabe a alegria que sinto por te ver assim. - Ucker respondeu. - Agora vou te levar em casa, pra descansar um pouco. - Algumas horas depois, eles chegaram em frente a casa de Dulce, desceram do carro e entraram.
- Dulce! Como foi o passeio, amiga? - Zora perguntou, abraçando-a.
- Foi maravilhoso, Zora! - ela respondeu, com um largo sorriso estampado em seu rosto. - O Chris me levou até a reserva. - Christopher sorriu.
- Bom dia, Zoraida! E minhas filhas? - Ucker cumprimentou-a.
- O Eddy acabou de levá-las para o colégio. - Zora respondeu.
- Eu vou trabalhar um pouco! - disse ele. - Dul, não precisa ir hoje. Pode descansar.
- Vou te levar até a porta! - Dulce se despediu de Christopher e logo, ele foi embora.
- Dulce, esta reserva que você disse é a reserva ambiental? - Zora perguntou, incrédula.
- Exatamente! Eu vi a Esmeralda! Até tentei pegá-la, mas ela está com quase o triplo de seu peso.
- Meu Deus! E o que você sentiu?
- Eu amei tudo, mas tem algo que não deveria ter acontecido. - Dulce falou, um pouco cabisbaixa.
- É o que estou pensando? Você e o Christopher... - Dulce interrompeu.
- Nós passamos a noite juntos, no mesmo quarto, na mesma cama! - ela confessou, mirando Zoraida incrédula e surpresa. - Eu amei, não vou negar. Até queria que o dia nunca mais acabasse.
- Dul, eu não acredito que você se entregou novamente para ele, o único responsável por toda a sua dor e sofrimento. Eu não consigo te entender. - Zora respondeu.
- Você disse que iria me apoiar em todas as minhas decisões, ainda que fosse ao lado do Christopher! - Dulce lembrou.
- Eu sei, mas não quero te ver sofrer, amiga! Só o que quero é o seu bem.
- Mesmo que o meu bem seja ao lado dele, você me apoiaria? - ela perguntou.
- Eu não vou mentir, Dul! Estou muito surpresa com tudo o que me revelou! Eu te adoro muito, você é a irmã que meus pais não me deram, mas tenho que te dizer que você é muito teimosa. Se esta é sua felicidade, eu te apoio sim. - Zora respondeu, abraçando-a. - Você sempre poderá contar comigo.
- Obrigada, amiga! Também te adoro muito. - Dulce respondeu.
Na empresa Vonucker Glamour
- Bom dia, Anny! - Christopher cumprimentou a amiga, com um sorriso enorme nos lábios.
- Bom dia, Ucker! O que aconteceu? Por acaso viu um passarinho azul?
- Não! Eu vi a Branca de neve! - Ucker respondeu, sorridente. - Eu estava com a Dulce. Levei ela até a reserva ambiental onde ela vivia.
- Caramba! É sério, Ucker? - Anny duvidou.
- E aí, Christopher? Não vai nos contar o motivo de sua felicidade? - Poncho perguntou, chegando repentinamente onde estavam, e dando um tapinha no ombro do amigo.
- Conta pra ele, Anny! Eu preciso trabalhar. - Ucker falou, entrando em sua sala.
- Nem deu tempo dizer que aquela bruxa está esperando por ele! - disse ela.
- Ah, agora ela é bruxa? - Poncho perguntou, debochando. - Esqueceu que você estava empurrando a Belinda para ele?
- Não! É isso que me revolta, gatinho. - Anny afirmou, dando um selinho demorado nele. - Mas não vem me condenar, bebezinho. Isso foi bem antes da Dulce voltar.
- Você deveria ter respeitado o tempo dele, amor! Agora a Belinda está aí, fazendo birra pra falar com o Ucker. Já vi que isso não vai dar nada que preste. - Poncho afirmou. - Anny, eu vou no outro setor verificar como estão as coisas. - disse ele, saindo rapidamente.
Enquanto isso...
- Belinda? O que está fazendo aqui? - Christopher perguntou, assim que entrou em sua sala.
- Como vai, meu amor? Estava com saudades de mim? - ela perguntou, segurando-o pela gravata.
- Eu preciso trabalhar, Belinda! Será que pode me deixar trabalhar um pouco? - ele perguntou, tentando se livrar dela.
- Espera, Chris! Vamos aproveitar um pouco!
- Para de me chamar de Chris! Já disse que não gosto que me chamem assim. - ordenou, se soltando dela. - Eu já deixei bem claro que não te amo.
- Eu sei, você ama a tal de Dulce Maria! - ela respondeu, fitando-o. - Você ainda vai me amar.
- A Dulce está de volta! Estamos juntos, se quer saber! - Ucker respondeu. - Agora sai da minha sala. Não quero mais te ver na minha frente. - Christopher abriu a porta e empurrou ela para fora. - Oh, meu Deus! O que faço agora? - ele perguntou para si mesmo, se acomodando em sua cadeira.
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