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História A Montanha Amaldiçoada - Os Homens que Viram o Horror - Final


Escrita por: esconderijodomago

Capítulo 11 - Os Homens que Viram o Horror - Final


Fanfic / Fanfiction A Montanha Amaldiçoada - Os Homens que Viram o Horror - Final

O nascer do sol laranja rosado, era a única coisa bonita naquele momento em que os dois cavaleiro viajantes podiam ver. Ainda estavam aterrorizados. Os cavalos já estavam lentos pela exaustão. Chegando a um lago cristalino, Jonathan descendo caindo de seu alazão. Andou devagar até água, o rapaz ainda estava sujo de sangue; seu cabelo não estava mais dourado, era um castanho escuro avermelhado, e no seu rosto ainda havia sangue seco. Sem tirar nenhuma peça de roupa, ele começou a entrar na água que começara a ficar vermelha. No mesmo momento, Salazar descia do 'Espírito Andarilho'', quando se afastou do cavalo para ir até Jonathan, se assustou com o animal que saiu correndo em disparada. — Meu amigo! — gritou desesperado. — Droga! — lamentou. Entrou na água olhando para onde estava indo o seu companheiro de cascos. — Ele deve está aterrorizado como nós. Mas não vai tão longe, pois eu ainda sou seu único... GAROTO! — Rapidamente pegou Jonathan o puxando para cima da água. O choque era tão grave que quase o fez cometer suicídio. — Você está louco?! — O rapaz cuspia água e seu olhar de terror se transformou em ódio quando olhou para Salazar. — Eu não tenho mais nada! — Você disse que não tinha nada a perder! — Aquelas pessoas no vilarejo! Todas! — gritava o rapaz molhado e sendo segurado pelo cavaleiro. — Aquele lugar todo foi engolido por aquele demônio ou.. Deus sabe o que foi aquilo que aconteceu! — Salazar não poderia questionar. — Escute. — começou a dizer a Jonathan calmamente com duas mãos no rosto molhado do rapaz. — Você está vivo. E não foi sacrificado. Você era a chave para concluir o feitiço de Amice... ou seja quem for aquela bruxa. Você está com um objeto divino na cintura. E a essa altura, o feitiço desapareceu. — Os seus olhos caídos voltaram para os do cavaleiro. — Junto com todo o vilarejo e quem vivia nele. — A conclusão de Jonathan deixou Salazar sem palavras. Saiu da água e deixou o rapaz sentando limpando o sangue da sua roupa e de seu corpo. Virou-se de costas para Jonathan, e olhava de um lado para outro, procurando o seu cavalo negro. "Estou preocupado com um simples cavalo. Mas e Jonathan, que perdeu o seu lar, a sua sanidade, e sua confiança nas pessoas e os motivos para viver, tudo em um só maldito dia!"  pensou ele. Salazar poderia ver o seu cavalo perambular pelas árvores como um tonto. Mas os pensamentos de seu dono, estavam altos. Virou-se de volta para Jonathan para ver se ele não tinha tirado de vez a própria vida, mas ainda estava lá. Sentado, desta vez sem roupas dentro da água, sem expressões, apenas lágrimas saiam de seus olhos castanhos claros, que a luz do sol se refletia neles os fazendo brilhar. Salazar se sentou e se deitou na grama. Observava o céu, que havia algumas nuvens, notava que quanto mais se olhava para o céu, mais podia se sentir fora do chão.

O Espírito Andarilho não foi tão longe, voltou ao seu companheiro. Depois de anos juntos, o animal teve um laço muito forte com Salazar, assim como Salazar teve para o seu cavalo. E assim como Salazar teve com Jonathan. Os dias se passaram. O rapaz se tornou como Salazar, um viajante. Andaram tão longe que nem sabiam mais onde ficava a montanha ou o vilarejo, e mesmo se ainda soubessem, os lugares foram engolidos pela terra. Eram os únicos sobreviventes, se contassem, quem acreditaria em dois viajantes desconhecidos? Os meses também se passaram, os dois cavaleiros viajantes fizeram paradas em outros vilarejos que encontravam. Jonathan deixava Salazar dormir, para começar a beber nos bares dos lugares que passavam, logo, pegou um gosto pela bebida.

Um ano se passou. Os dois mudaram. Os cabelos de Salazar cresceram até metade das costas, as mechas acima de seus olhos, cresceram até a altura do nariz, os fios brancos estavam nítidos acima de sua cabeça. E as rugas de seus olhos, mesmo escondidos pelas mechas de cabelo preto, ainda dava para vê-las. Jonathan perdeu o tom dourado de seu cabelo, era um castanho quase escuro, e não era mais um ondulado tão vivo, estava baixo. E no seu rosto deixou uma pequena barba. Pelos seus olhos parecia que não dormia a dias. E durante todas as viagens, mal trocavam uma palavra.

Em uma de suas paradas, decidiram para num reino grande. Mesmo sem falar muito, com um simples olhar de um para o outro, era o suficiente para saber o que fazer. Os homens sérios em seus cavalos andavam por uma feira, as pessoas o viam mas não falavam, talvez porque tinham medo daqueles forasteiros armados. 

A noite, como não tinha muitas moedas para dormirem em um dos quartos que alugavam naquele local, pediram a um senhor educado para dormir em estábulo. Jonathan descendo de seu cavalo, olhando o local, só lhe trazia lembranças. Lembranças, que não o faziam mais chorar, apenas o deixava sério por um momento. Enquanto Salazar dormir no feno, Jonathan saía para se embriagar. Mas Salazar não dormia, apenas fingia. 

O cavaleiro sabia, apenas vendo o roxo abaixo dos olhos do seu companheiro de viagem, que ela não dormia. O seguia pelos becos. Salazar so queria saber para onde Jonathan ia todas as noites que paravam em lugar cheio de casas. Atrás de uma parede, ele o viu entrar em um bar. Era nostálgico para Jonathan, pois era igual que havia onde morava. Sentou em banco perto de uma mulher que sorria para ele. — Forasteiro com a espada, não? — falou o barista. — Você quase o único assunto aqui. Onde está o seu parceiro de viagens? — bebeu um gole. — Descansando. É um velho chato. — brincou. E a moça do lado riu. Virou quatro copos como se não tivesse mais nada para fazer da vida. — E você tem esposa? — perguntou a moça perto do ouvido dele. — Não. Mas o seu vestido é lindo, poderia tirar mais tarde para eu o ver melhor. — disse Jonathan bem perto do rosto da moça e estava bêbedo. No mesmo segundo, entrou Salazar e foi até onde estava os dois. — Então é isso que faz todas as noites? — falou baixo só para quem tava perto pudesse ouvir. — Não! eu ainda não meti minha "espada" entre as pernas de nenhuma moça. — brincou tropeçando nas palavras. — Você fica aqui. E fica virando rum garganta baixo. — Jonathan o olhou com um meio sorriso. Se levantou do bando e começou a gritar. — Atenção meu povo! Atenção.. Atenção aí, por favor..  Meus companheiros! — Alguns os olharam. — Esse aqui é o cara, que acha que é meu pai. — Todos ouviram e riram. Salazar revirou os olhos, o momento parecia ser um déjà vu. — Olhem para ele.. mas que.. olhem.. e vejam a cara do homem que foi enganado pelo seu próprio reino. — Salazar começou a perceber que Jonathan estava apenas querendo provocá-lo. — Vejam o rosto do homem que me levou pro inferno e me puxou de volta porque ficou com peninha desse.. desse garoto aqui. — apontou para si. Salazar começou a ignorar as palavras dele mesmo o ouvindo bem pois estava gritando completamente bêbedo, e as pessoas já estavam o ignorando também. — E vejam bem, porque esta é a cara do homem.. o homem que preferiu servir a um reino genocida, e deixou sua mulher e filhinha morrer. — Naquele mesmo segundo, o seu olhar encheu-se ódio, e tudo que começou a ouvir era o bater de seu coração, Jonathan não deveria ter tocado naquele assunto tão delicado. E naquele segundo, Salazar não pensounduas vezes e acertou o rosto de Jonathan, com só  punho fechado, o fazendo cair em cima uma mesa. Todos olharam os dois com atenção. Jonathan sentado, pôs a mão no canto da boca e vendo o seu sangue. Levantou-se rapidamente indo direção a Salazar, mas o que conseguiu foi outro soco na boca que o fez cair. Cospindo sangue, tentava se levantar. — Quem você pensa que é, garoto? Acha que pode jogar sua vida fora dessa maneira? Você sobreviveu aquilo que nenhum homem pode explicar. — Falou Salazar enquanto olhava Jonathan se levantar. — Olhe para mim, Salazar! — gritou novamente com os dentes vermelhos. — Eu não sou mais um garoto. — E saiu pela porta do bar. 

Jonathan dormiu o dia inteiro. Salazar, bebeu o seu café que uma moça gentil o lhe deu, talvez porque esperava dar outra coisa para ele. Acariciando o seu cavalo, Salazar olhou Jonathan dormir naquele feno em pleno pôr do sol. Lembrou das palavras dele no bar. Realmente, ele não mais um garoto. Já era um homem, que não precisou se deitar com nenhuma mulher para ser adulto. Salazar pode ter perdido sua família, mas Jonathan era a última coisa que tinha junto a ele. 

O sol se pôs. — Ei garot.. Jonathan! Acorde. — Jonathan tirou o braço do rosto e abru os seus olhos. Salazar o convidou para jantar no bar que brigaram. Conversaram, beberam um pouco, ignorando todo o resto a volta. Já era tarde, muito tarde. E saíram para não serem chamados para ajudar a limpar as mesas, pois foram os últimos. 

Andando rindo pelos becos. — Sh-shiu. —Salazar ouviu algo. — O que ouve? — perguntou Jonathan. Ouviram gemidos em outro beco. — Fica quetinha que prometo não te machucaram muito. — Atrás de uma parede olharam bem devagar, um homem estava tentando se aproveitar de uma mulher. — Vamos mata-lo. — disse Salazar. Antes que o homem levantasse a saia do vestido da moça. jogou a sua espada entre os dois a deixando presa na parede e os cavaleiros entraram no beco. Assustado o homem tentava os enganar mentindo. — Ora, cavaleiros. Só estamos nos divertindo em uma bela noite. — Então porque ela estava chorando e você a segurando? — rebateu Jonathan. — Sabe como é. As vezes um homem de verdade precisa pegar as rédeas e... — Jonathan cortou o rosto do homem antes que ele terminasse de falar. A mulher correu em desespero e assustada. Salazar retirou a sua espada da parede e olhou o corpo do homem dele rosto ensanguentado. Jonathan não pensou duas, simplesmente o matou. Encarrando aquele corpo, começaram a perceber que o faziam de melhor era serem cavaleiros, e era isso que fariam pelos resto de suas vidas.

Na noite seguinte, foram ao mesmo bar, era a última noite, pois voltariam para a suas viagens. Bebendo um copo de vinho barato, Salazar olhava o tom de vermelho. Havia silêncio ali, e as pessoas pareciam tristes. Jonathan ao seu lado bebia o mesmo de sempre. Então o cavaleiro de vestes escuras, começou a narrar. — Já viram o horror?


Notas Finais


Quero agradecer por ter lido este conto. Talvez eu o prolongue, caso novas idéias surgirem. Nunca se sabe.


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