História A Nova Ordem (Após Boo) - Um Novo Alguém

Reyna - 

Reyna tinha decidido se arriscar. Um semideus havia chegado noite passada, assustado, com suas roupas esfarrapadas e sangrando. Ao que parecia, ele havia decidido se aventurar em lugares um pouco distantes do acampamento – é, você sabe o que estou querendo dizer, se aventurar nas cidades onde viviam apenas pessoas normais e que monstros poderiam sentir seu cheiro e fazer picadinho de semideus -  e as coisas não correram muito bem. Pelo relato dele, havia um monstro atormentando alguns mortais. Estava com medo de ter sido sua culpa.

Reyna achava difícil adivinhar o que os mortais poderiam estar vendo quando encarassem o que quer que fosse aquele monstro, pois dependendo do tipo de coisa, poderiam ver até um esquilo com raiva ou um tigre a solta. O menino havia dito que muitas pessoas estavam se machucando, e então, ela resolveu investigar. Já havia feito tudo o que deveria no acampamento.

Se Reyna sabia que aquilo poderia ser muitíssimo perigoso? É claro. Mas ultimamente os romanos estavam em paz, e sem guerras ou nada do gênero. Logo, a pretora não precisaria se preocupar de ficar fora do acampamento Júpiter por algumas horas... ou pelo menos esperava que fossem questões de horas até voltar. Porém, não iria sozinha. Chamou alguns semideuses que consideraria adequados e treinados o suficientes. Eram somente três, mas um rapaz que Reyna conhecia a não muito tempo se aproximou dela lentamente antes que partissem:

- Pretora, por favor... será que eu poderia ir com vocês?

Frank apareceu logo atrás do rapaz, dando um sorrisinho brincalhão para Reyna. Os dois sabiam como era aquele moleque. Deveria ter quinze para dezesseis anos, e sempre parecia inseguro, tenso.

- Noah... escute é que eu não acho que... – Reyna começou a falar com cautela, mas assim que viu o olhar trêmulo do rapaz, encarou Frank, pedindo ajuda.

- Bem... eu acho que você daria um ótimo protetor para Reyna, não acha? – comentou ele, ainda com o mesmo sorriso bobo no rosto

"Frank...Ah meus deuses, Frank!" – pensou Reyna

- Sim! Eu tenho certeza que posso fazer isso muito bem! – o garoto deixou cair um elmo em sua cabeça, talvez com força até demais, pois seus olhos reviraram  nas órbitas.

- Eu... – Reyna tentou gaguejar

- Ora, Reyna, dê uma chance a ele – pediu Frank de modo inocente

- Está bem – resmungou Reyna

Ela não deixaria de pedir aos outros três semideuses para ficarem de olho nele.

- Levem seus armamentos, mas sejam discretos – alertou Reyna – Sabe lá o que a Névoa reserva para nós.

Assim que o pequeno grupo partiu, demorou o que pareceram horas - talvez porque Noah ficava tagarelando o tempo inteiro - mas que Reyna sabia que foi questão de pelo menos cinquenta minutos, pois saíram em uma caminhada rápida até chegarem no local dito pelo semideus. "É só seguir para o Norte e você achará a cidade" – havia dito

No início, Reyna não notou nada de anormal na cidade. Parecia tudo calmo, enquanto ele via as casas de longe. Mas enquanto avançavam, ela começou a sentir um cheiro realmente estranho. Era repugnante. E o pior: já havia sentido esse odor antes. Agora se recordava, isso fora durante a batalha contra o exército de Gaia. Seriam...?

- Ciclopes! – gemeu de Noah

- Fale baixo! – irritou-se Reyna

Ela não sabia como os ciclopes não haviam ouvido o garoto. Mas infelizmente, pareciam estar sentindo o cheiro de um dos dois. Era Noah. Deveria estar entupido de perfume. Reyna se conteve de bater em sua testa. Aquele moleque...

A moça olhou para uma poça de lama logo ao lado,  e franziu as sobrancelhas.

- Noah - sussurrou ela

Mas era tarde demais. As chances de Reyna quem atacar primeiro iriam embora caso o momento não fosse aquele. Os ciclopes estavam mais próximos, então, ela mandou a equipe atacar. Os semideuses que estavam a ajudando foram realmente úteis, isso sem contar Noah, que tropeçou no seu próprio pé assim que deu um passo a frente. Ela conseguiu esfaquear a coxa de um ciclope, enquanto os seus colegas davam conta dos outros dois. Reyna não tinha ideia da onde eles haviam surgido, mas poderiam ter mais por ali. 

- Romanos, se dividam em duas equipes.

Quando ela mandou um dos semideuses mais experientes ir com Noah para procurar por mais ciclopes, o rapaz entortou a boca e franziu o nariz, como se estivesse sentindo um cheiro ruim. Reyna não o culpava. Assim que eles se foram, Reyna caminhou em direção a uma praça bem cuidada, no qual poucas pessoas andavam por lá. Guardou a espada em um local da bota e assim que se virou, esbarrou em alguém.