História A Moleca e o Moleque - Serenata?

-Por Paulo-

O intervalo acabou e voltamos para a sala. Mais uma vez, não prestei atenção. Porém dessa vez porque estava pensando em como seria essa serenata. 

Tomara que dê certo. 

As aulas passaram e fomos embora. A Alícia foi comigo e com a Marce, só que nem olhou na minha cara.

Por que eu tinha que gostar justo da mais cabeça dura?

Chegamos em casa e fui para o meu quarto pensar melhor sobre essa serenata, seria hoje a noite mesmo. 

Paulo: Marce. - falei indo até seu quarto e batendo na porta. 

Marce: Entra. - falou e entrei. - Paulo Guerra batendo na porta, que mudança a Alícia tá fazendo, hein? - falou debochando da minha cara. 

Paulo: Haha engraçadinha. - falei sentando em sua cama. - Preciso da sua ajuda.

Marce: Ajuda? Em quê? - falou me olhando curiosa.

Paulo: Então... Eu pensei bem no que você e o Mário me disseram e resolvi insistir mais na Alícia.- falei e a menina abriu um sorriso de orelha a orelha. - Eu vou fazer uma serenata para provar que gosto mesmo dela. - falei e ela, assim como o Mário caiu na gargalhada.- O que tem de tão engraçado nisso? 

Marce: Pau...Paulo Guerra... Fa... Fazendo uma serenata? - falou com dificuldade por causa dos risos. 

Paulo: O que é que tem? - falei a olhando.

Marce: Nunca pensei que veria isso. - falou ainda rindo. - Mas tudo bem. - falou parando de rir e me olhando. - Para que precisa da minha ajuda?

Paulo: Primeiro: Só você e o Mário sabem disso e não quero que ninguém mais saiba. Afinal, nunca se sabe o que a Alícia pode fazer. Segundo: Preciso da sua ajuda para ensaiar, me vestir e quero que você vá comigo. 

Marce: Okay... Te ajudo. Mas... Você tem certeza que a Alícia vai gostar disso? 

Paulo: Acho que sim... Toda menina gosta, né? - perguntei a olhando.

Marce: Mas você se esqueceu de um pequeno  detalhe: a Alícia não é como as outras meninas.

Paulo: Eu sei, mas isso vai ser uma humilhação. Será que nem de me ver humilhado ela vai gostar?

Marce: Tudo bem né... Se você acha, vamos, eu te ajudo.

Paulo: Vamos lá no meu quarto, vou pegar o violão. - falou e fomos. 

Marce: E aí, que música? - perguntou quando eu já estava com o violão.

Paulo: Que tal Medo de Amar? 

Marce: Ótimo! - falou e comecei a ensaiar

Paulo: Você diz que eu te assusto
                          Você diz que eu te desvio
                          Também diz que eu sou um bruto
                          E me chama de vadio... - cantei a primeira estrofe e Marce pareceu surpresa.

Marce: Nossa, maninho, não sabia que você cantava bem. - falou surpresa.

Paulo: Paulo Guerra tem muitas qualidades. - falei me gabando. - Agora deixa eu ensaiar.

Você diz que eu te desprezo
             Que eu me comporto muito mal
             Também diz que eu nunca rezo
             Ainda me chama de animal... - e fiquei ali a tarde inteira ensaiando. 

-Anoitece-

Eu já estava vestido. Marce insistiu para eu colocar um terno. 

Já estava tudo pronto. Peguei meu violão, uma rosa e chamei Marce que era a única, além de Alícia, que iria ver a serenata.

Descemos. Porém esquecemos de um detalhe: nossos pais.

Chegamos na sala  e eles me olharam com uma cara de: quem é você e o que fez com nosso filho?

Mãe: Filhos onde vocês vão e Paulo por que está vestido assim? - perguntou e eu e Marce nos olhamos com uma cara de: E AGORA?

Paulo: É... É... Nós vamos em uma festa. - falei inventando uma desculpa. 

Pai: No meio da semana? E por que o violão? - perguntou olhando o violão que eu segurava.

Marce: É que a gente resolveu compor uma canção especial para aniversariante. - inventou.

Mãe: Aham... Sei... - falou desconfiada. - Mas podem ir. - ufa.

Então fomos em direção à casa da Lilica.

-Por Alícia-

Estava no meu quarto, de boa. Até que ouço uma música vindo da janela.

Alícia: Será que eu tô ficado louca? - perguntei para mim mesma. - Parece a voz do... Não, não, não. - falei indo até a janela e minhas suspeitas se confirmaram. - PAULO! 

Ele estava vestindo um terno. Paulo Guerra de terno? Só pode ser brincadeira.

Mas até que ele estava gato e cantava bem... NÃO ALÍCIA! FOCO!

Ele acha que com uma simples serenata ele vai fazer com que eu acredite nele? Então ele está muito enganado!

Deve ser uma aposta qualquer que ele fez com os meninos.

Já sei! - falei para mim mesma, enquanto ele cantava me olhando e Marce ria da cena.

Desci, peguei um balde, ignorando as perguntas dos meus pais, enchi com água e fui até a janela. 

Paulo acabou de cantar, me olhou, deu um sorrisão e fez um sinal com a mão me chamando para descer. 

Então eu taquei o balde com água nele que ficou com uma cara de não acredito. 

Eu e Marce começamos a rir descontroladamente da cena.

Paulo: POR QUE FEZ ISSO? - gritou me olhando incrédulo. 

Alícia: GUERRA... GUERRA... GUERRA... VOCÊ ACHA MESMO QUE FAZENDO UMA SERENATA DE MERDA EU VOU ACREDITAR EM VOCÊ E ME JOGAR NOS SEUS BRAÇOS? ENTÃO VOCÊ ESTÁ MUITO ENGANADO! NÃO DUVIDO NADA QUE ISSO SEJA UMA APOSTA QUE VOCÊ FEZ COM UM MENINO QUALQUER. VOU TE DIZER UMA ÚNICA VEZ: SE VOCÊ QUER QUE EU ACREDITE EM VOCÊ, VAI TER QUE FAZER ALGO BEM MAIOR, MAIS CRIATIVO E ORIGINAL. VAI TER QUE PROVAR NÃO SÓ PRA MIM, MAS PRA TODO MUNDO! SÓ MESMO COM UMA LOUCURA PARA MIM ACREDITAR EM VOCÊ! PASSAR BEM! - gritei e fechei a cortina.

Paulo: Eu continuo te amando Lilica! - ouvi ele gritar. Não sei por que, mas dei um sorriso de orelha a orelha com isso. 

Alícia: Ai Guerra... - suspirei voltando a me deitar. 

Até que tinha sido algo fofo. Mas eu não gosto de fofura e sim de loucura. 

Talvez ele realmente esteja gostando de mim, mas quero ver o que mais ele é capaz de fazer para me provar isso... 

-Por Paulo-

Essa menina me deixa louco! Mas dessa vez eu não vou desistir! É a primeira menina que mexe comigo desse jeito, não vou deixar de tentar provar para ela que eu realmente estou apaixonado.

Paulo: É loucura que ela quer? É loucura que ela vai ter! - falei para Marce que não parava de rir da minha desgraça.

Marce: Eu sabia que algo do tipo ia acabar acontecendo. Eu conheço bem a Alícia. - falou ainda rindo um pouco. - Mas que loucura você tá pensando em fazer? - falou curiosa.

Paulo: Não sei ainda, mas vai ser algo muito grande. No estilo Alícia Gusman...