História A nova vida de uma pequena shinigami - Até onde eu posso ir

Ele tomou um susto, não achou que ela estava falando sério.

Hisagi: O quê?! Você está ficando louca?! Você não pode abdicar o seu posto de capitã! Como eu vou ficar sozinho no bantai?! Por favor Harumi taichou! Reconsidere isso!

Ela fitou o chão, com um sorriso cansado e um pouco sem graça no rosto, ao mesmo tempo notava os danos que tudo aquilo havia causado no seu corpo.

Harumi: Eu bem que gostaria... mas não posso. Você é um cara bastante inteligente e sensato Hisagi, e eu sei que no fundo você concorda comigo. Não se preocupe, eu não irei sair de uma vez, prometo que vou prepará-lo devidamente, e quando você estiver pronto você assumirá o meu lugar. Talvez isso leve 1 ano, 2, ou até mesmo 3 ou mais... mas depois disso se você ainda assim se sentir inseguro, eu poderei me manter ligada ao esquadrão de uma forma mais burocrática, talvez agindo como sua conselheira, mas não mais que isso. Eu não posso mais assumir a linha de frente junto com você e os outros capitães. Apesar de aparentemente ser jovem, meu corpo está muito cansado, e eu carrego comigo marcas de grandes danos que fui ganhando com o passar do tempo, você conhece cada uma delas.  Eu tenho que pensar agora na minha filha, que não pode ficar sem mim, pelo menos agora que ela é uma criança. Você como pai eu sei que entende isso.

Ele balançava a cabeça pros lados, em sinal de negação.

Hisagi: E o Ukitake taichou?! Ele concordou com isso?!

Harumi: Ele ainda não sabe... Eu ainda não contei a ele. Eu quis tomar essa decisão sozinha, sem a presença do Juushirou. Provavelmente ele terá a mesma reação que você, mas ele é o primeiro que enxerga o meu estado, ele mais do que ninguém sabe a minha realidade. A última vez que fomos ao mundo real o meu médico me disse que em um futuro não muito distante eu teria que fazer uma escolha difícil, pois eu não poderia continuar pra sempre com essa sobrecarga, com essa vida cheia de conflitos e tarefas difíceis, cedo ou tarde eu teria que abrir mão de algo se quisesse viver um pouco mais. O Juushirou nunca soube disso, eu não consegui contar a ele na época. Eu não quero que outro incidente aconteça comigo e me impeça de acompanhar o crescimento da minha filha... Você sabe Hisagi, eu não aguentaria mais passar por outra situação daquelas... o meu organismo está muito fraco, ele iria me deixar na mão... ...Você sabe o que eu quero dizer não é? - Ela riu sem graça.

Hisagi: Não taichou... você é forte! Você é a mulher mais forte que eu conheço! Já vi você passar por tudo e você ainda está de pé! E está bem!

Ele ainda era ingênuo, mesmo após tanto tempo...

A capitã entrelaçou seu braço no dele, tentando conformá-lo.

Harumi: Você sabe que não é assim que as coisas funcionam não é? Eu mais do que ninguém sei a minha situação, e isso na verdade é um pouco triste. Ser médica... como eu poderia dizer... é enxergar a vida, mas também ver a morte. Eu não estou querendo exagerar, mas tenho mesmo que desacelerar um pouco, sei que o Juushirou cuidaria muito bem da Hinami se algo me acontecesse, sei que ele daria a melhor educação possível a ela, e isso de certa forma me tranquiliza, mas eu quero ver onde ela vai chegar com meus próprios olhos, quero estar com ela, com o meu marido, com você, com todo mundo... E só vou conseguir fazer isso se eu pôr em prática essa minha decisão. Não foi fácil pra mim chegar a isso, acredite, mas é o certo a se fazer, quero que você pense a respeito.

                                      Continua