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História A nova vida de uma pequena shinigami - Especial: A vida e os segredos de Harumi Tankian pt 3


Escrita por: AyaHinami

Notas do Autor


Chega ao fim nesse capítulo o tão merecido especial sobre a Harumi ♥
Espero que gostem dessa parte 3!

Capítulo 137 - Especial: A vida e os segredos de Harumi Tankian pt 3


Fanfic / Fanfiction A nova vida de uma pequena shinigami - Especial: A vida e os segredos de Harumi Tankian pt 3


Tópico III: A queda


Após Harumi relutar por alguns minutos, Toushirou enfim conseguiu convencê-la a ir pro médico. Dirigiu o caminho inteiro com ela passando mal no banco do passageiro, enquanto ia em direção a um pequeno hospital particular no centro da cidade, conhecido por sua qualidade em diagnósticos e exames.

Assim que parou o carro, Hijikata deu a volta ao redor do mesmo e tirou Harumi de dentro, a apoiou nos ombros e seguiu com ela até o interior do hospital, já chamando um enfermeiro que se encontrava na recepção.


Hijikata: Oe! Preciso de ajuda aqui! 

A pequena médica, mesmo em meio a uma grande tontura, achou um grande exagero a forma com que ele falava.

Harumi: ...Toushirou... não precisa disso tudo...

Hijikata: Fique quieta Harumi! Olhe só o seu estado!

O enfermeiro assim que viu o "alvoroço" dos dois, de imediato se aproximou.

- O que ela tem? - Perguntou.

Hijikata: Ela está passando mal! Rápido! Chame um médico!

No mesmo instante o enfermeiro pegou uma cadeira de rodas e seguiu com Harumi pro interior do hospital.

~


40 minutos depois o mesmo enfermeiro voltou a recepção, encontrando Hijikata indo de um lugar a outro.

- Qual é a sua relação com a paciente que deu entrada agora a pouco?

O policial no mesmo instante foi até onde o mesmo estava.

Hijikata: Sou namorado dela, como ela está?!

- Está internada. O médico de plantão está aguardando os resultados de alguns exames ficarem prontos pra poder dar qualquer diagnóstico, temos que aguardar. Mas em todo caso foi bom que você a trouxe rápido pro hospital, caso contrário a situação poderia ter se agravado ainda mais.

Aquelas palavras não foram suficientes pra acalmá-lo.

Hijikata: Mas vocês não tem nenhuma suspeita do que seja?! Ela sempre foi saudável, por quê isso teve que acontecer logo agora?!

- Senhor, acalme-se. Não podemos dar falsos diagnósticos, temos mesmo que aguardar. Mas tente ficar calmo, ela já está medicada.

Hijikata: Eu posso vê-la?

- Hai, me acompanhe.

Seguindo o enfermeiro, Hijikata Toushirou foi até o quarto que Harumi estava, momentos antes de receberem a bomba. 


(...)



A jovem médica repousava numa poltrona após ter sido medicada. Não mais tomava o soro, e nem nada que precisasse de uma via intravenosa. Agora ela só esperava o momento que o médico aparecesse pra dar o seu veredito.

Mas ainda assim, no fundo Harumi sabia que aquele seria o seu "último" dia de sossego.

Algumas batidas na porta tiraram a sua atenção.

"Pode entrar." - Disse ela com a voz um pouco menos embargada.

~


Toushirou ao ouvir a liberação, girou lentamente a maçaneta da porta e entrou no quarto, sem saber muito o que dizer.

Hijikata: ...Está mais calma?

Ela por sua vez não esboçou nenhum sinal de sorriso.

Harumi: Tão calma como se fosse me atirar de um prédio.

Hijikata: Não diga essas coisas, você vai ver que foi só um susto. - Disse ele tentando alegrá-la.

Harumi: E se não for? - Provocou.

Mas antes que ele pudesse lhe dar qualquer resposta, novas batidas foram ouvidas, e da mesma porta passou um senhor já de idade, com várias folhas na mão, dizendo:

- Me acompanhem por favor, vamos conversar em meu consultório. 

Harumi engoliu em seco e segurou o braço de Hijikata, indo em direção ao outro lado do hospital.



Parágrafo 8: Sentença


O médico sentou-se em sua cadeira e indicou os dois lugares destinados à Harumi e Hijikata. Ambos se sentaram, enquanto ela fitou os olhos do médico, estava tão tensa que parecia que iria quebrar a qualquer momento.

Harumi: Então doutor? O que eu tenho?

Ele não sabia bem por onde começar. Havia sido informado sobre a profissão que ela tinha, como também a "família" que ela pertencia.

No fundo, apesar de ser acostumado com tal situação, ele estava tentando encontrar as palavras certas pra dizer aquilo.

- Bem, Harumi... eu já estou com os resultados da sua bateria de exames aqui em mãos, e infelizmente não tenho boas notícias pra lhe dar... - Ele notou que ela parecia estar um pouco confusa, por conta disso achou melhor ser direto. - Você está com tuberculose em um nível avançado devido ao estresse por conta do seu trabalho, sinto muito, mas você vai ter que se afastar do hospital.

Harumi: ...O quê?... - A sua voz adotou um tom falho, ela recebeu aquelas palavras como um grande tapa na cara. - Tuberculose...?

- Hai, o Raio X revelou uma grande mancha no seu pulmão direito, resultado da aparição do bacilo de Koch, e após algumas análises mais aprofundadas, pudemos ver que a situação já está em nível avançado.

Naquela hora quem interviu foi Toushirou.

Hijikata: E isso quer dizer que...? - Ele temia a resposta.

- Quer dizer que não há a possibilidade de cura ou reversão, mas ainda será possível fazer o controle das crises daqui em diante com o uso de antibióticos.

No fundo Hijitaka se sentiu um pouco culpado por toda aquela situação. É claro que ele sabia que havia feito o certo, mas também tinha consciência de que ela não queria estar ali. O que ele ia fazer pra ajudá-la agora?

Harumi: Mas... como é possível eu não ter notado nada antes? Tuberculose apresenta sintomas! Eu só vim sentir essas coisas hoje pela manhã! Como você pode me jogar na cova com tanta convicção?! -  Nenhum dos dois poderia dizer nada por ela estar daquele jeito. 

-  Você também é médica não é? Médicos não se importam consigo mesmos, só com seus pacientes, foi por isso. - Ele levantou da cadeira e seguiu até o outro lado do consultório, onde passou a encher um copo com água. - Você está mais do que certa em dizer que a Tuberculose é uma doença que apresenta sintomas, mas você também deve saber que estresse excessivo e ansiedade são dois dos motivos que permitem que esses sintomas apareçam. E pelo que eu fui informado você atua quase que totalmente no setor de emergência, isso é motivo mais do que suficiente, não acha? Harumi, um médico emergencista como você não tem tempo sequer de olhar pra própria saúde, e a maioria das vezes quando percebem que algo está errado a situação já se encontra desse jeito. Me perdoe dizer isso dessa forma, mas a sua vida de festas e curtições está encerrada.

Hijikata: Oe! Também não precisa falar desse jeito com ela! - Disse, ao notar que ela fitava o chão, já tentando conter as lágrimas.

- Hijikata san, a Harumi não é tola, ela sabe que o que estou dizendo é a pura verdade, ela apenas está em choque com a notícia. Será melhor pra ela que se afaste de tumultos e que também evite fortes emoções, pois tudo isso poderá desencadear uma crise daqui em diante.

Ele novamente a fitou, vendo que ela simplesmente não reagia.

Hijikata: Harumi... eu sinto muito... - Sua tristeza por ela naquele momento era verdadeira.

O médico novamente foi até ela, entregando-lhe o copo d'água.

- Em relação ao seu trabalho Harumi, você não precisará afastar-se dele por completo. Será apenas um tempo de repouso, e após isso você somente deverá diminuir a escala dos seus plantões. Se fizer isso, juntamente as instruções que lhe dei e os antibióticos, certamente poderá viver de forma estável, mas será preciso que cumpra tudo à risca. Harumi? Está me ouvindo?

Ela sequer havia bebido um gole da água. As lágrimas já escorriam pelo seu rosto, enquanto ela tentava contê-las com uma das mãos. Em vão, pois já estava descontrolada.

Hijikata: Harumi...? - Ele pôs uma das mãos no ombro dela, na tentativa falha de consolá-la.

Harumi: A minha vida acabou...



Parágrafo 9: Medo e reclusão


A descoberta de sua doença sem cura causou um impacto na capitã maior que a perda de sua saúde. Harumi entrou em um período de desligamento que durou alguns meses, período este que se isolou do mundo, alegando não entender o porquê daquilo estar acontecendo. Sua vida parecia ter sido destruída como um cristal que caíra no chão. Uma vida antes agitada, ter que se transformar no seu oposto? Seria uma adaptação muito difícil...

Ela havia saído do hospital naquele dia acompanhada de Hijikata, que não falou nada, apenas lhe afagou as costas e a prendeu ao cinto de segurança. Dirigiu de volta pro apartamento debaixo de uma chuva fina, vez ou outra olhando de lado, e vendo que ela estava completamente fora de órbita.

Seria melhor não dizer nada naquele momento...

Ao parar no estacionamento do prédio ele contornou o carro e abriu a porta, vendo que ela sequer havia esboçado reação. 

Hijikata: Vamos, Harumi... - Ele a olhava com o olhar tristonho, no fundo sabia que seria ele o responsável por colocá-la de pé de novo. - Harumi, onegai, saia desse carro...

Harumi lentamente levantou a cabeça e olhou nos olhos do companheiro, os mesmos estavam vermelhos devido ao choro.

Harumi: ...Eu vou morrer? - A voz mal saiu.

Hijikata pôs a bolsa dela no chão, soltou o cinto e puxou-a pra fora do carro, e no mesmo embalo a puxou pra um abraço apertado. Ela precisava de apoio.

Hijikata: Ei... não diga isso... Você não vai morrer, só vai ter que mudar algumas coisas a partir de agora... - Ele a apertou ainda mais. - Melhore essa cara, nem parece a mesma Harumi que eu vi no bar e que multei por excesso de velocidade a alguns meses atrás...

Ouvir aquela última parte foi o estopim pra ela desabar de vez. Harumi só não foi ao chão porquê o policial a manteve firme junto a ele.

Harumi: ...Por quê eu? Por quê?!... Eu devia ser aquela que cura os outros, não a que precisa de tratamento.... Como eu vou abrir mão do meu trabalho e da minha vida assim do nada?!

Hijikata: Você está nervosa, e eu entendo isso. Mas você vai ver que não vai ser tão difícil quanto você pensa, eu estou com você.

Harumi: "Você está comigo"... O que você vai querer ao lado de uma pessoa doente Toushirou? A minha vida acabou, por quê não recomeça a sua com alguém sadio?!

Ele relevou aquelas palavras, sabia que era a emoção do momento.

Hijikata: Se eu não saí do seu lado quando você estava na melhor, não vai ser agora que irei fazer isso. Isso não é papel de um homem de verdade.

Ela não soube mais o que dizer depois daquilo. Harumi precisava de um tempo sozinha pra digerir o que havia acontecido nas últimas horas, precisava desligar. 

Com algum esforço ela se separou de Hijikata e subiu escada acima, onde desabou na cama e ficou até o dia seguinte.

~


E assim se passaram as primeiras semanas após aquele dia. Harumi não saía de casa pra nada, não podia ir pro hospital, e também não tinha vontade de fazer outra coisa. Tomava os antibióticos contra a sua vontade, fazia tudo como o recomendado, até que a primeira crise aconteceu.  

Em uma noite qualquer, após sair do banho, Harumi sentiu uma estranha tosse lhe subindo a garganta. Esta mesma que se iniciou segundos depois, e não podendo ser interrompida, não importava o que ela fizesse.


!!!COF COF COF!!!


Hijkata, que fazia o jantar, largou tudo e foi até ela, mas antes de chegar perto foi impedido.

Harumi: COF COF... fique aí...Toushirou! .... COF... não venha pra cá!

Ele ficou imóvel, sem saber o que fazer. Não sabia se deveria ir contra a vontade dela ou acatá-la. No fim das contas ele escolheu a segunda opção.

Mas isso até ver o que viria a seguir.

Harumi correu em direção ao banheiro, mas um forte gosto de ferro logo lhe chegou novamente a garganta. Sem querer que ele visse a cena ela cuspiu, revelando sua suspeita, era sangue vivo.

Hijikata: Harumi! Está tudo bem aí?!

Como ela não respondeu e a tosse apenas continuou, ele não se viu com outra opção a não ser ir atrás dela. Hijikata correu até o banheiro a tempo suficiente de ver não só o queixo, mas também as mãos dela cobertas de sangue.

Hijikata: Mas isso é...? 


Hijikata não tinha medo de sangue, mas não pode negar que ficou impressionado com a cena. Aquilo não era sangue de um tiro ou de um golpe de espada, como ele estava acostumado, e sim o sangue de alguém que ele amava, e que estava sofrendo por causa de uma doença.


Harumi: Saia daqui... Você não precisa ver isso...!

Hijikata: Não diga isso, eu já disse que estou com você! Vamos pro hospital!


E aquela era a nova rotina de Harumi: de casa pro hospital, sempre que as crises atacavam.

Ela teria que ser forte.




Tópico IV : Encontros e Despedidas 


Parágrafo 10: Um homem como qualquer outro

Algum tempo depois...


Depois de muito tempo entre estabilidade e recaídas, enfim completou-se 2 anos que Harumi e Hijikata estavam juntos. Ele nunca perdeu o jeito preocupado e o cuidado que tinha com ela, sempre a levava pro hospital quando acontecia uma crise, o que passou a ser melhor controlado quando Harumi começou a tomar remédios mais fortes.

Hijikata porém era um homem como qualquer outro, ele gostava de sair e beber com os amigos - e Harumi não ligava pra isso, exceto quando ele o fazia sem avisá-la.

Ela nunca o privaria de sua vida social, já que o mesmo não tinha culpa da sua infelicidade. Ainda assim, Harumi ficava chateada quando chegava em casa após o seu plantão da semana e não o encontrava em lugar nenhum do seu apartamento.

Que foi o que aconteceu em um certo dia.

Cansada após um plantão inteiro de cirurgias e  emergências, a pequena médica seguiu dirigindo pra casa querendo encontrar o seu companheiro, mas logo sua espera se transformou em desilusão quando ela cruzou a porta da frente e não o viu.

 Apesar de saber que ele a apoiava, ela também sabia que ele se aproveitava do fato dela ser médica pra encher a cara de álcool sempre que lhe dava vontade, e isso ela não aprovava.

Ela iria atrás dele.

Sem nem trocar a roupa do plantão ela voltou pro carro e na mesma hora deu a partida. Indo em direção a um bar que era conhecido por receber o "quartel do Shinsengumi".



Parágrafo 11: Discussão


Harumi bateu a porta do carro e entrou no bar com um mal humor aparente. Não precisou olhar muito até que achasse o "policial perdido". Lá estava Hijikata em uma mesa junto ao seu chefe e a um "amigo" de trabalho - Okita Sougo não era bem um exemplo de amizade. 

Os três viram a silhueta alva da médica se aproximar, e no mesmo instante Hijikata sentiu um arrepio lhe percorrer as costas. Harumi poderia ser assustadora algumas vezes...

Kondo Isao: Are! Olha só se não é a Harumi chan! Faz tempo que não a vemos! Muito trabalho no hospital?

Nenhum dos dois havia comentado sobre o estado de Harumi ao Shinsengumi, Toushirou era o único que sabia. E ela não gostava de falar sobre aquilo.

Harumi: Hai, minha rotina é corrida. - Ela virou os olhos pro namorado. - O sakê está bom, Toshi?

O policial sentiu o líquido entrar em suas vias respiratórias, o forçando a pigarrear.

Hijikata: H-arumi... O que você está fazendo aqui...? 

Harumi: Eu nada, ao contrário de você.

Sougo: Hijikata san, parece que você vai virar picadinho. - Provocou.

Hijikata: Cala a boca seu idiota! Eu vim beber ué! Não posso mais?

Kondo: Toshi! Isso não é jeito de falar com ela. - Advertiu o mais velho.

Harumi: Ah, não se preocupe Kondo san, eu sei pôr as rédeas no Toushirou quando ele precisa. E respondendo a sua pergunta: sim, você pode sair pra beber, mas custava ter me avisado?

Hijikata: Você estava no hospital, como eu ia avisar? Enviando uma carta?

Ela notou o tom de sarcasmo.

Harumi: Anotava um bilhete, ou caíram as suas mãos?

Sougo: Hahahahaha segura essa, baka!

Hijikata: Não se meta! Isso é entre ela e eu! - Ele voltou a encará-la. - Qual é Harumi? Virou a minha mãe agora? Eu tenho que te avisar sobre tudo o que eu faço? Dá um tempo caramba, eu cheguei cansado da patrulha hoje, queria sair um pouco!

Ela ficou séria.

Harumi: Se você mora no meu apartamento você me deve sim explicações. E além disso, acha que eu passei o dia inteiro sem fazer nada? Veja o que você está dizendo, não pise em um campo minado. - Alertou.

Hijikata: Yare yare... tanto faz! - Assim que ele preparou outra dose, teve um sobressalto. Sentiu duas mãos femininas lhe abraçarem pelas costas, um gesto que quase parou o coração do policial, pois as mesmas não pertenciam a médica que ainda o olhava séria.

"Toshi san... por quê não vamos embora juntos?"

O sangue de Hijikata gelou, enquanto o de Harumi ferveu. Que palhaçada era aquela?

Harumi: Quem é essa mulher Toushirou? É pra isso que você sai pra beber? - Ela agora esboçava um sorriso cínico.

Hijikata: Oe oe Harumi! Eu não sei quem é essa! Eu juro! - Ele virou-se pra trás. - Tire as mãos de mim! Eu sou um cara comprometido!

"O que está dizendo? Sempre nos demos tão bem!"

A pequena médica fuzilou os olhos do policial como quem quisesse quebrar o pescoço de ambos. Mas com um grande esforço ela se conteu. Simplesmente disse:

Harumi: Eu não sou obrigada a passar por isso. - E deixando os quatro pra trás, ela deu meia volta e saiu do bar. 

Hijikata: Harumi! - Após afastar as mãos da desconhecida ele seguiu atrás dela, antes que ela chegasse ao carro e fosse embora.

~


Kondo Isao: Sougo... espero que isso não tenha sido obra sua. - A mania do mais novo de atrapalhar a vida do moreno era conhecida por  todos do Shinsengumi.

O capitão de olhos assassinos apenas deu uma risada e puxou uma nota alta de sua carteira, entregando a mesma mulher como prova do bom trabalho.

Assim que ela saiu, o mais velho continuou:

Kondo Isao: Você não devia ter feito isso! O Toshi gosta muito da Harumi chan! E eu pensei que você também!

Sougo: Kondo san... - Disse, sem paciência. - Isso foi o troco por ele sempre me infernizar. Sim, eu considero muito a Harumi, mas também acho que ela é boa demais pra esse seu "protegido".

O mais velho apenas suspirou. 

Como aqueles dois eram difíceis...!

Kondo Isao: "Toshi... não deixe ela ir embora! "


(...)



Parágrafo 12: Um grande passo


Hijikata: Harumi! Espera aí!


Ela seguia a passos rápidos sem ao menos olhar pra trás, a raiva já havia lhe subido a cabeça. Toushirou no entanto conseguiu chegar até ela no momento em que ela ia abrir a porta do motorista.

Harumi: Me larga. - Foi curta e direta. - Tira essa mão de mim. - Disse em relação a mão dele que segurava o seu braço.

Ele imediatamente a soltou e ergueu ambos os braços, já tentando se explicar.

Hijikata: Você tem que acreditar em mim! Eu não sei quem é aquela mulher, só pode ter sido uma brincadeira do idiota do Sougo! Não vai acontecer de novo!

Harumi virou-se pra ele, sua expressão nunca esteve tão séria. 

Harumi: Eu tenho cara de palhaça por acaso? Estou doente, mas não sou idiota, agora eu entendo o porquê de você sair sem me avisar.

Hijikata:  Deixe de bobagem! Você tem que acreditar em mim! Eu te amo mais do que tudo! Eu não sei mesmo quem é aquela mulher, eu nunca a vi na minha frente!

Harumi no fundo sabia das brincadeiras de mal gosto de Sougo, mas o fato era que ela já estava brava pelo fato dele ter saído sem avisá-la. Ela já estava de saco cheio daquela mania.

Harumi: Me ama? Então prove. - Ela se apoiou em uma das pernas e cruzou os braços.

Hijikata: Hai... eu vou provar... - Ele respirou fundo, se pôs de joelhos e puxou um anel do bolso. - Casa comigo!

A médica arqueou as sobrancelhas, sem dúvidas aquela era uma boa forma de sair de uma saia justa.

Ela ficou em silêncio, e ele logo pensou que ela poderia achar que tudo aquilo não passava de mais uma brincadeira.

Hijikata: É sério! Eu estou fazendo o pedido! Não é bem do jeito que eu tinha planejado, mas vai ter que ser agora, casa comigo Harumi!

Como no fundo ela também gostava muito dele, Harumi cedeu.

Harumi: Está bem, eu aceito.

Após colocar a aliança de compromisso no dedo dela, Toushirou se pôs de pé, já trazendo-a pra perto e roubando um beijo.

Harumi ainda era ingênua. 



Parágrafo 13: Despedidas


Tudo parecia um mar de rosas. Como agora eram noivos, Hijikata tratava Harumi como a pessoa mais especial em sua vida. Dava flores, mais especificamente rosas brancas. A levava pra sair quando ela estava disposta, e em grande parte do tempo cuidava de sua saúde.

No entanto, passados cerca de 4 meses depois do noivado, o relacionamento dos dois novamente caiu em declínio. Brigavam por coisas bobas. Ela, por conta das manias dele de sair pra beber e voltar tarde da noite, já ele; por ter ficado ciumento ao ponto de se irritar caso qualquer homem falasse com ela.

O tempo estava mostrando que ambos eram como água e óleo.

Harumi tentava relevar quando dava, mas algumas coisas ela não conseguia deixar passar. Como era o caso daquela "estranha" mulher, que havia se insinuado pra cima dele meses atrás. Essa mesma mulher de certa forma havia voltado a ser o assunto entre os dois após novamente ter dado em cima de Hijikata em uma noite em que ambos saíram pra jantar.

Jurando conhecê-lo, a tal mulher apareceu no mesmo restaurante em que eles estavam e por fim da força tentou inventar uma situação que ele dizia não existir.

Harumi aguentou até o fim calada, mas assim que Toushirou a fez ir embora ela pagou a conta e seguiu pro carro, dando a partida assim que ele entrou pelo lado do passageiro.

Hijikata: Harumi, eu...

Harumi: Quando chegarmos em casa, iremos conversar. - Foi tudo o que ela disse durante o caminho da volta. 

~~~


Harumi e Hijikata estavam frente a frente. A jovem médica não sabia como dizer aquilo, mas o fato era que não dava mais, aquele relacionamento havia se tornado algo desgastante e corrosivo. Simplesmente não iria pra frente.

Harumi: Toushirou... eu não aguento mais essa  situação. - Falou com um tom de voz cansado.

Hijikata: Que situação?  - Ele não havia entendido.

Harumi: Não dá mais, Toshi. Estou cansada das nossas brigas, estou cansada dessa mulher insistindo em se meter no nosso relacionamento, estou cansada de ter que submeter você a me ajudar por causa da minha doença... cansei.

Hijikata: Mas... Harumi, nós iremos nos casar daqui a uns meses... como pode estar dizendo isso?

Ela fez um sinal de negação com a cabeça.

Harumi: Não vai dar certo. Se nós já brigamos por bobagem agora, imagine quando formos marido e mulher... Não vamos segurar a onda por muito tempo.

Ele suspirou de frustração.

Hijikata: Não pensei que fosse me descartar assim tão fácil...

Harumi: Eu não estou te "descartando", se estou fazendo isso é justamente por considerar você uma grande pessoa. Você sempre vai ocupar um lugar especial no meu coração e eu sempre serei grata a você por ter me apoiado todo esse tempo Toshi, mas juntos nós não combinamos...

Hijikata: Está bem... se é o que você quer... - Ele pegou a mão dela. - Que bom que você foi sincera e abriu o jogo de uma vez, arigatou. Mas saiba que eu jamais irei concordar com isso.

Ela já tirava a aliança do dedo.

Harumi: Um dia você vai entender. Vamos terminar isso como dois adultos, de forma civilizada.

Hijikata: Hai... - Ele também tirou a aliança. - Que tal um abraço da "separação"?

Ela deu um meio sorriso.

Harumi: É justo.

Ela se levantou e contornou a mesa, já vendo que apesar de triste, ele estava com os braços abertos. Harumi o abraçou e afagou seus cabelos, enquanto ele igualmente afagou as suas costas.

Hijikata: ...Que tal também "um beijo da separação?"

Ela sentiu que ele estava brincando.

Harumi: Não abusa, Toushirou. - E deu uma leve tapinha no ombro dele.

Agora era oficial, o noivado de Harumi Tankian e Hijikata Toushirou havia chegado ao fim. Eles estavam oficialmente separados.


(...)



Após algumas horas Hijikata havia feito as malas e deixado o apartamento, deixando Harumi, agora novamente solteira, perdida em devaneios.

Harumi: Será que um dia eu vou encontrar alguém oposto a ele?... - Ela olhou pra um porta-retratos que havia restado em cima da cômoda, com uma foto dela e de Hijikata. - Quem sabe...



Tópico V: Uma nova vida


Harumi passou mais algum tempo vivendo sozinha, entre crises e recomeços. Ainda mantinha seu emprego do hospital e vez ou outra visitava o primeiro hospital em que ela havia feito trabalho voluntário, e assim foi, até ela fazer 21 anos.

Certo dia, após chegar em casa, Harumi encontrou um papel embaixo da porta. Como não fazia ideia do que era ela abriu, ficando totalmente estática com o que estava escrito:



"Lembra de mim, Kosuri? Sou eu, o seu velho sensei.

Fiquei sabendo que você passou por situações difíceis nos últimos anos... Lamento por sua saúde. Mas ainda assim, queria fazer um convite a você.

Lembra daquela organização que lidero e te falei há uns anos atrás? Pois é, a mesma está com 3 vagas pro posto de capitão, após uma pequena rebelião aqui em Sereitei. Como sei que você além de médica também tem o seu "outro lado", pensei que seria a pessoa perfeita pra assumir uma dessas vagas.

Então, Kosuri? Teria a honra de se juntar a mim? Sei que fiz parte apenas da sua juventude, e pouco sei da sua vida até agora, mas depois de tudo que aconteceu com você desde a sua infância, eu queria te proporcionar ao menos uma vida cheia de companheiros.

(E como também sei que você gosta de aventuras e que está mais do que capacitada pra enfrentá-las, eu digo que aqui tem tudo isso de sobra.)

Se estiver interessada nesse novo caminho, venha pro portal Senkaimon e atravesse o Dangai, e em seguida, venha direto até mim, eu irei orientá-la sobre suas novas atribuições.

Aguardo esperançoso,
                    

       Yamamoto Genryuusai Shigekuni"



Harumi sorriu ao terminar de ler a carta, de imediato relembrando seus tempos de batalha e juventude. Lembrou de suas 3 zanpakutous, há tempos guardadas em seus pertences, reviu seu caminho até ali, sua jornada de estudos, de formação, de curtição, de decepção e de amores.

Será que ainda havia tempo de recomeçar uma nova vida? Ela já pensava ter vivido tanto...

Mas o fato era que após a sua separação de Hijikata, um buraco havia sido aberto em seu peito. Ela achava que talvez não fosse bom ficar "perto" dele, já que sabia onde ele trabalhava e também sabia que o veria com frequência. Ela tinha consciência de que não iria ser fácil viver sozinha. 

Talvez conhecer novos companheiros fosse algo bom, ela pensava. Seriam novas oportunidades, novos desafios, novas experiências... Tudo novo...

Após pensar um pouco ela enfim se decidiu. Ela iria recomeçar do zero, pela segunda vez. Afinal, ela só tinha 21 anos, ainda tinha tudo pela frente, ela só esperava não se arrepender. 



Parágrafo 14: A chegada a Soul Society



Harumi fez as malas e naquele mesmo dia resolveu suas pendências. Indo em seguida ao portal Senkaimon, onde após fazer a travessia, teve a surpresa de encontrar Yamamoto a esperando com um raro sorriso no outro lado do Dangai. 

Ele não havia mudado nada...

Yamamoto: Eu sabia que você viria, Kosuri...

Ela não se conteve e segurou uma de suas mãos.

Harumi: Há quanto tempo, Genryuusai sensei...

Yamamoto: Venha, vamos começar uma nova vida pra você.

O Comandante geral das 13 divisões explicou o necessário aquela nova capitã. A designou pra liderança do 9° esquadrão, após dizer que o mesmo precisava de comando imediato. Ela aceitou o cargo de bom grado e aguardou até sua apresentação formal diante de todos, que iria acontecer no fim daquele mesmo dia.

Pouco antes das 18:00, Harumi já estava devidamente vestida em um haori branco com o kanji 9 nas costas. Se encontrava atrás de uma grande porta esperando ser chamada. Um misto de emoções passava em seu coração ao pensar sobre o que viria dali pra frente. 

No fundo ela sabia que teria muitas recordações daquele lugar...

Mãos na maçaneta e ela se preparou pra virá-la assim que ouviu um saudoso "Entre".

Não havia mais tempo pra desistir. Agora era tudo ou nada.

Definitivamente ali começaria "A nova vida de uma pequena shinigami".  












   





     

Notas Finais


A homenagem do dia das mães será postada amanhã! Espero que tenham gostado de conhecer a vida da nossa querida Harumi! Escrevi com muito carinho!


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