1. Spirit Fanfics >
  2. A Noite Do Jogo >
  3. Capítulo 15

História A Noite Do Jogo - Capítulo 15


Escrita por: Vicelle

Capítulo 15 - Capítulo 15


Já no carro, os únicos barulhos que davam para se ouvir era minha respiração pesada e o motor do carro funcionando. 
- Você e meu avô ficaram bem amigos, devo ficar com ciúmes? - Matt fez um ar de desafio.
- Acho que pedirei para ele me adotar como neta também, gostei dele! - brinquei.
- Olha, você não se atreva a fazer isso, eu sou um cara muito ciumento, sou capaz de fazer loucuras se você ousar roubar o casal de velhinhos que chamo de avós! - falou em tom de ameaça.
- Isso é uma ameaça? - cerrei os olhos.
- Isso é só um aviso. Por enquanto...
Fomos o resto do caminho rindo e brincando um com o outro. Quando Matt deu a seta e entrou em uma rua, eu a reconheci. Era a rua da casa de Jack J. Eu já não estava mais tão animada como a uma esquina atras. 
- Relaxa! - Matt tocou na minha perna, e foi quando senti que estava com todos os músculos do corpo contraídos, ele certamente notou minha tensão. 
Seu toque me deu uma aliviada, mas ainda estava tensa. Não sabia como chegar na casa e com que cara olhar para todos eles. Só concordei com a cabeça, mas foi uma enorme mentira, não tinha como relaxar.
O carro brecou na frente da casa. Ele puxou o freio de mão. Desengatou a marcha. Desligou o carro e tirou a chave. Tudo isso foi tão lento em meu olhar, mesmo sabendo que ele não estava fazendo naquela velocidade.
- Você quer fazer isso? Se você não quiser, te levo pra casa e fica por isso mesmo... Mas acho que você merece um pedido de desculpa... - não havia percebido que Matt estava me encarando.
Eu estava tão focada olhando para o porta-luvas, que havia esquecido que ele ainda estava no carro.
Eu queria ir embora, mas iria fazer isso pelo Matt, por ele ter sido tão gentil comigo e por ter me apresentado seu lugar especial, e principalmente por me apresentar seu avô, que é uma pessoa sensacional. 
- Está tudo bem, vamos lá! - abri a porta do carro.
Se eu demorasse mais dois segundos para sair do carro, não ia conseguir e ia acabar desistindo. Não podia desistir, eu realmente mereço um pedido de desculpas. Taylor vai ter que me engolir.
----

Deixei Matt ir na frente. A chuva já estava fraca, estava mais para um garoa chata de verão. A luz da casa, aparentemente, havia voltado, ou finalmente o gerador velho funcionou. 
Entrei na casa logo atras de Matt, tentando ao máximo me esconder atrás de suas costas. Não havia ninguém na sala de entrada, nem na sala de jantar. A sala onde ficamos jogando parecia estar vazia, pelo ângulo em que eu estava olhando, mas logo vi Cam sentado e Barb em seu colo, do lado estava Jack G e Madison, que pareciam estar em uma discussão. Olhos de peixe estava sentada no chão, de frente para eles, e parecia que estava perdida no que estava rolando.
- Eai galera! - Matt anunciou nossa chegada, mas não dava para me ver, eu estava totalmente escondida atrás dele.
- Encontrou ela? - Cam perguntou, quase jogando Barb no chão, eu quis rir.
- Oi... - antes que Matt pudesse responder, me anunciei, saindo de trás dele.
-  Você é louca? - Cam pulou do sofá, praticamente forçando Barb a sair de seus colo - O que pensou quando saiu correndo? Você podia ter sido assaltada! Podiam ter te sequestrado, estuprado, torturado e jogado em qualquer vala! Você é completamente louca, quase me matou de preocupação! - ele estava eufórico, comendo algumas sílabas das palavras, mesmo com dificuldade, entendi o que ele falava.
- Calma! - não evitei uma risada - A única tortura que sofri foi passar horas com o Matt, de resto, tudo tranquilo... 
- Hey! - Matt me empurrou - Retiro tudo que eu disse, eu odeio você. 
- Vocês se deram bem... Que ótimo! - Nash apareceu do nada do meu lado e levei um susto.
- Não se chega perto de uma pessoa desse jeito! - adverti.
- Peço desculpa pelo vacilo! - Nash me deu um abraço - Fico feliz que tenha voltado...
- Acho que também estou... - cochichei em seu ouvido.
Eu não menti. Realmente fiquei feliz em vê-lo.
- Cadê o resto? - Matt foi logo perguntando o que eu não queria saber.
- Jack J e Tay estão no quarto conversando a séculos... - Jack G respondeu. 
- E eu estou aqui! - Aaron se anunciou antes de chegar perto. 
- Ótimo! - Matt pegou no meu braço e me puxou - Já voltamos... 
- Usem camisinha! - Barb brincou, mas senti o tom de maldade.
- Um filho nosso não seria tão feio! - provoquei ela.
Todos começaram a rir, e Barb ficou com cara de taxo.
Subimos as escadas tão rápido que nem percebi que já estava na porta do quarto de Jack J. A porta estava fechada, deu tempo de freiar antes de Matt abri-la. 
- O que foi? - Matt parou na minha frente - Vai desistir agora? Taylor precisa ouvir umas coisas, se você não falar, eu falo! 
- Relaxa! - segurei o punho dele que já estava cerrado - Só preciso respirar fundo antes.
Dei uma suspirada e concordei com a cabeça. Matt bateu na porta e logo abriu.
- Caras... - se anunciou.
- Entra! - Taylor respondeu.
Quando entramos, Taylor estava de cabeça baixa sentado na cama e Jack J sentado em uma cadeira de escritório perto dele. 
Quando Jack J me viu, abriu um sorriso.
- Que bom que voltou... - seu sorriso ainda estampava seu rosto.
Taylor ergueu os olhos e esperei que ele fizesse cara de nojo, mas não reagiu. 
- Matt sabe convencer quando ele quer! - brinquei, mas não tinha clima pra isso.
- Está tudo bem, Tay? - Matt percebeu a cara de Tay e perguntou antes que eu pudesse perguntar.
- Naquelas... - respondeu com desanimo. 
- JJ, vamos deixar os dois conversarem, acho que eles têm muito o que falar um com o outro! - Matt me deu um empurrãozinho para ir mais perto da cama e entendi o recado, assim como Jack J.
Eles saíram do quarto tão rápido que não deu tempo nem de fugir.
Quando eles fecharam a porta ficou um clima chato no quarto. Estava tão pesado e tenso que comecei a pensar se me machucaria muito se corresse e pulasse da janela,
- Pode sentar, eu juro que não vou te bater ou qualquer outra coisa... - Taylor estendeu a mão, indicando para eu sentar na cama junto com ele.
Me aproximei devagar e sentei do lado da cama que ele não estava, nos pés. Baixei a cabeça antes de encará-lo. Se eu não começasse essa conversa logo, acho que ela nunca ia começar: 
- Então... - falamos juntos.
- Você primeiro! - falamos juntos de novo. 
- Eu queria falar... - falamos juntos mais uma vez e então rimos.
Pela primeira vez rimos juntos de uma coisa que realmente teve graça.
- Vai, pode falar... - Taylor indicou - Pode me xingar, eu mereço.
- Por que eu faria isso? - fiquei confusa. 
- Porque fui um babaca com você, e você não fez nada para mim te tratar assim! - explicou.
- Mesmo você tendo razão nessa parte, eu não tenho motivos para fazer isso... 
- Você exagerou quando saiu correndo daquele jeito... - e aí estava o Taylor que eu "conhecia".
O encarei com desgosto e ele logo parou de falar, como quem notasse que estava fazendo de novo. Ele falou com o mesmo ar de quando estava me julgando e humilhando horas atras. 
- Bom, se você não vai me xingar, eu falo primeiro! - ele me encarou - Certeza que você não vai me desculpar, mas eu preciso pedir desculpas... Eu te tratei mal por motivos idiotas. Porque eu sou um idiota! 
- Não fala assim... - fiquei mal de vê-lo falar assim de si mesmo, o cara que foi tão confiante desde que o vi. 
- Falo sim, porque fui um completo idiota! - me interrompeu - Eu fui estupido por lembrar de uma coisa ruim que aconteceu comigo, e descontei em você, e você não merecia. Você não merecia aquilo, você nem sabia o que estava me incomodando, mas mesmo assim, não se rebaixou no meu nível. Fiquei te fazendo lembrar o quão babaca seu ex foi, por pura maldade. Quando te vi saindo, daquele jeito, eu fiquei completamente horrorizado com tudo que eu fiz. Eu nunca fiz aquilo com ninguém, eu não sou aquele cara babava de algumas horas, eu juro. Eu não queria admitir que você era uma pessoa legal, também não queria te dar a chance de ser minha amiga, porque eu não queria sua amizade, mas eu errei, porque eu quero sim, e eu me arrependi de ter feito tudo que eu fiz, me perdoa, por favor, eu juro que vou me redimir e...
- Para Taylor! - o interrompi - Não vamos lembrar disso, por favor... 
- Como não lembrar? - ele se indignou - Eu fiz o terror do seu dia e você quer simplesmente esquecer? Eu te fiz ficar mal, mesmo sabendo que você já estava péssima com tudo que te aconteceu. Cutuquei sua "ferida" o tempo todo, sem nem pensar em como você ia ficar. 
- Isso! - sorri - Acho que somos bem maiores do que isso, podemos passar uma borracha e apagar isso tudo, e aproveitarmos o final da noite... - olhei para o relógio - São quatro da manhã já! - lembrei do Senhor B. que permanecia em seu bar, trabalhando, até que horas ele ficaria lá? - Ainda temos tempo para aproveitar...
- Como você consegue? - ele baixou o olhar.
- O que? 
- Ser tão legal! - arregalou os olhos - Eu juro, te tratei mal a noite toda, esperando você explodir, teve momento que achei que isso não ia acontecer, porque você era sempre tão delicada e paciente... Mesmo eu sendo o maior escroto de todos os tempos... 
- Hey, sem lembrar do passado, esqueceu? - cerrei os olhos repreendendo-o.
- Certo, desculpa de novo, vou parar com isso! - ele sorriu.
- Mas você vai ter que me ensinar a ser assim... - brincou - No seu lugar, já teria quebrado a minha cara desde a pracinha. 
Dei risada, pois me imaginei voando no Taylor e socando sua cara.
- Vou admitir que quis fazer isso em boa parte do tempo! - continuei rindo.
- E por que não fez? - indagou - Ninguém te julgaria, estaria em total razão! - riu também.
O silêncio começou a tomar conta do quarto também. 
- Então Taylor, agora seremos amigos? - sorri quebrando o gelo.
- Primeiro, pare de me chamar de Taylor, só meus inimigos me chama assim. Me chame de Tay, isso é para os íntimos! - levantou da cama todo pomposo.
Ele se aproximou de mim e eu me levantei também. 
- Pode me dar um abraço? - ele sorriu tímido - Acho que isso vai me deixar um pouco melhor, sei lá, pode dar uma amenizada no sentimento de culpa...
Sem deixar ele pensar o puxei para um abraço sincero. Acho que tudo que aconteceu e a delicadeza e sinceridade do Senhor B. me fizeram perceber que não vale a pena guardar rancor e magoa das pessoas. Taylor... Tay estava arrependido e merecia uma segunda chance e eu não conseguiria negar isso a ele, não o vendo assim, tão vulnerável. 
- Obrigado! - desabafou em meu ouvido.
- De nada... Amigo. 
---

Descemos as escadas e todos estavam na salinha conversando. A conversa estava mais para um diálogo com diversos argumentos e opiniões. Os tons eram sérios, tive a impressão de ouvir meu nome, mas ignorei. 
Chegamos juntos na porta e todos se calaram quando nos viram. 
- Não ouvi gritos, então achei que estava tudo bem e resolvi não intervir... - Matt admitiu.
- Quase nos batemos, mas está tudo bem agora! - Tay brincou. 
- Ele merecia uns tapas, mas me segurei... - entrei na onda. 
- Você sabe que se eu resolvesse quebrar sua cara, você ficaria irreconhecível de tão desconfigurada né? - Tay continuou brincando. 
- O que estavam conversando, antes de chegarmos? - cerrei os olhos e encarei todos na sala.
- Nada! - Nash respondeu.
- Estávamos apostando. - Aaron falou junto com Nash, e todos o encararam - O que foi? Eu não sei mentir gente, vocês sabem disso... 
- Apostando? - Tay e eu ficamos confusos.
- É! Alguns acharam que vocês se matariam, e uns acharam que vocês fariam as pazes, que não foi no caso o que eu apostei... Perdi vinte dólares! - Aaron fez cara de bravo para nós.
- Cala a boca, Aaron! - Matt o advertiu.
- É por isso que não se deve convidar crianças para o role... - Jack G fingiu pensar alto.
- Assim você magoa. - Aaron fez cara de cachorro sem dono e todos caíram na risada. 
Entramos na sala e fomos a procura de lugares para sentar. Nash e Matt estavam sentados no chão, um ao lado do outro, me aproximei, e sentei ao lado de Nash. Antes lancei um olhar para Matt que dizia "obrigada" e ele retribuiu com um olhar que parecia dizer "estou orgulhoso". Taylor fez Madison levantar do sofá e senta no colo de Jack G, para que ele pudesse ocupar o lugar que ela estava ocupando.
- E agora, o que iremos jogar? - Tay foi logo ao ponto.
- Agora são amigos? - Barb falou com desdém olhando primeiro para mim, depois para Taylor.
- Muito mais do que você e toda a galera! - Tay alfinetou e todos deram risada.
Dei risada, pois foi um "tapa" merecido. A garota estava se achando demais por estar com Cam. O meu lado da maldade estava doido para gritar na cara dela que Cam queria ficar comigo, e só ficou com ela porque eu não quis, mas me contive, já tivemos muita tragédia para um dia tão curto.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...