História A otaku e o popular - Capítulo 4

 Eles não sabem as coisas que fizemos

Eles não sabem sobre os "eu te amo"

Mas aposto que se eles soubessem 

Eles semplismente ficariam com inveja da gente - One Direction

Lucy Heartfilia

Cheguei em casa morta de cansaço e fome. O tamanho do meu prato poderia se comparar a Serra da Capivara, meu Deus!

Hoje tive que almoçar junto com Lisanna, que não demonstrou nada contra mim só por estar na presença do irmão mais velho. Falsa.

Agora estou me preparando para ficar a tarde toda vendo animes e jogando online. Terminava de colocar um travesseiro na cadeira — eu não vou ficar com a bunda doendo — quando vejo pelo canto do olho, a albina escorada no batente da porta.

— Ora, o que vai ver Lucy? — Aquela voz inocente e falsa me dava enjôo.

— Nada que seja da sua conta Lisanna. Por que não vai fazer algo útil hein garota? — Pergunto já sem paciência.

— Bem, só passei pra dar um aviso: fica longe do Natsu e dos amigos dele. — Ela falou séria.

— Olha, eu não sei o que se passa na sua cabeça doente, mas não vou me distanciar de ninguém, é a primeira vez que tenho amigos então não se mete. — Estava disposta a encerrar nosso mini discussão ali, mas parece que ela não.

Lisanna veio pra cima de mim com passos pesados, agarrou a parte de trás do meu cabelo e pude ver a raiva em seus olhos.

— Escuta aqui garota, eu posso transformar sua vida num inferno ainda pior, não duvide de mim. — Ela parou seu discurso quando meu celular começou a tocar. Olhei o visou vendo o nome de Natsu ali. 

— Bem, se já terminou, preciso atender uma ligação e quero você fora do meu quarto. — Eu sabia que provocar a mocreia na minha frente não era uma boa ideia, mas naquele momento não pensei em nada.

Ela saiu com um olhar que dizia "isso ainda não acabou" e eu fui atender meu celular.

— Alô? 

— Luce? — Natsu perguntou.

— A própria, e aí? tá tudo bem? — Eu com certeza não sei puxar assunto.

— Sim, mas eu queria saber porque você fica tensa na aula do Bora. — Eu gelei. O que ia dizer? "A, simples, ele falou umas coisas estranhas ontem e agora tô com medo", NUNCA! Ok Lucy pensa. — Luce? Ainda tá aí?

Tô demorando de mais pra responder, aí meu Deus!

— Sim, estou. Sobre o Bora, não precisa se preocupar. — Antes de conseguir terminar minha fala ele me cortou.

— Não precisa? Ontem você ficou toda tensa quando ele falou algo no seu ouvido e hoje também. Luce se ele estiver te assediando precisamos avisar a diretora ou a polícia. — Ele falou bem rápido, quase não deu pra entender.

— Olha, eu acho que não seria possível até porque não temos provas contra ele.

— Então você admite que aconteceu algo? — Merda, preciso tomar mais cuidado com as coisas que falo.

— Não, você entendeu tudo errado, ele não fez nada e se tivesse feito não teríamos provas contra ele! — Eu estava tão nervosa que roía as unhas da minha mão.

Natsu resmungou do outro lado.

— Olha, eu só não quero que você sofra, pode não ser você, mas sim outra pessoa. — Ele falou então liguei os fatos. Se eu não tomasse as rédeas da situação logo, Bora poderia partir para outra garota que poderia não ter quem a defender.

Fiquei um tempo em silêncio pensando no que dizer.

— Olha, eu vou te contar tudo ok? Mas não por telefone, amanhã quando estivermos na escola eu te falo. — Natsu suspirou.

— Certo, vou cobrar ok? 

— Não precisa, vou falar. — Nem percebi que sorria enquanto me despedia.

Desliguei a chamada colocando meu celular ao lado do computador e entrei em um mundo novo no Minecraft.

Você deve estar pensando, "a mas esse jogo é muito antigo", uma ova! Minecraft simplismente é perfeito! Adoro jogar e zerar o game várias vezes, nunca vou me cansar.

•Enquanto isso•

Residência dos Redfox

Levy

Oi, creio que ainda não apareci por aqui né? Enfim, não tenho muito a dizer sobre minha pessoa, tenho as melhores notas, minha mãe morreu quando era criança, moro com meu pai e minha irmã - que é filha dele com outra mulher - e gosto de um brutamontes. Vida incrível né?

No momento, estou tentando fazer Gajeel aprender física, todas as tardes eram assim, ficava das 13:00 horas na casa dele e ia embora às 14:00, tentava fazer algo entrar naquela cabeça oca dele, mas nada adiantava. Estava começando a ficar frustrada.

Depois de explicar umas coisas básicas, passe umas atividades de fixação pra ele fazer enquanto lia um livro. Claro que não estava lendo totalmente. Gajeel me atrapalhava com sua presença.

Eu sempre fui apaixonada por ele desde que nos conhecemos. Eu queria que ele visse o lado bom das coisas do mundo, já que pra ele nada importava - não me pergunte o por que. Eu queria vê-lo sorrindo e aproveitando o que a vida tem de melhor, queria mostrar que estudar vale a pena para o futuro.

Não sei se consegui fazer tudo isso, mas espero que sim. Estava distraída lendo uma das obras de Paulo Coelho - onze minutos, amo esse romance - quando Gajeel me chama.

— Levy, o que você faria se gostasse de alguém, mas não conseguisse contar? — Agora ele me pegou. Eu não fazia ideia.

— B-bem, eu faria o possível para a pessoa perceber meus sentimentos. — parei para pensar, ele estava apaixonado por alguém? Quem seria?

— E se você já estiver fazendo isso a algum tempo e a pessoa não te notar?

— Contaria para ele que estou apaixonada. — Com isso, joguei terra na minha própria cova.

— Hum... — ele estava pensando. Conhecia todas as suas manias, quando falava apenas esse "Hum..." ele estava pensando no que fazer. E se ele estiver mesmo apaixonado por outra garota? Quem seria? Não poderia ser alguém da escola né? Estamos lá apenas a dois dias, mas e se ele já conhecia alguém de lá antes? Aaah, minha mente está me torturando com isso. Não conseguia mais me concentrar no livro, então passe a observar se Gajeel estava fazendo os exercícios corretamente.

E por incrível que pareça ele estava, acho que ele é melhor nas matérias que está pensando em coisas banais.

— Terminei. — Ele falou e me entregou a folha. Fui corrigindo todas as atividades, uma por uma, e explicando algumas que ele errou.

— Bem, evoluímos. — Falei com humor guardando meu material.

Ele riu.

— Obrigada por me ajudar sempre Levy. — Sou surpreendida com um abraço seu. No começou fiquei sem reação, mas logo passe meus braços por sua cintura e aproveitando o cheiro de seu perfume.

— Não precisa me agradecer, sempre vou te ajudar não importa quão trabalhoso seja. — Falei em seu ouvido, ele apertou mais o abraço.

— Estou terminando o livro que você me mandou ler. — Avisou depois de nos separamos.

— Sério? Depois vou querer um resumo dele. — Gajeel fez uma careta reclamando e eu ri.

— Não quer comer algo baixinha? — Ia negar, mas minha barriga roncou de fome então não tive muita escolha.

— Acho que vou aceitar. — Rimos.

Com Gajeel era sempre assim, riamos muito, as vezes brigávamos, ele me contava tudo o que estava acontecendo na vida dele e assim ia. Eu não ficava pra trás, sempre que podia fofocava com ele sobre alguns livros, filmes ou séries que assisti, também falava de algumas matérias que não gostei da forma que foi explicada. Ok, eu sou bem — muito — careta.

O moreno me levou até a cozinha e comemos umas bolachas que a mãe dele fez. 

— Nossa, essas bolachas sou muito boas! — Exclamei com a boca cheia.

— Sua bochecha 'tá suja. — Falou e limpou o local. Ele estava perto, muito perto.

Olhei em seus olhos carmesim e percebi que continham um brilho diferente do abitual. Meu coração batia como louco, e me veio a mente a possibilidade de eu ser a garota de quem Gajeel gosta.

Mas derrepente ele se afastou e virou o rosto... corado?

— V-você quer coca? Ainda tem um pouco de ontem. — Me virei para o outro lado super corada, sentia minhas bochechas queimarem!

— Sim, por favor. — Nos poucos segundos que tive, tentei me acalmar, mas não sei se deu certo.

Ficou um clima estranho no ar, mas logo passou. Ele falou sobre tocar em uma boate na semana que vem. Aparentemente era um tipo de concurso, onde quem ganhasse, voltava pra casa com meio milhão de reais.

Eu concordei, sabia o que ele faria com o dinheiro, uma metade ia para a bateria que ele queria comprar e a outra para sua conta no banco.

Ficamos conversando mais um pouco, até eu perceber que estava muito tarde e ir embora. Confesso que hoje foi uma das tardes mais relaxantes que já tive.