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História A Mistura Perfeita - Capítulo 76


Escrita por: C_Mar_

Notas do Autor


Meus amores, voltei com um capítulo especial. ^^

Boa leitura!

Capítulo 76 - Capítulo 76


Fanfic / Fanfiction A Mistura Perfeita - Capítulo 76

Sentei com cuidado no colchão e olhei para ver se ele continuava dormindo. Ao confirmar, levantei calmamente da cama e saí do quarto. 

Abri a porta ao lado e observei meu anjinho dormindo tranquilamente. Aproximei-me, deixei um beijinho na sua testa e a observei. Nashi é tão linda e eu tenho tanto orgulho dessa menina. Lhe dei outro beijo, dessa vez na bochecha gordinha e tomei cuidado ao fechar a porta atrás de mim.

Mês passado decidi que minha filha passaria para o outro quarto. Nós duas fomos à loja de móveis, a deixei escolher uma cama e cômoda. Ela também escolheu as roupas de cama, tudo de acordo com seu gosto. Queria que Nashi sentisse que aquele cômodo era realmente seu.

Foi um processo de adaptação difícil. Nas primeiras semanas, ela acordava chorando no meio da madrugada e depois passou a ir tropeçando até minha cama. Hoje consegue passar uma noite inteira, mas às vezes ainda recebo as visitas noturnas. Sendo sincera, foi bem difícil para mim também. Passei tantos anos dormindo com alguém e de repente precisei acostumar-me a estar sozinha na cama, mas sei que já estava na hora de darmos esse passo.

Ontem foi Natal, ou seja, aniversário de 5 anos da minha menina e no dia anterior, o meu de 31. Como sempre, foi tudo muito especial. Natsu e Nashi fizeram uma surpresa para mim com bolo, docinhos, parabéns e desenhos. Foi muito divertido e aqueceu meu coração. Claro que fizemos algo para nossa pequena também e conseguimos que fosse perfeito. Dois dias muito felizes.

Procurei o relógio na parede e surpreendi-me ao ver que era 2h30. Eu dormi há 1 hora e já estou aqui.

Sinto-me inquieta com algo e não sei o que é.

Peguei a garrafa de vinho que sobrou da comemoração natalina e também uma taça. Cogitei sentar no sofá, mas mudei de ideia. Abri completamente a janela, servi-me uma taça do líquido vermelho e observei o céu escuro. Tomei o primeiro gole e debrucei-me no parapeito.

É curioso como a vida passa e tudo muda em um piscar de olhos. Não podemos ter certeza de nada, pois até a mais certa das situações pode mudar.

Um ano e alguns meses, pouco tempo e muitas mudanças na minha vida.

Uma vida melhor.

Não foi apenas o exterior que mudou, eu mudei. Consigo olhar para trás e enxergar diferenças em mim, mas se alguém pedir para apontá-las, não saberei fazer.

Minha perna estava cansada, então deixei os itens no canto, dei um impulso e sentei no parapeito. Peguei novamente a garrafa e taça. Encostei na lateral da janela e apoiei o pé do outro lado. Tomei mais um gole de vinho e apoiei a garrafa entre as pernas.

Fechei os olhos ao sentir a fria brisa noturna atingir meu rosto. Olhei novamente para o céu e percebi como é difícil ver as estrelas. Na minha antiga cidade, é possível vê-las de qualquer lugar. Bastava parar e olhar para o céu.

Eu sinto falta disso.

Minha atenção foi presa pela lua e eu fiz algo que há muito não fazia.

"Oi, mãe. Oi, pai. Tudo bem? Eu 'tô bem. Vocês têm me observado? Espero que sim e que não seja o tempo todo. Espero que tenham fechado os olhos em alguns momentos. Viram como Nashi cresceu? Como é esperta, inteligente e linda? O quão boa filha e ser humano é? Eu tenho certeza que ela adoraria conhecer vocês. Se Nashi ama a imagem que passei, imagina pessoalmente. Assim como tenho certeza que vocês todos passariam um bom momento juntos. Eu sinto saudades."

Sequei as lágrimas e tomei mais um gole de vinho.

Voltei a encarar o céu e em seguida fechei os olhos novamente. Não sei há quanto tempo eu estava ali, mas ao tocar meu rosto, o senti frio. Virei a taça para esquentar. É para isso que serve o vinho, não é? Servi-me mais e girei o líquido na taça.

— Algum problema? – quase derrubei a garrafa.

Olhei para o cômodo e estava tudo escuro, até Natsu acender o abajur.

Que susto, porra! – meu coração estava acelerado. — Eu… quer me matar?

— Eu não, mas acho que você sim. Sentada no parapeito e bebendo ainda por cima.

Estendeu a mão para ajudar-me a descer e eu neguei. Ofereci a garrafa, ele negou. Suspirou, encostou no sofá e cruzou os braços.

— Seu chato.

Ele riu.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou.

— Eu que pergunto isso. 

— Acordei e quando fui te abraçar, o lado 'tava vazio e frio. Me preocupei.

— Desculpa. – bebi.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. Só… Me senti inquieta e não consegui dormir.

— Aí achou que sentar no parapeito da janela e beber vinho era uma boa escolha?

— Tem grade aqui, esqueceu? – apontei. — Não cairei lá embaixo.

— É, mas pode pegar um resfriado.

Ri e ele levantou uma sobrancelha.

— Parece frase de novela. – negou com a cabeça. — Lembra quando nós fomos acampar nas montanhas? – assentiu. — A vista era tão linda, né? – assentiu novamente. — Aqui nem dá 'pra ver as estrelas. – suspirei.

— Você sente saudades de lá? – perguntou claramente surpreso.

— É estranho? 

— Bom, é. Na verdade, não. Foram 30 anos naquele lugar, acho compreensível.

— Eu 'tava pensando em aproveitar essas férias e levá-la 'pra acampar. O que você acha? A gente faz um programa em família.

Ele desencostou do sofá e aproximou-se. Pegou a taça da minha mão e tomou um gole de vinho.

— Acho ótimo. – devolveu. — Espera um pouco aqui. – foi em direção ao quarto.

Antes ele queria que eu descesse, agora que espere aqui. Que homem confuso ou vai ver ele está bêbado ou eu estou.

— Até parece que duas taças de vinho me fariam isso. – servi-me a terceira. — Se bem que às vezes eu queria que sim. – ri. — Não 'tô bêbada. Só 'tô falando sozinha.

Tomei mais um gole e o vi voltar.

— O que você foi fazer?

— Nada. – disse. — Já sabe que dia vai querer ir?

— Em janeiro é bom. Lembro que o tempo fica agradável nessa época.

— Janeiro então.

— Será uma ótima experiência 'pra ela, 'pra nós. – assentiu.

Natsu segurou minha mão e beijou a palma.

— Acho mesmo que devia descer daí. – neguei. — Você é muito teimosa, mulher.

— E você me ama desse jeitinho. – sorri e tomei o resto do líquido.

Natsu tentou me impedir de encher novamente a taça, mas fui mais rápida. Sorri vitoriosa. 

É sério, eu não estou bêbada.

— Amo mesmo. Amo muito. Amo 'pra caralho. – eita. — Por isso fiquei frustrado quando meus planos não deram certo.

— O q-

— Shiiiii. Por isso quero que você imagine que ainda estamos na noite de Natal. Consegue?

— P-

— Consegue?

— Hoje é dia 25 de dezembro. – assentiu.

— Seria óbvio demais dizer que nosso dia foi especial, porque, Luce, todos os dias com você são especiais. Até quando brigamos. – riu. — Por mais que ame Nashi fazendo parte de tudo, eu queria ficar um momento a sós com você, ter algo apenas nosso. Não pais, apenas Natsu e Lucy.

A menina estava elétrica ontem. Mesmo com chá de camomila, ela ficou acordada até 00h20 e logo nós fomos dormir, pois eu estava morta de cansaço.

— Não foi possível. – sorri pequeno.

— 'Tá sendo agora, ainda estamos no dia 25, lembra? – assenti. Ele apoiou os antebraços nas minhas coxas e brincou com meus dedos. — Há anos eu tenho esse plano, que nunca consegui executar… até hoje. – tomei mais um gole. Dessa vez ele conseguiu tirar a taça da minha mão e a apoiou no parapeito. — Se contarmos na ponta do lápis e ignorarmos todas as nossas idas e vindas, estamos juntos há mais de 10 anos. É muito tempo, muita história, né? – assenti. — Mas eu não 'tô satisfeito. Você sabe como sou ambicioso. – tirou o anel de coração do meu dedo. — Que tal mais 10 anos? 20? 30? 50? O resto das nossas vidas? – segurou minha mão direita. — Lucy Heartfilia, você aceita se casar comigo? – abriu sua esquerda e havia duas alianças.

É, eu acho que estou bêbada.

— O quê?

Ele riu.

— Repito quantas vezes for preciso. Lucy Heartfilia, você aceita se casar comigo?

— Você… 'Tá falando sério?

— Se eu 'tô sendo sério sobre casar com a pessoa a quem tanto amo e que também é a melhor mulher desse mundo? – eu não usaria essas palavras. — Se for isso, eu nunca fui tão sério. Lucy Heartfilia, você aceita se casar comigo?

Segurei seu rosto.

— É claro que eu aceito.

Joguei-me em seus braços e Natsu me segurou firme. Afastou-me, pegou minha mão direita e pôs a aliança no meu anelar. Peguei a sua mão direita, a outra aliança e a coloquei com um pouco de dificuldade, pois além da visão estar embaçada, eu tremia.

Envolvi os braços no seu pescoço e beijei seus lábios.

— Eu te amo tanto. – falei. — Casar com você será uma das maiores alegrias da minha vida.


Notas Finais


Nashi mudou de quarto. ✅
Noivado. ✅

Obrigada pelos comentários! ^^


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