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História A Mulher Ao Lado - Auxílio


Escrita por: Deise-TB

Capítulo 4 - Auxílio


Sentado em frente à Miho em um restaurante beira-mar, Seiya sorriu levando um copo de refrigerante até a boca. Enquanto almoçava sem vontade, a professora usava o hashi para mexer distraidamente no alimento.

— Você já almoçou e não quis recusar o meu convite. — Ele riu.

— Não é isso. — Ruborizou.

Ele arqueou a sobrancelha em reprovação, ela tentou disfarçar, segurando o riso.

— Não quis ser mal-educada. — Deu de ombros.

— Tudo bem, obrigado pela companhia. — Tocou sobre a mão dela.

Miho sorriu ao toque, como gostaria de falar a verdade, que não importava a hora ou o local, ela iria a qualquer lugar do mundo com ele.

— O que pretende fazer agora que voltou? — apoiou o queixo sobre as mãos.

Seiya mastigou.

— Bem… — engoliu. — Pretendo ficar ao lado da Saori e dos meus amigos.

Saori Kido.

Ele nunca esquecia aquela mulher.

— E claro, ajudar você no orfanato. — Sorriu, limpando a boca com um guardanapo.

— Estou feliz que está disposto a me ajudar… — Animada. — Confesso que precisamos. — Assentiu séria.

O Pégaso sorriu e voltar a degustar o almoço.

Miho queria perguntar mais…

Hesitou.

Pensou.

Não fazia mal perguntar outra vez…

— Seiya, mesmo depois de todo esse tempo… — hesitou. — Você nunca pensou mesmo em levar uma vida normal?

Ele encarou seriamente.

Suspirou.

Bebeu um gole do copo.

Abandonou-o sobre mesa.

— Nós já conversamos sobre isso, Miho. Não nasci para ser como os outros rapazes da minha idade.

Ela tentou implorar.

— Mesmo assim, já se passaram tantos anos, pensei que…

— Sou um cavaleiro de Atena.

Estava sendo honesto, sempre fez questão de deixar claro que jamais viveria uma vida civil.

— Eu sei. Me desculpe. — Baixou a cabeça. — Ainda sonho com o dia que você vai parar de lutar. — Lacrimejou, uma lágrima escorreu levemente e ela limpou com medo que ele notasse.

Seiya sorriu e continuou a almoçar, não sabia mais o que dizer a ela. Miho sorriu chateada, o amigo poderia ter uma vida normal se aquela mulher não o controlasse. No fundo, queria que Saori Kido desaparecesse, não importava como.

Seiya percebeu que a amiga ainda estava triste.

— Vamos aproveitar que estou de volta e posso te ajudar! — empurrou o prato. — E podemos fazer muita coisa junto!

Ela abriu um enorme sorriso.

— Podíamos ir ao cinema hoje!

Coçou a cabeça.

— Humm… hoje não posso, tenho que ir até à mansão Kido.

Sorriu constrangida.

— Ah bom…

 

 

 

Caminharam de braços dados até o orfanato, conversando, analisando como tinham coisas em comum. Seiya parou na porta de entrada, Miho o mirou, e eles se encararam. Como ela gostaria de beijá-lo, mas, ao mesmo tempo, não tinha coragem de o fazer.

— Obrigada pelo almoço, Seiya.

Ele sorriu, se aproximou dela e a beijou no rosto. Só deus sabia como ela achava bom aquele beijo, podia sentir o hálito dele tão próximo de sua boca.

O Pégaso sorriu, virou as costas e partiu.

Miho ficou o observando.

Torcendo para que um dia ele nunca mais precisasse pôr os pés na mansão Kido.

 

 

 

Seiya caminhou lentamente pela calçada, observando o sol que estava prestes a se por.

Mirou as gaivotas.

Miho.

Sentia muita pena dela e depois dessa aproximação deles, tinha a plena certeza de que ela não se envolvia amorosamente com ninguém por acreditar no sonho de casar com ele um dia. Infelizmente, não conseguia abdicar de ser um servo de Atena, havia nascido para o campo de batalha, e um santo jamais abandonaria sua deusa.

Parou em frente ao mar. Iria até à mansão Kido, precisava perguntar a Saori quais eram as intenções de Julian Solo.

Sentiu um cosmo conhecido se aproximar.

Não era um inimigo.

Virou as costas e sorriu.

— Quanto tempo, Shina! — Mãos dentro do bolso do casaco.

A amazona se aproximou com roupas civis.

— Olá, Seiya.

— Que bom ver você.

Ela sorriu também.

— Como está?

Deu de ombros.

— Estou bem, ainda me recuperando das últimas batalhas.

Ela se aproximou sorrindo.

— Fiquei sabendo que está trabalhando no orfanato.

Assentiu confiante.

— Sim, me ofereci para ajudar a Miho.

— Vocês estão juntos?

O quê? Franziu, que pergunta tão objetiva era essa? Riu constrangido, coçou o pescoço e sacudiu a cabeça como se a amazona tivesse contado uma piada.

— Não, não é isso…

Ele sorriu sem entender, também acreditava que combinava com Miho em alguns aspectos, praticamente em todos para falar a verdade.

Os dois se encararam. Seiya não sabia como reagir aos sentimentos de Shina, apesar de ela ter se declarado e tentado morrer no lugar dele, nunca conseguiu retribuir. Assim como Miho, sentia-se mal por ter pessoas incríveis dispostas a dividir a vida com ele.

— Fico feliz em saber que você está bem. — Ele assentiu firmemente. — Tenho que falar com a Saori. — Virou as costas e partiu.

Shina observou-o diminuir e desaparecer pela estrada.

Ela suspirou, virou as costas e partiu para o orfanato.

 

 

 

Dinheiro.

Joias.

Propriedades.

Saori Kido havia sido adotada por um homem milionário e não havia nada que ela desejasse e não pudesse obter. Sempre cercada de pessoas da elite japonesa, a neta de Mitsumasa possuía servos dispostos a ceder às suas vontades e ordens. Jornalistas frequentemente a entrevistavam, assim como pessoas ao redor do mundo a invejavam. Todos os olhares eram para a bela herdeira Kido, e seus súditos estavam prontos para satisfazê-la.

Entretanto, sentia-se completamente sozinha.

Nascer em uma família abastada financeiramente era um grande privilégio, apesar disso, havia dias em que gostaria de ser apenas uma garota normal, sem contratempos da alta sociedade para solucionar.

Sempre que podia, cancelava os compromissos agendados e se trancava em seus aposentos. Tentava fugir de todos os empregados que esperavam ordens ou investidores que ansiavam por atitudes a serem tomadas de sua parte. Escapar das responsabilidades era uma das principais formas de lazer da reencarnação da deusa Atena.

Lazer não era a palavra certa para definir.

Paz era.

Sentou na mesa da varanda do quarto, o café já estava servido.

Suspirou.

Sentiu um cosmo que se aproximava.

Levantou rapidamente.

Mirou o jardim.

O novo cavaleiro de sagitário, vestindo a jaqueta branca com traços vermelhos.

— Seiya!

Ele também sorriu.

Não conseguiam conter a felicidade ao se verem.

 

 

 

Jabu mirou com desgosto quando cedeu espaço para o Pégaso entrar no quarto da deusa. Como sempre, Seiya ignorou o unicórnio, mirando apenas a bela mulher à frente.

Saori retribuiu o sorriso ainda mais.

— Que bom que está aqui, Seiya.

Assentiu, adorava o fato que ela apreciava a presença dele.

— Resolvi passar aqui para ver como você estava. — Sorriu constrangido.

— Estou bem, melhor com você aqui. — Ruborizou quando percebeu o que havia dito. — Eu… quero dizer…

Ele ruborizou também e ela tentou disfarçar.

— Sempre fico feliz com a presença de meus cavaleiros. — Nervosa, baixou a cabeça.

Seiya sorriu um pouco chateado, claro, não era apenas ele que Atena esperava, eram todos os cavaleiros dela.

Ele observou o quarto, apesar da vasta fortuna, era um espaço simples.

— Pensei que seu quarto fosse mais elegante.

Ela sorriu e provocou.

— Então, qual o propósito da sua visita? Não acho que o grande cavaleiro de Sagitário viria aqui só para ver o meu quarto. — Piscou.

Ele riu, a havia interrogado da mesma forma há alguns anos, quando Saori resolveu o visitar no caís. Apreensivo, Seiya desviou o olhar, queria perguntar quais eram as reais intenções de Julian, porém, não conseguiu.

— Voltei e… — Sorriu. — Gostaria de saber se está tudo bem mesmo, Saori?

Atena assentiu.

Queria convidá-lo para jantar, mas não o fez.

Constrangido e incerto se deveria estar ali, o Pégaso coçou o pescoço.

— Preciso ir.

Ela assentiu e sorriu constrangida.

— Também tenho coisas a fazer.

Seiya caminhou até a porta lentamente e segurou a maçaneta.

Esperou.

Nervosa, a deusa o mirava, esperando que ele a encarasse novamente. Precisavam conversar e dizer muita coisa, mas por que não diziam? Ele a mirou, assentiu e abriu a porta, descendo as escadas. Atena o seguiu rapidamente para o observar no último degrau.

Ele acenou mais uma vez, ela retribuiu e se despediram repletos de coisas a dizer.

 

 

 

Magoada, a deusa retornou para seus aposentos. Queria dizer a Seiya tudo que sentia, que era apaixonada por ele e que o amava acima de todos os cavaleiros. Sentiu-se péssima por esse desejo, e lembrou do que Mu havia lhe dito há muitos anos.

“Não é permitido que o amor de Atena seja vertido sobre um só cavaleiro… O Amor de Atena deve ser para todos seus Cavaleiros por igual.”

Só que não era assim que ela se sentia, era uma humana. Não era Atena que amava Seiya, era a neta de Mitsumasa Kido, a garota mimada que depois de adulta passou a tratar as pessoas decentemente.

Mirou o céu, o sol já estava se pondo.

Suspirou, virou as costas e fechou a janela com força.

Caminhou até a porta do quarto.

Trancou.

Despiu a roupa rapidamente e deitou despida sobre a cama. Seiya lhe causava sentimentos intensos, e com ele já havia sonhado várias vezes. Nunca conseguia eliminar esses sonhos, não, desde quando o encontrara sem camisa quando eram adolescentes.

Abriu as pernas, e levou a mão entre elas. Tocou levemente com os dedos e passou a se masturbar pensando no homem que Seiya era agora. Ficou imaginando-o dentro dela, entrando e saindo, penetrando-a com força, a mesma garra que ele usava para derrotar os inimigos em nome de Atena.

Não demorou muito para que gemesse alto, esquecendo que não estava sozinha em sua residência.

Olhos arregalados, ela levou a mão até a boca.

Será que alguém ouviu?

Virou para o lado.

Se cobriu com o lençol.

Fechou os olhos e suspirou decepcionada.

 

 

 

Uma forte chuva arrastava os pequenos galhos das árvores pela cidade, o vento carregava objetos, assim como desequilibrava os transeuntes pelas ruas. Miho correu até à janela do quarto, e com muita dificuldade fechou, sendo atingida por gotas de chuva que cortavam como navalhas.

Secou o rosto com o avental e mirou a rua.

Estava tudo escuro.

Suspirou.

Onde estaria Seiya? Por que ele não estava aqui com ela?

Fechou os olhos, juntou as mãos e rezou em voz alta.

Por favor, deus!

Proteja o Seiya.

Ela queria dizer mais, pedir que ele abandonasse o campo de batalha e casasse com ela. Porém, esse pedido ela não tinha coragem de fazer.

Ela era uma boa moça, por que não podia ter quem amava?!

Sacudiu a cabeça.

Suspirou.

Ouviu um barulho estranho, e caminhou até o abajur ao lado da cama para acender.

Parou em frente ao espelho.

Sentiu a presença de alguém.

Medo.

Uma mulher?

Não conseguiu identificar pela escuridão, até que a claridade de um raio iluminou o quarto.

Respiração entrecortada.

A mulher estava atrás dela!

O clarão foi rápido, mas pelo reflexo do espelho, pode perceber que era uma amazona.

A voz imponente a impediu.

— Não grite.

Miho virou lentamente e encarou.

— O que você quer?

Shina se aproximou e a luz de um raio a revelou.

— Preciso da sua ajuda.



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