História A nova vida de uma pequena shinigami - Uma viagem à dois: O raio que caiu duas vezes no mesmo lugar

No dia seguinte um evento bastante esperado os aguardava. Numa recepção próxima ao hotel, haveria um baile em que a entrada era permitida pra todos que quisessem comparecer. Após saberem disso pela recepcionista do hotel, Harumi e Ukitake decidiram ir, seria mais uma boa experiência e mais um momento juntos como recém-casados. 

O baile estava marcado pra ter início às 8 da noite. Às 6, Harumi já havia começado a se arrumar, algo que Ukitake gostou de observar já que era a primeira vez que ele presenciava sua esposa se produzindo, ao contrário das outras vezes em que ele a buscava sempre que a mesma já estava pronta.

Após um banho ela parou em frente ao armário, onde ficou por alguns minutos, enquanto ele saía do banheiro e a fitava enquanto penteava o longo cabelo. Após pensar um pouco ela decidiu o que iria vestir: Um vestido longo e saltos médios, ambos pretos, além de seu clássico batom vermelho.

Um tempo depois Ukitake também escolheu sua roupa: Uma camisa social branca com um colete preto e gravata, e a parte de baixo clássica de um terno. Após aparecer na frente de Harumi que arrumava o cabelo, ela parou, admirando o homem que ali estava.

Harumi: Minha nossa, um dia você ainda vai me matar...

O grisalho abriu um belo sorriso quando ouviu aquilo, ele por sua vez foi até ela, parando na sua frente.

Ukitake: Tenho minhas dúvidas em relação a quem fará isso primeiro...

Ela sorriu e virou-se de costas pra ele, que a ajudou a fechar o vestido. Ambos estavam prontos.

~

Os dois seguiram até a frente do hotel, onde o carro que alugaram estava estacionado. Após entrarem no carro Harumi deu partida, seguindo por uns 10 minutos até que chegaram ao local do baile.

Eles nunca haviam ido a um lugar como aquele juntos, não conheciam ninguém, mas decidiram que isso não os atrapalharia em nada, afinal eles estavam ali pra aproveitarem a noite. Apenas os dois.

Após entrar no local viram que havia bastante gente, todos com seus respectivos pares. Pra evitar que se separassem um do outro, Ukitake segurou a mão de Harumi um pouco forte demais, o que fez a mesma sorrir e fazer um comentário.

Harumi: Parece que você está com medo de se perder aqui, Ukitake san...

Ele beijou o alto da cabeça dela e respondeu:

Ukitake: Na verdade estou com medo de perder você nesse lugar. Estou sem minha zanpakutou, mas ainda posso protegê-la de qualquer marmanjo que possa aparecer.

Ela sorriu mais ainda e ambos seguiram pro interior do lugar, onde uma música suave havia começado a tocar.

Harumi: Isso é tão nostálgico não é? Sempre fomos um par em todos os eventos desde que cheguei na Soul Society, mas esse é o primeiro em que estamos juntos como casados... isso me deixa muito feliz.

Ele ouvia a tudo atentamente, até que sem se importar com as demais pessoas que poderiam estar olhando ele se curvou na frente dela e perguntou:

Ukitake: Então vamos fazer com que seja a primeira vez... Harumi san, concede-me o prazer dessa dança?

Ela como sempre pegou a mão dele e o abraçou.

Harumi: Eu nunca poderia dizer não...

Assim, no meio das pessoas que ali estavam, Ukitake a embalou numa dança lenta, onde ela repousou a cabeça no seu peito, ambos aproveitando o momento. 

Era difícil pra eles não chamarem atenção, mesmo ficando visível pelas alianças que eles eram casados tanto Ukitake quanto Harumi estavam despertando a atenção do sexo oposto.

Após alguns minutos a dança acabou, e ambos sentaram em uma das mesas que estavam próximas, até que um garçom chega, perguntando-lhes:

- Boa noite, aceitam uma bebida?

Ukitake: Hai, aceito uma taça de vinho, arigatou.

Após servir o grisalho ele perguntou:

- E quanto a essa linda dama?

Harumi: Arigatou, pra mim apenas um pouco de água.

- Não irá acompanhar esse cavalheiro com uma taça de vinho?

Ela riu.

Harumi: Adoraria, mas hoje terei de recusar. Estou dirigindo, sendo assim não posso ingerir álcool.

-  A-ah, claro, me perdoe a indelicadeza, com licença.

Após ele sair o grisalho falou:

Ukitake: Lamento por você não poder beber hoje por causa disso Harumi san, gomenasai...

Ela sorriu mais uma vez.

Harumi: Não se preocupe, eu gosto de dirigir. Além do mais, talvez seja melhor eu diminuir esse meu hábito a partir de hoje, não acha?

Ukitake: Se você achar que é o certo eu lhe apoiarei, mas ficaria feliz se você ainda assim me acompanhasse em um brinde.

Harumi: Claro, isso é algo que eu também aprecio muito.

E assim brindaram.

Depois de algum tempo ambos estavam conversando em um canto afastado, até que um desconhecido se aproximou de ambos, perguntando:

- Será que essa linda mulher me acompanharia numa dança? Sabe, estou sozinho essa noite...

Ele parecia estar um pouco bêbado, já Ukitake por sua vez estava completamente sóbrio, e não pôde disfarçar que se sentiu um pouco incomodado com aquilo.

Ukitake: Sumimassem, caso não tenha notado ela já está acompanhada, sinto muito.

Ele o olhou de cima a baixo e franziu o cenho.

- E você quem é ?

Ele respondeu direto:

Ukitake: O marido dela.

- A-ah, me desculpe, eu não sabia... me perdoe por isso linda dama, com licença...

Assim que ele saiu o grisalho suspirou.

Ukitake: Yare yare... parece que os homens daqui não tem respeito por ninguém... - Mas ela o olhava com um sorriso matreiro, até que ele a olhou e perguntou: - ...Por quê está me olhando assim?

Harumi: Não sabia que você era ciumento, esse é um lado seu que eu não conheço.

Ele corou.

Ukitake: B-bem, eu realmente não sou, mas esse cara tava bêbado, quem sabe quais eram as intenções dele não é mesmo?... Além dis-

Ela o puxou pela gravata e o beijou, deixando o mesmo surpreso.

Harumi: Arigatou, sei que posso contar com você pra me proteger desse tipo de homem.

Ele a apertou num abraço.

Ukitake: Sempre...

~

Depois de mais ou menos duas horas eles decidiram ir embora. Harumi estava com um pouco de dor de cabeça, por isso Ukitake sugeriu que eles voltassem pro hotel.

Assim que ela ligou o carro, disse:

Harumi: Gomem Ukitake san, por minha causa a noite acabou...

Ukitake: Sua saúde vem sempre em primeiro lugar Harumi san, não esqueça disso. 

Após dar partida ambos seguiram pro hotel, onde após tomar os remédios ambos dormiram.

Enquanto isso, na Soul Society...

Hisagi comandava o bantai como sempre havia feito. Apesar de ter achado um bilhete com algumas instruções de Harumi tudo ocorria normalmente. Agora que faltava apenas dois dias pra sua capitã voltar ele estava ficando um pouco ansioso, resolveu então sair um pouco do bantai pra espairecer as ideias.

Enquanto caminhava foi abordado por um dos oficiais.

- Tenente Hisagi, ohayo! Sabe quando a Harumi taichou voltará?

Hisagi: Ohayo, ao que parece daqui a dois dias ela estará de volta.

-  Entendo, arigatou pela informação!

Já em relação a Matsumoto, sempre que ele podia ia vê-la, o que deixava a mesma feliz.

Hisagi: "As coisas sem você aqui são realmente monótonas taichou..."

~

No 13° esquadrão Rukia fazia o máximo pra cumprir as tarefas do bantai, que mesmo com a ajuda dos 3° oficiais ainda era difícil cumprir tudo sem Ukitake.

Kyione: O Ukitake taichou realmente faz muita falta aqui...

Rukia: Ah, sumimassem... estou fazendo o máximo que posso, ainda não me acostumei com a patente de tenente...

Kyione: Ah Kuchiki, gomem! Não disse isso por você, é que depois de ter sido curado pela Harumi taichou ele começou a frequentar o bantai diariamente, por isso que agora ele faz falta... fico feliz que ele tenha casado com ela... ele merece ser feliz.

Rukia: Tem razão...

Naquele momento uma visita ilustre apareceu na porta.

Kyouraku: Ohayo! Estou interrompendo a conversa das moças?

Rukia: Kyouraku taichou! Ohayo!

Kyouraku: Hahaha parece que as coisas também estão em ordem por aqui, me preocupei à toa.

Rukia: Bem... não está igual ao que o Ukitake taichou faz, mas estou me esforçando, graças a Kyione e o Sentarou não tive grandes problemas!

Kyourake: Vejo que não, vim aqui por pedido do Ukitake, ele pensou que você estaria um pouco sobrecarregada com o trabalho. Yare... como sempre ele é preocupado demais... Bem, não se preocupem, daqui a dois dias ele e a Harumi chan estarão de volta, creio que ele dará uma folga a vocês, sendo assim estou indo.

Rukia: ...Já vai?

Kyouraku: Hai, também passei no 9° esquadrão, como sempre o Hisagi kun deixa tudo em ordem, ele também não precisava da minha ajuda. Que bom que o Gotei 13 conta com tenentes tão competentes! Hahahaha

As duas que estavam ali riram, observando o capitão que voltava ao 8° esquadrão.

De volta ao Mundo Real...

No dia seguinte seria o último dia deles ali, mas ao contrário dos outros dias Harumi não estava se sentindo bem. A dor de cabeça da noite anterior parecia um presságio pelo que estava por vir.

Às 8 da manhã Ukitake percebeu que algo estava errado, mas após questionar se ela havia tomado os remédios a mesma dissera que sim.

Ela estava indisposta, não havia saído da cama nem um momento. Ele, preocupado, foi até a recepção onde perguntou se ali havia um hospital próximo. Ao voltar ao quarto ele disse:

Ukitake: Harumi san, acho melhor eu levá-la ao hospital.

Ela já estava de pé, porém meio desnorteada.

Harumi: Não é necessário... já sei qual será o diagnóstico, talvez seja melhor voltarmos hoje pra Sereitei... meus remédios mais fortes estão no meu bantai....

Ele foi até a mesa e pegou a máscara de proteção, junto com os remédios que ela tomava.

Ukitake: Voltaremos amanhã, mas hoje você terá de ir ao hospital. Me perdoe por levá-la contra sua vontade, mas não posso deixá-la assim.

Sabendo que não adiantava contrariá-lo ela apenas pegou um casaco e pôs a máscara que ele havia entregado.

~

Após pegarem um táxi chegaram ao hospital mais próximo.

Uma enfermeria logo se aproximou ao ver que Ukitake apoiava Harumi e que ela tossia um pouco.

- Qual é o caso de vocês?

Harumi: Ohayo... tenho tuberculose e... hoje não é um dos meus melhores dias...

-  Venha comigo, e você espere aqui fora. 

Ukitake: Eu não posso ir junto com a minha esposa?

- O hospital não permite, me desculpe, com licença.

Ukitake: Hai...

Ele ficou na sala de espera enquanto Harumi seguiu hospital à dentro com a enfermeira.

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Não havia muitas pessoas naquele horário, por isso Ukitake logo percebeu assim que uma certa pessoa apareceu ali.

Um certo homem de cabelos negros e olhos azuis passava pela recepção, vestia um uniforme de policial e portava um revólver em um dos bolsos, além de uma katana na sua cintura.

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Ao ver aquele homem de cabelos brancos que parecia meio aéreo ele se aproximou, curioso pra saber de quem se tratava.

- Acho que nunca vi você por aqui antes, quem é você?

Ukitake: Ah, sumimassem, realmente eu não moro aqui. Sou Ukitake Juushirou, estou aguardando a minha esposa ser atendida... e você é?

- Hijikata Toushirou, me perdoe a indelicadeza, mas como policial faz parte do meu trabalho fazer a segurança daqui.

Ukitake: Não se preocupe com isso. Mas... "Hijikata Toushirou", certo?... seu nome não me é estranho...

Ele havia sentado ao lado do grisalho.

Hijikata: Tenho certeza que não lhe conheço, mas não posso negar que o fato de você estar aqui esperando uma pessoa doente também me trás algumas lembranças.

O grisalho já estava desconfiado de que ele fosse "aquela pessoa".

Ukitake: Será que eu poderia lhe fazer uma pergunta?

Hijikata: Hai, também estou um pouco curioso a seu respeito.

Ukitake: Seu nome me é muito familiar, devo estar confundindo, mas não acho que possa ser uma simples coincidência, já que você mencionou que também lhe trás lembranças o fato de eu estar aqui esperando uma pessoa doente... Me pergunto se essa pessoa seria a...

Hijikata: Acho que você está enganado, a pessoa a qual me refiro atualmente mora longe daqui... apesar de sempre estar no hospital com ela, agora ela leva uma vida totalmente diferente.

Ukitake: Entendo, era alguém importante pra você?

Hijikata: Hai, minha ex noiva. Infelizmente nos separamos a algum tempo, porém ainda não me acostumei com a ausência dela, e acho que isso nunca irá acontecer. - Ele estava ainda mais intrigado, mas agora Hijikata também parecia achar a situação um tanto irônica demais. - No entanto, sua situação também me chamou atenção, você disse que está esperando sua esposa certo? Ela... passa por isso sempre?

Ukitake: Hai, ela enfrenta um problema de saúde sério, e apesar de ser médica ainda assim é difícil pra ela lidar com i-

Hijikata: Espera um pouco! Você disse que ela é médica?!

Ukitake: H-hai, eu disse sim... olha... por acaso sua ex noiva poderia ser a...

Ambos disseram ao mesmo tempo:

Ukitake: A Harumi san...

Hijikata: A Harumi... 

                                                      Continua