Annie não sabia o que estava sentindo. Ali, olhando seu reflexo naquele estado, ela só deixava as lágrimas rolarem. Sentia um vazio em seu peito, seu estômago dava voltas e sua cabeça latejava de dor. Ela foi se encolhendo, agachando e de repente já estava no chão, deitada, abraçada as suas próprias pernas. Ela só queria sumir, arrumar suas malas e voltar para sua casa, queria abraçar sua mãe e chorar até onde tivesse vontade, mas estava muito longe de casa,
Nesse instante a porta do banheiro se abriu e Annie nem percebeu.
- Meu Deus o que aconteceu aqui? – a menina disse assustada ao ver o banheiro repleto de tinta e pena e alguém caído no chão. Quando se aproximou, reconhecer Annie – Annie, quem fez isso com você?
- Elas – apenas o que conseguiu dizer e reconhecer pela voz quem estava ali: Giu.
Annie estava sem forças para contar detalhes da história, estava com uma sensação de humilhação dentro do peito.
- Annie eu preciso buscar a Dul, eu preciso, eu preciso, espera um segundo... – disse Giu e saiu correndo para ir buscar a amiga que ainda estava dormindo. Não demorou nem um minuto e já estavam de volta o banheiro.
- Annie? Annie? Você está bem? – Dul chegou se abaixando perto de Annie. Estava toda descabelada, com apenas uma meia no pé, a outra deve ter ficado perdida na cama, a expressão amassada pela noite de sono, mas também preocupada com a amiga.
- Acho que ela está em choque Dul, ela só falou “elas” desde a hora que cheguei aqui – disse Giu aflita.
- Annie por favor, você tem que levantar, vamos, eu te ajudo a tomar banho – e assim Dul e Giu a ajudaram a levantar e foram ajuda-la no banho.
(Música da cena - Alicia Keys - Brand New Me)
Era dolorido ver aquele olhar perdido de Annie. Aqueles olhos de um azul tão profundo, agora estava afogado no próprio oceano. Ninguém se atreveu a falar uma palavra sequer. Dul e Giu imaginavam como ela estava se sentindo e Annie não tinha nada para falar. Só deixava a tinta ir embora pelo ralo e torcia para que o que estava sentido também fosse junto. Dulce começou lavar seus cabelos. Era mais que uma lavagem, era mais um carinho, queria passar através daquilo uma força, algo que a fizesse melhorar.
Assim passaram uns 20 minutos. Annie levou as mãos ao rosto e deixou sair o choro que estava preso na garganta, como uma criança chora, com todos soluços possíveis. Ao meio tudo aquilo, conseguiu falar algo, uma pergunta na verdade.
- Por que? Por que?
Giu tinha ido buscar toalha e roupas para Annie, já que até isso, Letícia e Vanessa haviam dado fim nas que estava no banheiro. Dulce ignorando que Annie ainda estava molhada a abraçou.
- Porque elas não prestam, eu te falei, falei que elas não são boa coisa.
- Elas gravaram... – Giu entrou no banheiro com o que foi buscar e mais uma cara assustada.
- O vídeo, t-tem um vi-vídeo e... – estava nervosa demais para falar e o pouco que falava saia gago.
- Um vídeo? Mas que merda – bufou Dulce – elas não medem o que fazem aquelas cobras, que ódio.
- Dul, devemos ajudar a Annie agora – aconselhou Annie.
- Agora não podemos fazer mais nada mesmo – disse Annie como num sussurro.
- Não podemos? Aaaaah se podemos – Dulce entregou a toalha a Annie e logo em seguida as roupas – Elas não sabem com quem mexeram e o que elas deram início, agora é guerra.
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